26 de Agosto de 2016. Data que marca o início da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão (Lei nº 9.504/1997, art. 47).
Concluídas as articulações possíveis, definidas as candidaturas e superado o primeiro momento da corrida ao voto, com carro de som, comícios, carreatas e passeatas, os candidatos a prefeito entrar agora na fase mais tensa e decisiva da campanha: o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. Para muitos, a campanha é decidida na telinha da TV, onde os candidatos, orientados por profissionais do marketing político caros e competentes, que são capazes de transformar antipático em simpático, sisudo em sorridente, tímido em ousado, língua presa em língua solta, e por aí vai. Mas é também o momento em que o eleitor espera dos candidatos informações honestas e bem elaboradas sobre como cada um pretende governar a maior e mais importante cidade do Maranhão, os planos para superar os seus gigantescos problemas e, mais do que isso, prepará-la para o futuro como Capital do estado e líder de uma região metropolitana importante e promissora.
Edivaldo Jr. (PDT), Eliziane Gama (PPS), Wellington do Curso (PP), Rose Sales (PMB), Eduardo Braide (PMN), Fábio Câmara (PMDB), Valdeny Barros (PSOL), Claudia Durans (PSTU) e Zéluiz Lago (PPL) terão tempo proporcional ao poder de fogo político que os embala nessa corrida e do tamanho da coligação que conseguiram armar. E como a campanha eletrônica será de 35 dias e as regras são restritivas, os candidatos terão de encontrar caminhos adequados e estratégias inteligentes para vender os seus “peixes” no esforço para encantar o eleitorado. Não será uma campanha fácil e corre o risco de ser enfadonha se a inteligência política não for acionada e os marqueteiros insistirem na teimosa tentativa de subestimar a sensibilidade e sabedoria do eleitor.
Nesse contexto de possibilidades e dificuldades, a situação mais confortável e, ao mesmo tempo, mais delicada é a do prefeito Edivaldo Jr., cujo tempo é de 3 minutos e 39 segundos, o mais longo de todos, o que lhe dá condições de mostrar o seu governo o que pretende fazer num eventual segundo mandato. O segundo maior tempo é o de Wellington do Curso: 2 minutos e 15 segundos, suficientes para um candidato que diz pretender apresentar um programa de governo e atacar o prefeito. É tempo precioso para um candidato com o perfil de parlamentar do PP, que deve usá-lo com inteligência. Eliziane Gama tem 1 minuto e 55 segundos, tempo que para ela, que gosta de falar, é um desafio dos bons – e não há dúvida de que ela o usará para desbancar os demais concorrentes. Nesse time dos melhores posicionados nas pesquisas, a situação mais embaraçosa é a da candidata do PMB, vereadora Rose Sales, que terá de se virar com 7 segundos diários.
No segundo time, a situação mais confortável em matéria de tempo no rádio e na TV é a do pemedebista Fábio Câmara, que disporá de 1 minuto e 25 segundos e parece ser um tempo inadequado gosta de “dourar a pílula” discursiva com frases famosas de celebridades literárias. Valdeny Barros (12 segundos), Eduardo Braide (10 segundos), Zéluiz Lago e Claudia Durans, ambos com 6 segundos cada um.
Por mais injusto que possa parecer com os candidatos de partidos pequenos, a limitação do tempo tem uma lógica que justifica plenamente o fatiamento do tempo sem obedecer a uma escala de proporção. O tempo maior pertence aos partidos que têm maior representação na Câmara Federal, que expressa a representação popular, levando a fundo o conceito de proporcionalidade. Então não seria justo que o tempo do prefeito Edivaldo Jr., que pertence ao PDT e lidera uma coligação de grandes partidos, fosse igual ao de Cláudia Durans, cujo partido, o PSTU, não tem sequer um deputado federal.
Questões formais à parte, o importante é que os candidatos aproveitem o espaço temporal que lhe é assegurado pela Justiça Eleitoral para que possam dizer aos eleitores o que pretende fazer de bom para uma cidade que tem 1,2 milhão de habitantes e que ainda acumula muitos problemas.
PONTO & CONTRAPONTO
Lobão se livra de processo por falta de provas
O procurador geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), o arquivamento de um dos inquéritos em que o ex-ministro de Minas, senador Energia Edison Lobão (PMDB), era suspeito de ter dado ordem para que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, chefe do esquema de corrupção na petroleira, entregar R$ 1 milhão, em dinheiro obtido com desvios criminosos, à então governadora Roseana Sarney (PMDB), para financiar a campanha dela à reeleição. Paulo Roberto Costa informou à Polícia Federal e à PGR que o repasse do dinheiro foi feito pelo doleiro Alberto Youssef. Quando a bomba explodiu, no início de 2015, após a prisão de Youssef no Hotel Luzeiros, em São Luís, o senador Edison Lobão reagiu com um indignado discurso na tribuna do Senado, no qual contestou a denúncia, que chamou de calúnia, feita com má fé. Na sua fala, Lobão disse que não tinha a menor ideia do que estava sendo acusado, pois não havia tido qualquer contato com o então diretor, seu subordinado no Ministério de Minas e Energia, para tratar de assunto dessa natureza.
Na fase de interrogatórios, Paulo Roberto fez delação premiada, e nela afirmou que mandou o doleiro Alberto Youssef a repassar o valor de R$ 1 milhão para a governadora Roseana Sarney. Só que, no seu depoimento, o doleiro declarou não ter conhecimento do caso, que não se lembrava de qualquer conversa nesse sentido e que não repassou dinheiro para a campanha da governadora à reeleição em2010. Os dois foram confrontados em acareação, com Paulo Roberto insistindo na sua denúncia, mas encontrando o doleiro Alberto Youssef reafirmando enfaticamente que não fez tal operação. Diante da precariedade da denúncia do ex-diretor, que não apresentou qualquer réstia de prova para confirmar o que disse, o chefe do PMF Rodrigo Janot pediu ao STF que autorizasse novas investigações, que foram autorizadas pelo ministro-relator Teori Zavaski. Depois de três meses, investigadores e procuradores entregaram os pontos informando ao chefe que nada encontraram que comprometesse o ex-ministro e Senador. Agora, quem entregou os pontos foi o próprio Rodrigo Janot, que por falta de argumentos que pudessem manter a denúncia de pé, pediu o arquivamento.
A primeira e mais importante de várias conclusões: nesse caso, o ex-ministro de Minas e Energia e a governadora Roseana Sarney não cometeram tal crime e estão livres da acusação. Outra conclusão: as chamadas delações premiadas na Operação Lava Jato podem conter muitas verdades forjadas. E mais uma conclusão: o senador e já então ex-ministro estava coberto de razão quando reagiu com indignação e jurando inocência.
Falta agora o desfecho de mais dois casos supostamente envolvendo o senador.
Edivaldo Jr. inaugura comitê e embala campanha
O prefeito Edivaldo Jr. (PDT) e seu vice Júlio Pinheiro (PCdoB) inauguraram ontem o seu comitê central de campanha, situado na Curva do 90. O fizeram depois de duas horas de caminhada pelas ruas do Vinhais. O comitê vai centralizar as atividades de campanha da coligação “Pra Seguir em Frente”, formada por PDT, PCdoB, DEM, PROS PTB, PSC, PRB, PTC, PEN, PR, PT e PSL. O clima ali foi de festa. Afinal, depois de um longo período em que patinou em terceiro lugar nas pesquisas, atrás de Eliziane Gama (PPS) e João Castelo (PSDB), que ainda sonhava ser candidato, o candidato do PDT conseguiu sair da inércia e assumir a ponta, agora seguido por Eliziane e Wellington do Curso (PP), já que o ex-prefeito decidiu apoiar popular-socialista. Todas as avaliações feitas até aqui identificam o prefeito como o candidato mais sólido, com mais consistência política e maior densidade eleitoral. Mas isso não significa eleição ganha, porque Eliziane Gama e Wellington do Curso estão circulando na área a cada dia mais convencidos de que vencer. E o entusiasmo deles está exatamente na crença de que farão a diferença no horário eleitoral gratuito na TV e, mais tarde, nos debates que estão sendo programados.
a agenda do candidato e atenderá quaisquer dúvidas referente as eleições.
Além de funcionar como local oficial de distribuição de material, o espaço contará com uma equipe de adesivação de veículos, que atenderá das 8h às 22h. Todos os adesivos estarão de acordo com o que determina a nova legislação eleitoral.
São Luís, 25 de Agosto de 2016.