Comando do PP se dobra e André Fufuca sai fortalecido por decidir continuar ministro de Lula

André Fufuca com Lula da Silva em Imperatriz, onde o
presidente o confirmou como ministro do Esporte

O comando nacional do PP se rendeu ao fato de que, sendo ele um partido de centro-direita e afeiçoado ao poder, não poderia ficar sem representantes na administrativa máquina federal. E conhecedor dessa veia pepista, vice-presidente “afastado” que é da legenda, o deputado federal André Fufuca sabia o que estava fazendo quando fincou pé não acatou a decisão da chefia partidária para que ele desembarcasse do comando do Ministério do Esporte. Só precisou do aval do presidente Lula da Silva (PT), que o apoiou sem reservas, para permanecer no cargo. A reação do presidente Lula da Silva ao mandar demitir dos os indicados do PP nos diversos escalões da máquina federal causou uma reação em cadeia nas entranhas do partido, que decidiu rever o “rompimento” com o Governo e concordar com a permanência de André Fufuca no Ministério do Esporte, desde que os demais indicados do partido sejam mantidos nos cargos que ocupam.

A puxada no freio de mão pelo comando nacional do PP, que mandou o líder do partido na Câmara Federal, deputado Doutor Luizinho (PP/RJ), ao Palácio do Planalto, levando o recado de paz à ministra da Articulação Institucional, Gleice Hoffmann. Decido a manter o deputado André Fufuca no Ministério do Esporte, é muito provável que o presidente Lula da Silva aceite o aceno do PP, podendo ampliar esse acordo no sentido de que o partido volte a se aliar ao Governo na votação de pautas importantes. Para tanto, é fundamental que o PP tenha mais independência em relação às pressões que sofre por parte da falange bolsonarista no Congresso Nacional, representada no partido pelo senador piauiense Ciro Nogueira, que foi ministro chefe da Casa Civil no Governo Bolsonaro e é o atual presidente da legenda.

Traquejado no jogo político nacional, apesar da pouca idade – tem 36 anos, está no terceiro mandato federal, já tendo sido líder do PP e presidente da Câmara Federal e presidente nacional do partido, do qual é atualmente vice-presidente “afastado” -, aprendeu cedo a jogar o complicado xadrez que move as relações do Congresso Nacional com o Palácio do Planalto. Não há dúvida, portanto, que ele sabia o que estava fazendo quando decidiu não acatar a decisão da cúpula partidária. Tinha a avaliação de que a base não aceitaria a decisão da cúpula. E foi o que aconteceu.

Nesse jogo, André Fufuca mostrou maturidade, experiência e coragem política. A maturidade foi mostrada com o fato de que ele tomou uma decisão complexa, que poucos políticos na sua posição tomariam. A experiência foi evidenciada pela habilidade que mostrou ao não cumprir a decisão de deixar o Ministério do Esporte sem partir para o confronto verbal com a cúpula partidária. E a coragem política foi exibida com o fato de ele ter tomado uma decisão política ousada e cheia de riscos ao seu futuro político, a começar pelo projeto de disputar uma cadeira no Senado da República   veio à tona.

Além se preservar a complicada mas efetiva relação do PP com o Governo Lula da Silva, evitando o racha definitivo. Fragilizando ainda mais a base do Governo no Congresso Nacional, o ministro André Fufuca manteve de pé sua pré-candidatura do Senado da República. Como ministro, vem turbinando o seu projeto de candidatura com um grande pacote de obras nas mais diferentes regiões do estado, como complexos esportivos, por exemplo, destinado sobretudo ao estímulo às práticas esportivas pela juventude, além do emprego de emendas parlamentares em obras em diferentes municípios. Nessa caminhada pré-eleitoral, o ministro do Esporte tem aparecido nas pesquisas como um dos favoritos às duas vagas no Senado, só perdendo em intenções de voto para o senador Weverton Rocha (PDT), que busca a reeleição.

Vale registrar que ele não alterou sua movimentação pré-eleitoral durante a crise com a cúpula nacional do PP.

PONTO & CONTRAPONTO

Crise dos Áudios: dinistas marcam posição em entrevista que apenas confirmou o rompimento

Márcio Jerry foi porta-voz dos dinistas na entrevista

Numa entrevista coletiva que concedeu, quinta-feira, na Assembleia Legislativa, os líderes do chamado grupo dinista reafirmaram o seu discurso no atual contexto estadual, reagindo à forte investida do chamado grupo brandonista, deflagrada terça-feira com o explosivo discurso por meio do qual o deputado Yglésio Moyses (PRTB), que causou a chamada “Crise dos Áudios”. Na sua fala, ele revelou o conteúdo dos áudios – gravados sem a anuência dos envolvidos -, nos quais os deputados federais dinistas Márcio Jerry (PCdoB) e Rubens Jr. (PT) e o secretário executivo do Ministério do Esporte, Diego Galdino, protagonizam, no início de 2024, uma tentativa de pacificar o grupo com propostas que foram interpretadas como pressão e chantagem.

Como é sabido, a ação dura de Yglésio Moyses e a reação indignada de Márcio Jerry e Rubens Jr. desencadearam uma guerra de notas, com ditos e desmentidos, cujo resultado foi o rompimento dos últimos e tênues laços que ligavam os dois grupos. Um deles foi o rompimento do deputado Rubens Jr. com o governador Carlos Brandão, com a demissão de Rubens Pereira, o Rubão, da Secretaria de Articulação Política; o outro foi a saída do jornalista Robson Paz, indicado do PCdoB, das Secretaria das Cidades.

Na entrevista, centrada no deputado federal Márcio Jerry, presidente estadual do PCdoB e que foi figura central nos sete anos e três meses do Governo Flávio Dino, de quem ainda hoje é apontado com o porta-voz, o grupo dinista manteve seu discurso de acusar o governador Carlos Brandão de haver rompido um acordo com o então governador Flávio Dino, que teria por base a candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT) à sua sucessão.

Além disso, os dinistas fizeram um a série de acusações ao governador Carlos Brandão, focando parte delas no empresário Marcus Brandão, irmão do chefe do Executivo e presidente estadual do MDB, que segundo sua avaliação, teria muita influência no Governo.

Os dinistas também negaram envolvimento do grupo com a atuação de hackers na Secretaria de Infraestrutura, descartando qualquer relação com os dois funcionários que tentaram incluir Marcus Brandão como dono de empresas com negócios com o Governo.

E reafirmaram, com toda ênfase possível, que não houve tentativa de chantagear o governador com as propostas reveladas pelos áudios revelados terça-feira. E se colocaram como vítimas de uma gravação ilegal.

Enfim, o Grupo Dinista se manifestou marcando posição, mas sem fato novo. E de certa maneira ratificando o rompimento total com o governador Carlos Brandão, que, por sua vez, fora categórico ao afirmar, em nota, quarta-feira, que seu Governo não gravou ninguém.

Ficou claro, portanto, que o assunto se esgotou.

Ana do Gás acerta em cheio ao propor política de fortalecimento de escolas do campo

Ana do Gás: apoio às escolas rurais

A deputada Ana do Gás (PCdoB) marcou um gol de placa ao0 conseguir a aprovação, pela Assembleia legislativa, o PL nº 254/2025, que institui a Política Estadual de Valorização de Educação no Campo.

Essa iniciativa assegura a formação escolar em zonas rurais, respeitando as especificidades culturais, sociais e econômicas dessas comunidades, estimulando assim a permanência desses jovens nas suas regiões de origem.

O projeto da deputada Ana do Gás é coerente e ambicioso, a começar pelo fato de quer fortalece a educação rural no Maranhão de maneira ampla. Prevê, por exemplo, o fortalecimento da infraestrutura das escolas das zonas rurais, a ampliação do sistema de transporte escolar, a formação continuada de professores, tendo como foco a implantação de projeto pedagógicos centrados na produção agrícola e nas tradicionais locais.

Ao justificar a sua proposta, a deputada do PCdoB reforça a ideia de conectar as escolas rurais à internet, dotá-las de bibliotecas e laboratórios específicos e adotar políticas de incentivo de participação das famílias e das comunidades, de modo que a gestão dessas escolas tenham natureza comunitária e democrática.

“A educação no campo precisa dialogar com a realidade dos estudantes, valorizando suas origens, seus saberes e sua cultura. Com essa política, queremos assegurar que os jovens tenham condições de estudar, aprender e construir um futuro digno sem precisar abandonar o campo”, assinalou a deputada Ana do Gás na justificativa do projeto.

São Luís, 24 de Outubro de 2025.

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