Com Dino candidato e Roseana ainda indecisa, corrida aos Leões já tem elenco com nomes potencialmente fortes

 

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Flávio Dino, Roseana Sarney, Roberto Rocha, Luis Fernando, Eduardo Braide, Márlon Reis, João Alberto, Lobão Filho, Raimundo Prazeres e Marcos nomes para a disputa

O argumento segundo o qual ainda é cedo para se falar seriamente sobre a corrida sucessória ao Palácio dos Leões já perdeu sentido e caiu por terra, irremediavelmente abatido pelos fatos. O cenário pré-eleitoral começa a ganhar contornos já o tema principal das conversas nos bastidores políticos e partidários do Maranhão e tem como protagonistas de primeiro plano o governador Flávio Dino (PCdoB), a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) e o senador Roberto Rocha (PSB), seguidos de personalidades em ascensão, como o prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva (PSDB), o deputado estadual Eduardo Braide (PMN), o ex-juiz Márlon Reis (Rede), o senador João Alberto (PMDB) e o suplente de senador Lobão Filho (PMDB), e outros de menor cacife, mas igualmente ativos, com os da esquerda radical, como Raimundo Pedrosa (PSOL) e Marcos Silva (PSTU). A opinião dominante é que, aconteça o que vier a acontecer na política maranhense, a briga pelo comando do Estado dificilmente acontecerá fora desse conjunto de pré-candidatos, a começar pelo fato de que, manifestamente ou não, são eles que estão se credenciando, e com isso fechando portas e janelas para “projetos” de última hora, eventualmente encabeçados por aventureiros sem futuro.

Nesse contexto de pré-campanha, os indicativos são os de que o confronto maior se dará entre o comunista Flávio Dino e a pemedebistas Roseana Sarney. Pesquisas feitas até aqui mostram que o governador lidera em todos os cenários, seguido da governadora, ora mais de perto, ora bem distanciada. Ele aparece com a vantagem de ser o menos rejeitado, o que lhe dá fôlego para viabilizar o seu potencial de crescimento, benefício potencial do qual ela não desfruta, o que dificulta gravemente o seu projeto eleitoral. Flávio Dino deve atrelar sua campanha à do ex-presidente Lula da Silva, que lidera por larga e irreversível maioria, as preferências dos maranhenses na corrida presidencial, o que injeta gás de sobra no projeto de reeleição do governador. Roseana Sarney, por sua vez, depende essencialmente do sucesso do Governo do presidente Michel Temer (PMDB), pois o fracasso dele pode resultar também na desistência dela. Tudo isso, porém, são questões que estão sendo postas levando em conta a prevista candidatura da ex-governadora Roseana Sarney, que ainda é uma possibilidade, que pode se consolidar ou não, ao contrário da do governador Flávio Dino, que é um projeto definido e em franca processo de consolidação.

Apontado como o construtor de uma terceira via – condição identificada pela Coluna nos ensaios primordiais da corrida sucessória -, o senador Roberto Rocha é o candidato mais consolidado depois do governador Flávio Dino. Rocha se desvencilhou do controle político do governador e desde então tenta construir o seu próprio caminho, tendo até aqui conseguido se mostrar como uma alternativa, se não ainda inteiramente viável, com ousadia e movimentação suficientes para  avançar como um desafiante determinado a chegar ao topo – agora ou na próxima corrida.

O segundo time, formado por Luis Fernando Silva, Eduardo Braide e Márlon Reis, poderá fazer a diferença na corrida sucessória de 2018 se algum desses nomes vier a entrar para valer na disputa, mas é, de longe, o leque de alternativas com maior potencial para a sucessão de 2022. O prefeito de São José de Ribamar é apontado como uma das melhor das maiores estrelas da gestão pública do Maranhão na atualidade, e dono de  potencial político imensurável, com a vantagem de já ter sido pré-candidato a governador e, nessa condição, conhecer em profundidade o estado, seus problemas e suas nuanças políticas, além de baixíssima rejeição. O deputado Eduardo Braide é visto por muitos como o mais promissor politico da sua geração, tendo demonstrado esse potencial na corrida pela prefeitura de São Luís, quando, a partir de um projeto solitário, e por isso tem sido sondado por outros grupos – incluindo PMDB e PSDB – preferiu permanecer no PMN, atendendo a apelos da direção nacional – que o tem como um trunfo -, e por controle total sobre o partido, podendo seguir o caminho que achar melhor. A pré-candidatura ex-juiz Márlon Reis é ainda uma expectativa política remota, já que trabalha também com a hipótese de se candidatar ao Senado, devendo fazer a escolha, de modo a colocar sob teste o prestígio que angariou nacional e internacionalmente como um dos pais da Lei da Ficha Limpa, com seu projeto eleitoral diretamente vinculado o projeto presidencial de Marina Silva (Rede).

No cenário da corrida ao Palácio dos Leões aparecem, em movimentos furta-cores, nomes importantes. O primeiro é o senador João Alberto (PMDB), que “ameaçou” se aposentar, que já visto como candidato à reeleição, mas que também aparece como a primeira opção do Grupo Sarney para disputar o Governo do Estado na hipótese – não tão remota, diga-se de passagem – de Roseana Sarney decidir não entrar na briga. O empresário e suplente de senador Lobão Filho (PMDB) poderá ser escalado para substituir a Roseana Sarney na hipótese – mais provável – de João Alberto optar por tentar renovar o mandato no Senado da República.

E como não poderia deixar de ser, a disputa pelo Governo do Estado deve reunir nomes da esquerda radical, que via de regras já entram sem chance eleitoral, mas têm o poder de animar o embate fazendo denúncias e dizendo verdades que os candidatos convencionais não dizem e às vezes se sentem incomodados quando ouvem. Dessa seara podem sair Raimundo Pedrosa pelo PSOL e Marcos Silva ou Saulo Arcangelli pelo PSTU.

A maioria desses nomes, a começar pelo governador Flávio Dino, está em campanha – informal mas intensa – movimentando-se para ocupar espaço no que será uma das mais renhidas e decisivas corridas sucessórias da História recente do Maranhão.

PONTO & CONTRAPONTO

Lula amplia liderança para 2018, e Bolsonaro chega a 2º, diz Datafolha em pesquisa sobre a corrida à Presidência

Luiz Inacio Lula da Silva, Brazil's president, attends a meeting regarding changes in the Brazilian tax system at the Planalto Palace in Brasilia, Brazil, on Thursday, Feb. 27, 2008. Brazil posted a budget surplus of 5.53 billion reais ($3.3 billion) in January, and Finance Minister Guido Mantega said that the country's tax code will boost economic growth to 5.5 percent. Photographer: Adriano Machado/Bloomberg News
Lula isolado na liderança da corrida ao Palácio do Planalto

A Coluna reproduz integralmente o texto publicado na edição deste domingo do Jornal Folha de S. Paulo, produzido pelo jornalista Igor Gielow, sobre a pesquisa Datafolha sobre a corrida presidencial. As informações sobre o desempenho dos pré-candidatos ao Palácio do Planalto têm tudo a ver com a corrida para o Palácio dos Leões, especialmente no que diz respeito às candidaturas do governador Flávio Dino, aliado do ex-presidente Lula da Silva (PT), e Roseana Sarney, que aguarda a definição de um candidato da provável composição liderada pelo PMDB à qual atrelará sua candidatura, se vier de fato a entrar na disputa. O que relata a Folha:

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) cresceu e aparece no segundo lugar da corrida para a Presidência2018, empatado tecnicamente com a ex-senadora Marina Silva (Rede). É o que aponta a primeira pesquisa Datafolha após a divulgação de detalhes da delação da Odebrecht, que atingiu em cheio presidenciáveis tucanos – que veem o prefeito paulistano, João Doria (PSDB), surgir com índices mais competitivos.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por sua vez, mantém-se na liderança apesar das menções no noticiário recente da Lava Jato.

O Datafolha fez 2.781 entrevistas, em 172 municípios, na quarta (26) e na quinta (27), antes da greve geral de sexta (28). A margem de erro é de dois pontos percentuais. O deputado Bolsonaro, que tem posições conservadoras e de extrema direita, subiu de 9% para 15% e de 8% para 14% nos dois cenários em que é possível acompanhar a evolução. Nesses e em outros dois com candidatos diversos, Bolsonaro empata com Marina.

Ele é o segundo nome mais lembrado de forma espontânea, com 7%. É menos que os 16% de Lula, mas acima dos 1% dos outros.

Com uma intenção de voto concentrada em jovens instruídos e de maior renda, Bolsonaro e favorece da imagem de “outsider” com baixa rejeição (23%) e do fato de que o Datafolha já registrava em 2014 uma tendência conservadora no eleitorado. Ele parece ocupar o vácuo deixado por lideranças tradicionais de centro-direita do PSDB, golpeadas na Lava Jato, confirmando a avaliação de que há espaço para candidaturas que se vendam como antipolíticas em 2018.

O senador Aécio Neves (MG), que terminou em segundo em 2014 e hoje é investigado sob suspeita de corrupção e caixa dois, é o exemplo mais eloquente da crise tucana. É tão rejeitado quanto Lula: não votariam nele 44%, contra 30% no levantamento de dezembro passado. Sua intenção de voto oscilou de 11% para 8%, quando era de 26% no fim de 2015.

Já o governador Geraldo Alckmin viu sua rejeição pular de 17% para 28%, e sua intenção de voto oscilou para baixo, de 8% para 6%. Até a delação da Odebrecht, em que é suspeito de receber R$ 10,7 milhões em caixa dois, ele passava relativamente ao largo da Lava Jato.

Marina, com “recall” de candidata em 2010 e 2014, registra tendência de queda nos cenários de primeiro turno. Para o segundo turno, ela segue na liderança, mas empata tecnicamente com Lula.

O ex-presidente mostra resiliência enquanto surgem relatos de sua relação com a construtora OAS e tendo a possibilidade de ficar inelegível se for condenado em duas instâncias na Lava Jato. Nos dois cenários aferíveis, suas intenções subiram para 30%, saindo de 25% e 26%.

Lula atinge assim o terço do eleitorado que era considerado, antes da debacle do governo Dilma Rousseff, o piso de saída do PT. Parte do desempenho pode estar associado à vocalização da oposição ao governo Michel Temer (PMDB), impopular.

Já na pesquisa de segundo turno, Lula derrota todos exceto Marina e um nome que não havia sido testado até agora: o do juiz Sérgio Moro, que comanda processos contra o ex-presidente na primeira instância da Lava Jato.

Sem partido, Moro supera Lula numericamente, com empate técnico: 42% a 40%. No cenário de primeiro turno em que é incluído, o juiz chega tecnicamente em segundo. Neste cenário, o apresentador Luciano Huck (sem partido, mas sondado pelo Novo), estreia com 3%.

Outro neófito na pesquisa é Doria, que tem tido o nome cada vez mais citado como pré-candidato ao Planalto. Ele ultrapassa seu padrinho Alckmin, ainda que dentro da margem de erro. E tem duas vantagens importantes: ainda não é um nome nacionalmente conhecido e tem baixa rejeição, de 16%.

Na hipótese de ser o candidato tucano com Lula, Doria pontua 9% no quarto lugar. Sem Lula, sobe para 11% mas fica na mesma posição, ultrapassado por Ciro Gomes (PDT) – que tenta se posicionar como nome da esquerda caso o petista não concorra. No segundo turno, Doria perderia para Lula, Marina e Ciro.

 

Humberto Coutinho garante ação política de apoio a São Domingos do Maranhão e Passagem Franca

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Humberto Coutinho reunido com a Comissão de São Domingos do Maranhão

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Humberto Coutinho (PDT), não descuida do trabalho político de assistência aos municípios, atividade que considera essencial na vida parlamentar e que, ao contrário do assistencialismo puro e simples, que causa muitas distorções, enxerga na ação política produtiva um caminho saudável para impulsionar o trabalho das Prefeituras. Na semana passada, por exemplo, recebeu duas comissões municipais, uma de São Domingos (23) e outra de Passagem Franca (25). As duas representações lhe apresentaram pleitos cuja viabilidade foi discutida, tendo o presidente da Assembleia Legislativa.

Liderada pelo secretário-adjunto de Relacionamento com a Sociedade Civil e ex-prefeito Kléber Andrade, conhecido no meio político como “Tratorzão”, e formada por empresários, produtores rurais e lideranças políticas, a Comissão de São Domingos do Maranhão  pediu ao presidente do Poder Legislativo apoio para a reativação da agência do Banco do Brasil, desativada desde a sua explosão por assaltantes no ano passado e para o aumento do efetivo policial na cidade. “Tanto o comércio, quanto a agricultura do município estão praticamente paralisados”, afirmou Astolfo Seabra, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais do município. Os líderes dominguenses pediram também mais segurança para o município, cuja população vive o trauma da ação de assaltantes.

Presente à reunião a pedido do presidente Humberto Coutinhoo superintendente do Banco do Brasil, Ingo Kobarg Júnior, garantiu que, até o dia 15 de maio, a agência do município passará a funcionar normalmente. Ele ressaltou que a parceria com Secretaria de Estado de Segurança Pública é fundamental para o banco voltar às atividades normais.

Já o secretário Jefferson Portela, também presente, assegurou que todas as indicações e sugestões feitas pela comissão serão analisadas junto com o comando da Polícia Militar e da Polícia Civil, para que sejam determinadas, imediatamente, intervenções policiais na área. O presidente Humberto Coutinho avaliou: “Foi uma reunião muita boa para todos. Vamos abrir o banco e será aumentada a segurança no município de São Domingos”, finalizou.

Passagem Franca

Na quarta-feira (26), o presidente Humberto Coutinho (PDT) recebeu uma comitiva liderada pelo prefeito Marlon Torres (PTB) e com a participação dos ex-prefeitos Antônio Reinaldo de Sousa e José António Gordinho e do presidente do PCdoB no município, Virgílio Cazé. A Comitiva de Passagem Franca apresentou uma pauta com vários pleitos, entre eles um trator de pneu, dois ônibus escolares e uma ambulância.

O presidente da Assembleia informou que encaminhará as reivindicações ao comando do Governo do Estado, e assegurou que fará o que estiver ao seu alcance para que os pleitos sejam atendidos pelo governador Flávio Dino.

São Luís, 30 de Abril de 2017.

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