Causa estranheza o silêncio de congressistas sobre a crise institucional forjada por Bolsonaro

 

À exceção do governador Flávio Dino (PSB), que mantém ativa sua metralhadora verbal contra as ameaças de ruptura da ordem institucional brasileira feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em seus ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), nenhuma outra personalidade política do Maranhão, com mandato ou sem mandato, levantou a voz criticando a intensa movimentação do presidente da República para tornar o 7 de Setembro um marco na sua pregação antidemocrática. E o que chama a atenção é o silêncio de senadores e deputados federais, fazendo de conta que nada de grave está acontecendo ou tentam passar à opinião pública a impressão de que não parte ativa da vida política do País. É o caso, por exemplo, dos senadores e dos pré-candidatos ao Governo do Estado.

O senador Weverton Rocha (PTD) encontra-se mergulhado na sua pré-campanha ao Governo do Estado, liderando grandes atos pré-eleitorais em Imperatriz, em Vargem Grande, e o de ontem em Presidente Dutra, tem sido parcimonioso em relação aos ataques do presidente da República às instituições que garantem a democracia no País. A senadora Eliziane Gama (Cidadania) tem mostrado sua condição de oposicionista com intensa e respeitável atuação CPI da Covid, evitando, porém, entrar de cabeça, no combate às inclinações golpistas do presidente. E na outra ponta, o senador Roberto Rocha (sem partido), também vem mantendo silêncio, embora seja um dos senadores mais alinhados ao chefe da Nação.

Entre os deputados federais, apenas Bira do Pindaré (PSB) e Rubens Jr. (PCdoB) já se posicionaram claramente contra os intensos autoritários do presidente Jair Bolsonaro, assim como o deputado federal licenciado e presidente regional do PCdoB, Márcio Jerry. Os demais membros da bancada maranhense vêm se mantendo distante da crise institucional, notadamente os que presidem no Maranhão braços de grandes partidos que lastreiam o Centrão, como o deputado Josimar de Maranhãozinho, presidente do PL e controlador do Avante e do Patriotas no Maranhão, o deputado André Fufuca, comandante da extensão maranhense do PP, o deputado Juscelino Rezende, presidente regional do DEM, o deputado Pedro Lucas Fernandes, que agora preside o PSL, depois de ter perdido o comando do PTB no estado, o deputado Cléber Verde, que controla o braço maranhense do  Republicanos, e do deputado Gastão Vieira, que lidera o PROS estadual.

O silêncio alcançou também deputados sem posto de comando partidário, como João Marcelo de Souza e Hildo Rocha, ambos integrantes da bancada do MDB, provavelmente de acordo com a ex-governadora Roseana Sarney, que preside a legenda emedebista no Maranhão, mas tem evitado choque com os atuais poderosos de Brasília. Nessa linha também se movimentam o deputado Gil Cutrim (PDT), o deputado Júnior Lourenço (PL) e seu colega do PL, Partir Gildenemyr, e do deputado Zé Carlos Araújo (PT). Na outra ponta, também se mantêm os aliados assumidos do Palácio do Planalto, como o deputado Edilázio Jr., presidente do PSD maranhense, e o deputado Aluísio Mendes, controlador do braço estadual do PSC, e ainda o deputado Josivaldo JP, que segue a orientação do Podemos, controlado no Maranhão pelo prefeito de São Luís, Eduardo Braide.

O silêncio da esmagadora maioria da bancada federal nas duas Casas, e a timidez dos que se manifestam, além de causar estranheza, produz incerteza na população. Afinal, como já observaram analistas de peso do cenário nacional, ainda que forjada pelo presidente Jair Bolsonaro, que não consegue a crise institucional em curso não se resolverá com o embate entre os três Poderes, mas pela via das articulações políticas. E nesse sentido, não há dúvida de que é o Congresso Nacional a instituição com todos os recursos e instrumentos políticos necessários para colocar o País nos trilhos. Daí o estranhamento que causa o silêncio de senadores e dos deputados federais em relação às ameaças golpistas do preside Jair Bolsonaro.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Maranhãozinho leva a melhor e número de prefeito em ato de pré-campanha

Josimar de Maranhãozinho e aliados: pré-candidatura lançada

Se número de prefeitos for critério para medir a importância e o peso político dos atos de pré-campanha realizados até aqui pelos pré-candidatos ao Palácio dos Leões, o lançamento da pré-candidatura do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), realizado Sexta-Feira à noite na sua residência em São Luís pode ser considerado o maior até agora. Segundo sua assessorial, o evento reuniu 56 chefes de governos municipais, inclusive de partidos fora do seu controle, como PDT, DEM e Republicanos. Para começar, ali estavam prefeitos como Júlio Matos, de São José de Ribamar, o quinto maior colégio eleitoral do Maranhão. E de municípios eleitoralmente importantes e estratégicos, como Rigo Teles (PL), de Barra do Corda, e Ducilene Belezinha (PL), de Chapadinha. O ato foi reforçado pela presença de dos deputados federais do seu grupo – Júnior Lourenço (PL), Marreca Filho (Patriotas) e Pastor Gildenemyr (PL) – e os deputados estaduais que seguem sua orientação: Detinha, Vinícius Louro, Leonardo Sá e Hélio Soares. Não há dúvida de que a maioria dos prefeitos presentes o seguirão, mas no meio político há quem garanta que pelo menos 20% dos presentes deram volume ao ato, mas já estariam compromissados com outras pré-candidatos.

 

Márcio Jerry nega factoide senatorial e diz que será candidato à reeleição

Márcio Jerry: candidato à renovação do mandato

É do conhecimento geral que o secretário das Cidades, Márcio Jerry, se prepara para renovar seu mandato de deputado federal pelo PCdoB. Há alguns dias, porém, estimulados pela certeza que começa a ganhar corpo de que o governador Flávio Dino vai mesmo disputar a vaga no Senado, especuladores de plantão forjaram e espalharam que o presidente do PCdoB do Maranhão estaria trabalhando para ser candidato a suplente de senador na chapa de Flávio Dino. O factoide foi motivado por outra especulação, essa mais distante ainda da realidade: Flávio Dino se elege senador e Lula da Silva (PT), e na montagem do Governo, Lula da Silva convoca Dino para o ministério, abrindo vaga para o suplente se tornar senador por bom tempo. O próprio Márcio Jerry cortou o barato dos especuladores dizendo que será mesmo candidato a renovar o mandato de deputado federal.

São Luís, 05 de Setembro de 2021.

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