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Pesquisa mostra vantagem do candidato de oposição e deve acirrar disputa em Caxias

Paulo Marinho Jr. à frente de Gentil Neto,
segundo os números da pesquisa DataM

Números de uma pesquisa DataM fizeram o chão político de Caxias tremer nos últimos dias. Eles trouxeram à tona a informação segundo a qual, se a eleição para prefeito fosse agora, o candidato de oposição, Paulo Marinho Jr. (PL), iria para as urnas com nada menos que 39% das intenções de voto, seguido do candidato situacionista, Gentil Neto (PSB) com 28,8%. Na sequência aparecem Lycia Waquim (PSDB), com 4,4% e Edmilson Sanches (?) com 1,1%. O levantamento encontrou 13,1% de eleitores dispostos a não votar em nenhum deles ou votar nulo ou branco, e 13,5% que não souberam ou não quiseram responder. A pesquisa ouviu 451 eleitores entre os dias 4 e 7 de julho, tem margem de erro de 4,6%, para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-07040/2024.

Foi uma pancada na campanha do candidato da aliança que juntou os grupos Gentil, liderado pelo prefeito Fábio Gentil (Republicanos), e Coutinho, comandado pela ex-deputada Cleide Coutinho. Até então, todas as pesquisas e avaliações informais sobre o cenário da disputa na Princesa do Sertão davam conta da liderança do engenheiro Gentil Neto. Os números do DataM invertem radicalmente o cenário, indicando que uma forte virada catapultou Paulo Marinho Jr. para a liderança do páreo eleitoral.

Para observadores atentos e experientes, não foi de todo uma surpresa. Em meados do mês passado, um movimento ousado rachou o grupo Coutinho ao meio com a indicação da ex-vereadora Thais Coutinho (PDT), filha de Fernando Coutinho, prefeito de Matões, e com o apoio da deputada Cláudia Coutinho (PDT), para vice de Paulo Marinho Jr.. Sob o impacto do racha, o comando do Grupo Coutinho reagiu indicando a ex-deputada Cleide Coutinho para vice de Gentil Neto. Aliados receberam a jogada com euforia, mas logo ficou claro que, por conta de vários fatores, entre eles a idade, o quadro seria mudado. E não deu outra: a ex-deputada Cleide Coutinho desistiu e indicou o cunhado Eugênio Coutinho para substituí-la como vice na chapa de Gentil Neto.

Nesse contexto, a escolha dos vices ajustou as chapas dos dois principais candidatos, as colocou em pé de igualdade formal e funcionou como sinal verde para a corrida ao voto. Paulo Marinho Jr. lidera uma frente que leva uma banda do Grupo Coutinho e conta com o apoio do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e do senador Weverton Rocha (PDT). Por seu turno, Gentil Neto comanda uma aliança da qual participam uma banda do Grupo Coutinho, os deputados federais Amanda Gentil (PP) e Rubens Jr. (PT) e conta com o apoio do governador Carlos Brandão (PSB), o grande avalista e articulador dessa aliança.

 Quem conhece a política de Caxias sabe que qualquer previsão agora sobre o desfecho dessa eleição será precipitação pura. E o exemplo está em 2016, quando o atual prefeito Fábio Gentil, então vereador, contrariou as previsões e a própria lógica e venceu a eleição contra o prefeito Léo Coutinho, atropelando o projeto de poder do deputado estadual Humberto Coutinho, então no auge da sua força política. Essa pesquisa veio para balizar a corrida à Prefeitura de Caxias que, no duro, começa agora, à medida que não há mais o que definir em matéria de candidatura, nem com respeito a alianças partidárias. Vale ressaltar que a pesquisa encontrou 27% de indecisos, que podem definir o pleito, dependendo de como forem tratados.

Em campo estão dois grupos fortes e que sabem tudo sobre preferências e humores do eleitorado de Caxias. Ambos conhecem os pontos fortes e as vulnerabilidades do adversário. E nesse campo de batalha está em jogo, por exemplo, o futuro do prefeito Fábio Gentil, uma liderança regional consolidada e que tem voos mais altos planejados, mas que poderá sofrer um duro revés se a tendência revelada pela pesquisa DataM vier a se confirmar.

PONTO & CONTRAPONTO

Discurso de Ricardo Arruda provocou debate sério sobre Saúde no Maranhão

Ricardo Arruda: discurso oportuno

Um discurso do deputado Ricardo Arruda (MDB) sobre a situação da Saúde no Maranhão deu causa a um dos mais interessantes debates sobre o tema no plenário da Assembleia Legislativa nos últimos tempos.

Começou com o parlamentar emedebista fazendo uma avaliação do funcionamento do Sistema Estadual de Saúde, destacando os avanços recentes e chamando a atenção para o fato de que o que há de deficiência é consequência da falta de recursos. Ele observou que se trata de um problema de todos os estados, mas assinalou que no Maranhão, nos Governos Flávio Dino e Carlos Brandão a Saúde vem recebendo um tratamento diferenciado.

O problema do financiamento do Sistema estadual de Saúde envolveu no debate os deputados Carlos Lula (PSB), que foi secretário de Saúde nos Governos Dino, Rodrigo Lago, que acompanhou de perto o problema dos recursos para a Saúde no Governo Dino, e que confirmou que o financiamento é, de fato, o maior gargalo da área, que ampliou muito seus serviços no estado.

“O Maranhão é um dos estados que recebe menos recursos do Governo Federal para atender às necessidades de saúde. Nós continuamos com o problema do subfinanciamento do serviço de saúde para o estado e municípios maranhenses. Isso tem gerado a necessidade de um aporte muito grande por parte do Governo. Em 2023, a União repassou R$ 490 milhões para atender a saúde do Estado, sendo que o Governo do Estado teve que arcar com uma despesa de R$ 3,12 bilhões”, destacou Ricardo Arruda.

O parlamentar emedebista enfatizou que, apesar do subfinanciamento, o Governo Brandão tem conseguido manter o Sistema funcionando bem, ao contrário do que dizem vozes de oposição: “O Governo superou a expectativa que havia com relação à redução de filas, cirurgias eletivas, exames complementares, atendimentos especializados etc. Além disso, o Maranhão tem investido na atenção primária, para evitar que as pessoas adoeçam”, destacou.

Se os deputados fizessem pelo menos uma vez por semana um debate do nível do de quarta-feira sobre saúde, as mazelas do Maranhão seriam colocadas em pratos limpos.

Neto Evangelista não vai acompanhar seu partido no apoio a Duarte Jr.

Neto Evangelista e a esposa Thayane Evangelista,
candidata à Câmara de São Luís

O líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Neto Evangelista (União Brasil), não acompanhará a orientação do seu partido e não se engajará na campanha do deputado federal Duarte Jr. (PSB) à Prefeitura de São Luís. Essa posição foi revelada por ele próprio, ontem, ao bem informado blog do jornalista John Cutrim, dois dias após o comando nacional do UB anunciar o apoio candidato socialista.

O líder governista, que manteve o seu projeto de candidatura até a definição do seu partido em favor de Duarte Jr., informou ainda que não fará campanha para prefeito e que sua participação na corrida eleitoral na Capital será dedicada à candidatura da sua mulher, a médica Thayane Evangelista, à Câmara Municipal de São Luís.

Com a decisão, a campanha de Duarte Jr. deixa de contar com um apoio importante, à medida que o deputado Neto Evangelista tem base eleitoral em São Luís e conhece como poucos os caminhos do voto no município. Os dois políticos, porém, guardam diferenças pessoais e políticas que dificilmente serão superadas.

São Luís, 12 de Julho de 2024.

Duarte Jr. ganha o apoio do União Brasil e consolida a base partidária da candidatura

Duarte Jr. com o aval de ACM Neto (segundo à esquerda), Antônio Rueda (segundo à direita) e Pedro Lucas Fernandes

O deputado federal Duarte Jr., candidato do PSB à Prefeitura de São Luís, ganhou ontem, em Brasília, um reforço político de peso. Ele recebeu o apoio da cúpula nacional do União Brasil (UB), reforçando a posição do presidente do braço maranhense do partido, deputado federal Pedro Lucas Fernandes. O aval partidário foi declarado pelo presidente nacional do partido, Antônio Rueda, e ratificado pela maior estrela do UB, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto. O apoio do UB à candidatura do socialista já estava acertado no Maranhão, mas a confirmação pela direção nacional consolida de vez a presença desse partido na aliança partidária que dará suporte à participação dele na disputa. O UB está entre os 11 partidos que formam a aliança governista e a frente de apoio ao projeto do PSB de chegar à prefeitura da Capital.

Ao receber o apoio do UB, Duarte Jr. declarou: “Estou muito feliz pelo apoio do União Brasil à nossa pré-candidatura à Prefeitura de São Luís. A cada novo dia, mais pessoas aderem à nossa proposta para nossa cidade e assim nossa pré-candidatura ganha mais força”.

A rigor, o União Brasil já havia decidido apoiar a candidatura de Duarte Jr., tendo o seu presidente estadual, deputado federal Pedro Lucas Fernandes, participado de todas as reuniões da aliança para definir rumos. Havia apenas um óbice a impedir a formalização do apoio: o projeto de candidatura do deputado Neto Evangelista, cuja desistência foi anunciada agora, mas que foi mandado para o arquivo morto quando ele aceitou assumir a liderança do Governo na Assembleia Legislativa. Houve até especulação sobre a possibilidade de Neto Evangelista vir a ser coordenador da campanha do socialista, o que foi negado enfaticamente. O apoio da cúpula nacional do UB ao projeto de candidatura de Duarte Jr. encerra a discussão dentro do UB.

Ao contrário do prefeito Eduardo Braide (PSD), cuja candidatura à reeleição não conta com uma base partidária ampla, Duarte Jr. entra na guerra pelo voto com um suporte partidário invejável. Além da força política que esses partidos representam, eles garantem ao candidato amplo espaço no rádio e na TV durante a campanha propriamente dita, proporcionando ao candidato viabilizar um projeto inteligente de campanha. E como o pré-candidato do PSB aposta alto na sua imagem pessoal e no seu discurso, espaço no rádio e na TV podem favorece-lo e fazerem a diferença nos embates que serão travados durante a campanha.

O apoio do UB se soma a outra boa notícia que o candidato do PSB recebeu nos últimos dias: o anúncio de que sua campanha será coordenada pelo presidente estadual do MDB, Marcus Brandão. Essa decisão preencheu o vazio deixado na pré-campanha com a desistência do vice-governador Felipe Camarão (PT) de coordenar a campanha, e, de quebra, eliminou qualquer dúvida quanto ao engajamento do governador Carlos Brandão nesse projeto de chegar à Prefeitura de São Luís.  

Com a definição do leque partidário e da coordenação da pré-campanha e campanha para valer, Duarte Jr. amarra sem sobressaltos todos os pontos do seu projeto de chegar ao Palácio de la Ravardière em outubro. Isso porque o Duarte Jr. de agora é mais movido pelo bom senso e pela experiência acumulada, bem diferente do candidato impetuoso, às vezes além da conta, da campanha passada. Ele agora senta, ouve, pondera e passa a impressão de que passou efetivamente por um processo de amadurecimento. Além disso, se transformou em um “especialista” em São Luís, tendo na ponta da língua respostas para os mais diversos, complexos e desafiadores problemas da cidade que hoje abriga 1,2 milhão de pessoas.

Com o suporte político partidário com que contará na briga pelo voto, Duarte Jr. passa a depender muito dele próprio para a tarefa hercúlea de seduzir a maioria do eleitorado de São Luís.

PONTO & CONTRAPONTO  

Clima forte de disputa permanece em Vitorino Freire

Juscelino Filho e Stênio Rezende

Continua de guerra o clima político em Vitorino Freire, onde a família Rezende está mergulhada numa guerra pelo poder. De um lado está o ministro das Comunicações Juscelino Filho (UB) e a irmã, a prefeita Luanna Rezende (UB), e do outro o ex-deputado estadual Stênio Rezende (PSB), apoiado pela mulher, a deputada Andreia Rezende (PSB) se batendo pelo comando da Prefeitura.

Para lembrar: o rompimento se deu porque o ministro Juscelino Rezende se recusou a apoiar a candidatura do tio à sucessão da sobrinha, preferindo apoiar um aliado, Ademar Magalhães (UB), mais conhecido como Fogoió, assessor experiente e de confiança do ministro e da prefeita. Indignado, Stênio Rezende lançou a sua candidatura, apoiado por uma parte da família liderada pela deputada Andreia Rezende.

Houve várias tentativas de conciliação, mas os dois lados não abriram mão das suas posições, dando origem a uma crise cujo desfecho é imprevisível.  

Câmara de São Luís aprova mais seis projetos de lei

s vereadores de São Luís continuam dando vazão máxima ao seu viés legislativo. Na sessão de terça-feira (09), o plenário da Câmara Municipal aprovou seis projetos de lei, versando sobre diferentes temas.

Por meio do PL nº 089/22, o vereador Ribeiro Neto (PSB) criou o Programa de Orientação, Apoio e Atendimento aos Familiares dos Portadores da Doença de Alzheimer, cujo objetivo é garantir atendimento clínico, psiquiátrico e neurológico especializado e periódico aos familiares e cuidadores de pacientes de Alzheimer em São Luís.

Também de autoria do vereador Ribeiro Neto, o PL nº 103/22 cria o Programa Contínuo de Diagnóstico e Tratamento da Depressão Pós-parto na rede pública de saúde de São Luís.

Outra iniciativa do vereador Ribeiro Neto, o PL nº 056/23 dispõe sobre a destinação de um espaço reservado em favor das pessoas com transtorno do espectro autista – TEA, em estádios e ginásios, localizados no município de São Luís.

O PL nº 020/24, de autoria do vereador Pavão Filho (PDT), institui o Programa “Fala Saúde São Luís”, com o objetivo de oferecer orientação, atendimento pré-clínico e informações sobre saúde por telefone, vídeo-chamada ou chat.

A vereadora Fátima Araújo (PCdoB) teve aprovado o PL nº 034/24 que institui a Semana Municipal de Conscientização sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), dislexia e outros transtornos que interferem na aprendizagem.

De autoria do vereador Antônio Garcez (PP), o PL nº 074/24, que insere na rede pública municipal de saúde de São Luís a prática terapêutica do Reiki como tratamento complementar integrativo.

O PL nº 125/24, de autoria do Coletivo Nós (PT) considera de utilidade pública o instituto Ylúguerê de Educação, Política e Cultura Afro-brasileira, que atua na seara cultural e educativa combatendo o racismo.

São Luís, 11 de Julho de 2024.

Dos quatro municípios da Ilha, três tendem a reeleger seus prefeitos

Eduardo Braide, Júlio Matos e Eudes Barros
tendem a renovar seus mandatos

Três dos quatro prefeitos da Ilha de Upaon Açu são candidatos à reeleição e, até onde é possível observar, têm chances concretas de se dar bem nas urnas. Eduardo Braide (PSD) lidera a corrida em São Luís, Júlio Matos (Podemos) tem larga vantagem no seu movimento para renovar o mandato, e Eudes Barros (PL) enfrenta dura oposição, mas a tendência é no sentido de que ele consiga reeleger-se em Raposa. O ponto destoante é Paço do Lumiar, onde a prefeita reeleita Paula da Pindoba (PCdoB) está afastada do cargo por suspeita de corrupção, deixando seu candidato, Jorge Maru (Federação Rede/Solidariedade), completamente descoberto, abrindo caminho para uma provável vitória do candidato do PSB, Fred Campos, que lidera a disputa com vantagem.

Dos três prefeitos da Ilha que tentarão a reeleição, o de São José de Ribamar (245 mil habitantes), Júlio Matos, é o que tem, até aqui, a situação mais confortável. Político experiente e com forte capilaridade na Cidade do Padroeiro, resultado da sua atuação como prefeito e como médico, tendo no currículo um mandato de prefeito ainda nos anos 80 do século passado, Júlio Matos vem dando as cartas no quinto maior município do Maranhão. De acordo com as pesquisas, dificilmente aparecerá um candidato com cacife para desbanca-lo. Os que foram lançados até agora, como o vereador-presidente Dudu Diniz (PSB), por exemplo, não têm condições de superá-lo. O único nome citado capaz de enfrentá-lo das urnas seria o ex-prefeito Luiz Fernando Silva (?), atual secretário de Estado de Governo, mas ele não tem interesse de tentar mais uma vez.

No segundo patamar encontra-se o prefeito de São Luís (1,2 milhão de habitantes), Eduardo Braide, apontado como favorito em todas as pesquisas feitas até aqui. O atual gestor ludovicense é bem avaliado e tem sabido se conduzir no comando da Capital, apesar do pouco suporte partidário que dispõe. Eduardo Braide tem mais de 20 dos 31 vereadores como adversários e enfrenta dura oposição na Câmara Municipal, que nesse momento toca uma CPI que tem o prefeito como alvo direto. Experiente e legalista também joga pesado contra adversários, formando um ambiente de confronto político que deve dominar a campanha.

Em Raposa (31 mil habitantes), o menor município da Ilha de Upaon Açu, o prefeito Eudes Barros (PL), apoiado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho, faz uma gestão aceitável, mas enfrenta oposição cerrada do grupo liderado pelo ex-prefeito José Laci, que é candidato mais uma vez ao comando municipal. Em que pese o tiroteio contra sua gestão, o prefeito Eudes Barros é apontado por observadores como favorito com o diferencial de que o seu adversário tem força para crescer e tornar imprevisível o resultado da disputa.

Chama a atenção o fato de que os três prefeitos que buscam a reeleição da Ilha de Upaon Açu são adversários do Governo do Estado, atuando, portando, na contramão do governador Carlos Brandão (PSB). O Palácio dos Leões já se posicionou com clareza em São Luís, mas ainda não colocou as cartas na mesa em relação a São José de Ribamar e em Raposa.  

O ponto fora da curva na Ilha de Upaon Açu é Paço do Lumiar (126 mil habitantes), que está mergulhado numa crise política e administrativa, com o afastamento da prefeita Paula da Pindoba e a posse do vice-prefeito Inaldo Pereira (PSDB). Com a saída de cena da prefeita, o seu candidato, vereador Jorge Maru, que despencou em popularidade, produzindo um ambiente inteiramente favorável ao empresário e ex-vereador Fred Campos, que caiu nas graças da população de Paço do Lumiar e vem liderando com ampla folga as pesquisas de intenção de votos.

Com exceção de São Luís, onde o candidato socialista Duarte Jr. ganhou o apoio da base governista, as tendências desse cenário tendem a se consolidar, à medida que não há fatores de imprevisibilidade nas quatro unidades da Ilha.

PONTO & CONTRAPONTO

Maioria dos políticos avalia que Paula da Pindoba não volta ao comando de Paço

Paula da Pindoba diz ser vitima de armação política

Uma dúvida levantada semanas atrás por esta Coluna ganha corpo no meio político: a seis meses do final do mandato e afastada por 90 dias por suspeita de improbidade, a prefeita afastada de Paço do Lumiar, Paula da Pindoba (PCdoB), reassumirá o cargo?

Uma folgada maioria de políticos ouvidos pela Coluna acredita que não, enquanto a minoria aposta no seu retorno ao comando do município luminense.

Paula Azevedo foi vice do ex-prefeito Domingos Dutra, que se afastou por motivo de saúde, abrindo caminho para ascensão dela ao cargo. Em 2020, ele com correu e se reelegeu, mas como acontece na maioria desses casos, tentou voo mais alto e acabou em confronto com os seus aliados.

Nesse ambiente, ela tentou construir a candidatura do vereador Jorge Maru (Cidadania/Rede), mas o seu afastamento do cargo desmanchou impiedosamente o seu projeto de poder.

É quase consenso de que Paula da Pindoba deve ser mantida distante da Prefeitura até o fim do processo eleitoral, em outubro.

Adiamento da ida de empresário na CPI dá fôlego ao prefeito de São Luís

Com o agendamento da ida do empresário Antônio Calisto Neto, dono da Construmaster, à CPI dos Contratos Emergenciais da Prefeitura de São Luís, instalada na Câmara Municipal, o prefeito Eduardo Braide ganhou fôlego contestar o que o depoente dirá aos vereadores. A ida do denunciante à CPI está agendada para sexta-feira (12).

Vale relembrar que Antônio Calisto Neto, nome que consta em mais de duas dezenas de processos, foi convidado por requerimento do presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Victor (PSB).

O empresário tem feito duras acusações do prefeito de São Luís nas ruas redes sociais. O prefeito Eduardo Braide não rebateu as acusações e tem dito e repetido que a CPI é uma armação para prejudicar o seu projeto de reeleição.

São Luís, 10 de Julho de 2024.

Com a coordenação de Marcus Brandão, campanha de Duarte Jr. pode deslanchar

Marcus Brandão declarou apoio a
Duarte Jr. no lançamento da pré-candidatura

O presidente regional do MDB, empresário Marcus Brandão, é o novo coordenador da campanha do candidato do PSB, deputado federal Duarte Jr., à Prefeitura de São Luís. O martelo foi batido no final da semana e a escolha foi confirmada por ele próprio na manhã de ontem. Com a definição, a pré-campanha do candidato socialista sai de um período de crise e incertezas e entra nos eixos, baixando a tensão e eliminando as dúvidas que vinham provocando tremores na aliança partidária governista em relação à disputa para o comando político e administrativo da Capital, com ecos para 2026. Para muitos, Marcus Brandão, irmão e braço forte do governador Carlos Brandão (PSB) na seara política e partidária, é o nome acertado para a tarefa.

Numa situação de absoluta normalidade na seara da aliança governista, Marcus Brandão dificilmente seria incluído numa lista de prováveis para o posto. Para começar, ele preside o MDB no estado, mas o MDB de São Luís, presidido pelo deputado federal Cléber Verde, declarou e vai apoiar formalmente a candidatura do prefeito Eduardo Braide (PSD) à reeleição, uma situação incomum e sem igual. Logo, Marcus Brandão vai coordenar a campanha de Duarte Jr. informalmente, uma vez que não poderá falar oficialmente em nome do seu partido. Ou seja, vai trabalhar da maneira mais discreta possível. Até porque ele sabe, como poucos, puxar os cordéis dessa sinuosa e escorregadia seara da política.

Marcus Brandão é conhecido nos bastidores da política como um “profissional” em matéria de coordenação de campanhas eleitorais, à medida em que participou, como coordenador, de todas as bem-sucedidas campanhas do irmão Carlos Brandão – duas para deputado federal, duas para vice-governador e uma para governador, essa com eleição em turno único. Em seguida, comandou a delicada e nada fácil operação por meio da qual assumiu o controle do MDB estadual e substituiu ninguém menos que a deputa federal Roseana Sarney na presidência do partido. Tudo isso agindo discretamente, movimentando-se basicamente nos bastidores, onde conheceu cada ´mandachuva` da política estadual e municipal, incluindo os de São Luís.

No meio político, o empresário Marcus Brandão é apontado como um articulador acostumado com bons resultados. Ele deve, portanto, colocar a pré-campanha e mais na frente a campanha propriamente dita numa rota que possa levar o candidato a um patamar que lhe dê a chance de virar o jogo, já que, pelo que se sabe até agora, o prefeito Eduardo Brande lidera com folga as intenções de voto, segundo as pesquisas feitas até aqui. Ontem, ele previu a possibilidade de eleição do candidato socialista, por considerar que o prefeito Eduardo Braide está enfrentando dificuldades políticas que podem fragilizar a sua condição eleitoral. E pareceu acreditar que Duarte Jr. pode virar o jogo e vencer a eleição.

No caso de Duarte Jr., uma coordenação de campanha confiável e eficiente é fundamental para que ele, candidato, ganhe autonomia de voo e se entregue inteiramente à briga pelo voto. E isso significa dizer lutar sem descanso para seduzir o eleitor, mas também manter harmonia e unidade da sua base de apoio político, sem a qual as coisas ficam muito, mas muito mesmo, difíceis. Duarte Jr. já tem experiência de sobra nesse jogo e sabe o que deve ser feito por ele próprio como candidato de uma aliança heterogênea.

O fato é que, avalizado pelo governador Carlos Brandão e, certamente, apoiado pelos líderes da aliança partidária que sustenta o projeto de candidatura, e somando esse suporte à sua experiência em campanhas, Marcus Brandão se torna, a partir de agora, um fator decisivo para a corrida de Duarte Jr. à Prefeitura de São Luís. Sem esquecer, é claro, de que o obstáculo a ser vencido não é um adversário qualquer.

PONTO & CONTRAPONTO

Tudo na linha: Brandão viaja e deixa Camarão no comando do Governo

Felipe Camarão e Carlos Brandão: afinidade institucional

A viagem do governador Carlos Brandão (PSB) ao Panamá, entre os dias 9 e 12, uma semana depois dos tremores que resultaram na saída do vice-governador Felipe Camarão (PT) da coordenação da campanha do deputado federal Duarte Jr. (PSB), mostra que, se o episódio deixou alguma rusga, essa está cuidadosamente camuflada.

Começa com o fato de que a substituição temporária do governador pelo vice, como manda a ordem constitucional, se dará dentro da normalidade e com todos os seus ingredientes, sendo o mais importante dele a exoneração temporária de Felipe Camarão do comando da Secretaria de Estado de Educação, que também será assumido interinamente pelo número dois da pasta, Anderson Lindoso.

Ou seja, pelo menos até ontem à noite, não havia qualquer rumor de mudança nesse rito. Menos ainda na relação do governador com seu vice, que pelo visto permanece de pé, em que pesem eventuais diferenças. Isso porque o tremor da semana passada aconteceu e foi resolvido com concessões de parte a parte, o que não deve mais acontecer, segundo fontes dos dois lados.

Outro aspecto é que o governador Carlos Brandão viaja com a absoluta segurança de que o governador interino não meterá os pés pelas mãos. Ao contrário, agora como sempre agiu desde que assumiu, reforçando a confiança mútua necessária para manter a estabilidade.

Viagem: Governador tenta intercâmbio entre o Canal do Panamá e o Porto do Itaqui

Carlos Brandão vai conhecer o Canal do Panamá
a prosperidade que ele levou para aquele país

O governador Carlos Brandão viaja ao Panamá acompanhado do presidente da Emap, Gilberto Lins, numa missão que, além de conhecer o complexo portuário daquele país, pode resultar no estreitamento de laços entre o Panamá e o Maranhão por meio de protocolos a serem firmados entre os dois governos.

Esses documentos poderão, por exemplo estabelecer critérios por meio dos quais o Porto do Itaqui tenha interesses na região caribenha, para fazer o despacho de cargas, com origem ou destino ao estado, via Canal do Panamá. É de interesse do Governo do Maranhão e da Emap discutir eventuais possibilidades de cooperação bilateral entre as autoridades portuárias dois governos.

Se forem de fato efetivadas, como está previsto e agendado, essas tratativas representam redução de custos pela proximidade com o Caribe, o que potencializa um escoamento eficiente de mercadorias do Maranhão, que possui o maior porto público do Arco Norte.

Tendo como base o célebre o revolucionário Canal do Panamá, que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, uma das maiores proezas da engenharia no século passado, o Panamá é hoje a segunda maior economia da América Central.

São Luís, 09 de Julho de 2024.

Elites da direita à esquerda esnobam a importância política de São Luís

Roseana Sarney, Weverton Rocha, Eliziane Gama,
Sarney Filho, Márcio Jerry e Othelino entre outros
esnobam a Prefeitura de São Luís

Não passou de um sopro perdido do ex-senador Roberto Rocha (sem partido), mas sua iniciativa de sugerir a entrada da deputada federal Roseana Sarney (MDB) na corrida à Prefeitura de São Luís faz todo sentido no que diz respeito ao cenário político da Capital. Sem desmerecer os atuais candidatos ao Palácio de la Ravardièrie, a começar pelo prefeito Eduardo Braide (PSD), que conseguiu estatura política e busca a reeleição, falta nessa corrida representatividade e densidade política e partidária à altura de uma cidade com mais de um milhão de habitantes, que enfrenta problemas gravíssimos e desafiadores, que é Patrimônio Cultural da Humanidade e que não consegue avançar efetivamente em áreas básicas como saúde, educação e emprego e renda. É como se São Luís tivesse zerado o seu prestígio e fosse vista pelas elites políticas – tanto à direita quanto à esquerda – do Maranhão como um objetivo secundário.

Esta Coluna tem perguntado por que políticos da expressão do senador Weverton Rocha (PDT) da senadora Eliziane Gama (PSD), dos deputados federais Márcio Jerry (PCdoB) e Pedro Lucas Fernandes (UB), e dos deputados estaduais Othelino Neto (Solidariedade) e Neto Evangelista (UB), e também personalidades como os ex-deputados federais Sarney Filho (PV) e Haroldo Sabóia (PSOL) e o próprio ex-senador Roberto Rocha, que já foi vice-prefeito, não se interessam por disputar o comando da maior e mais importante cidade do Maranhão. Nesse cenário, a sugestão para que a ex-governadora por quatro vezes do Maranhão entre nessa disputa é um alento no sentido de que a campanha possa discutir São Luís no nível que a cidade, seus problemas e seus encantos, precisa ser discutida.

Existem hoje, claramente, duas São Luís. Uma é a cidade é do cotidiano, com seu déficit habitacional, seu baixo nível de saneamento básico, das ocupações imensas – caso da Cidade Olímpica, a maior invasão do País – e com seus problemas na área de transporte de massa, com seus limites viários, onde faltam calçadas e ciclovias e outros equipamentos urbanos já comuns no mundo inteiro, e onde praias são, via de regra, proibidas para banho, além de um bom serviço de saúde e uma rede escolar digna em todos os aspectos. A outra São Luís é a joia histórica, titularizada como patrimônio da Humanidade pela Unesco, um tesouro sem medida de importância, mas que está se deteriorando a olhos vistos, apesar dos indiscutíveis esforços de preservação das últimas décadas; é a reserva cultural de base única com os seus folguedos populares, o seu teatro, a sua música e a sua literatura.

Este espaço registrou que na campanha de 2020 nenhum candidato ao Palácio de la Ravardière – nem nas campanhas individuais nem nos debates – se manifestou sobre os problemas do Centro Histórico, sobre os museus da cidade, sobre os centros de cultura; enfim, nas suas falas, nenhum deles lembrou que São Luís é Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade. Também nenhum deles apresentou um projeto econômico para a cidade.

Os nomes sugeridos são mais capazes do que os atuais candidatos? Negativo. Mas a importância dessa diversidade política tem o mérito de poder transformar a campanha num fórum efetivo de um amplo debate sobre a cidade, para que ela se torne muito mais do que um entreposto turístico entre o mundo e os Lençóis Maranhenses. Com a sua experiência e o know-how acumulados nos seus anos de poder, a deputada federal Roseana Sarney poderia contribuir fortemente com esse debate. O senador Weverton Rocha mostrar que estás preparado para comandar a Capital e, depois, o estado, o que não conseguiu mostrar na campanha de 2022.

Nas rodas políticas, diz-se que, por mais que seja rodeado de encantos e guarde uma boa dose de poder e de desafios, o Palácio de la Ravardière não tem o fascínio e o poder de sedução e de fogo do Palácio dos Leões. Epitácio Cafeteira e Jackson Lago perceberam a importância de São Luís e chegaram onde chegaram.

PONTO & CONTRAPONTO

CPI dos contratos suspeitos terá semana decisiva

Eduardo Braide tem
dito que nada deve

Essa será uma semana decisiva para a CPI da Câmara Municipal que investiga denúncia de irregularidades em contratos para obras emergenciais na Prefeitura de São Luís

O principal depoente será o empresário Antônio Calisto Neto, dono da empresa Construmaster, Construção e Locação. Seu nome chegou à CPI por meio de requerimento do presidente do parlamento municipal, vereador Paulo Victor (PSB), que afirma ter ouvido de Calisto Neto denúncias sobre esses contratos e com a afirmação der que teria provas para confirmar o dito.

Depois de um vai-não-vai, ele decidiu comparecer, mas na condição de convidado, uma vez que se fosse convocado, poderia sair do Palácio Pedro Neiva de Santana como herói, ou seja, um cidadão que cumpriu o seu dever e denunciou corrupção no servido público, ou como vilão, podendo inclusive deixar a Comissão na condição de preso.

Uma das poucas fontes com trânsito no Palácio de la Ravardière garante que o prefeito Eduardo Braide (PSD) está seguro de que nada existe para afetá-lo. A mesma fonte informa que o empresário Antônio Calisto Neto aparece em 35 processos judiciais, 28 dos quais no Maranhão, o que lhe dá a marca da controvérsia.

Bancada maranhense no Senado sofrerá mudança nesta terça-feira

Eliziane Gama entre Pedro Fernandes (e) e
Bene Camacho na diplomação em 2014

Um novo integrante terá assento, a partir de terça-feira (09) e durante 90 dias, na bancada maranhense no Senado: Bene Camacho, cardiologista de Imperatriz, secretário de Saúde na gestão Ildon Marques, ex-deputado federal (PTB) e segundo suplente na chapa liderada pela senadora Eliziane Gama.

Sua posse se dará porque o primeiro suplente, Pedro Fernandes, é prefeito de Arame, está muito bem avaliado, lidera com folga as pesquisas e caminha sem susto para a reeleição. Para assumir a vaga de senador por quatro meses, Pedro Fernandes teria de renunciar ao cargo de prefeito, o que não faria sentido algum.

A senadora Eliziane Gama se licencia para tratar de assuntos pessoais, mas na verdade a parlamentar vai mergulhar na campanha eleitoral para dar a suporte a aliados na corrida a prefeituras. Eliziane tem uma decisão política difícil para tomar no ano que vem, e o resultado das eleições municipais poderá ajudá-la a decidir se tenta renovar o mandato de senadora ou tenta uma cadeira na Câmara Federal.

Bene Camacho, por sua vez, vai, claro, aproveitar o poder de fogo de um senador da República com a vantagem de quem já foi deputado federal e conhece o caminho das pedras que liga o Congresso Nacional à Esplanada dos Ministérios. Seu foco é disputar de novo vaga na Câmara Federal.   

São Luís, 07 de Julho de 2024.   

Sem Camarão no comando, campanha de Duarte Jr. precisa urgentemente de um comando

Sem Felipe Camarão, Duarte Jr. pode ter
Rubens Jr. ou Neto Evangelista como
coordenador da campanha

A saída do vice-governador Felipe Camarão (PT) da coordenação da campanha do deputado federal Duarte Jr. (PSB) na corrida à Prefeitura de São Luís foi considerado um duro revés para o pré-candidato socialista. Primeiro porque a campanha perdeu um quadro de peso, com disposição e credibilidade, e depois porque a saída abriu um vazio que, até que seja preenchido, deixa a movimentação do parlamentar sem um comando firme, que o deixe à vontade para fazer o que mais sabe, que atuar para seduzir o eleitor. A mudança de rumo causou um frisson na aliança governista, mas a julgar que foi dito à Coluna ontem por fontes de peso, a rusga causada pela substituição temporária do vice-governador na Secretaria de Estado da Educação por Jandira Dias, secretária extraordinária de Gestão de Recursos Federais, e não, não foi suficiente para confronto e rompimento. Se atingiu diretamente o pré-candidato Duarte Jr., o tremor também tirou do vice-governador – que fora escolhido por unanimidade na reunião de líderes na semana passada – a possibilidade de mergulhar no complexo e independente eleitorado de São Luís, uma experiência que seria muito útil em 2026.

Na condição de quem nada teve a ver com o revés, do qual foi o mais atingido, o pré-candidato Duarte Jr. tem agora autoridade para cobrar das lideranças da aliança governista uma solução rápida e acertada para preencher o vazio aberto com a saída do vice-governador Felipe Camarão da coordenação da sua campanha. E ontem mesmo começaram a circular informações dando conta de que dois nomes estariam cotados para assumir a coordenação da campanha, o deputado estadual Neto Evangelista (União Brasil) e o deputado federal Rubens Jr. (PT). Nenhum dos dois se manifestou aceitando.

Para começar, o deputado Neto Evangelista tem uma relação rasurada com Duarte Jr. por conta de declarações feitas na campanha de 2020. Ele inicialmente seria candidato a prefeito, mas aceitou uma proposta do governador Carlos Brandão para sair do páreo e assumir a liderança do Governo na Assembleia Legislativa., que ficou sem titular com a saída do deputado Rafael Brito (PSB) para disputar a Prefeitura de Timon. O posto que lhe coube com uma luva e no qual parece se sentir prestigiado e confortável, o que reforça fortemente a impossibilidade de ele vir a assumir a coordenação da campanha do candidato socialista.

O deputado federal Rubens Jr. é um quadro político de excelência, e se aceitar a tarefa desafiadora, será um coordenador. Rubens Jr. também teve pendências pessoais com Duarte Jr., também frutos amargos da campanha de 2020, mas ao que tudo indica está tudo superado. O problema é que, por conta da sua experiência e preparo político, o deputado federal Rubens Jr. é hoje um quadro de extrema importância na bancada do PT na Câmara Federal, na qual atua como vice-líder. Afastá-lo do embate parlamentar federal não será uma operação fácil para o PT. De qualquer modo, se ele vier a assumir a coordenação, a campanha de Duarte Jr. estará em boas mãos.

Duarte Jr. enfrenta Eduardo Braide (PSD) pela segunda vez. A diferença, enorme, é que agora ele enfrenta o prefeito de São Luís, que liderou com folga todas as pesquisas divulgadas sobre a corrida sucessória na Capital e que, até prova em contrário, é um gestor com boa avaliação. Não é, portanto, um adversário qualquer, que se possa encarar de igual para igual. É um concorrente diferenciado, por todas as razões que se conhece. Daí a importância de o candidato socialista realizar uma campanha competente e eficiente, de modo a poder atrair votos com os movimentos da poderosa base que lhe dá apoio. E o coordenador desse movimento será peça fundamental no processo.

Nem Duarte Jr. nem o grupo que o apoio pode se dar ao luxo de deixar essa decisão para uma próxima reunião de líderes.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão se equilibra entre Rildo Amaral e Josivaldo JP em Imperatriz

Carlos Brandão entre Rildo Amaral
e Josivaldo JP em Imperatriz

O governador Carlos Brandão está usando toda sua experiência política para não entrar em bola dividida na corrida às prefeituras. Há muitos casos em que tem candidato declarado, como em São Luís, por exemplo, onde apoia o deputado federal Duarte Jr., que é do seu partido, e em Bacabal, onde apoiará abertamente o deputado estadual Roberto Costa (MDB), e ainda Timon, onde seu candidato declarado é o deputado estadual Rafael (ex-Leitoa) Brito (PSB).

Em outros, porém, o governador prefere não tomar partido. Em Imperatriz, por exemplo, como o PSB não tem candidato e outros candidatos são amigos e aliados, ele resolveu dividir sua atenção entre o deputado estadual Rildo Amaral (PP), que é apoiado pelo ministro do Esporte André Fufuca (PP), e o deputado federal Josivaldo JP (PSD), que se declara abertamente aliado do Governo do Estado.

Ontem à noite, por exemplo, de passagem por Imperatriz depois de uma visita a Porto Franco, o governador participou de um evento no qual Josivaldo JP anunciou a construção de uma pequena avenida com recursos das suas emendas parlamentares.

Vale registrar que Josivaldo JP e Rildo Amaral estão medindo os palmos na corrida à Prefeitura da Princesa do Tocantins.

Iracema visita exposição de arte em grupo liderado por Sarney

Iracema Vale acompanha José Sarney em
exposição no Convento das Mercês

Integrante de um grupo de políticos, intelectuais e artistas tendo à frente o ex-presidente e escritor José Sarney (MDB), a presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputada Iracema Vale (PSB), visitou ontem (5) o ‘Salão de Arte 30 Cores em Maio’, organizado pela Fundação da Memória Republicana Brasileira (FMRB), no Convento das Mercês. Além da mostra anual da Fundação, o grupo percorreu ainda as exposições permanentes e outros espaços da sede da instituição.

“É uma honra acompanhar o nosso presidente José Sarney a esta exposição, que reúne e valoriza artistas do Maranhão em uma mostra que traz ao público uma produção rica e diversa da nossa cultura. Estamos muito felizes em fazermos parte deste momento”, disse a deputada Iracema Vale durante a visita, da qual também participou o diretor de Relações Institucionais da Assembleia, Marcus Brandão, que preside o braço maranhense do MDB.

A comitiva iniciou a visita pela mostra “30 Cores em Maio”, uma exposição de artes visuais coletiva, de temática livre, composta por 30 obras – pintura, desenho, gravura, colagem, fotografia e escultura – de artistas maranhenses ou radicados no estado há pelo menos cinco anos.

“Estou muito feliz por ver que a Fundação da Memória Republicana Brasileira, que é um memorial, continua cumprindo sua missão social e cultural. Isso faz do Maranhão, cada vez mais, um celeiro de tradição. Este salão de arte é a continuidade do que fizemos e que começou em 1973, com o então chamado Salão de Maio. Hoje, ver isto restaurado, está sendo muito gratificante, além de ser um grande trabalho para a cultura do Maranhão”, destacou José Sarney.

A mostra é formada com obras de artistas do quilate de Péricles Rocha, Jesus Santos, Dila, Airton Marinho, Claudio Costa, Dinho Araújo, Edgar Rocha, Márcio Vasconcelos, Marlene Barros, Meireles Junior, Môndego, Vidotti, entre outros.

Os trabalhos expostos foram selecionados por um júri especializado, que considerou critérios como originalidade, criatividade e ineditismo, apresentação e proposta de montagem, além de qualidade técnica e estética das obras.

A comitiva percorreu outros espaços da Fundação, a exemplo da mostra permanente que reúne um rico acervo que conta parte da história da República brasileira.

São Luís, 06 de Julho de 2024.

Bate-rebate entre deputadas dá o tom da corrida sucessória em Balsas

Celso Henrique é apoiado por Viviane Silva e Alan da Marissol por
Andreia Rezende na disputa pelo comando de Balsas

As deputadas Andreia Rezende (PSB) e Viviane Silva (PDT), ambas representantes de Balsas, têm travado um bate-rebate que vem chamando a atenção na Assembleia Legislativa. Andreia Rezende tem dado fortes estocadas na administração de Balsas, cujo prefeito, Eric Silva (PDT), é marido de Viviane Silva, que rebate as provocações em tom que tende a elevar. Na quarta-feira, Andreia Rezende Bateu forte no sistema de saúde de balsas; ontem, Viviane Silva respondeu sugerindo que o sonho de Andreia Rezende é que sua família – cujo líder maior é o médico e ex-deputado Francisco Martins – volte ao comando da saúde municipal.

Por trás do embate das duas deputadas está uma disputa para as eleições municipais de outubro que chama a atenção pela importância cada vez maior de Balsas, hoje um município em franco desenvolvimento e já considerado um dos pilares da economia do estado. Com 102 mil habitantes e consolidado como polo do agronegócio, com foco maior na soja, Balsas é hoje um município rico, se comparado aos demais do seu porte no Maranhão

Ali, de um lado está o prefeito Eric Silva, reeleito e considerado um dos mais bem avaliados de todo o Maranhão, que resolveu lançar seu vice, Celso Henrique (PP), como candidato à sua sucessão. Do outro está o grupo que dá apoio à deputada Andreia Rezende, que decidiu apoiar a candidatura do empresário e suplente de deputado estadual no exercício temporário do mandato Alan da Marissol (PRD).

O cenário político da corrida sucessória em Balsas está salpicado por situações curiosas e que levam a muitas interpretações. Para começar, o prefeito Eric Silva, considerado um dos melhores gestores municipais do estado, com aprovação que supera 80%, não conseguiu escolher um quadro do seu partido, o PDT, que tem como chefe maior no estado o senador Weverton Rocha, e decidiu apostar no seu vice, Celso Henrique, que é do PP e tem o aval forte do ministro do Esporte André Fufuca, presidente do partido no Maranhão e que forma cacife para disputar o Senado em 2026. Do outro lado, o grupo da deputada Andreia Rezende, que se formou no antigo DEM e hoje está no PSB, investe todas as suas fichas no suplente de deputado Alan da Marissol, filiado ao PRD, antigo Patriotas, controlado no estado pelo deputado federal Marreca Filho, mas que tem estreita relação com o bolsonarismo, como têm evidenciado as suas manifestações na Assembleia Legislativa.

Não há pesquisa recente sobre a corrida em Balsas, mas o fato é que os dois lados apostam alto nos seus candidatos. Depois de um período de incertezas, os aliados do prefeito Eric Silva resolveram se mobilizar para alavancar a pré-candidatura do vice Celso Henrique. E a onda de otimismo foi externada duas semanas atrás pela deputada Viviane Silva na tribuna do parlamento estadual, afirmando que a festa de lançamento da pré-candidatura dele “foi a maior concentração popular já realizada em Balsas”. Tanto que a deputada Andreia Rezende não deixou por menos: disse na tribuna que o prefeito teria usado ônibus escolares para transportar aliados, o que foi contestado com veemência pela deputada Viviane Silva.

O fato é que, segundo fontes confiáveis, o prefeito Eric Silva, com sua liderança no município e na região, teria revertido um cenário inicial de preocupação para um ambiente de otimismo em relação à candidatura do vice Celso Henrique. Alan da Marissol, por sua vez tem manifestado convicção de que vai levar a melhor nas urnas de outubro. Um balsense experiente ouvido pela Coluna traçou um cenário de uma Balsas politicamente dividida, mas ainda num cenário no qual a força política do prefeito Eric Silva poderá fazer a diferença.

A definição desse cenário poderá ser medida pelo tom do confronto verbal entre as deputadas Andreia Rezende e Viviane Silva.

PONTO & CONTRAPONTO

Ao contrário do que pensam alguns, Eliziane tem autonomia no PSD para apoiar Duarte Jr.

Eliziane Gama tem autonomia no PSD
para apoiar Duarte Jr.

Causou desconforto nas fileiras maranhenses do PSD a presença da senadora Eliziane Gama (PSD) na linha de frente do ano de lançamento da pré-candidatura do deputado federal Duarte Jr. (PSB) à Prefeitura de São Luís, quando o candidato do seu partido é o prefeito Eduardo Braide. Alguns, provavelmente pouco informados, chegaram a criticar a atitude da senadora como sendo uma “traição” partidária.

Nada a ver. As regras partidárias em vigor do Brasil não são tão rígidas e permitem que em determinadas circunstâncias um parlamentar possa se contrapor ao seu próprio partido.

O caso da senadora Eliziane Gama é um exemplo clássico, por mais estranho que possa parecer. Quando se filiou ao PSD, ela o fez a convite da direção nacional e se filiou em Brasília. E no acerto, ela deixou claro que atuaria no Maranhão de maneira independente, com autonomia partidária para não seguir a candidatura do prefeito Eduardo Braide, que faz oposição ao seu grupo.

A direção nacional entendeu a posição dela e deixou-a à vontade, permitindo que a senadora siga o candidato do seu grupo e não o prefeito Eduardo Braide. A posição da senadora é a mesma em relação ao candidato do PSD à Prefeitura de Imperatriz, deputado federal Josivaldo JP.

Vereadores aprovam cinco novas leis para São Luís

Plenário da Câmara de São Luís aprovou projetos de lei

A Câmara Municipal de São Luís reafirma seu caráter legislativo com a aprovação de mais cinco projetos de lei, voltados para áreas importantes na vida da cidade, como a saúde, meio ambiente e transporte.  

Por meio do PL nº 074/22, o vereador Ribeiro Neto (PSB) conseguiu a aprovar a criação do Fundo Municipal de Tratamento e Assistência as Crianças e Adultos com Microcefalia, Nanocefalia e Hidrocefalia, determinando que Fundo deve prover o tratamento e a assistência do público-alvo e será composto de doações, dotação orçamentária, convênios e aplicações.

A vereadora Fátima Araújo (Cedo) obteve a aprovação do PL nº 011/24, que busca conscientizar a população por meio da Campanha de Prevenção e Conscientização da Síndrome de Burnout no Município de São Luís. Vale lembrar que, caracterizada pelo esgotamento físico e mental, o Burnout pode levar ao suicídio em casos mais graves.

Por sua vez, o experiente vereador Chico Carvalho (PSDB) propôs, via PL nº 032/22, o Programa Nascente Comunitária com o objetivo de cadastrar, monitorar, proteger, conservar e recuperar as nascentes dos rios ludovicenses.

Aprovado, o PL 062/23, da vereadora Rosana da Saúde (Republicanos) institui o Plano Municipal de Informações e Monitoramento de Catástrofes Climáticas que visa à divulgação eficiente desses dados e ações preventivas de curto, médio e longo prazo.

O vereador Antônio Garcez (PP) teve aprovado o PL nº 229/23, que estabelece normas e condutas para a proteção de passageiros em situação de vulnerabilidade durante o transporte individual remunerado. A norma obriga os motoristas de aplicativo a prestar socorro ao passageiro em caso de mal súbito, encaminhando-o à unidade de saúde mais próxima e devendo ainda comunicar o fato à autoridade policial.

O futuro dos PLs depende agora da caneta do prefeito Eduardo Braide, que pode sancioná-los ou vetá-los.

São Luís, 05 de Julho de 2024.

Duarte Jr. lança pré-candidatura com o apoio de Brandão e da base governista

Duarte Jr. é lançado entre Eliziane Gama, Carlos Brandão, Karem Barros (esposa) e Felipe Camarão

O deputado federal Duarte Jr. é, agora formalmente, o pré-candidato do PSB e da aliança governista à Prefeitura de São Luís, assumindo a condição de principal oponente do prefeito Eduardo Braide (PSD), que busca a reeleição. Avalizado pelo governador Carlos Brandão (PSB) e pelo vice-governador Felipe Camarão (PT), que será o coordenador da campanha, o lançamento da pré-candidatura aconteceu na noite de segunda-feira (1), no Ximenes Eventos, no Turú. O evento reuniu líderes da Federação Brasil Esperança (PT/PCdoB/PV), da Federação PSDB/Cidadania, PP, Podemos, PRD e o aval de parte do MDB e também de parte do PSD, representada pela senadora Eliziane Gama, que declararam apoio firme à pré-candidatura e à candidatura propriamente dita do candidato socialista.

“Somando forças com o Governo do Maranhão e o Governo Federal, temos todas as condições para fazer nossa cidade avançar, garantindo mais direitos, mais respeito e mais resultados para o povo de São Luís”, declarou Duarte Jr., dando o tom e o mote que deve usar ao longo da corrida às urnas. A presença do governador Carlos Brandão consolidou o lastro político que o parlamentar do PSB precisava para iniciar a sua pré-campanha motivado pela mobilização da sua base de apoio.

Após o ato de lançamento, o pré-candidato do PSB à Prefeitura de São Luís foi dormir com dois sentimentos em choque. O primeiro é a tranquilidade de ter o aval do governador Carlos Brandão, de ter sua campanha coordenada pelo vice-governador Felipe Camarão e de ter o apoio dos partidos que formam a aliança governista, garantindo assim o suporte partidário que precisava. E o segundo é o desafio que, à frente dessa megaestrutura ele tenha poder suficiente para seduzir a maioria do eleitorado no enfrentamento de um adversário poderoso e influente como o prefeito Eduardo Braide.

Ao reunir todo o cacife da aliança partidária governista em São Luís, o agora pré-candidato Duarte Jr. recebe sobre os ombros a tarefa de transformar esse cacife em dividendos eleitorais. Para isso, terá de montar estratégias as mais diversas para virar o jogo e alcançar a liderança da corrida, que segundo as últimas pesquisas, divulgadas meses atrás, está com o prefeito-candidato à reeleição. Esse cenário será conhecido em pouco tempo, quando novas pesquisas sobre a corrida à prefeitura de São Luís chegarão ao conhecimento do público.

O lançamento da pré-candidatura de Duarte Jr. mostrou que esse projeto é uma prioridade na base governista, a começar pelo fato de que interessa à direção nacional do PSB e ao Palácio do Planalto. A importância desse projeto pode ser medida também pelo fato de que o vice-governador Felipe Camarão se afastou temporariamente do comando da Secretaria de Estado da Educação para ser o coordenador da campanha. Ao aceitar a tarefa hercúlea, Felipe Camarão, que é um quadro que costuma conquistar resultados, assumiu o desafio de viabilizar a pré-candidatura, de modo a que Duarte Jr. chegue às convenções como um candidato com chances reais de vencer a eleição. “Essa campanha não é mais de Duarte Jr. é de São Luís”, declarou o vice-governador.

Um dos pontos altos da festa de lançamento foi a fala do presidente regional do MDB, Marcus Brandão, que mesmo tendo o comando municipal do partido declarado apoio ao prefeito Eduardo Braide, garantiu que o MDB vai ser mobilizado para apoiar a candidatura de Duarte Jr.. O chefe emedebista ratificou o apoio informal do partido ao pré-candidato socialista fazendo ácidas críticas ao prefeito de São Luís. Outras vozes ampliaram as manifestações de apoio ao pré-candidato do PSB.

O fato concreto é que o deputado federal Duarte Jr. é o pré-candidato do Palácio dos Leões e do Palácio do Planalto à Prefeitura de São Luís, abrindo sua pré-campanha com o suporte que ele precisava para deslanchar. O futuro do seu projeto, portanto, está na sua capacidade de usar esse suporte.

PONTO & CONTRAPONTO

Camarão deixa Seduc temporariamente para coordenar a campanha de Duarte Jr.

Felipe Camarão e Carlos brandão acertaram a
saída temporária do vice-governador da Seduc

O anúncio de que o vice-governador Felipe Camarão se afastou da Secretaria de Estado da Educação para coordenar a campanha do candidato socialista Duarte Jr. causou no primeiro momento um frisson quase que desenfreado.

É alguns apressados interpretaram a operação como a “saída” de Felipe Camarão do cargo, dando a entender de que foi uma decisão motivada pelo clima político gerado por diferenças pontuais na base governista.

Nada a ver. Escalado para ser o coordenador da campanha do deputado federal Duarte Jr. à Prefeitura de São Luís, o vice-governador, em sintonia fina com o governador Carlos Brandão, achou por bem se afastar do comando da Seduc até outubro.

O caráter temporário do afastamento é tão óbvio que, em comum acordo, Felipe Camarão será substituído pela economista Jandira Dias, atual secretária Extraordinária de Gestão dos Recursos Federais, que acumulará os dois cargos nesse período.

Pelo menos nesse período, o que for dito além disso será mera especulação.

Com oposição cerrada na Câmara e alvo de CPI, Braide passa por momento delicado

Eduardo Braide: momento delicado

Independente do seu poder de fogo, fruto do seu prestígio político e da força da máquina que comanda, o prefeito Eduardo Braide (PSD) passa por um momento delicado.

Ao mesmo tempo em que amplia seu espaço com um arrojado programa de obras, o prefeito de São Luís trava uma renhida guerra com a maioria da Câmara Municipal liderada pelo presidente da Casa, vereador Paulo Victor (PSB), e enfrenta agora uma CPI cujo objeto é a suspeita de irregularidades em contratos de emergência firmados pela Prefeitura.

Convocado por requerimento do presidente Paulo Victor, a quem teria procurado para denúncias supostas fraudes contratuais na administração municipal, o empresário Antônio Calixto se negou a comparecer à Comissão afirmando que o que poderia dizer está nos autos de uma queda judicial que trata com a Prefeitura.

Mas no final de semana, ele atacou violentamente o prefeito Eduardo Braide nas redes sócias com afirmações fortes e adjetivos ácidos e agressivos.

A manifestação de Antônio Calixto não permitirá que o assunto seja encerrado sem uma investigação séria e decisiva por parte do Ministério Público.

São Luís, 03 de Julho de 2024.

Disputa em Colinas ganha peso e pode ter desdobramentos na aliança governista

Márcio Jerry disse que disputa pela Prefeitura
de Colinas pode afetar aliança estadual

Muitos sinais indicam que a disputa pela Prefeitura de Colinas, terra-natal e berço político das famílias do governador Carlos Brandão (PSB) e do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), poderá se transformar no pomo de uma discórdia política capaz de dar forma definitiva ao que muita gente já enxerga como sendo o rompimento entre o grupo ligado ao ex-governador Flávio Dino, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal, portanto técnica e institucionalmente fora da política partidária. Essa tendência foi confirmada ontem pelo deputado federal Márcio Jerry, que em entrevista à TV Mirante, admitiu a crise em Colinas, confirmou a candidatura do seu irmão, o atual vice-prefeito José Haroldo (PCdoB), descartando a via de conciliação e admitindo o confronto político com o grupo Brandão, que lançou o presidente da Câmara Municipal, vereador Renato Santos (MDB), como candidato.

Márcio Jerry alega que em nome da união estadual, abriu mão da candidatura de José Haroldo em 2016 e em 2020, e afirma a existência de um acordo pelo qual agora seria a vez do candidato do seu grupo. “Ele foi vice-prefeito duas vezes e agora seria o candidato natural dos dois grupos”, argumenta. Vozes do grupo Brandão não confirmam o tal acordo e argumentam nas atuais circunstâncias não dá para não lançar um candidato em Colinas. Ou seja, se não houver um novo entendimento – e tudo nesse momento leva a crer que não haverá -, os dois grupos, que já têm seus candidatos, irão mesmo para o confronto, tornando Colinas o epicentro das eleições municipais de outubro.

Além do embate direto entre os dois grupos, a corrida sucessória em Colinas tende a arrastar outros partidos para o confronto. É o caso do PT e do PV, que é parte importante da aliança estadual agora tencionada. Isso porque, ao lançar José Haroldo pelo PCdoB, o grupo do deputado Márcio Jerry leva para o embate a Federação Brasil Esperança, que é formada por PCdoB, PT e o PV. Isso significa o envolvimento, ainda que indireto, do vice-governador Felipe Camarão (PT), hoje o quadro mais destacado da agremiação petista no estado, e do ex-deputado Adriano Sarney, que chefia o PV no Maranhão e faz parte do Governo Brandão.

Por sua vez, ao manter a candidatura do vereador Renato Santos, o grupo Brandão poderá atrair aliados, como o União Brasil, por exemplo, fortalecendo a base de apoio ao candidato. Mas também poderá motivar partidos adversários, como o PDT, a fortalecer o candidato do PCdoB.

Há situações complicadas em outros municípios, como Imperatriz, onde a base governista está dividida. Ali, o candidato mais viável até agora é o deputado estadual Rildo Amaral, do PP, liderado no Maranhão pelo ministro André Fufuca (Esporte), enquanto a Federação Brasil Esperança (PCdoB, PT, PV) decidiu apoiar a candidatura do ex-deputado Marco Aurélio, que era do PCdoB, migrou para o PSB e retornou ao PCdoB. O PSB ainda não se posicionou na metrópole Tocantina, mas tudo indica que poderá apoiar o candidato do PP. Em Timon a base rachou, com o PT declarando apoio à prefeita Dinair Veloso (PDT), na contramão do PSB, que tem o deputado estadual Rafael Brito como candidato apoiado pelo Palácio dos Leões. Outros municípios vivem situações parecidas, como Barreirinhas, onde está em curto um confronto direto entre o PSB, que tem Vinícius Vale como candidato, e o PCdoB, partido do prefeito Amilcar Rocha, que tenta a reeleição.

Nenhum dos casos lembrados tem o peso e a simbologia da disputa que está sendo desenhada em Colinas, exatamente pelo fato de que se trata de um confronto direto entre dois aliados que parecem estar redefinindo as suas posições, podendo mudar, em parte ou totalmente, a realidade política vivida nesse momento pelo Maranhão.

Em Tempo: Vale registrar que até agora o governador Carlos Brandão (PSB) não se posicionou publicamente sobre a sucessão em Colinas.  

PONTO & CONTRAPONTO

CPI que investiga contratos da Prefeitura de SL faz hoje sua segunda reunião

Paulo Victor (PSB)

Sob o impacto das declarações do prefeito Eduardo Braide (PSD), feitas na Chácara Itapiracó, quando, num entrevero com o vereador Ribeiro Neto (PSB), acusou-a de ser uma armação contra ele, a CPI da Câmara Municipal que investiga suspeitas de irregularidade em contratos para obras emergenciais firmados pela Prefeitura de São Luís realiza hoje a sua segunda reunião.

A CPI ganhou força com o requerimento em que o presidente da Casa, vereador Paulo Victor (PSB), além de sair em defesa do vereador Ribeiro Neto, apresentou requerimento de teor explosivo: o pedido de convocação do empresário Antônio Calixto (Construmaster), que afirma ter em mãos provas de irregularidades em contratos com as Prefeitura.

Na justificativa do requerimento, o presidente Paulo Victor relata que, ainda em 2023, foi procurado pelo empresário, que teria lhe relatado irregularidades em contratos da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp). Segundo o presidente, o empresário afirma ter vídeos que comprovariam tais irregularidades contratuais.    

Pelo que está sendo rascunhado, as reuniões da CPI serão animadas.

Roberto Costa lidera pesquisas, mas ainda não disse se será candidato em Bacabal

Roberto Costa (MDB)

Provavelmente não existe em Bacabal alguém que não saiba que o deputado Roberto Costa (MDB) é o nome mais forte entre os que estão sendo ventilados para disputar a Prefeitura de Bacabal. Essa informação campeia dentro e fora do meio político, das emissoras de rádio, televisão, jornais, portais de notícia e blogosfera.

Roberto Costa não só é apontado como candidato, como também é visto como o líder absoluto de intenções de voto nas poucas pesquisas feitas sobre as intenções de voto na sucessão do prefeito Edvan Brandão (PSB), alcançando percentuais que nenhum pré-candidato alcançou até em pesquisas conhecidas.

Mas falta nesse desenho um dado fundamental: o deputado Roberto Costa até agora não declarou se será ou não candidato. Não há registrou de qualquer declaração sua nesse sentido. Ele vai constantemente a Bacabal, trabalha com as suas bases, visita bairros e participa de eventos na cidade. Por onde passa é tratado como candidato, mas continua em silêncio em relação à sua candidatura.

O mesmo silêncio ele vem mantendo quando alguém lhe pergunta se não será candidato.

São Luís, 02 de Julho de 2024.

Legitimado, Brandão ocupa vazio deixado por Dino e vai dar as cartas na sua sucessão

Carlos Brandão ocupa o vazio aberto com
a ida de Flávio Dino para o STF

A movimentação política das últimas semanas, que teve como ponto máximo de efervescência a visita do presidente Lula da Silva (PT) a São Luís, rascunhou o que alguns observadores centrados previram desde que o então senador Flávio Dino (PSB), atendendo a um “pedido irrecusável do presidente Lula”, aceitou renunciar ao mandato de oito anos – para o qual fora eleito com a maior votação proporcional do País – e cortar os laços com a política partidária para ser ministro do Supremo Tribunal Federal. Sua saída da cena política estadual e nacional produziu o desdobramento comum nesses casos, a luta pelo poder no Maranhão, abrindo caminho para regra universal do “quem renuncia perde tudo”. Ou seja, sua ausência abriu um vácuo gigantesco na política maranhense, para cujo preenchimento o único nome credenciado nesse momento é o governador Carlos Brandão (PSB), que está respaldado num mandato legítimo e tem um projeto de poder nítido e politicamente viável.

Esse quadro tem causado muitas discussões, insatisfações e inquietações, em meio à acusação camuflada segundo a qual ao colocar em marcha o seu projeto de poder montado na legitimidade do mandato, Carlos Brandão estaria “traindo” o projeto político do ex-governador e agora ministro do Supremo, o que não faz o menor sentido. Sem agredir a imagem nem o legado do ex-mandatário, o governador assumiu o comando da aliança partidária construída pelo seu antecessor – de quem foi vice leal – e mantida por ele após a renúncia, voluntária e sem pressão, do então senador Flávio Dino. E mais, Carlos Brandão se movimenta com legitimidade para avaliar o cenário e escolher o melhor rumo para levar à frente o seu projeto de poder.

O governador está agindo como qualquer mandatário que, chegando ao topo nas circunstâncias em que chegou, coloca em marcha o seu próprio projeto de poder. Emplacou nomes da sua confiança nos cargos-chave da máquina pública, turbinou a posição política de aliados fiéis – como Marcus Brandão no comando do MDB, por exemplo -, e assumiu ele próprio o controle do PSB no estado, o que lhe dá uma margem de ação não vista na política estadual desde que Roseana Sarney (MDB) exerceu seus dois primeiros mandatos. Comanda com eficiência a poderosa e imbatível máquina administrativa do Estado e lidera uma aliança formada por 11 partidos. Mais do que isso, tem o apoio integral de pelo menos 37 dos 42 deputados estaduais e conta com a parceria integral e declarada da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), um nome que cresce vigorosamente no cenário estadual. E não há registro de rusgas com o vice-governador Felipe Camarão (PT), que tem o apoio do comando nacional do partido.

No momento, o governador se prepara para o seu primeiro grande desafio, as eleições municipais, que são fundamentais para definir o seu peso político para o embate decisivo de 2026. Se sair das urnas de outubro fortalecido com a eleição de um bom contingente de prefeitos e vereadores, dobrará o seu cacife para 2026, com poder de fogo para dar as cartas na sua sucessão. Se o resultado das eleições municipais não lhe for satisfatório, o jogo sucessório será mais complexo, pois exigirá a construção de uma equação pela via dos acordos. Mas também poderá o governador, em último caso, colocar em ação o seu “Plano C”, que é abrir mão da senatória, permanecer no cargo e mover os cordéis políticos para eleger o seu sucessor. O que é perfeitamente viável no atual ambiente político do Maranhão.

Por enquanto, a maioria dos chefes políticos ainda acredita, por força do poder de fogo de Brasília, que o vice-governador Felipe Camarão (PT) será mantido como primeiro da linha sucessória, para viabilizar a equação segundo a qual o governador Carlos Brandão renunciará em abril de 2026 para se candidatar a senador, abrindo caminho para que o seu vice assuma e concorra à reeleição, como foi o seu caso em 2022. Esse é o caminho natural num ambiente em que Carlos Brandão dê as cartas e tenha a palavra final sobre o futuro político do grupo. E ninguém duvida de que nesse momento a roda está girando na direção que o governador orienta.

Em resumo: à sua maneira, no seu ritmo e sem cometer erros na viabilização da sua pauta política, Carlos Brandão vai ocupando o grande vazio deixado na política do Maranhão quando o senador Flávio Dino decidiu aceitar o “convite irrecusável” do presidente Lula da Silva.

PONTO & CONTRAPONTO

Divisão do grupo Coutinho agita a corrida sucessória em Caxias

Thais Coutinho (centro) foi indicada vice
de Paulo Marinho Jr. e Cleide Coutinho
será vice de Gentil Neto

Caxias terá uma das eleições na corrida sucessória nas prefeituras maranhenses. Ali aconteceu o improvável para muitos, mas possível para algum: o poderoso grupo Coutinho, legado do ex-deputado Humberto Coutinho, uma das forças mais importantes do município, rachou.

Primeiro foi a adesão da banda liderada pelo prefeito de Matões, Ferdinando Coutinho (PDT), que tem o braço avançado da deputada Claudia Coutinho (PDT), que indicou a ex-vereadora Thaís Coutinho como candidata a vice na chapa oposicionista liderada pelo ex-vice-prefeito e atual suplente de deputado federal Paulo Marinho Jr. (PL). Essa aliança causou forte impacto na política caxiense, à medida que tirou do páreo pela Prefeitura o vereador Daniel Barros, conhecido como Fiscal do Povo, que retirou sua candidatura em favor do acordo.

E como em Caxias não existe neófito em política, muito ao contrário, a resposta não tardou. O prefeito Fábio Gentil (Republicanos) se movimentou rapidamente e surpreendeu o outro lado ainda no rescaldo da comemoração lançando ninguém menos que a ex-deputada Cleide Coutinho (PSB), líder maior do grupo Coutinho, como candidata a vice na chapa a ser liderada por Gentil Neto (PSB). Foi no clima “bateu, levou”.

Com a reação articulada pelo prefeito Fábio Gentil, o ambiente da disputa em Caxias ficou novamente estabilizado no sentido puramente político, porque no plano eleitoral, as próximas pesquisas dirão quem ganhou e quem perdeu nos dois movimentos.

MDB faz acordo interno e vai dividido para a disputa em São Luís

Eduardo Braide e Duarte Jr. dividirão o apoio do MDB

O MDB viverá uma situação curiosa na corrida para a Prefeitura de São Luís. Com a decisão do comando municipal do partido, que tem à frente o deputado federal emedebista Cleber Verde, de apoiar a candidatura do prefeito Eduardo Braide (PSD), a agremiação se dividiu nesse item.

Depois de muita discussão interna, ficou acertado que, sob o comando do deputado Cleber Verde, o braço municipal do partido apoiará oficialmente o prefeito Eduardo Braide. Mas o diretório estadual, comandado pelo presidente regional Marcus Brandão, incluindo a deputada federal Roseana Duarte Jr. (PSB).

O acordo interno está amarrado. Essa conclusão foi montada depois de muita conversa interna, algumas delas ácidas, mas sem qualquer ambiente de crise. Com a maioria na Comissão Provisória, Cléber Verde poderia levar o partido de qualquer maneira para a seara do prefeito Eduardo Braide. O Diretório estadual, por sua vez, poderia intervir na Comissão Provisória e mudar o rumo da conversa. Mas como o MDB é um partido de profissionais da política, a opção foi concordar com o apoio do braço municipal da legenda ao prefeito e com o aval do comando estadual ao deputado socialista.

São Luís, 30 de Junho de 2024.