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Braide mostra segurança, descarta relação com o Clio vermelho e reafirma que nada teme

Eduardo Braide se manteve sereno e respondeu sem titubear às perguntas sobre o Clio

Se alguém apostou que o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), se deixaria abater pela artilharia pesada contra ele disparada por causa do Clio vermelho encontrado numa rua do bairro Renascença com R$ 1,1 milhão em espécie no porta-malas, pode ter cometido um grave erro de avaliação e perdido feio. Isso ficou muito claro, ontem de manhã, durante a entrevista que ele concedeu à Rádio Mirante News FM, na condição de candidato à reeleição. O prefeito foi sabatinado sem rodeios, e quando confrontado com o caso, foi direto: “Quem tem que ter medo de polícia é bandido. Então, eu não tenho medo de polícia. Ao contrário, eu acredito na polícia e espero que ela avance nas investigações, e, em caso de qualquer ilegalidade que possa ser encontrada, que os culpados sejam punidos na forma lei, não tem nenhum problema em relação a isso daí. Quem não deve, não teme”.

Eduardo Braide manteve a mesma postura exibida no vídeo em que falou do assunto pela primeira vez, na semana passada, e reafirmou o que vem dizendo sobre o caso: nada tem a ver com o dinheiro encontrado no Clio vermelho, apoia sem reservas a investigação policial, e se algo de errado for encontrado, que o culpado ou os culpados sejam submetidos aos rigores da lei, independentemente de quem sejam. Ou seja, doa a quem doer.

Na emissora, numa conversa franca com jornalistas, Eduardo Braide foi o de sempre: seguro, racional, sem elevar a voz, sem fazer gestos histriônicos, enfim, um dirigente municipal com os pés no chão e uma personalidade política muito diferente da média. Quando perguntado sobre a declaração de um advogado afirmando que o Honda Fit que deu apoio ao motorista do Clio vermelho “era usado por toda a família”, o que naturalmente o incluiu, o prefeito reagiu com a frieza que lhe é peculiar, classificou a declaração de “mentirosa”. Mais do que isso, deixando patente que ele não fez uso de tal veículo, como insinuara o advogado na sua declaração, anunciou: “Ele vai responder a uma ação criminal, porque ele fez uma afirmação mentirosa. Que ele prove na Justiça”.

A racionalidade e o pragmatismo do prefeito de São Luís durante a entrevista ficaram mais evidenciados na resposta que deu quando lhe perguntaram sobre o seu relacionamento com o governador Carlos Brandão (PSB): “O meu relacionamento com o governador sempre foi institucional. Eu sempre busquei ter harmonia. As vezes que tive necessidade de conversar com o governador, peguei o telefone, liguei para ele para tratar de algum assunto institucional. Da mesma forma, quando ele quis conversar comigo em relação a algum assunto institucional, ele pegou o telefone e me ligou. Cheguei a fazer visita a ele lá no Palácio dos Leões, como foi amplamente divulgado”.

E no que diz respeito a essa relação no campo político, o que muitos veriam como um problema, um foco de crises, o prefeito Eduardo Braide minimiza e transforma numa equação simples: “Nós temos um fato: um candidato, que é o candidato da oposição, é do partido do governador, é apoiado pelo governador. Então, o governador do Estado tem um candidato a prefeito, que é do partido dele, que não sou eu. Então, é natural isso, é da democracia, ele tem todo o direito de escolher o candidato que ele quer apoiar. O que não pode acontecer, e não aconteceu até hoje, é a falta de relação institucional”.

A objetividade do prefeito Eduardo Braide foi claramente evidenciada quando tratou de um dos temas mais sensíveis do seu mandato: a tensa e praticamente inexistente relação com a Câmara Municipal, tendo a maioria dos 31 vereadores como adversários, enfrentando ali uma CPI para investigar contratos de emergência, a começar pelo presidente da Casa, vereador Paulo Victor (PSB). Na sua lógica política, antes de se relacionar com vereadores, o prefeito “deve se relacionar com o povo”. E arrematou: “Determinados vereadores querem agir politicamente. E aí, eu acho que, nesse momento, não dá para aceitar determinadas posições”.

E também nesse caso reduziu o tamanho do problema, afirmando que apesar dos tremores que acontecem à sua volta, ele tem conseguido governar, detendo o controle da situação, uma vez que conhece os adversários e as dificuldades, e sabe do seu potencial para se reeleger. Tanto que já assumiu um compromisso: se reeleito for, cumprirá o mandato integralmente, ou seja, ficará no cargo até o dia 31 de dezembro de 2028, descartando rumores segundo os quais, nesse caso, renunciaria em 2026 para disputar o Governo do Estado.

PONTO & CONTRAOONTO

Supremo ignora pressão dos chefes do Congresso e dá respaldo à decisão de Dino sobre “Emendas PIX”

Flávio Dino tem decisão sobre
“Emendas PIX” respaldada pelo STF

De nada adiantou a tentativa dos chefes das duas Casas do Congresso Nacional, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL) de, pressionados pelas forças que se mobilizaram, agiram para convencer o Supremo Tribunal Federal (STF) a derrubar a decisão do ministro Flávio Dino de suspender a liberação de recursos para as chamadas “Emendas PIX”. Ontem, o plenário virtual da Corte formou maioria conformando a liminar do ministro, mantendo assim a suspensão das “Emendas PIX”.

Como se sabe, essas emendas são enviadas diretamente pelo deputado federal ou pelo senador para a prefeitura que ele desejar, sem a necessidade de um projeto nem de informar o destino e menos ainda de informar no que o dinheiro será gasto.Além de suspender o pagamento, que significa “segurar” a liberação de cerca de R$ 18,5 bilhões (o equivalente a 70% do Orçamento do Maranhão para 2024), o ministro Flávio Dino havia determinado que as “Emendas PIX” já pagas sejam auditadas, salvo aquelas que bancam obras já em andamento, com identificação, e as que estejam sendo usadas em situações como as enchentes no Rio Grande do Sul.

As decisões do ministro Flávio Dino mexeram com as bancadas, que por sua vez partiram para o contra-ataque. Ontem, os chefes do Congresso Nacional pediram que o presidente do STF, ministro Luiz Roberto Barroso, suspendesse, mas o ministro Flávio Dino já havia requerido que a suspensão ou não da sua medida seja decidida pelo plenário virtual do Supremo, que sem perdas de tempo formou maioria para respaldar a sua decisão.

No plano geral, chama a atenção o fato de que, mesmo fazendo zoada e ameaças, líderes do Senado e da Câmara Federal finalmente entenderam que as “Emendas PIX” são uma excrescência e já trabalham no sentido de modificá-las, dando-lhe alguma transparência, e também avaliam a possibilidade de extinguir tal fórmula, que dificilmente continuará existindo depois da decisão do ministro Flávio Dino.

Ana Paula não aprova anistia para dívidas partidárias aprovada por Weverton e Camacho

Ana Paula votou contra projeto polêmico avalizado
por Weverton Rocha e Bene Camacho

Dois dos três senadores maranhenses, Weverton Rocha (PDT) e Bene Camacho (PSD) votaram a favor da Emenda Constitucional da Anistia, que garante perdão total às dívidas dos partidos acumuladas nos últimos cinco anos e que não cumpriram as cotas para negros nas campanhas eleitorais recentes. A senadora Ana Paula Lobato (PDT) votou contra, por considerar o perdão uma medida ilegal.

Com a aprovação da PEC, os partidos serão perdoados das suas dívidas, irregularidades e até desvios criminosos no período de 2018 a 2023. Isso significa que o Congresso Nacional vai mandar para o arquivo morto nada menos que R$ 23 bilhões em pendências acumuladas pelos partidos, valor que, segundo algumas entidades ligadas a transparência, pode ser muito maior.

Os senadores Weverton Rocha e Bene Camacho votaram favoráveis à anistia “ampla e irrestrita” das maracutaias feitas pelos partidos com os bilhões do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral. Weverton Rocha atuou como um dos chefes nacionais do PDT, e também como presidente do partido no Maranhão. Bene Camacho certamente acatou a pressão do chefão nacional do PSD, Gilberto Kassab, que defendeu a PEC da Anistia desde a sua apresentação.

A senadora Ana Paula Lobato atuou na contramão do seu partido, o PDT, posicionando-se contrária à anistia que manda para o arquivo morto as tramoias financeiras feitas pelos partidos nos últimos anos.

São Luís, 16 de Agosto de 2024.

Duro golpe na Justiça: PF investiga desembargadores e juízes por suspeita de corrupção

O Palácio Clóvis Bevilácqua, os desembargadores
Guerreiro Jr., Nelma Sarney, Marcelino Weverton
e Luiz Gonzaga Filho, e o trabalho dos agentes
federais em gabinetes do TJ e em
escritórios de advocacia

O imponente Palácio Clóvis Bevilácqua, sede do Poder Judiciário do Maranhão, teve ontem sua história duramente maculada. Seus corredores e alguns dos gabinetes mais importantes foram ocupados por agentes da Polícia Federal, os quais, cumprindo mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça, procuraram provas para desmontar uma organização criminosa que, segundo as ordens, praticava corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, fraudes processuais e outros crimes. A ação, batizada “Operação 18 Minutos”, se referiu a uma suposta armação para o inchamento e saque ilegal de honorários milionários em processo fraudalento envolvendo o Banco do Nordeste. Em nota, o BNB denunciou outras armações criminosas da organização formada por magistrados e advogados, e que esse e outros casos foram denunciados nas três esferas do Ministério Público.   

A PF não divulgou nomes, mas a suposta trama corrupta envolveria os desembargadores Guerreiro Jr., Nelma Sarney, Luiz Gonzaga de Almeida Filho e Marcelino Weverton; os juízes Cristiano Simas, Alice Rocha e Gustavo Villas Boas; e os advogados Fred Campos e Edilázio Jr.. Ao todo, são mais de 30 investigados na operação, que também levou a Polícia Federal aos escritórios de vários outros advogados. É esse o cenário em que o Poder Judiciário maranhense foi inserido ontem, conforme o conteúdo dos mandados e a ação dos agentes da Polícia Federal no Palácio Clóvis Bevilácqua, onde trabalham os desembargadores, e no Fórum da Capital, onde atuam os juízes citados.

A movimentação ostensiva dos agentes federais nos dois complexos, que deveriam ser “templos sagrados da Justiça”, criou uma situação de tensão e nervosismo, principalmente nos servidores e chamou a atenção de cidadãos que ali buscavam soluções para suas pendências judiciais. O clima atingiu fortemente os desembargadores, aumentando a tensão no colegiado, que já vinha ocorrendo desde que o CNJ determinou, há alguns meses, o afastamento dos desembargadores Guerreiro Jr., investigado por suspeita de desvio na construção do Fórum de Imperatriz, e Nelma Sarney, por favorecimento a um assessor em concurso para titular de cartório.  

Por meio de uma nota pouco esclarecedora, na qual informa que, “com fundamento nos princípios da transparência e da governança, o TJMA atende à determinação do STJ”, o suficiente para mostrar a gravidade do caso, o comando do Tribunal de Justiça admitiu a “Operação 18 Minutos” e o envolvimento de magistrados (desembargadores e juízes), afirmando que está colaborando com as investigações. E avisou que cumprirá as decisões do STJ, ou seja: afastará os desembargadores e juízes alvos dos mandados, que ganharão tornezeleiras eletrônicas e estão proibidos de frequentar qualquer espaço do Poder Judiciário e de se aproximar de outros investigados. O afastamento só atingirá o desembargador Luiz Gonzaga Almeida Filho, já que Guerreiro Jr. e Nelma Sarney já estão afastados e Marcelino Weverton já está gozando confortável aposentadoria. Esses magistrados, assim como os advogados, terão também seus bens tornados indisponíveis até a conclusão do processo.  

A verdade indiscutível é que o Poder Judiciário do Maranhão sofreu ontem mais um duro golpe moral e ético, que causou forte constrangimento em magistrados e servidores do Tribunal de Justiça e do Fórum Desembargador Sarney Costa, principalmente os que foram obrigados, por dever de ofício, a acompanhar a devassa que os agentes federais realizaram nos gabinetes de desembargadores e juízes. A bordoada ganhou mais força ao longo do dia, quando a instituição foi levada às manchetes dos principais telejornais do País, que pouparam nomes, mas exibiram imagens chocantes de joias, relógios de luxo e muito dinheiro em diferentes moedas, incluindo dólar e euro. Foi espantosa a ação dos agentes federais em escritórios e residências de advogados, onde encontraram a dinheirama e os muitos kits de joias.

O problema é que o que aconteceu ontem no Palácio Clóvis Bevilácqua e no Fórum Desembargador Sarney Costa está relacionado a apenas um processo, sendo que o Banco do Nordeste revelou, em nota, que há vários outros, bem parecidos, em andamento. E não será surpresa se o STJ usar de novo a mão pesada da lei para determinar novas operações “18 Minutos” em gabinetes de desembargadores e juízes, arrastando a Justiça maranhense para mais perto do fundo do poço.

Em Tempo: Vale anotar que a Polícia Federal cumpriu mandados da mesma natureza no Pará e no Rio de Janeiro.

PONTO & CONTRAPONTO

Fred Campos e Edilázio Jr. levam a investigação no Judiciário para a política

Fred Campos e Edilázio Jr. levam a
“Operação 18 Minutos”
para o cenário político

Como uma espécie de sina, a ação da Polícia Federal, ontem, na sede do Poder Judiciário e no Fórum de São Luís investigando o suposto envolvimento de desembargadores e juízes em esquemas de corrupção, pegou a política de “raspão”, com a presença dos advogados Fred Campos e Edilázio Jr. na lista dos suspeitos.

A pancada mais forte foi certamente recebida por Fred Campos, que além de advogado e empresário, é militante político e nesse momento é candidato favorito à Prefeitura de Paço do Lumiar, um dos dez mais importantes municípios do Maranhão. Candidato pelo PSB e prometendo “passar o rodo” nos esquemas de corrupção que têm derrubado seguidos prefeitos, entre eles Paula Azevedo (PCdoB), cassada pela Câmara Municipal na semana passada, Fred Campos pode se tornar agora alvo fácil dos seus concorrentes, o empresário Francisco Neto (Novo) e o médico Felipe Gonçalo (Mobiliza), que viram a ação da PF como um “presente”. Ele, que descende de uma rica família caxiense, apresentou à Justiça Eleitoral uma relação de bens no valor de R$ 27 milhões, parte deles aplicações financeiras. Seus marqueteiros podem preparar as respostas e explicações, porque a cobrança virá durante a campanha.

Em Tempo: A Coluna reafirma o conteúdo da nota da edição do dia 13/08, em que informa sobre a origem de parte dos bens do candidato Fred Campos, mas sem conhecimento das suas atividades como advogado e empresário.  

O advogado Edilázio Jr. tem situação bem complicada nesse contexto. Genro da desembargadora afastada Nelma Sarney, ele é ex-deputado federal e preside o braço maranhense do PSD. Para começar, o PSD é o partido do prefeito Eduardo Braide, que enfrenta os fortes respingos do caso do Clio vermelho que apareceu abandonado com R$ 1,1 milhão em dinheiro vivo no porta-malas. Além disso, o parentesco com a desembargadora Nelma Sarney leva o problema para o seio da família Sarney, que na verdade nada tem a ver com o peixe. E, finalmente, muito o provavelmente o agora ex-deputado, que vinha se preparando discretamente para tentar voltar à Câmara Federa em 2026, pode enfrentar problemas sérios na sua base de apoio.

Flávio Dino enquadra “emendas PIX” e enfrenta reações no Congresso

Flávio Dino: enquadrando
as “emendas PIX”

A decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, de passar um pente fino na lisura das chamadas “emendas PIX”, dirigidas por deputados federais e senadores a prefeituras, sem informação sobre destinação ou projetos para o uso dos recursos.

Com base no princípio constitucional da transparência, que rege a aplicação de recursos no serviço público nos níveis federal, estadual e municipal, o ministro vê traços de inconstitucionalidade nessa estranha e muito suspeita forma de repasse por meio das chamadas “emendas impositivas”, que o Governo é obrigado a cumprir, sem questionar a destinação. Para ele, isso é “arbitrariedade”, e o Estado brasileiro não comporta tal procedimento.

Pela sua decisão, que atendeu a uma reclamação do PSOL e já está valendo, mas ainda passará pelo crivo do plenário do Supremo, só não serão auditadas as emendas que bancam obras já em andamento ou as que se referem a calamidades, como as enchentes do Rio Grande do Sul, por exemplo.

Com a decisão, o ministro Flávio Dino comprou uma baita, boa e justa briga com o Congresso Nacional, especialmente a Câmara Federal, por onde já passou e cujos meandros conhece bem. Mas ninguém se iluda imaginando que ele venha a ceder a pressões do presidente Arthur Lira (PP) e sua turma. Quem o conhece sabe que ele não se sobra a ameaças.

Vale aguardar os desdobramentos dessa medição de força, muito saudável para o País.

São Luís, 15 de Agosto de 2024.

Roberto Costa: favoritismo é gás para fazer campanha intensa em Bacabal

Roberto Costa: ação política integral e
campanha intensa em Bacabal

O deputado estadual Roberto Costa (MDB) tomou uma decisão politicamente forte: mesmo estando na liderança isolada na corrida à Prefeitura de Bacabal, segundo pesquisas, ele vai fazer uma campanha intensa, pedindo votos na cidade e no interior como se fosse marinheiro de primeira viagem. Nada de se deixar embriagar pelo favoritismo, ao contrário, sua disposição é consolidar e, se possível, ampliar a margem de intenções de voto, que já chega a mais de seis dígitos. O emedebista avisa que vai se movimentar no sentido demonstrar que tem, de fato, um compromisso com a população de Bacabal e que espera que os bacabalenses percebam isso com clareza durante a campanha.

Roberto Costa não é neófito em guerras eleitorais, suas eleições sempre foram buscadas quase no corpo-a-corpo, olhando nos olhos dos seus eleitores. Sempre enfrentou adversários difíceis, duros, e por isso tem uma noção exata do que é brigar por uma cadeira na Assembleia Legislativa, por uma Prefeitura como a de São Luís – foi candidato a vice-prefeito da Capital duas décadas atrás – e, principalmente, para chegar ao comando político e administrativo de Bacabal, um município que é polo regional e que, por isso, concentra forças políticas de peso. Não é sem razão que Bacabal tem hoje três deputados estaduais, o próprio Roberto Costa, Florêncio Neto (PSB) e Davi Brandão (PSB). Sua experiência na disputa de 2016 contra o experiente e implacável Zé Vieira (PR) lhe deu as lições que precisava para construir o projeto político e eleitoral consistente, que pode leva-lo agora ao comando municipal.

Diferentemente de outros políticos da sua geração, Roberto Costa é militante integral, dedicando todo o seu tempo a costurar acordos político-partidários, desarmar crises e atuar para o fortalecimento do seu partido, o MDB. Tanto que ele é referência como articulador na Assembleia Legislativa, atuando como aliado forte da presidente Iracema Vale (PSB), como fez nas gestões dos presidentes Humberto Coutinho (PDT) e Othelino Neto (PCdoB). Na sua intensa ação política, ele tem sido um importante aliado do prefeito de Bacabal, Edvan Brandão, atuando para resolver problemas e buscar recursos para o município.

Inspirado no padrão de atuação do ex-senador João Alberto (MDB), com quem aprendeu que política não tem meio termo e que parte do sucesso de um político está na intensidade com que atua e no respeito ao compromisso que assume, o deputado Roberto Costa vem colocando seu aprendizado em Bacabal, onde se tornou conhecido pelo cumprimento dos compromissos e dos acordos que firma. E no que diz respeito à corrida pelo voto, não esquece do que aprendeu como militante no Movimento Estudantil. Essa experiência explica o fato de estar no exercício do quarto mandato de deputado estadual e, nesse momento, como candidato favorito à Prefeitura de Bacabal.

Adepto da lógica segundo a qual eleição só se ganha ou se perde após a contagem dos votos, o deputado Roberto Costa encara a corrida à Prefeitura de Bacabal por esse viés. É claro que as pesquisas que o apontam com larga vantagem o animam e lhe dão gás para seguir em frente, mas sem direito a descanso nem à fanfarra do “já ganhou”. Ele sabe que, mesmo com a vantagem que as pesquisas lhe dão, não há espaço hesitação nem para erros. Daí a sua preocupação com uma campanha bem planejada, como deverá ser sua gestão se eleito for.

É movido por esses princípios e por essas regras próprias que o emedebista está decidido a fazer uma campanha plena, propositiva e percorrendo todo o território bacabalense.

PONTO & CONTRAPONTO  

André Fufuca e Juscelino Filho devem evitar confrontos durante a campanha

André Fufuca e Juscelino Filho: sem
confrontos durante a campanha

O pedido do presidente Lula da Silva (PT) para que seus ministros evitem confrontos em torno de candidatos a prefeito durante a campanha eleitoral. Com um ministério partidariamente heterogêneo, o chefe da Nação sabe que haverá situações em que dois ou mais ministros seus entrem em rota de colisão em muitos municípios, e por isso quer evitar que esse tipo de situação respingue na imagem do Governo.

No Maranhão são dois casos óbvios, os ministros do Esporte André Fufuca e das Comunicações Juscelino Filho. O primeiro comanda o PP no estado, estando, portanto, diretamente envolvido com a campanha de um grande número de candidatos, em grandes, médios e pequenos municípios. É o mesmo caso de Juscelino Filho, que tem parte do controle do União Brasil no estado, participando da campanha de muitos candidatos nos três níveis.

Até aqui, não há registro de casos se tensão entre os dois ministros por causa de candidatos que apoiam. André Fufuca e Juscelino Filhos têm maturidade e experiências políticas para saber até onde podem ir na corrida às prefeituras. E sabem também até onde podem chegar para evitar conflitos que gerem algum tipo de mal-estar em Brasília.

Liderança como faltoso e suposta agressão à mulher complicam a vida de Júnior Lourenço

Imagem rara: Júnior Lourenço
na tribuna da Câmara Federal

Não está fácil a vida do deputado federal Júnior Lourenço (PL). Primeiro ele apareceu na cabeça da lista dos mais faltosos da Câmara Federal, sofrendo nada menos do que R$ 68 mil de descontos no seu contracheque. Depois, foi acusado de agredir a mulher, em plena lua de mel, conforme Boletim de Ocorrência registrado por ela própria em denúncia à Polícia.

Um dos parlamentares que integram o grupo comandado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho, chefe maior do PL no Maranhão, Júnior Lourenço quase nunca ocupa a tribuna da Câmara e não atua como legislador, limitando sua atividade parlamentar ao uso de emendas e a participar de votações quando tem interesse na matéria.

O seu aparecimento como cabeça da lista de faltosos não surpreende, uma vez que ele já figura nessa relação desde o seu primeiro mandato. O dado diferenciado é que agora ele foi identificado como o mais faltoso de todos os 513 deputados federais, com desconto salarial (R$ 68 mil) bem maior do que o seu salário mensal, que é de R$ 46 mil, fora os penduricalhos. Mas, pelo que parece, isso para ele não faz a menor diferença.

Já o caso de suposta violência contra a mulher, Júnior Lourenço teve sua situação aliviada com o recuo da esposa horas depois de registrar o BO denunciando a suposta agressão.

São Luís, 14 de Agosto de 2024.

Pesquisa (feita antes da repercussão do Clio vermelho) aponta Braide reeleito no 1º turno

Eduardo Braide continua disparado, Duarte Jr. é
segundo e Wellington do Curso e Yglésio Moises surpreendem disputando o terceiro lugar

Se a eleição para a Prefeitura de São Luís fosse realizada agora, o prefeito Eduardo Braide (PSD) poderia renovar o mandato já no primeiro turno ou seguir para um segundo turno com o deputado federal Duarte Jr. (PSB), confirmando a polarização desenhada desde as primeiras pesquisas, feitas ainda no ano passado. De acordo com o levantamento feito pelo Instituto Qualitativa, Eduardo Braide teria 50,2% dos votos contra 21,4%, uma vantagem avassaladora: 29,2%. A pesquisa apurou que o deputado Wellington do Curso (Novo) teria 10,3%, seguido do deputado Yglésio Moises (PRTB) com 8,2%, Fábio Câmara (PDT) com 1,4%, Franklin Douglas (PSOL/Rede) com 1%, Flávia Alves (Solidariedade) com 0,9% e Saulo Arcangeli (PSTU) com 0,7%. Indecisos seriam 4,1% e os que votariam em branco ou anulariam o voto seriam 1,8%.

Tudo certo, nada a discutir em relação a esses percentuais. Ocorre, porém, que Instituto Qualitativa fez sua investigação para medir a corrida sucessória em São Luís no período de 28 a 31 de julho. No dia 30 de julho a Polícia encontrou o tal Clio vermelho com 1,1 milhão no porta malas, causando um vendaval no meio político e no entorno do prefeito Eduardo Braide. Ou seja, se a pesquisa foi iniciada no dia 28, é válido supor que no explosivo dia 30 de julho a maioria das entrevistas já estava feita, e que as realizadas naquele dia e no dia 31 provavelmente não captaram a repercussão do caso.

Seria um ato de má fé afirmar que, se realizada uma semana depois, a pesquisa encontraria alguma alteração negativa na posição prefeito Eduardo Braide, que na pesquisa anterior, do Instituto Prever, também apareceu com mais de 50% das intenções de voto, com chance real de renovar o mandato já no dia 6 de outubro. Por outro lado, as mesmas condicionantes éticas permitem afirmar que não seria surpresa se o levantamento sendo feito alguns dias depois da opereta milionária afetaria, ainda que de “raspão”, a posição do prefeito Eduardo Braide, mesmo sem comprometer o seu favoritismo. Isso porque, por conta das relações familiares e das ilações feitas por alguns, o caso bateu às portas do Palácio de la Ravardière, de onde o prefeito reagiu, repudiou a trapalhada, garantiu nada ter a ver com aquilo e pediu à polícia que investigue tudo e leve os responsáveis às barras da Justiça, se crime houver, “doa a quem doer”.

Voltando aos números encontrados pelo Instituto Qualitativa, eles mostram que o candidato Duarte Jr. parece estacionado no patamar um pouco acima dos 20%, não mostrando poder de reação, se levada em conta a sua posição na pesquisa do Prever, mesmo com o poder de fogo político e partidário que a sua candidatura vem exibindo. O candidato socialista tem condições plenas de fazer uma campanha mais movimentada e audaciosa, como, aliás, tem sido a sua própria trajetória política. Esse gás pode chegar com Creuzamar Pinho como candidata a vice, que tem força para mobilizar a militância do PT em torno da chapa liderada pelo parlamentar socialista.

Num outro espaço do tabuleiro, a pesquisa Qualitativa encontrou o deputado Wellington do Curso na casa dos dois dígitos, com 10,3%, o mais alto patamar que alcançou em todas as pesquisas feitas até aqui. E se aplicada a margem de erro no seu limite de 3,25%, ele pode cair para até 7%, mas também pode chegar a mais de 13%, que o tornaria competitivo em relação a Duarte Jr.. Na mesma levada, o deputado Yglésio Moises aparece com 8,2%, sendo que, se aplicada a margem de erro nos seus limites, ele pode chegar a 11 pontos percentuais ou desabar para 5%. Se os números da pesquisa Qualitativa estiverem certos, Wellington do Curso e Yglésio Moises entraram em rota de crescimento, o que pode atear fogo na campanha.

Os demais candidatos não sinalizam no sentido de que poderão reagir. Isso poderá ou não ser confirmado em novas pesquisas, que poderão revelar, por exemplo, o impacto do Clio vermelho – se é que houve algum – na candidatura do prefeito Eduardo Braide à reeleição.

Em Tempo: A pesquisa do Instituto Qualitativa foi contratada pelo Blog do Diego Emir, ouviu 900 eleitores entre os dias 28 e 31 de julho, tem margem de erro de 3,27 pontos percentuais, para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob protocolo MA-08009/2024.

PONTO & CONTRAPONTO

Patrimônio de Fred Campos surpreende, mas sua base é sólida

Fred Campos: patrimônio tem base sólida

Chamou a atenção o poder de fogo financeiro de três candidatos a prefeito de Paço do Lumiar. O candidato Fred Campos (PSB), líder disparado nas pesquisas, declaro à Justiça à Justiça Eleitoral uma relação patrimonial com valor total de R$ 27,4 milhões. Atrás dele, o candidato do Novo, empresário Francisco Neto, registrou patrimônio no valor de R$ 2,8 milhões, e o médico Felipe Gonçalo (Mobiliza) informou patrimônio no valor de R$ 1 milhão.

Natural a surpresa de muitos com a declaração patrimonial que Fred Campos apresentou à Justiça Eleitoral, explicando que o valor global é formado por prédios, terrenos, participação em empresas, aplicações financeiras, veículos, etc.

Tal volume de recursos, segundo fonte a ele ligada, é o resultado de uma base familiar ampla e financeiramente sólida e muito trabalho como empresário da construção civil e do ramo imobiliário.

Vale registrar que Fred Campos já nasceu rico. Filho do engenheiro Alderico Silva Neto (o primeiro maranhense a se formar no quase inacessível Instituto de Tecnologia da Aeronáutica – ITA), Fred Campo é bisneto do empresário caxiense Alderico Silva e Dinir Silva, irmã do senador Alexandre Costa. Alderico Silva, o “Seu Dá”, foi um empresário empreendedor que liderou o comércio, os serviços e a indústria de Caxias durante décadas na segunda metade do século passado, tornando-se um dos homens mais ricos do Maranhão. Uma parte dos seus bens veio, portanto, é desdobramento de herança, enquanto outra parte é o resultado da sua ação como empresário.

A Coluna não vai entrar em discussões sobre a ação empresarial de Fred Campos, mas conhece sua origem familiar o suficiente para afirmar que o seu patrimônio tem raízes sólidas.

Marco Aurélio recebe apoio de Lula na corrida pela prefeitura de Imperatriz

Lula da Silva declara apoio a Vânia do PT
e Marco Aurélio na corrida em Imperatriz

Quarto colocado na corrida pela Prefeitura de Imperatriz, o professor, empresário e ex-deputado estadual Marco Aurélio (Federação Brasil Esperança – PCdoB/PT/PV), acompanhado da sua vice, Vânia do PT, foi a Brasília em busca de um apoio mais efetivo do comando petista e foi recebido pelo presidente Lula da Silva (PT).

Além da promessa de apoio firme do PT, Marco Aurélio conseguiu um trunfo para exibir na campanha: imagens com o presidente Lula demonstrando apoio entusiasmado à sua candidatura. O presidente também teria gravado mensagem aos eleitores imperatrizenses recomendando o voto no candidato da Federação Brasil Esperança.

A manifestação de apoio do presidente se dá numa situação curiosa. Marco Aurélio está atrás de Mariana Carvalho (Republicanos) que, levada pelo deputado federal Aluísio Mendes (Republicanos), que é bolsonarista de carteirinha, conseguiu imagens e declarações efusivas de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro à sua candidatura, prometendo inclusive passar por Imperatriz durante a campanha.

A manifestação de Jair Bolsonaro, que é forte em Imperatriz, frustrou parte do eleitorado do deputado Josivaldo JP (PSD), que acreditava poder contar com o apoio do ex-presidente, já que é também apontado na região como bolsonarista roxo.

O fato é que Marco Aurélio e Vânia do PT regressaram a Imperatriz certos de que as imagens com o presidente Lula da Silva podem mudar o curso da campanha da chapa da Federação Brasil Esperança.

Vale lembrar que a corrida em Imperatriz está sendo disputada palmo a palmo por Josivaldo JP e pelo deputado estadual Rildo Amaral (PP), que tem como padrinho o ministro do Esporte André Fufuca.

São Luís, 13 de Agosto de 2024.

Criação de ZPE livra Bacabeira do fantasma da refinaria que não veio

Lula da Silva entrega decreto da ZPE a
Eliziane Gama e livra Bacabeira do
trauma causado pela refinaria
prometida e não construída

A notícia foi impactante e os números nela contidos são muito animadores. O objeto de tanto otimismo é o Decreto nº 12.131, assinado no dia 7 deste mês pelo presidente Lula da Silva (PT), que transforma 2.098,83 hectares, no município de Bacabeira, nos limites com os municípios de Rosário e Santa Rita, no espaço onde será implantada, sem perda de tempo, na Zona de Processamento e Exportação do Maranhão (ZPE). De acordo com o ex-governador José Reinaldo Tavares, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos, articulador do projeto com o apoio total do governador Carlos Brandão (PSB), a ZPE maranhense deve gerar 30 mil empregos e movimentar R$ 15 bilhões em cinco anos. A boa nova do presidente Lula da Silva resultou, entre outros fatores, da intensa ação da senadora Eliziane Gama (PSD), a quem o chefe da Nação entregou o decreto, já publicado no Diário Oficial da União, o que torna a ZPE um fato em processo de consumação.

A chegada da ZPE livra Bacabeira do trauma causado pela sufocante frustração que tomou conta do município e da região com o fracasso retumbante do projeto da Refinaria Prêmio III, da Petrobras, anunciado em janeiro de 2010, exatamente pelo presidente Lula da Silva, no seu segundo mandato, que tinha o senador Edison Lobão como ministro de Minas e Energia e quando se preparava para lançar a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), para sucedê-lo, numa parceria com a então governadora Roseana Sarney (MDB), que caminhava para disputar o quarto mandato. O complexo petrolífero, que produziria óleos finos e seria o maior da América Latina, foi lançado à época em Bacabeira, em meio à poeira das máquinas que já preparavam a gigantesca área, numa operação que consumiu mais de R$ 1 bilhão e para nada serviu. Bacabeira se transformou numa espécie de eldorado, recebeu investimentos em infraestrutura e foi atacada por uma furiosa onda de especulação imobiliária. Já nos primeiros momentos do seu governo, a presidente Dilma Rousseff avisou que não haveria refinaria, com avassaladoras consequências para Bacabeira.

Tudo indica agora que Bacabeira, que é o portal de entrada para o Munim e o litoral Nordeste, incluindo os Lençóis Maranhenses, pode voltar a ser a “terra prometida”, mais modesta, mas com efetividade. Isso porque, ao contrário da Refinaria Prêmio III, que dependia exclusivamente da Petrobrás, a ZPE é uma zona que comporta todo tipo de produção industrial para exportação, com vantagens tributárias e fiscais especiais, o que torna seus produtos competitivos no mercado planetário. Na área delimitada poderão se instalar indústrias as mais diversas, como de produtos eletrônicos, confecções e outros bens de uso massivo, mas tudo destinado à exportação. E com a vantagem adicional de ter um complexo portuário de primeira linha no seu quintal, o que pode tornar seus produtos bem mais competitivos.

A ZPE do Maranhão foi primeiro imaginada pelo então presidente José Sarney, em 88, quando fez uma visita à China e ficou empolgado com o que viu em Xangai, a primeira bolha capitalista do sistema comunista chinês. Tentou viabilizar uma no Maranhão, mas a grita da turma da Zona Franca de Manaus foi tão grande que ele arquivou o projeto. Vários governadores, entre ele a própria Roseana Sarney, também tentaram, mas em vão. Enquanto senador, Roberto Rocha investiu num projeto seu, que ficou engatado nas comissões do Senado da República. José Reinaldo Tavares alimentou o sonho e fez o que pôde para viabilizá-lo. Com prestígio em alta com o presidente Lula da Silva, a senadora Eliziane Gama comprou a briga e teve grande peso na decisão do presidente de editar o decreto de criação da ZPE de Bacabeira, livrando Bacabeira do fantasma da refinaria que não veio.

Em Tempo: Com o decreto presidencial, a ZPE de Bacabeira já existe, mas o seu funcionamento dependente agora do alfandegamento da área pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda, com base no projeto aprovado pelo Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação – CZPE.

PONTO & CONTRAPONTO

Nova vice de Duarte Jr. deve atuar para mobilizar a militância do PT

Creuzamar Pinho tem força para mobilizar
a militância do PT durante a campanha

A petista Creuzamar Pinho tem uma tarefa importante na condição de candidata a vice na chapa de Duarte Jr. (PSB). Ela deve galvanizar as fileiras do PT, de modo que a militância do partido ganhe as ruas e mostre sua força.

Quem conhece o braço do PT em São Luís diz que a militância petista é bem maior do que é normalmente vista. O PT tem muitos quadros filiados e um número maior ainda de simpatizantes. Boa parte desse contingente poderá ir para as ruas se a campanha de Duarte Jr. vier a empolgar a massa petista ainda discreta.

Com a força que tem no braço ludovicense do partido, como ficou demonstrado, por exemplo, na reunião que a escolheu para a vaga aberta por Isabelle Passinho, Creuzamar Pinho tem condições de mobilizar boa parte da militância do PT para turbinar a campanha do candidato Duarte Jr..

Braide está seguro de que não será afetado pelo caso do Clio, diz fonte

Eduardo Braide no vídeo em
que afirmou nada ter a
ver com o Clio vermelho

O prefeito Eduardo Braide (PSD) não vai mudar uma vírgula no seu projeto de campanha à reeleição. De acordo com uma fonte próxima ao prefeito de São Luís, Eduardo Braide teria ficado muito incomodado com o caso do Clio vermelho encontrado com R$ 1,9 milhão no porta-malas. Ao mesmo tempo, o prefeito estaria absolutamente seguro de que não pode ser afetado pelo episódio, uma vez que, conforme a fonte, nada tem a ver com a origem e o destino do dinheiro.

Ainda conforme a fonte, o prefeito de São Luís está ciente de que seus adversários políticos podem jogar pesado, mas que está preparado para enfrentar qualquer investida contra ele motivada pelo caso do Clio vermelho e do R$ 1,9 milhão nele transportado.

E vai desafiar os atacantes a provarem o contrário.

Na avaliação dessa fonte, o Clio vermelho foi encontrado num momento em que o prefeito Eduardo Braide teve espaço e tempo para se defender de alguma acusação direta a ele, o que ficaria mais complicado se a pancada fosse desferida em plena campanha eleitoral propriamente dita.

A mesma fonte disse, finalmente à Coluna, que o prefeito está confiante de que sua caminhada rumo à reeleição não será afetada por um caso com o qual ele afirma nada ter a ver.

São Luís, 11 de Agosto de 2024.  

Câmara de São Luís segue as regras e cassa Domingos Paz por quebra de decoro

Domingos Paz (acima) tentou se livrar, mas
viu seus colegas cassarem o seu mandato

O técnico em Edificações Domingos Paz não é mais vereador de São Luís, onde representava a Democracia Cristã (DC). Ele teve seu mandato cassado ontem, sob acusação de assédio e abuso sexual, o que equivale a quebra violenta do decoro parlamentar. A cassação se deu pelo voto de 24 dos 31 vereadores ludovicenses, sendo que ninguém votou contra a medida. Ainda como vereador, Domingos Paz participou da sessão, fez um discurso se defendendo e se dizendo inocente e, para surpresa dos colegas, tentou renunciar, com o objetivo de manter os direitos políticos. Tentou a manobra diante da certeza de que seria cassado, mas o jogo foi rechaçado pela Mesa Diretora, que manteve a pauta e autorizou a votação, que resultou no banimento de Domingos Paz da Câmara Municipal e da vida política por oito anos.

A cassação do vereador Domingos Paz é um caso que mostra como um parlamento deve funcionar numa situação como essas. A acusação de assédio e abuso sexual contra uma adolescente, na periferia de São Luís, que atingiu em cheio o vereador Domingos Paz, membro da Assembleia de Deus, foi feita pela vereadora Silvana Noely (PSB) há cerca de um ano. Na época, o vereador reagiu, demonstrando indignação e se dizendo vítima de um complô. As provas apresentadas pela vereadora denunciante, no entanto, se revelaram contundentes, deixando o vereador numa situação complicada. A vítima do abuso do vereador denunciou tudo à Polícia, que ampliou a investigação e descobriu que o Domingos Paz teria feito muito mais do que simplesmente abusar da sua vítima.

Diante das evidências, ampliadas pela investigação policial, e da fragilidade da defesa do vereador, a Mesa da Câmara Municipal, comandada pelo vereador Paulo Victor (PSB), acatou a denúncia e,  seguindo as regras, instalou uma Comissão Processante, integrada pelos vereadores Fátima Araújo (PCdoB), Edson Gaguinho (PP) e Chico Carvalho (PSDB), que foi escolhido presidente por ser um dos quadros mais experientes da Casa, com três mandatos de presidente no currículo e tem noção clara do que é decoro parlamentar. Foram meses de trabalho investigativo, tendo o vereador todos os seus direitos respeitados, incluindo o de defesa, o mais importante deles. O relatório apresentado pela Comissão Processante não deixou qualquer dúvida de que Domingos Paz feriu com muita gravidade o decoro parlamentar, tornando impossível a sua presença na Câmara Municipal.

Nesse período, Domingos Paz, com o auxílio de advogados, tentou de todas as maneiras boicotar o trabalho da Comissão Processante, que por conta de manobras teve seu trabalho retardado. O vereador usou todas as brechas regimentais e todos os recursos judiciais para entravar o processo de cassação, mas não funcionou. As evidências dos seus desvios morais e éticos falaram mais alto, consolidando no plenário da Câmara Municipal a convicção de que a cassação do seu mandato era irreversível.

Formado técnico em Edificações, portanto sem nível superior, Domingos Paz atuou politicamente na área Itaqui-Bacanga, tendo se elegido vereador de São Luís em 2020 com 3.930 votos, parte deles da comunidade evangélica, filiado ao Podemos, aproveitando a onda que levou o então deputado federal Eduardo Braide à Prefeitura de São Luís naquele ano. Ao longo de três anos e meio, foi um parlamentar sem maior expressão. Seu momento de maior notoriedade aconteceu em novembro do ano passado, quando ele, já enfrentando a acusação, foi à tribuna da Casa para denunciar que teve sua casa invadida por bandidos encapuçados, que levaram bens. A Polícia investigou a fundo o caso e nada descobriu sobre a tal invasão da residência do parlamentar no Anjo da Guarda.

Em sua defesa, Domingos Paz se disse acusado com mentiras e que era vítima de perseguição política. “Aqui não tem nada de opinião pública, aqui se tem um grupo orquestrado e fazendo trampolim para a campanha. Enquanto fazem injustiça, Deus fará justiça no dia 06 de outubro”, contra-atacou, sem, no entanto, convencer seus pares, que logo em seguida lhe tiraram o mandato. E durante sua fala, anunciou que estava renunciando ao mandato por meio do ofício nº 23/24, mas o presidente Paulo Victor recusou, por falta de amparo legal, frustrando a última manobra, destinada a preservar os direitos políticos.

A Câmara de São Luís fez o que todo parlamento sério faria num caso como esse. E sem vacilar no cumprimento das regras. E por essas regras o suplente Sá Marques passa a ser titular do parlamento municipal.

PONTO & CONTRAPONTO

PT indica Creuzamar como vice de Duarte Jr.

Creuzamar Pinho: apoiada por Felipe Camarão,
Duarte Jr. e Carlos Brandão para vaga de vice

Creuzamar Pinho é a substituta de Isabelle Passinho como candidata a vice-prefeita na chapa encabeçada pelo deputado federal Duarte Jr. (PSB). Ela foi escolhida, numa plenária do PT, ontem à noite, para preencher a vaga aberta com a saída de Isabelle Passinho, por motivo de saúde. O governador Carlos Brandão (PSB) e o vice-governador Felipe Camarão (PT) avalizaram a escolha e participaram do ato de confirmação, na sede do PT.

Ao contrário do que sempre faz nas suas plenárias, dessa vez o PT não discutiu a decisão, pois que Creuzamar Pinho era a candidata natural à vaga. Ela disputou a indicação com Isabelle Passinho, que foi a escolhida. A petista se preparava para tentar uma cadeira na Câmara Municipal, da qual é suplente, tendo recentemente passado quatro meses no exercício do mandato com o afastamento de Jonathan Soares (PT), titular do Coletivo Nós, formado por petistas. A decisão do PT mudou seus planos.

Se com Isabelle Passinho a campanha de Duarte Jr. enfatizaria o apoio aos deficientes, aos desamparados e aos problemas na área de saúde, com Creuzamar Pinho as propostas do candidato socialista enfocarão os problemas com o uso do solo urbano, da moradia, do transporte, de combate ao preconceito e apoio às áreas quilombolas ainda demarcadas na Capital do Maranhão.

Assistente social por formação, Creuzamar Pinho é o que se pode chamar de “militante raiz” do PT, com forte atuação também na área sindical, sendo, por exemplo, uma das articuladoras da Rede de Mulheres Negras do Maranhão. Durante seu período na Câmara de São Luís, ela fez pronunciamento fortes nessas áreas.

Há quem diga que a escolha de Creuzamar Pinho para vice vai envolver mais setores do PT na campanha do socialista Duarte Jr.. Faz sentido.

Paula Azevedo tem mandato cassado pelos vereadores de Paço do Lumiar

Paula Azevedo: mandato cassado por vereadores

Confirmada a previsão da Coluna de que não haveria retorno: Paula Azevedo não é mais prefeita de Paço do Lumiar. Afastada do cargo desde o dia 29 de abril, por decisão judicial, no curso de uma investigação de várias suspeitas de desvios milionários de recursos do município, Paula Azevedo foi cassada ontem pela Câmara Municipal luminense, por um placar indiscutível: 15 votos a favor da cassação e quatro contrários.

A sessão de cassação foi comandada pelo vereador Jorge Maru, que até semanas atrás era aliado da prefeita, sendo apontado como o nome que ela apoiaria na corrida à sua sucessão. Jorge Maru votou pela cassação da prefeita afastada, assim como vários vereadores que faziam parte da sua base de apoio.

O PCdoB, que vinha tentando salvar o mandato de Paula Azevedo, atuando com suporte na guerra judicial desencadeada com o afastamento da prefeita em maio, operou fortemente nos bastidores para evitar a cassação, mas nada conseguiu.

Com a cassação de Paula Azevedo, o vice-prefeito Inaldo Pereira (PSDB), que estava na condição de interino, agora se torna titular do cargo. Além de apoiar a cassação de Paula Azevedo, Inaldo Pereira  é cabo eleitoral assumido de Fred Campos (PSB), o candidato mais forte à Prefeitura de Paço do Lumiar.

São Luís, 10 de Agosto de 2024.

Mudança na Secid foi ato normal, mas a relação de Brandão com dinistas é crítica

Carlos Brandão ocupa legitimamente o espaço aberto
com a ida de Flávio Dino para o Supremo

O ato administrativo de mudança no comando da Secretaria das Cidades (Secid), com a saída de Joslene Rodrigues, mulher do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), após nove anos no cargo – mais de dois períodos de governo -, foi açodadamente interpretado por alguns como o acirramento da crise na relação do grupo que seguia a liderança do então governador Flávio Dino (PSB). Mas o próprio Márcio Jerry colocou ponto final no caso, declarando, de alto e bom som, que Joslene Rodrigues deixou o cargo porque quis, sem qualquer pressão, e que a prova de que não houve problema foi a nomeação do jornalista Robson Paz para o cargo, por indicação do partido. “Se ela quisesse, permaneceria no cargo”, disse o presidente do braço maranhense do PCdoB, para reforçar o fato de que o governador Carlos Brandão (PSB) fez a troca atendendo a um pedido.

Certo, foi isso mesmo. Mas, independentemente da troca no comando da Secid, não há como negar a existência de um desgaste agudo e tenso na relação do governador Carlos Brandão e seus liderados com o grupo remanescente do dinismo, que perdeu referência e comando com a aposentadoria política do agora ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa convivência fadigou de tal maneira que nos bastidores já corre que a comunicação do governador com o ministro praticamente não existe.

A falta de interlocução vem permitindo a ocorrência de episódios estranhos e aparentemente sem sentido, como a desistência do vice-governador Felipe Camarão (PT) de assumir a coordenação da candidatura do deputado federal Duarte Jr. (PSB), após “consultar Brasília” depois de haver acertado os termos do seu afastamento da Secretaria de Estado da Educação. O recuo criou claro embaraço para o governador Carlos Brandão, que a partir de então tomou uma decisão: o que ficar acertado será cumprido, sem reversão “após consulta a Brasília”.

Claro está que, ao se deixar seduzir pela toga do Supremo, a ele entregue pelo presidente Lula da Silva (PT), obrigando-se a se afastar da política, na qual estava se tornando uma das mais importantes referências do País, Flávio Dino abriu, conscientemente, um enorme vazio no cenário político maranhense. E estava escrito nas estrelas que, no comando do Governo, agora sem sombra, com o aval da esmagadora maioria da Assembleia Legislativa, liderada por uma aliada fiel, a deputada Iracema Vale (PSB), e com um bom relacionamento com a bancada federal, o governador Carlos Brandão naturalmente agiria para ocupar esse espaço. E está ocupando o vazio sem trombetas e sem gestos ostensivos de hostilidade, e porque conhece como poucos quem é quem e quem é o quê no tabuleiro da política estadual.

A conclusão óbvia é que, como a política como prática é o jogo pelo poder, não há como cobrar do governador Carlos Brandão compromissos que perderam sentido quando o vazio político foi aberto no dia 20 de fevereiro de 2023, quando Flávio Dino renunciou ao mandato de senador para se tornar ministro da Suprema Corte. E o desdobramento na política local aconteceu como já era previsto: o governador não se deixou envolver por pequenas, mas expressivas, tramas – como o desgastante bloqueio temporário da nomeação do advogado Flávio Costa para o TCE, por exemplo. Mas tem deixado cada vez mais claro que, se a corda esticar para valer, ele ficará no cargo até o último dia do mandato, provavelmente dando posse a um governador a quem ajudou a eleger.

Na semana passada, ao participar de uma convenção em Icatu, o governador Carlos Brandão disse que ainda tem dois anos e meio de governo, ou seja, 30 meses. E como a desincompatibilização para disputar o Senado ocorrerá daqui a 18 meses, bloqueios antenados e políticos sedentos fizeram as contas e concluíram que Carlos Brandão estava mandando um recado de que pode ficar no cargo até o final do mandato. Em meio ao alvoroço que tomou de conta dos bastidores da política, esta Coluna perguntou ao governador se ele pensa, de fato, concluir seu mandato no cargo. Sua resposta foi esclarecedora:

– Vamos aguardar os acontecimentos.

PONTO & CONTRAPONTO

André Fufuca acompanha de Paris boas e más notícias sobre candidatos do PP

André Fufuca

Ao mesmo tempo em que curte as Olimpíadas de Paris, comandando a representação do Brasil nos Jogos, o ministro do Esporte, André Fufuca, administra notícias não muito alvissareiras, mas também com informações importantes sobre o peso do PP nessas eleições. Exemplo de notícia nada alvissareira é Imperatriz, enquanto informação positiva vem de Santa Inês.

O caso mais preocupante é do deputado Rildo Amaral, candidato do PP à Prefeitura de Imperatriz. Ele vinha medindo força com o candidato do PSD, deputado federal Josivaldo JP, e agora dizem que terá de se preocupar também com a candidata do Republicanos, a suplente de deputada federal Mariana Carvalho, que já estaria em terceiro lugar, turbinada pela declaração de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Já o caso do prefeito Felipe dos Pneus, candidato à reeleição em Santa Inês, tranquiliza o ministro, que deve disputar a senatória em 2026. Depois de uma série de problemas, Felipe dos Pneus acertou o rumo, virou o jogo e parece ter sua reeleição assegurada.

Se Domingos Paz não for julgado hoje, a Câmara Municipal terá de arquivar a denúncia

Domingos Paz deve ser cassado hoje

Ficou feio para a Câmara Municipal de São Luís adiar a votação do relatório da Comissão Processante que propõe a cassação do mandato do vereador Domingos Paz (Democracia Cristã), acusado de usar o poder do mandato do dinheiro para abusar sexualmente de mulheres indefesas pelo grau de pobreza.

O fato de 11 dos 31 vereadores não terem comparecido à sessão de ontem pareceu claramente uma manobra destinada a poupar o parlamentar. Mais do que o corporativismo sem sentido, a ausência causou a impressão de que os ausentes querem poupar o colega da degola, não dando importância ao fato de que a São Luís inteira está ciente do que aconteceu e que pode acertar contas com esse grupo nas urnas, em outubro.

Domingos Paz é ciente da sua própria culpa e do estrago que suas investidas sexuais fizeram na sua carreira, que já decidiu não mais concorrer à reeleição, colocando no seu lugar sua mulher na sua vaga partidária.

Vale registrar que os 20 vereadores que compareceram à sessão foram: Paulo Victor (presidente), Fátima Araújo, Ribeiro Neto, Álvaro Pires, Jhonatan Soares, Marcial Lima, Domingos Paz, Karla Sarney, Concita Pinto, Dr. Gutemberg, Pavão Filho, Andrey Monteiro, Edson Gaguinho, Silvana Noely, Octávio Soeiro, Nato Júnior, Raimundo Penha, Marquinhos Silva e Chico Carvalho.

Já os ausentes foram Francisco Chaguinhas (vice-presidente), Antônio Garcês, Astro de Ogum, Daniel Oliveira, George da Companhia do Som, Marcos Castro, Marlon Botão, Rosana da Saúde, Thiago Freitas, Tiririca do Maranhão, Umbelino Júnior e Zeca Medeiros.

Vele conferir os números e o resultado da sessão extraordinária de hoje, uma vez que, se o pedido de cassação não for julgado, o processo irá para o arquivo morto da Casa e Domingos Paz continuará como um “honrado” vereador de São Luís.

São Luís, 09 de Agosto de 2024.

Braide se manifesta e afirma que nada tem a ver com o caso do Clio vermelho

Eduardo Braide se manifesta
sobre o caso do Clio vermelho

“Quem não deve, não teme, pois sei que nada tenho a ver com esse episódio”. Foi essa a frase-chave pronunciada pelo prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), na declaração que fez em vídeo, ontem, a primeira em relação ao caso do Clio vermelho encontrado abandonado numa rua do Renascença com um R$ 1,1 milhão em espécie no porta-malas. Na sua manifestação, o prefeito da Capital afirma, categórico, querer tudo esclarecido pela Polícia.

De acordo com os primeiros passos da investigação policial, o veículo foi estacionado propositadamente no local por um ex-assessor dele quando deputado federal, e do irmão, deputado estadual Fernando Braide (PSD), e atual assessor da Prefeitura de São Luís, com o apoio logístico de outro assessor municipal, que conduzia um veículo registrado em nome de pessoa já falecida da família e que era usado por seu irmão, Antônio Braide, com quem, revelou, não fala há pelo menos três anos. Na sua mensagem, o prefeito diz esperar que a Polícia faça o seu trabalho, identifique os envolvidos e, se houver crime, que os culpados sejam devidamente punidos pela mão pesada da Justiça, doa em quem doer.

A manifestação do prefeito sobre o caso do Clio vermelho foi direta. Ele amarrou todos os pontos com a afirmação de que nada sabia a respeito do assunto até que ele veio à tona via imprensa. Garantiu que está fora da patacoada milionária, reafirmando que sua gestão não comporta esse tipo de coisa. No seu entendimento, trata-se agora de um caso da Polícia, que deve colocar tudo em pratos limpos e tomar as medidas necessárias para enquadrar devidamente os envolvidos, se crime houver.

O prefeito Eduardo Braide é um político inteligente, racional, que mede cuidadosamente cada passo que dá. À primeira vista, é difícil imaginar que ele tenha alguma coisa a ver com essa patacoada, ainda que os personagens, os instrumentos e o ambiente façam parte do seu entorno político-administrativo e familiar. E esse é o objetivo embutido na nota gravada e divulgada ontem em redes sociais. A manifestação vem a público quando ele próprio já teve tempo para averiguar e constatar que, por mais próxima que a opereta de mau gosto esteja do seu gabinete, ela não o inclui no seu roteiro. Daí a afirmação categórica de que “quem não deve, não teme”.

O prefeito Eduardo Braide sabe que nesse momento estão em jogo a sua reeleição – que parece um projeto viável, tanto que ele é o favorito em todas as pesquisas – e o seu objetivo depois da Prefeitura de São Luís, o Palácio dos Leões. Com a experiência acumulada de várias eleições e do peso de adversários, está consciente de que o Clio vermelho será tema da campanha eleitoral, o que já pode ser medido pelo espaço que vem ocupando nas redes sociais. Alguns dos seus adversários – como o presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor (PSB), que fez um discurso eufórico em que agradeceu a Deus, como se o Clio vermelho fosse uma dádiva – têm dado a medida do que vem por aí, tenha ou não o prefeito alguma coisa com o caso. Outros foram mais cautelosos, preferindo aguardar o resultado da investigação policial para ajustar o tom dos seus discursos. No geral, o que se diz nos bastidores é que o caso será explorado na campanha eleitoral.

Com a sua racionalidade, prefeito Eduardo Braide tem a clareza de que qualquer envolvimento com o Clio vermelho poderá ser desastroso para sua carreira. Sabe, portanto, que a declaração que divulgou ontem é uma garantia moral e ética de que, de fato, nada tem a ver com o caso. Agora é aguardar pelo desfecho da ação investigativa da Polícia, porque é assim que tem de ser. E como o caso agora é de natureza puramente policial, não cabe tentar vê-lo por outro viés. Qualquer afirmação ou conclusão fora da seara policial será mera ilação, sem qualquer valor.

Vale anotar, finalmente, que é nesse contexto que o prefeito Eduardo Braide está se manifestando sobre o caso.

PONTO & CONTRAPONTO

Iracema celebra a Lei Maria da Penha e conclama os homens a serem “aliados nessa luta”

Iracema Vale: discurso forte sobre a Lei maria da Penha

A presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), deu ontem uma prova de que é, de fato, uma política antenada. Ela foi à tribuna para se manifestar sobre os 18 anos da Lei Maria da Penha, por meio da qual o Brasil ganhou o status de referência mundial no combate à violência contra as mulheres. E não foi uma fala qualquer. A parlamentar apontou a Lei Maria da Penha como “a grande aliada de todas as mulheres que passam por situações de violência no País”.  

Iracema Vale justificou sua manifestação enfática no aniversário da Lei Maria da Penha: “Eu, na condição de deputada estadual, mulher, presidente desta Casa, não podia deixar de me pronunciar numa data tão importante para as mulheres. É um marco histórico na luta contra a violência doméstica e de gênero no Brasil. Essa lei, que leva o nome de uma mulher corajosa, resiliente, Maria da Penha, representa um avanço na proteção dos direitos das mulheres e na promoção de uma sociedade mais justa e igualitária”.

Num discurso enfático, a parlamentar socialista chamou a atenção para o fato de que a Lei Maria da Penha, além de criar mecanismos para coibir a violência contra a mulher, também promove a conscientização e a educação da sociedade sobre a importância do respeito à igualdade de gênero.

E situou o problema da violência no Maranhão e os esforços contra esse problema: “Temos buscado fortalecer as políticas públicas de apoio e de proteção às mulheres. Aqui, quero elogiar a bancada feminina desta Casa, que tem feito muitas proposições nesse sentido, e agradecer aos homens que nos têm apoiado nas ações voltadas à garantia dos direitos para as mulheres do nosso estado”.

A presidente da Assembleia Legislativa homenageou as mulheres que enfrentam, “com muita coragem e determinação”, a violência de gênero: “Vocês são exemplos de resiliência e inspiração para todas nós. Aos homens, faço um apelo, sejam nossos aliados nesta luta. O combate à violência contra a mulher é uma responsabilidade de todos”.

Brandão muda comando da Secid: sai Joslene Rodrigues, entra Robson Paz

Carlos Brandão entre Robson Paz, que entra
e Joslene Rodrigues, que ai da Secid

O governador Carlos Brandão fez ontem uma mudança no seu secretariado. Demitiu Joslene Rodrigues do comando da Secretaria das Cidades (Secid) e nomeou para o cargo o jornalista Robson Paz.

O que poderia ser uma mudança de rotina na equipe ganhou tintura política pelo fato de Joslene Rodrigues ser esposa do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), que foi por ela substituído nesse cargo ainda no Governo Flávio Dino.

Presidente estadual do PCdoB e o principal remanescente do grupo liderado pelo hoje ministro Flávio Dino (STF), Márcio Jerry encontra-se hoje no epicentro da crise que ameaça romper os laços que ainda ligam o governador Carlos Brandão ao grupo dinista. O foco mais evidente é a disputa entre Márcio Jerry e os Brandão pela Prefeitura de Colinas.

Mesmo tendo como motivação a tensa relação do deputado federal Márcio Jerry com o governador Carlos Brandão, a saída de Joslene Rodrigues do comando da Secid não foi traumática. Ao contrário, foi negociada e politicamente civilizada. Tanto que a pasta vai continuar com o PCdoB, representado pelo jornalista Robson Paz, que é ligado a Márcio Jerry e foi secretário de Comunicação Social no Governo Flávio Dino.

São Luís, 08 de Agosto de 2024.

Com candidatos definidos, começa de fato a guerra pelo voto municipal

Eduardo Braide e Duarte Jr. em São
Luís, Josivaldo JP e Rildo Amaral
em Imperatriz, Paulo marinho Jr.
e Gentil Neto em Caxias, Dinair
Veloso e Rafael Brito em Timon,
Zé Francisco e Chiquinho da FC
em Codó, Roberto Costa lidera em
Bacabal e André da Ralpnet está
na frente em Pinheiro

Faltam exatos 60 dias para as eleições. Dezenas de festas partidárias animaram as diferentes regiões do estado no final da semana que passou, de modo que os candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador nos 217 municípios maranhenses, a começar pelos de São Luís, estão definidos e homologados, autorizados, portanto, a pedir votos na ainda chamada pré-campanha, aguardando o sinal verde para a campanha propriamente dita, que começará no dia 16 de agosto, sendo que a propaganda no Rádio e na TV só será permitida a partir de 30 de agosto, e será encerrada às vésperas da corrida às urnas, no dia 6 de outubro. É uma operação gigantesca sob a responsabilidade da Justiça Eleitoral, um momento de poder absoluto do cidadão-eleitor, que tem a decisão por meio do voto, e a hora da verdade para a classe política, cujos próximos passos dependem do resultado das urnas.

Nesse jogo, todos os municípios são importantes, mas há casos em que o peso político é diferenciado e decisivo. São Luís, por exemplo, é o maior e mais importante colégio eleitoral do estado, mas no momento não é o mais influente, uma vez que se encontra sob o comando do prefeito Eduardo Braide (PSD), um político hábil em busca da reeleição, mas sem suporte partidário consistente. Tal situação poderia ser invertida com uma eventua eleição do deputado federal Duarte Jr. (PSB), que tem o apoio da aliança governista formada por uma dúzia de partidos.

As lideranças políticas estão de olho em municípios influentes, como Imperatriz, Caxias, Timon, Codó, São José de Ribamar, Bacabal, Balsas, Pedreiras, Pinheiro, Santa Inês e Barreirinhas, entre outros que de fato pesam no jogo do poder político do Maranhão, hoje ameaçado de ser atingido por uma crise que certamente virá se o grupo atualmente no poder vier a rachar.

Imperatriz, por exemplo, que estreia no seleto time dos municípios onde as eleições podem ser decididas em dois turnos, pode cair nas mãos do deputado federal Josivaldo JP (PSD), um político sem lastro partidário, mas que tem sabido usar eleitoreiramente o poder de fogo de um congressista por meio de emendas milionárias, isso associado a uma forte dose de carisma. Em Caxias, centro político efervescente, o embate será entre duas frentes, uma formada pela união do grupo Gentil com parte do grupo Coutinho e outra montada pelo grupo Marinho com parte do grupo Coutinho, desenhando um cenário político quase surreal, tornando imprevisível o desfecho da corrida às urnas.

As atenções estão também voltadas para Timon, onde a aliança governista lançou o deputado Rafael (PSB) para enfrentar a prefeita Dinair Veloso (PDT), ligada ao grupo Leitoa e candidata à reeleição, com o apoio do PT, que no caso vai na contramão da aliança partidária a que pertence. Em contraponto, Bacabal caminha para consolidar ali a aliança governista com a provável vitória do deputado Roberto Costa (MDB), um político em ascensão. E em Codó, onde o prefeito Zé Francisco (PSDB) luta para viabilizar sua reeleição, mas enfrenta o poder de fogo do empresário Chiquinho da FC, um espantoso e raro caso de petismo de direita.

Uma das disputas mais curiosas está em curso em Pinheiro, onde a senadora Ana Paula Lobato (PDT) terá seu prestígio testado na candidatura do empresário André da RalpNet (Podemos), que lidera nas pesquisas, mas que já começou a sentir o poder de fogo do prefeito Luciano Genésio (PP), que lançou o médico Kaio Hortegal (PP), e enfrenta ainda o cacife do suplente de deputado estadual João Batista Segundo (PRD). Vozes experientes da Baixada afirmam que a disputa está em aberto. Num outro viés, Barreirinhas, que ganhou nova estatura com a transformação dos Lençóis Maranhenses em Patrimônio Natural da Humanidade, parece disposta a abrir caminho para a nova geração com o favoritismo do engenheiro Vinícius Vale (MDB) em relação ao projeto de reeleição do prefeito Amílcar Rocha (PCdoB).

Esses e muitos outros casos indicam que as eleições municipais deste ano serão decisivas para o desenho político do Maranhão que será submetido às urnas nas eleições gerais de 2026.

PONTO & CONTRAPONTO

Pesquisas mostram cenários diferentes em Imperatriz e Pinheiro

A corrida pelo voto em Imperatriz e Pinheiro vem desafiando a integridade das pesquisas feitas para medir o poder de fogo dos candidatos a prefeito diante do eleitorado.

No caso de Imperatriz, de seis pesquisas realizadas do final do ano passado para cá, três mostraram o deputado Rildo Amaral (PP) na liderança, com vantagens variadas, e três informaram que a liderança está com o deputado federal Josivaldo JP (PSD), também com números bem diferentes. Ali se fala na “pesquisa de fulano” e na “pesquisa de sicrano”, como se isso fosse normal. Uma raposa Tocantina prevê que haverá segundo turno, mas que a verdade só virá com o resultado das urnas.

Em Pinheiro a situação é a mesma: um número expressivo de pesquisas que mostram cenários variados. Ali, porém, tem sido registrada uma informação constante: a liderança de André da RalpNet (Podemos), apenas com uma forte variação do percentual de vantagem. Mesmo assim, os cenários diferentes colocam enormes interrogações sobre os números divulgados.

O problema é que tais levantamentos são registrados na Justiça Eleitoral sem uma checagem severa dos dados apresentados.

Convenções de Diniz e Mulato acendem sinal de alerta para Júlio Matos em Ribamar

Acima a convenção gigante de Dudu Diniz, com a
presença do governador Carlos Brandão, e abaixo a
reunião de Guilherme Mulato em Ribamar

Apontado como líder disparado na corrida ao voto em São José de Ribamar, o prefeito Júlio Matos (Podemos), que busca a reeleição, viu acender o alerta amarelo no final da semana passada, final de prazo para a realização de convenções para a escolha de candidatos.

Duas convenções lhe chamaram a atenção, a do presidente da Câmara, vereador Dudu Diniz (PSB), que pretende chegar à Prefeitura, e a do vereador Guilherme Mulato (Novo), que aparecem nas pesquisas como os adversários mais próximos do prefeito.

Dudu Diniz foi confirmado candidato numa convenção gigante, com milhares de pessoas e a presença do governador Carlos Brandão (PSB), que foi ovacionado pela multidão, da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB) e do ex-prefeito Luiz Fernando Silva, até aqui considerado um dos melhores prefeitos da história de São José de Ribamar. A deputada Iracema Vale (PSB) tem forte base eleitoral em São José de Ribamar e influenciou na escolha do candidato.

A convenção que confirmou a candidatura de Guilherme Mulato não teve o gigantismo da que confirmou Dudu Diniz, mas foi animada o suficiente para ganhar o sentido de mais um recado ao prefeito Júlio Matos.

A impressão geral é a de que o prefeito reúne as condições para se reeleger, mas há quem diga também que o jogo ali será duro.

São Luís, 07 de Agosto de 2024.