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Líderes da direita no Maranhão não entram em confronto por causa da prisão de Bolsonaro

Jair Bolsonaro: aliados preferiram
ficar em silêncio sobre sua prisão
preventiva, decretada sábado

A decretação da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), causada pela sua tentativa de romper a tornozeleiras eletrônica e a convocação, por seu filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), de uma vigília em frente ao condomínio onde o ex-mandatário reside, em Brasília, levantando forte suspeita de um plano de fuga, não despertou nenhum movimento dos grupos políticos da direita assumida, nem de solidariedade nem em sua defesa. O comando estadual do PL, que tem como chefe maior o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, ignorou solenemente o fato, o mesmo acontecendo com o Novo, que no mesmo dia lançou festivamente o lançamento do médico Lahesio Bonfim ao Governo do Estado, com a presença do governador mineiro Romeu Zema, fazendo de conta que nada aconteceu no país. E assim foram os deputados declaradamente bolsonarista, como Aluísio Mendes (Republicanos), por exemplo. A reação quase solitária saiu do ex-senador Roberto Rocha (sem partido), que criticou a medida.

Pode ter sido pelo fato de bolsonaristas de proa não terem engrossado o coro da família e dos chefes da corrente de extrema direita mais próximos da cúpula do PL ou porque o episódio, que repercutiu mundialmente, aconteceu num sábado. A verdade é que no Maranhão as vozes bolsonarista silenciaram, como se tivessem chegado à conclusão de que a casa caiu de vez, e agora com um empurrão decisivo dado pelo próprio-ex-presidente, na forma patética de tentar derreter a tornozeleiras eletrônica com um equipamento de solda.

O silêncio do braço maranhense do PL está explicado pela distância política e pessoal que separa Josimar de Maranhãozinho de Jair Bolsonaro e o seu núcleo familiar. O ex-presidente tentou várias vezes, de maneira agressiva, tirar Josimar de Maranhãozinho do comando do partido no estado, ora pressionando o presidente nacional para destituí-lo por meio de uma intervenção, ora atacando-o fortemente com adjetivos cáusticos, objetivando minar o prestígio político de Josimar de Maranhãozinho no estado. O chefe do PL no Maranhão não engole a maneira agressiva com que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, com o aval do marido, destituiu a deputada federal Detinha, dona da maior votação em 2022, do comando do PL Mulher. Assim, nada que diga respeita a Jair Bolsonaro interessa a Josimar de Maranhãozinho e seus liderados.

Chamou a atenção o fato de que, reunidos sábado em São Luís para o lançamento da candidatura do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Romeu Zema os comandos nacional e estadual do Novo e sua maior estrela nacional, o governador mineiro Romeu Zema, aliado declarado do ex-presidente, não tenham dito uma só palavra sobre o assunto. Romeu Zema tem sido muito cuidadoso em não melindrar os apoiadores do ex-presidente, trabalhando no sentido de contar com o apoio deles se conseguir viabilizar a sua candidatura a presidente da República medindo forçar com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Outras vozes da direita não-bolsonarista se mantiveram distante do vendaval político, reforçando a impressão de que o bolsonarismo no Maranhão é uma bolha, que basicamente se manifesta fazendo barulho nas redes sociais. Sua defesa estridente é feita apenas pelo deputado estadual Yglésio Moyses (PRTB), recém convertido à direita extremada, na qual faz coro com a deputada estadual Mical Damasceno (PSD), representante máxima da malha evangélica que apoia o ex-presidente no estado.

O contraponto ficou por conta do ex-senador Roberto Rocha, bolsonarista de carteirinha e pretenso candidato a governador – podendo também disputar o senado -, que publicou nas suas redes sociais uma mensagem criticando o STF e o ministro Alexandre de Moraes pela medida, emendando com o seu discurso já conhecido e segundo o qual o ex-presidente “é vítima de uma ditadura do Judiciário”.

Nada além disso, o que sugere que muitos bolsonaristas caíram na real.

PONTO & CONTRAPONTO

Eliziane mantém ritmo de pré-campanha à reeleição e aguarda decisão de Braide para definir rumo

Eliziane Gama: pré-campanha de pé

Se alguém pensou que a senadora Eliziane Gama (PSD) tirou o pé do acelerador na sua corrida em busca da reeleição está muito enganado. Ao contrário, ela vem mantendo ritmo forte na sua pré-campanha, trabalhando duro para se manter no grupo de favoritos, hoje formado pelo senador Weverton Rocha (PDT), pelo deputado federal e atual ministro do Esporte André Fufuca (PP) e por ela própria.

Eliziane Gama vem demonstrando que, ao contrário dos que a imaginam fora do páreo, ela está realizando eventos com públicos específicos, como empresários, evangélicos, profissionais liberais, fazedores de cultura e professores, por exemplo.

O evento mais recente, o “+ Mulheres na Política”, realizado três semanas atrás em São Luís, Eliziane Gama demonstrou força e prestígio com a participação da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, como palestrante, e com a participação do governador Carlos Brandão (sem partido) e da presidente do Poder Legislativo, deputada Iracema Vale (PSB).

Eliziane Gama ainda não colocou todo o seu time em campo, pois só o fará após o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) bater martelo dizendo se será ou não candidato a governador. Se for candidato, Eliziane Gama será candidato à reeleição na sua chapa. Se não, vai se alinhar ao candidato a ser apoiado pelo Palácio dos Leões.

Tudo isso, porém, pode mudar radicalmente se o governador Carlos Brandão protagonizar uma reviravolta radical, deixe o Governo e se candidate ao Senado. Eliziane Gama acredita nessa possibilidade e torce para estar certa.

Registro

Grave crime ambiental em rua do São Francisco em obra do Grupo Mateus

Amendoeiras e mangueiras saudáveis foram impiedosamente abatidas

Aconteceu em plena realização da COP30, quando o mundo discutiu em Belém as consequência que a raça humana pode sofrer com as mudanças climáticas, causada sobretudo, pelo desmatamento: o Grupo Mateus, exibindo o lado selvagem do seu capitalismo na abertura de mais uma loja, transformou a bucólica Rua dos Abacateiros, no São Francisco, até então sombreada por seis mangueiras e quatro amendoeiras, numa via sem vida e castigada pelo sol causticante.

As árvores, todas robustas e frondosas, sem um só traço de doença que pudesse justificar a sua derrubada, foram abatidas implacavelmente por motosserra no tronco, o que aponta a intenção de mata-las sem a menor preocupação com as consequência do ataque violento à natureza numa área urbana tão carente de verde.

O que acontece na Rua dos Abacateiros foi um crime ambiental violento e insano. Primeiro porque os que o praticaram não tinham o direito de fazê-lo, e até onde a Coluna alcançou, nem autorização tiveram dos órgãos de controle ambiental, como o Ibama e as secretarias estadual e municipal do meio ambiente. Decidiram abater as amendoeiras e as mangueiras e consumaram o crime por pura e simples conveniência

Além dos troncos e do céu aberto onde havia sombra, outra prova do crime veio ontem, com a decisão da Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação, que embargou as obra, o recém inaugurado Mateus Food, já praticamente concluída, porque, mesmo tendo a empresa Alvará de Funcionamento, os fiscais da Prefeitura de São Luís identificaram uma série de irregularidades, entre elas a derrubada das árvores.

Independentemente de outras irregularidades na obra agora embargada, a derrubada criminosa das árvores foi um crime específico, imperdoável e que exige punição severa para os responsáveis diretos, especialmente os que deram a ordem para a ação criminosa. Isso incluindo o próprio agora celebrado “bilionário” Ilson Mateus, cujos méritos empresariais não se discute, mas que foi no mínimo omisso nesse caso.

São Luís, 25 de Novembro de 2025.

Lahesio Bonfim é confirmado candidato do Novo com o apoio declarado de Romeu Zema

Lahesio Bonfim fala como pré-candidato do Novo, com a bênção de Romeu Zema (de óculos)

O ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim está confirmado candidato do Novo, partido da direita liberal, na disputa pelo Palácio dos Leões. A confirmação se deu na tarde de sábado, no Hotel Luzeiros, onde foi realizado o 3º Encontro do partido no Maranhão, com a presença da cúpula nacional do Novo, com destaque para o governador de Minas Gerais Romeu Zema, pré-candidato da agremiação ao Palácio do Planalto. O evento partidário lotou o grande auditório do hotel, com filiados do partido vindo de diferentes regiões do estado empolgados com a candidatura do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, que aparece em terceiro lugar nas pesquisas sobre sucessão estadual. O ex-deputado estadual César Pires foi confirmado como um dos candidatos ao Senado.

Dois fatos chamaram a atenção no evento. O primeiro foi o entusiasmo da cúpula nacional com o projeto de candidatura de Lahesio Bonfim ao Palácio dos Leões, demonstrado principalmente pela fala do governador mineiro e presidenciável Romeu Zema, que definiu o evento como “extraordinário” e a candidatura de Lahesio Bonfim como “muito viável”. E o outro foi o fato de que os apoiadores de Lahesio Bonfim compareceram para apoia-lo, mesmo num dia tenso da política nacional, com a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com o qual o Novo tem relação próxima. Ficou evidente que Lahesio Bonfim tem uma militância, ainda que não se possa mensurar o seu tamanho, mas mostrou disposição de ir para as ruas pregar a sua candidatura.

Com o cacife de quem foi o segundo colocado na eleição de 2022, com 24,87% dos votos, num pleito em que o governador Carlos Brandão (PSB) foi reeleito com 51,29% da votação, Lahesio Bonfim, agora filiado ao Novo, lançou sua pré-candidatura no dia 25 de janeiro, no pequeno município de Marajá do Sena, encrostado na região central do estado, com 7,7 mil habitantes e a 394 quilômetros de São Luís.

Sua estratégia era mostrar que faria o caminho inverso dos demais candidatos, que se lançam na Capital e saem em busca dos votos do interior, que são decisivo.  Ele planejou sair da região central, do chamado Maranhão “profundo”, para alcançar a Capital. De lá para cá vem num movimento progressivo.

As primeiras pesquisas o apontaram com menos de 5% das intenções de voto. De lá para cá, cresceu o suficiente para se posicionar entre 15% e 20%, com forte potencial de crescimento, tendo levantamentos que lhe deram até 26%. Ele vinha sendo o segundo colocado, quase todas lideradas pelo prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD). Recentemente, porém, perdeu o segundo lugar para o emedebista Orleans Brandão. A pesquisa Econométrica investigou e encontrou um cenário segundo o qual, se Eduardo Braide não for candidato, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes passará a ser o principal adversário do candidato do Palácio dos Leões, o que aumentaria substancialmente o seu cacife de candidato.

(O prefeito Eduardo Braide, do PSD, nada declarou até agora sobre ser ou não ser candidato a governador)

Com o aval das cúpulas estadual e nacional do Novo, que acreditam no seu potencial para brigar pelo Palácio dos Leões, Lahesio Bonfim está agora credenciado para intensificar a sua pré-campanha, tendo já o ex-deputado estadual César Pires como pré-candidato do Senado e para criar as condições lançar chapas fortes à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa. E a julgar pela empolgação dele próprio no encontro, o candidato do Novo, embalado pelo slogan “O Maranhão tem jeito”, vai agitar a corrida sucessória estadual.

As próximas pesquisas e a batida de martelo do prefeito Eduardo Braide, que não tem data marcada, vão definir o futuro do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes.

PONTO & CONTRAPONTO

Orleans Brandão se reúne com representantes das alas jovens do MDB, do PDT e do PT

Representante da Juventude do PT declara apoio
a Orleans Brandão em reunião no MDB

Centenas de jovens de vários municípios e de diferentes partidos políticos lotaram a sede do MDB, em São Luís, para declarar apoio à pré-candidatura de Orleans Brandão (MDB) ao Governo do Estado. O encontro aconteceu na sede do MDB, onde o pré-candidato do partido disse, em linhas gerais, o que pretende fazer para a juventude, caso chegue ao Palácio dos Leões nas eleições do ano que vem.

O grupo que se reuniu com o pré-candidato emedebista foi formado por militantes da ala jovem do seu partido e por representantes do PDT e do PT. Foi uma ação politicamente inteligente, à medida que MDB, PDT e PT são partidos com alas jovens muito ativas.

No caso do MDB, esse segmento foi organizado pelo emedebista Roberto Costa, ex-deputado estadual por três mandatos, atual prefeito de Bacabal e presidente da Famem. E no que diz respeito ao PDT, a Juventude do partido foi durante anos e anos comandada pelo atual senador Weverton Rocha. A surpresa no encontro foram representantes do PT, que declararam apoio ao emedebista.

Orleans Brandão aproveitou ao máximo o encontro com representantes das alas jovens dos partidos aos quais é ligado. Ele disse que iniciou sua militância política ainda jovem no PSDB e defendeu que a participação dos jovens na política deve ser valorizada. Em relação ao seu programa de Governo, previu mais investimentos em programas que geram emprego, renda e qualificação, prometendo também incentivar os programas bem-sucedidos já em andamento.

Felipe Camarão intensifica pré-campanha e diz que seu projeto “não é pessoal nem familiar”

Felipe Camarão em discurso em
Itapecuru Mirim: “Não admito
que o Maranhão retroceda”

As pesquisas que o apontam na quarta colocação, já num patamar de um dígito, e o fortalecimento visível da pré-candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), não mudaram a linha de ação do vice-governador Felipe Camarão (PT). Essa estratégia foi confirmada na última quarta-feira em Itapecuru Mirim, onde ele realizou mais uma edição do “Diálogos pelo Maranhão”.   

O vice-governador manteve o tom firme e decidido, batendo forte no projeto sucessório levado à frente pelo governador Carlos Brandão e reafirmando sua candidatura pelo PT, muito embora sabendo que não conta com a maioria do partido, que está caminhando para se aliar de vez ao pré-candidato do MDB.

Na etapa de Itapecuru Mirim, o vice-governador foi direto, não só reafirmando o seu projeto de candidatura, como também criticando o plano sucessório do governador Carlos Brandão: “Eu vim apresentar para vocês um projeto político. Não vim apresentar um projeto pessoal e muito menos familiar. Eu não vou admitir em pleno ano de 2026 que o Maranhão retroceda. Antes de nós, muita gente lutou para acabar com essa prática oligárquica, nepotista e coronelística na história do Maranhão”.

E repetiu o mantra com que tem embalado os seus discursos no projeto “Diálogos pelo Maranhão”: “Eu vou lutar. Não tem quem me faça desistir”.

O vice-governador reafirmou, em redes sociais, que manterá inalterada, pelo menos por enquanto, a agenda do projeto “Diálogos pelo Maranhão”, por meio da qual vem incursionando pelas mais diversas regiões do estado.

São Luís, 23 de Novembro de 2025.

Com uma banda do PT próxima de Brandão e outra no muro, Camarão é incentivado a migrar para o PSB

Felipe Camarão enfrenta um PT dividido
entre ele e Orleans brandão

Por mais que algumas das lideranças das suas várias correntes se esforcem para demonstrar que não há nada de errado na movimentação do partido, está cada vez mais claro que o braço maranhense do PT está rachado em três fatias em relação à corrida ao Palácio dos Leões. Uma delas alinhada ao projeto de candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT), outra se posicionando progressivamente pela pré-candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), e uma terceira, que vem se posicionando numa espécie de “coluna do meio”, ora se dizendo simpática a Felipe Camarão, ora admitindo vir a apoiar Orleans Brandão, e em alguns momentos defendendo uma terceira via, num grande acordo que restaure a unidade de 2022. A divisão é tão óbvia e ostensiva que aliados de Felipe Camarão começam a pregar sua migração do PT para o PSB.

Essa divisão – que é uma tradição do PT maranhense em tempos eleitorais – tem produzido um situação indiscutivelmente contraditória: o enfraquecimento do projeto de candidatura do petista Felipe Camarão, tendo como contraponto o fortalecimento da pré-candidatura do emedebista Orleans Brandão.

A primeira corrente, formada por petistas de primeira hora, como o ex-presidente Raimundo Monteiro, está alinhada ao projeto do vice-governador, com alguns dos seus líderes pregando a dobradinha “Lula-Camarão”, acompanhando-o na maratona dos “Diálogos pelo Maranhão”. Esse grupo não faz oposição ao governador Carlos Brandão (sem partido) e defende a fórmula em que o mandatário renuncie em abril próximo e se candidate ao Senado numa chapa em que o governador Felipe Camarão seja candidato à reeleição, inclusive sugerindo que Carlos Brandão indique o vice, que poderia ser o próprio Orleans Brandão ou a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB). Na avaliação de um petista de proa, essa fórmula é hoje “muito remota, quase impossível”.

No contrapeso está a ala que tem como um dos líderes o ex-conselheiro do TCE Washington Oliveira, atual secretário-chefe da Representação do Governo do Maranhão em Brasília, que não fechou com o vice-governador. Esse grupo, que reúne petistas de expressão ocupando cargos importantes do 1º e do 2º escalões do Governo do Estado, alguns dos quais são pré-candidatos à Câmara federal e à Assembleia Legislativa, se encontra fortemente alinhado ao governador Carlos Brandão e vem sinalizando, cada vez mais fortemente, apoio à pré-candidatura de Orleans Brandão.

O terceiro grupo, que vem se mantendo sobre o “muro” e cujas lideranças se mantêm em posição mais discreta, não renega o projeto de candidatura de Felipe Camarão, mas não o defende enfaticamente, ao mesmo tempo em que não fecham abertamente com Orleans Brandão, mas também não o descartam. Para esses, se não há com o reconciliar, uma solução seria Felipe Camarão se candidatar ao Senado, desde que o governador Carlos Brandão também o fizesse, com as correntes que formam a base escolhendo um candidato a governador por consenso, desde que não seja Orleans Brandão. No duro, essa corrente não quer se afastar do governador Carlos Brandão nem colocar o vice-governador Felipe Camarão.

O maior problema é que essas correntes não conseguem sentar à mesa e tomar uma decisão mostrando que o PT maranhense pode romper com a tradição do racha interno e construir uma unidade, ainda que precária. Mas a julgar pelas falas dos seus líderes mais destacados, como Raimundo Monteiro e Washington Oliveira, passando por Francimar Melo, Augusto Lobato, Zé Carlos Araújo, Zé Inácio e o deputado federal Rubens Jr., a unidade é uma conquista muito distante, que só pode ser alcançada em torno da candidatura do presidente Lula da Silva à reeleição.

Nesse ambiente, não surpreende que vozes cada vez mais ativas sussurram sugerindo que Felipe Camarão deixe o PT e migre para o PSB. Isso, no entanto, não está na pauta do vice-governador. Pelo menos por enquanto.

PONTO & CONTRAPONTO

Orleans diz que pré-candidatura é “missão” e que já conta com 180 prefeitos e 80% dos deputados estaduais

Orleans brandão entre a deputada federal Amanda
Gentil e a deputada estadual Daniella Jadão

O secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB) reafirmou ontem, em Caxias, o seu projeto de candidatura ao Governo do Estado, que definiu como uma “missão”, ao receber o apoio formal e declarado do grupo Gentil, liderado pelo ex-prefeito e atual secretário de Estado de Agricultura Fábio Gentil (PP), e que tem como suporte o prefeito Gentil Neto (PP), da deputada federal Amanda Gentil (PP) – atual presidente estadual do PP – e da deputada estadual Daniella Jadão (PSB), além de vereadores e líderes comunitários.

Foi uma manifestação de peso no quarto maior colégio eleitoral do Maranhão, onde o grupo Gentil controla o poder há nove anos, mantendo agora uma aliança precária com o grupo Coutinho, que tem o Eugênio Coutinho (PDT), que já não representa integralmente o grupo Coutinho por conta do afastamento da deputada Cláudia Coutinho (PDT), esposa do ex-prefeito der Matões, Ferdinando Coutinho (PDT).

Ao mesmo tempo em que consolidas o apoio do grupo Gentil e de parte do0 grupo Coutinho, Orleans Brandão pode ganhar como adversário o grupo Marinho, comandado hoje pelo suplente de deputado federal Paulo Marinho Jr. (PL). Em tese, ele representa qualquer metade do eleitorado de Caxias, como foi demonstrado na eleição para a Prefeitura em 2024, quando saiu das urnas com 48,07% dos votos, perdendo para Gentil Neto, que recebeu 48,70, ou seja, 6,3 décimos de diferença.

Orleans Brandão consolidou o apoio do Grupo Gentil com um discurso forte, no qual declarou aceitar “a missão” de ser pré-candidato a governador. E fundamentou esse projeto com a informação segundo a qual já conta com 180 dos 217 prefeitos, e com 80% dos deputados estaduais.

Iracema recebe honraria do TRT 16ª Região mostrando prestígio no momento em que seu futuro político está sendo traçado

Iracema Vale com Márcia Andrea Farias

A presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputada Iracema Vale (PSB), é amais nova grande-oficiala da Ordem Timbira do Mérito Judiciário do Trabalho, honraria máxima concedida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região a personalidades de atuação social e política relevante reconhecida pela instituição.

A comenda foi entrega na quarta-feira em sessão solene do TRT/MA pelas mãos da presidente da instituição judiciária, desembargadora Márcia Andrea Farias, que justificou a concessão: “A entrega desta comenda simboliza a valorização de profissionais e autoridades que colaboram para o fortalecimento da Justiça do Trabalho e para o desenvolvimento social em nosso estado”.

Visivelmente emocionada, a presidente da Assembleia Legislativa agradeceu a honraria: “Essa medalha representa tudo o que vivi e aprendi dentro do Tribunal Regional do Trabalho, uma Casa que fez parte da minha formação e que me ensinou valores que levo para toda a vida”.

O ingresso da deputada na Ordem Timbira do Mérito Judiciário do Trabalho no grau de grande-oficiala se dá num momento especialmente importante da trajetória política de Iracema Vale. Ela se encontra no epicentro de uma movimentação que está tornando indefinido o seu futuro no que diz respeito às eleições do ano que vem, nas quais ela pode concorrer para renovar o mandato parlamentar ou ser alçada para um desafio majoritário. A presidente da Assembleia Legislativa foi prestigiada com a presença dos deputados Antônio Pereira (PSB), Ana do Gás (PCdoB), Davi Brandão (PSB), Glalbert Cutrim (PDT), Helena Duailibe (PP), Yglésio Moyses (PRTB), Vivianne Silva (PDT), Fred Maia (PDT), Florêncio Neto (PSB), Neto Evangelista (União) e Catulé Júnior (PP) e o prefeito de Bacabal e presidente da Famen Roberto Costa (MDB).

São Luís, 21 de Novembro de 2025.

Chiquinho FC se aproxima de Brandão, põe Codó na agenda do Governo e pode apoiar Orleans

Chiquinho FC e Carlos Brandão: parceria institucional
que pode avançar para aliança política em 2026

Aconteceu o que já era esperado nos bastidores da política estadual: o prefeito de Codó, Chiquinho FC (PT) acertou os ponteiros com o governador Carlos Brandão (sem partido), eliminou as barreiras que separavam a Prefeitura codoense do Governo estadual, e na previsão de alguns, deve apoiar a candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), ao Governo do Estado. Se foi essa, de fato, a equação que resultou na audiência do prefeito com o governador, ontem, no Palácio dos Leões, onde chegou acompanhado da presidente da Assembleia Legislativa, Iracema vale (PSB) e do senador Weverton Rocha (PDT) – e não fato que indique o contrário -, Chiquinho FC fortalecerá expressivamente o projeto de candidatura de Orleans Brandão, em franca ascensão, e dispara um poderoso petardo contra a pré-candidatura do seu colega de partido, o vice-governador Felipe Camarão. Além disso, reduz a bancada dinista na Assembleia Legislativa, uma vez que o deputado Francisco Nagib (PSB), naturalmente o seguirá na guinada política.

A aproximação do prefeito Chiquinho FC do governador Carlos Brandão é o resultado de um processo lento, cuidadoso, que teve início logo após as eleições municipais, nas quais os dois estiveram em lados antagônicos. Filiado ao PT, no mais estranho e inusitado lanço partidário que antecedeu as eleições municiais, dada a sua condição de empresário poderoso na região e o seu histórico de político de centro-direita, Chiquinho FC teve o apoio do PT e do grupo dinista, enquanto o governador Carlos Brandão manifestou simpatia pela candidatura do prefeito Zé Francisco (PSDB) à reeleição. A vitória de Chiquinho aumentou a distância dele em relação ao Palácio dos Leões.

Ao longo deste ano, aliados do governador Carlos Brandão, como a presidente Iracema Vale e o senador Weverton Rocha, com o aval do deputado Francisco Nagib, que foi aos poucos se afastando da bancada dinista, cuidaram de criar pontes para aproximar o prefeito de Codó do governador do Estado. Um passo importante ocorreu em julho, quando o governador Carlos Brandão foi a Codó assinar ordem de serviço para a construção de nova ponte sobre o Rio Itapecuru, tendo sido recebido por Chiquinho FC em clima amistoso, sem fanfarras, mas bem descontraído, numa indicação clara de que havia clima para a aproximação. De lá para cá o processo andou sem pressa, mas evoluiu com consistência.

Na audiência de ontem, o prefeito Chiquinho FC e o governador Carlos Brandão destravaram uma ampla agenda de interesse de Codó e do Governo do Estado em diversas áreas. Com a presença da presidente da Assembleia Legislativa e do senador pedetista, que hoje integram a linha de frente nas ações políticas do governador Carlos Brandão, foram criadas as condições para uma eventual declaração de apoio de Chiquinho FC ao projeto de candidatura de Orleans Brandão. Talvez essa manifestação não se dê de imediato, por conta da delicada condição partidária do prefeito de Codó, que é filiado ao PT mais por conveniência do que por convicção. Até por questões éticas, o seu eventual apoio ao emedebista, negando a pré-candidatura de Felipe Camarão, teria de ser formalmente comunicada ao PT.

Mas o fato é que a aproximação institucional do prefeito de Codó com o governador do Estado pode, sim, evoluir rapidamente para uma aliança política em torno do secretário de Assuntos Municipalistas. E se vier a se confirmar, como está indicando, o projeto sucessório do governador Carlos Brandão terá os líderes dos grandes municípios do Leste, uma vez que já conta com Rafael Brito (PSB), de Timon, e Gentil Neto (PP), de Caxias.

Vale registrar que não houve declarações políticas, nada foi acertado em relação à corrida eleitoral do ano que vem. Mas nos bastidores é majoritária a corrente que aposta alto que, a menos que haja um grande imprevisto, o prefeito de Codó vai declarar apoio ao candidato do Palácio dos Leões.

PONTO & CONTRAPONTO

Lahesio aguarda Zema para ser confirmado candidato do Novo aos Leões

Lahesio Bonfim

O ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, candidato do Novo ao Governo do Estado, entrou no feriado da Consciência Negra em clima de contagem regressiva para o desembarque em São Luís (dia 22, sábado) do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, estrela maior do partido e candidato a presidente da República.

Romeu Zema e líderes nacional do Novo vêm ao Maranhão avaliar o cenário da corrida ao Governo do Estado e ao Congresso Nacional, interessados que estão na viabilidade do candidato a governador na possibilidade de eleger uma bancada forte no Congresso Nacional. Eles acreditam que Lahesio Bonfim pode liderar uma chapa também com potencial de eleger deputados federais, já que, de acordo com o que está posto, não existe possibilidade de o partido eleger um senador.

Lahesio Bonfim receberá o comando do Novo num momento agitado por causa de duas pesquisas sobre a corrida aos Leões, divulgadas nesta semana e nas quais ele aparece em terceiro lugar, sem muita chance de entrar numa briga decisiva com o candidato da base governista Orleans Brandão (MDB) e Eduardo Braide (PSD).

Sua posição melhora expressivamente em um dado da pesquisa Econométrica, que investigou um cenário sem a participação do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) na disputa. Nesse caso, o candidato do Novo salta para o segundo lugar, tornando-se o principal adversário do pré-candidato do MDB, Orleans Brandão.

Nos seus discursos em cidades e povoados, Lahesio Bonfim desclassifica as pesquisas e garante que vai ganhar a eleição.

Bem avaliado o acerto de Roberto Costa com Brandão para restaurar o “Correão” e revitalizar o futebol de Bacabal

Roberto Costa e Carlos Brandão na visita
ao “Correão”, que será reformado

Ampla e saudável a repercussão, principalmente nos nichos do futebol maranhense, da decisão do governador Carlos Brandão (sem partido) de restaurar o Estádio José Luís Nery Corrêa, mais conhecido como “Correão”, de Bacabal, numa articulação do prefeito Roberto Costa (MDB).

O compromisso do governador foi firmado com o prefeito durante uma visita dos dois às instalações ao maior e mais importante espaço de futebol da Região do Médio Mearim, que se encontra desativado e em situação avançada de degradação.

O “Correão” ganhou a estatura que tem hoje em 1990, quando João Alberto – hoje vereador de Bacabal – governou o Maranhão por exatos 11 meses e 12 dias entre abril daquele ano e abril de 1991, realizando um Governo até hoje lembrado em muitos aspectos.

E como não poderia deixar de ser, Bacabal foi contemplado com obras de peso, como o aeroporto, construído com estrutura regional, e o “Correão”, que de um campo de futebol simples foi transformado num estádio avançado para aquele momento.

Ao mesmo tempo em que reformou o “Correão”, o governador João Alberto criou as condições para transformar o Bacabal Esporte Clube num time de ponta, que na época chegou a fazer frente aos grandes clubes no campeonato maranhense, deslocando-se pelas estradas do estado em ônibus próprio, um luxo na época, que chegou a despertar ciumeira e cobranças no meio esportivo.

A reforma prometida pelo governador Carlos Brandão é promessa de campanha do prefeito Roberto Costa, que tem nos seus planos restaurar a estatura do “Correão”, e com ela a força do futebol bacabalense.

São Luís, 20 de Novembro de 2025.

Revelação de Duarte Jr. mostra que no STF, Dino abandonou a política e deixou o dinismo sem norte

Flávio Dino: longe da política desde que vestiu a toga do Supremo

A declaração do deputado federal Duarte Jr. (PSB), dada em entrevista a um podcast revelando estar “muito distante” do hoje ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, e admitindo sólida relação política com o governador Carlos Brandão (sem partido), explica, em certa medida, a extrema dificuldade política porque passa a chamada corrente dinista, um grupo formado pelo vice-governador Felipe Camarão (PT), os deputados federais Márcio Jerry (PCdoB) e Rubens Jr. (PT) e os deputados estaduais Carlos Lula (PSB), Rodrigo Lago (PCdoB), Ricardo Rios (PCdoB), Júlio Mendonça (PCdoB), Leandro Bello (Podemos), Francisco Nagib (PSB) e Othelino Neto (Solidariedade). Desde que vestiu a toga de membro da Suprema Corte, o ex-deputado federal, ex-governador e ex-senador Flávio Dino se afastou da cena política do Maranhão, por dever de ofício, deixando o grupo que seguia sua liderança, e ainda o tem como referência política maior, sem o suporte da sua orientação direta.

O depoimento do deputado Duarte Jr. dando conta de que a última vez que encontrou o ministro Flávio Dino foi dentro de um avião, e que o encontro se limitou a um cumprimento com um aperto de mão, e nada além disso, coincide em parte com o que respondem dinistas de proa quando provocado sobre esse assunto.  “Cumprimentei, peguei na mão dele e fui sentar. Não tem conversa frequente. Não troco mensagens por uma questão ética. Mas não existe nenhum problema entre nós”, declarou Duarte Jr., confirmando a grande distância do ex-governador de quem foi muito próximo e um dos o principais colaboradores nos dois governos, primeiro como presidente do Procon e depois responsável pelo Viva Procon. Hoje, Duarte Jr. mantém relação política firme com o governador Carlos Brandão (sem partido).

Via de regra, quando são provocados sobre essa relação, os ex-liderados do então governador e senador Flávio Dino respondem de maneira meio vazia e quase sempre cautelosa, informando que a essa ou aquela ação ou manifestação contra o governador Carlos Brandão não foi fruto de orientação do ministro. E falam com o cuidado de quem não quer levar o assunto adiante. Essa é, pelo menos, a postura cuidadosa dos integrantes da bancada dinista na Assembleia Legislativa.

Em relação aos deputados federais Márcio Jerry e Rubens Jr., os dois já foram mais “dinistas” ao se posicionarem em relação a presença do ministro na cena política maranhense. Atualmente, os dois parlamentares têm dado seguidas demonstrações de que já não atuam sob o comando político do ex-senador da República e presidente estadual do PSB. Na chamada “crise dos áudios”, por exemplo, na qual o comunista e o petista, que foram diretamente atingidos, reagiram com notas e discursos, mas em nenhum momento passaram a impressão de que de alguma maneira o ministro Flávio Dino estaria envolvido, direta ou indiretamente, no episódio. Ou seja, os dois deputados federais emitem sinais de que eles também não mais têm relação próxima como ministro da Suprema Corte, de quem foram muito próximos.

No contexto da política maranhense, o fato incontestável é que o grupo dinista está sem referência, mergulhado numa situação complicada, fazendo uma oposição até aqui sem resultados ao governador Carlos Brandão e seu Governo e sem conseguir dar sentido e consistência à quase solitária corrida do vice-governador Felipe Camarão para embalar sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões. Imaginou-se que a conversa do presidente Lula da Silva seria uma ponte entre o ministro e o governador, mas está claro que Flávio Dino nada tem a ver com essa articulação, pois não há qualquer sinal da sua participação. O futuro da candidatura de Felipe Camarão passou a ser um problema do Palácio do Planalto.

Tudo o que aconteceu do dia 22 de fevereiro de 2024, quando se tornou ministro da Suprema Corte, para cá reforçou, fato a fato, a impressão de que Flávio Dino rompeu com a vida político-partidária. Só que causando um enorme estrago no movimento politicamente reformista que ele criou em 2014.

PONTO & CONTRAPONTO

Econométrica confirma Orleans na liderança da corrida aos Leões com Braide em segundo

Orleans Brandão confirmado pela Econométrica à frente
de Eduardo Braide, Lahesio Bonfim e Felipe Camarão

O secretário de Assuntos Municipalista Orleans Brandão (MDB) ganhou mesmo a dianteira na corrida ao Palácio dos Leões, tendo o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que ainda não disse se será ou não candidato, agora em segundo lugar. Foi o que encontrou pesquisa da Econométrica contratado pelo portal Imirante, que aponta Orleans Brandão com 33% das intenções de voto, enquanto Braide aparece com 29,2%, uma vantagem de 3,8 pontos percentuais.

Além da vantagem de Orleans Brandão sobre Eduardo Braide e da colocação do ex-prefeito de São Padro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo) com 18,2%, a pesquisa mostra outro dado que chama a atenção: a posição crítica do vice-governador Felipe Camarão (PT), que aparece com 7,2% na preferência dos entrevistados.

A pesquisa Econométrica, que é o mais experiente instituto de pesquisas do Maranhão, confirma a mudança de cenário na corrida ao Palácio dos Leões apontada pela pesquisa do Inop, contratada pelo Jornal Pequeno, com ascensão do emedebista Orleans Brandão, apoiado pela base governista, à liderança da corrida, enquanto o prefeito de São Luís Eduardo Braide, que não declarou ser ou não ser candidato, perdendo a posição que manteve por mais de um ano.

Na outra ponta, o vice-governador Felipe Camarão entra numa zona turva, que pode tira-lo da corrida se ele não protagonizar um movimento que reverta a tendências de queda.

A Econométrica fez uma investigação mais ampla e quis perguntou aos entrevistados sua posição sem a presença do prefeito Eduardo Braide na corrida. Nesse cenário, Orleans Brandão sobe para 38,3%, enquanto Lahesio Bonfim sobre para 25,3% e Felipe camarão chega a 14% das intenções de voto.

Em Tempo: a pesquisa Econométrica ouviu 1.283 eleitores entre 12 e 16 de novembro, tem margem de erro de 2,7%, e intervalo de confiança de 95%.

Voto de Fux e placar de 9 a zero confirmam de vez reeleição de Iracema

Iracema Vale: reeleição
consolidada no Supremo

Perde tempo quem ainda aposta na possibilidade de uma reviravolta na eleição para a presidência da Assembleia Legislativa, realizada em 13 de dezembro de 2024 e na qual a presidente Iracema Vale (PSDB) foi reeleita numa disputa com o deputado Othelino Neto (Solidariedade), que terminou empatada em 21 a 21 e foi decidida favoravelmente à parlamentar pelo critério da maior idade, conforme o Regimento da Casa.

Agora com o placar de 9 a 0 no Supremo Tribunal Federal favorável à reeleição da presidente, alcançado pelo voto do ministro Luiz Fux, não existe possibilidade de o processo desembocar noutra vertente que não seja a confirmação do mandado da atual presidente do Poder Legislativo do Maranhão, que caminha para a metade do mandato, que será completada daqui a pouco mais de dois meses.

O fato de a relatora da ADIN, ministra Cármen Lúcia, haver mandato para o arquivo morto a petição do PCdoB tentando reverter a situação incluindo no processo um vídeo em que o deputado Fred Maia (PDT) questiona o voto do deputado Júnior Cascaria (Podemos) naquele pleito é um recado evidente de que a questão está fechada. Inclusive com o voto do ministro Flávio Dino, que muitos apostaram que seria favorável ao pleito do deputado Othelino Filho.

Não há mais o que discutir sobre esse julgamento.

São Luís, 19 de Novembro de 2025.

Pesquisa Inop mostra Orleans à frente de Braide em novo cenário da corrida aos Leões

Inop aponta Orleans Brandão na liderança, com Eduardo Braide
em segundo, seguido de Lahesio Bonfim e Felipe Camarão

Se a eleição para governador do Maranhão fosse agora, a decisão se daria em dois turnos entre o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), e o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que sairiam do 1º turno como os mais votados. Esse cenário foi captado por pesquisa do Instituto Nacional de Opinião Pública (Inop), que encontrou o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo) em terceiro lugar, seguido do vice-governador Felipe Camarão (PT), em último. Os números: Orleans Brandão recebeu 35,15% das intenções de voto e Eduardo Braide 33,9%, Lahesio Bonfim foi escolhido por 13,50%, enquanto Felipe Camarão teve a preferência de 9,6%. Os indecisos somaram 7,75%.

Essa é a primeira pesquisa confiável na qual o prefeito Eduardo Braide aparece em segundo lugar, quebrando uma série de mais de três dezenas de levantamentos feitos para medir a corrida ao Palácio dos Leões desde o ano passado. Nela, Orleans Brandão, que começou com menos de três pontos percentuais, chega à liderança, ainda que o resultado seja um rigoroso empate técnico, à medida que a diferença é de apenas 1,22%, dentro de uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Além disso, essa pesquisa indica um elevado número de eleitores decididos, com percentual reduzido de indecisos.

A diferença pró-Orleans ganha uma dimensão gigantesca diante do fato de que o pré-candidato do MDB, apoiado pelo governador Carlos Brandão (sem partido) e pela base governista, vem num crescendo ponto a ponto, o que lhe dá consistência. E é fácil perceber que seu crescimento se dá tirando votos principalmente de Lahesio Bonfim, já que Eduardo Braide se mantém estável. O seu projeto de candidatura do emedebista ganhou forma em junho, quando o governador Carlos Brandão, então no PSB, bateu martelo confirmando-o como escolhido para ser o candidato do seu grupo à sua sucessão e decidiu permanecer no cargo para a comandar a campanha, abrindo mão de uma eleição certa para o Senado.

Já o prefeito Eduardo Braide, que continua mantendo silêncio sobre ser ou não ser candidato, sofre a perda da liderança pela primeira vez, em mais de um ano, aparecendo numa pesquisa na condição de segundo colocado. E o que é pior: essa perda de liderança acontece num momento complicado para o prefeito de São Luís, que mais uma vez enfrenta uma greve no sistema de transporte coletivo ao medir forças com as empresas de transporte coletivo. Vale registrar, no entanto, que, indiferente à movimentação dos demais pré-candidatos o prefeito de São Luís mantém o mesmo cacife, com suporte de intenções de voto um pouco acima dos trinta pontos percentuais.

Os desempenhos modestos de Lahesio Bonfim e Felipe Camarão é um forte indicador de que a disputa pode caminhar para uma polarização irreversível, caso o prefeito Eduardo Braide venha a ser candidato. Ou caminhar para uma situação absolutamente imprevisível se Eduardo Braide decidir esnobar a corrida aos Leões e permanecer como prefeito de São Luís. Isso porque os candidatos do Novo e do PT não têm demonstrado fôlego para reagir. Os levantamentos mais recentes vêm indicando tendência de uma guerra isolada entre Orleans Brandão e Eduardo Braide, já que não há no horizonte nenhum dado que indique mudança nesse rumo.

Apenas o fator tempo pode sugerir a possibilidade de mudança nesse cenário, uma vez que a eleição acontecerá daqui a dez meses e meio, tempo suficiente para até boi voar em se tratando de política no Maranhão.  

Em Tempo: Contratado pelo Jornal Pequeno, o Inop entrevistou 2.555 eleitores em 54 municípios, entre os dias 10 e 14 de novembro. O levantamento tem margem de erro de 2,2%pontos percentuais para mais ou para menos.

PONTO & CONTRAPONTO

Braide reage a greve, autoriza corridas por app, revela custo do subsídios e levanta suspeita sobre gastos do SET

Eduardo Braide reage duro ao
SET por greve de rodoviários

Tudo indica que o comando do SET, o poderoso sindicato das empresas de transporte coletivos de São Luís, pegou em fio pelado quando tentou colocar o prefeito Eduardo Braide (PSD) contra a parede. Conseguiu criar uma situação incômoda ao acusar o prefeito de não repassar o subsídio mensal para bancar salários e benefícios dos rodoviários – motoristas e cobradores -, mas a reação do prefeito, ontem, foi uma rebordosa e tanto.

Para começar, Eduardo Braide abriu as contas e informou que neste ano a Prefeitura já repassou R$ 66 milhões ao SET, média de R$ 6,6 milhões por mês para pagar rodoviários, conforme o que foi acordado em janeiro. E anunciou os usuários do transportes prejudicados com a greve parcial iniciada ontem poderão se deslocar em veículos de aplicativos, tendo inclusive orientado didaticamente a respeito de como proceder para obter o benefício.

Mas a pancada maior foi a enorme e cinzenta nuvem de suspeita que o prefeito de São Luís colocou sobre como o SET está utilizando os recursos repassados pela Prefeitura para pagar rodoviários. E disparou dois petardos na direção das empresas beneficiadas com os subsídios.

O primeiro: a partir de agora, vai depositar o valor do subsídio em conta judicial na Justiça do Trabalho, para garantir que os recursos serão destinados exclusivamente para pagar os salários e os benefícios dos rodoviários. Segundo: vai acionar a Justiça para acessar a movimentação financeira do SET e saber como os recursos dos subsídios foram gastos nos últimos quatro anos.

Acostumados a emparedar prefeitos, os integrantes do SET já sabem que o prefeito de São Luís sabe jogar como poucos e dentro das regras.

Falas em Barreirinhas reforçam pré-candidatura de Orleans Brandão e o blindam de ataques adversários

Carlos Brandão exibe ordem de serviço para estrada em
Barreirinhas, entre Vinícius Vale e Weverton Rocha,
em ato que destacou Orleans Brandão (e)

Barreirinhas foi palco, domingo, de um grande ato no qual o governador Carlos Brandão (sem partido) lançou um pacote de obras, incluindo uma rodovia de 26 km ligando a sede ao povoado Mandacaru. E como estava escrito nas areias dos Lençóis Maranhenses, a agenda administrativa ganhou peso político, com manifestações do governador, do senador Weverton Rocha (PDT) e do prefeito anfitrião Vinícius Vale (MDB) no sentido de fortalecer o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), pré-candidato do grupo ao Governo do Estado.

O governador e seus aliados demonstraram com clareza que o projeto de candidatura de Orleans Brandão ao Palácio dos Leões é fato, e cuidaram de lapidar a imagem do jovem secretário, dando-lhe a estatura que os seus adversários estão lhe negando com duras críticas.

O governador Carlos Brandão não podia ser mais claro ao elogiar o trabalho do sobrinho na articulação política, fazendo a ponte entre prefeitos, deputados e segmentos da sociedade civil organizada com o Governo: “Já recebemos 148 prefeitos e até o final do ano queremos conversar com os gestores dos 217 municípios. Nosso trabalho não para, porque todos os dias estamos discutindo as necessidades dos municípios. Não seria possível tirar tantas obras do papel sem a competência e a dedicação do Orleans”. Mais claro, impossível.

O senador Weverton Rocha, que é candidato à reeleição, aproveitou o mote da polêmica sobre parentesco na política para reforçar o perfil do secretário Orleans Brandão, que é sobrinho do governador Carlos Brandão: “Filho de peixe, peixinho é. E em time que está ganhando não se mexe. Não é uma pessoa que governa sozinha. O governador Brandão vai para o exterior buscar investimentos, vai a Brasília buscar recursos no governo Lula, tem que cuidar do Maranhão rodando o Brasil. Mas deixa uma equipe trabalhando e Orleans está indo a todos os municípios conhecer as necessidades e encaminhar as soluções no Governo, por isso tem o meu reconhecimento”.

O prefeito de Barreirinhas, Vinícius Vale (MDB), um jovem engenheiro civil e filho da deputada Iracema Vale, reforçou a defesa do secretário: “Por onde andamos tem ação do Governo do Estado, e o secretário Orleans está sempre presente, nos ouvindo, acompanhando as necessidades de cada município e dedicado em resolver os problemas. Se estão incomodados com seu trabalho, é por que sabem do potencial de Orleans. Sei que vai valer a pena acreditar nesse jovem que tem muita vontade e está trabalhando muito pelo Maranhão”.

Estimulado pelo suporte verbal, Orleans Brandão pegou a onda e reagiu: “O nosso governador é o mais bem avaliado da história do Maranhão porque tem trabalhado incansavelmente, realizando obras tidas como impossíveis, ampliando programas e aumentando os investimentos em saúde, educação, infraestrutura, no combate à fome e na geração de emprego e renda. São obras e ações que estão desenvolvendo o Maranhão e mudando a vida das pessoas. Às críticas a gente responde com muito trabalho”.

A estratégia, ao que parece, é blindar o secretário de Assuntos Municipalistas das duras críticas da oposição e partir para o “bateu, levou”, quando for o caso.

São Luís, 18 de Novembro de 2025.

Crise dos transportes em SL foi antecipada e colocou Braide em situação incômoda no campo sucessório

Eduardo Braide enfrenta mais uma crise no sistema
de transporte coletivo de São Luís

Depois de surfar mais um ano nas ondas do que é visto aqui e alhures como uma gestão de excelência, o que tem lhe assegurado prestígio político a ponto de torna-lo líder inconteste nas pesquisas de intenção de voto para o Governo do Estado nas eleições d 2026, isso sem que ele tenha dito que é pré-candidato, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), é obrigado a encarar mais um engasgo causado pela ponta de osso que é o sistema municipal de transporte de massa da Capital. Uma informação maliciosamente “soprada” pelo SET, o poderoso Sindicato das Empresas de Transporte, e pelo igualmente forte Sindicato dos Rodoviários, espalhou que a Prefeitura de São Luís suspendeu os pagamentos dos subsídios acertados em fevereiro para ajudar a bancar salários e benefícios de rodoviários (motoristas e cobradores).

A bolada supostamente não repassada estaria em R$ 7 milhões, o que estaria levando as empresas a atrasar salários e benefícios. O resultado é que os rodoviários entraram em situação de greve, já realizando uma paralisação de advertência na sexta-feira em frente à sede da empresa 1001, uma das concessionárias do transporte coletivo na Capital. A movimentação barulhenta dos rodoviários, reforçada por grande parcela da mídia, mergulhou mais de 600 mil ludovicenses, entre trabalhadores e estudantes, que dependem do transporte de massa, numa situação de incerteza e insegurança. O feriado do sábado – Proclamação da República – serviu para amenizar o clima, mas se não houver um acordão nestes dois dias, São Luís poderá iniciar a semana com crise aguda no transporte coletivo.

Tem sido assim desde que o prefeito Eduardo Braide assumiu o primeiro mandato em 2021. A bronca sempre eclodia em janeiro, quando empresas e rodoviários discutem aumento de salário e de tarifa. Primeiro as empresas apresentam uma relação do que chamam de “aumento de custos”, para afirmar que não têm condições de aumentar salários, a menos que a Prefeitura libere um aumento substancial no valor das passagem, mandando assim a conta para o usuário, ou ajude a bancar esses custos com subsídios – ou seja, dinheiro do povo. Desde o seu primeiro ano, o prefeito Eduardo Braide se recusou a autorizar o aumento de tarifa, preferindo participar da cobertura dos custos liberando subsídios, que sevem para complementar salários e bancar benefícios como vale-refeição, por exemplo.

A situação agora é bem mais complicada, e eclodiu em novembro, dois meses antes, com o SET e os rodoviários – que sempre agem alinhados na pressão sobre o Palácio de la Ravardière, apesar de parecerem adversários, deflagrando o conflito de interesses. Patrões e empregados do sistema de transporte dizem que a Prefeitura de São Luís não estaria repassando os subsídios – a conta chegaria a R$ 7 milhões – e, por isso, as empresas – coitadas! – estariam atrasando salários e benefícios, como foi o caso da 1001, segundo denúncia dos rodoviários, incentivada pelos empresários. É a tempestade perfeita, que neste ano chega bem antes e bem mais forte. Isso porque uma greve agora, no início da onda natalina, atingirá fortemente o comércio varejista, que aposta parte da sua sobrevivência nas vendas de fim de ano.

Político racional, que calcula muito bem cada passo que dá, o prefeito Eduardo Braide tem diante de si um problemão para resolver. Isso porque transporte de massa é assunto explosivo, de repercussão imediata e implacável, podendo produzir danos sérios à sua imagem política se não for solucionado a contento. E chega ao birô do prefeito Eduardo Braide no exato momento em que ele entra numa espécie de contagem regressiva para decidir se será ou não candidato ao Governo do Estado. Nesse contexto, uma greve de rodoviários e um aumento nas passagens de ônibus são situações que impõem ao prefeito o risco de sofrer incômodos arranhões no seu prestígio como gestor eficiente, e por isso mesmo líder nas pesquisas para governador.

Está mais que claro que a crise foi planejadamente antecipada pela aliança, estranha mas indiscutível, do SET com os rodoviários. E são fortes os indícios de que eles podem ter sido empurrados por um dedo político. Resta saber como o prefeito Eduardo Braide vai driblar essa tormenta.

PONTO & CONTRAPONTO

Camarão diz nos Lençóis que não se calará e que não renuncia nem abre mão da candidatura aos Leões

Felipe Camarão no povoado Varas: diz que ninguém o
calará e reafirma que não renuncia e que será candidato

“Aqui ninguém me cala. Isso é coronelismo, e eu não tenho medo de coronel, nem coronel de calças, nem coronel de saia”. Foi o que declarou, ontem, o vice-governador Felipe Camarão (PT) no povoado Varas, a 50 km de Barreirinhas, referindo-se a um problema que o impediu de realizar a edição do seu “Diálogos pelo Maranhão”, o seu programa de pré-campanha ao Governo do Estado, na sede do município. O vice-governador reuniu dezenas de eleitores na sede da associação comunitária local.

Com a reunião em Varas, o vice-governador Felipe Camarão encerrou agenda da semana em que levou os “Diálogos pelo Maranhão” na região dos Lençóis – Humberto de Campos, Primeira Cruz e Barreirinhas. Nos dois primeiros ele falou na sede. No terceiro, um contratempo, que ele atribuiu a autoridades do município, ele palestrou no povoado Varas, acompanhado do ex-prefeito Amilcar Rocha (PCdoB) e militante petistas locais.

Em todas as suas manifestações, que são focadas em projetos para a formação do seu plano de Governo, que terá a educação como carro-chefe, o vice-governador reservou espaço das suas falas paras a política.

Por onde passou, Felipe Camarão disse e repetiu que é pré-candidato e será candidato ao Governo do Estado em qualquer circunstância, não havendo força nem motivo capaz de demovê-lo. No mesmo tom, tem afirmado que nada o fará renunciar ao mandato de vice-governador. Tem tido também que está aberto ao diálogo, desde que esses dois tremas não constem da pauta.

Convocação para CPMI do INSS coloca Edson Araújo numa situação complicada

Edson Araújo tem situação complicada
ao ser convocado pela CPMI do INSS

 O deputado estadual licenciado Edson Araújo (PSB) teve sua situação complicada de vez ao ser convocado pela CPMI que investiga os descontos milionários e criminosos de aposentados do INSS. Ele já vinha sendo alvo da atenção da Polícia federal, mas sua situação se agravou depois que ele ameaçou o deputado federal Duarte Jr., vice-presidente da CPMI.

A menos que consiga na Suprema Corte uma decisão que lhe assegure permanecer em silêncio, ao depor na Comissão, o parlamentar terá de explicar as transferências milionárias – que pode chegar a R$ 10 milhões -, que uma federação ligada ao setor pesqueiro, que ele controla no Maranhão, lhe fez nos últimos tempos. Numa investigação recente, a PF encontrou mais de R$ 700 mil em espécie num cofre que lhe pertenceria. Não será, portanto, uma situação fácil.

Politicamente, a situação do deputado Edson Araújo é tão ou mais complicada. Para começar, ele enfrenta um processo de expulsão do PSB, vivendo também a complicada situação que causa incômodo ao Governo do Estado, onde o seu filho e suplente de deputado federal Volmer Araújo exerce um cargo de secretário de Estado.

Os próximos tempos serão muito difíceis para Edson Araújo, hoje com 74 anos, estando no exercício do quinto mandato de deputado estadual e sob o risco de encerrar sua carreira discreta e sem mácula, até a eclosão da gigantesca fraude contra aposentados do INSS, na qual fortes indícios o apontam como envolvido.

São Luís, 16 de Novembro de 2025.

Orleans Brandão intensifica campanha, assumindo agora a condição de pré-candidato do MDB

Orleans Brandão em Bacabal entre a dupla do Pão com Ovo,
Cricielle Muniz (PT), Davi Brandão, Carlos brandão, Roberto
Costa, Florêncio Costa e líderes locais na entrega de tablets
a estudantes da rede estadual de ensino

O secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), intensificou sua pré-campanha ao Palácio dos Leões nos últimos dias, dando uma clara demonstração de que o seu projeto de candidatura está praticamente consolidado, com aval cada vez mais determinado do governador Carlos Brandão (sem partido). Desde a conversa do mandatário maranhense com o presidente Lula da Silva (PT), há duas semanas, para tratar da corrida sucessória no Maranhão, o secretário acelerou sua maratona de entrega de cartões do Programa Maranhão sem Fome e de tablets a estudantes no programa Tô conectado! em todas as regiões do estado, ampliando sua agenda, deixando de ser apenas um secretário pré-candidato a governador, para se tornar pré-candidato do MDB, atuando também para ocupar espaços na mídia.

Ontem, sob o seu comando direto, com o aval do governador Carlos Brandão e com o apoio de boa parte do primeiro escalão do Governo, o secretário Orleans Brandão conseguiu alcançar 207 municípios com a entrega dos cartões-benefício do programa Maranhão Livre da Fome a 89 mil famílias, restando somente 10 municípios e cinco mil cartões para serem entregues. Em relação ao programa Tô conectado!, serão entregues 250 mil tablets a estudantes da rede estadual de ensino em todo o Maranhão. Em cada evento de entrega, o secretário fala em nome do governador e reforça seu cacife, batendo sempre na tecla do viés municipalista do Governo e no conjunto de obras realizadas nas mais diferentes regiões do estado.

Nos últimos dias, emissoras de TV e de rádio vêm divulgando uma propaganda do MDB protagonizada pelo secretário Orleans Brandão. Isso significa dizer que agora, além de falar pelo governador Carlos Brandão, o secretário de Assuntos Municipalista passou a falar em nome do MDB, partido ao qual é filiado e que é presidido por seu pai, o empresário Marcus Brandão. Ao protagonizar a peça de comunicação do MDB, apresentando-se com a frase “Eu sou o Orleans”, o pré-candidato governista ao Palácio dos Leões avisa que já tem o aval total do partido, que é formado por várias correntes, inclusive a sarneysista, representado pelo próprio ex-presidente José Sarney e pela deputado federal Roseana Sarney, e integrada pelo atual prefeito de Bacabal e presidente da Famem, Roberto Costa, seu apoiador declarado.

O pré-candidato do MDB ao Governo do Estado tem também demonstrado mais flexibilidade na sua nem sempre eficiente relação com a imprensa. Na semana que passou, ele falou com blogs e emissoras de rádio e TV no interior, o principalmente na Região Tocantina, onde incursionou por vários municípios. Mas foi em São Luís, em entrevista a uma emissora do Grupo Mirante, falou mais abertamente sobre o Governo e o seu projeto de candidatura, o seu preparo para governar, se eleitor for e sobre assuntos sensíveis e espinhosos, como o seu parentesco direto com o governador Carlos Brandão. Sob esse tema, ele respondeu relacionando políticos que emplacaram parentes como sucessores, citando com o exemplo, os sucessores de Miguel Arraes em Pernambuco. Não foi a resposta ideal, mas o fato é que encarou o tema.

O fato indiscutível é que o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão incrementou expressivamente sua corrida para viabilizar a sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões. E isso ocorre num momento em que a lógica recomendaria uma movimentação mais discreta e moderada. Sua movimentação é, portanto, um indicador mais ou menos preciso de que, com o aval do seu partido e com sinal verde do Palácio dos Leões, ele decidiu a pisar no acelerador, dando uma demonstração robusta de que sabe o que está fazendo e aonde quer chegar.

Em resumo: até aqui Orleans Brandão vem consolidando sua pré-candidatura a sucessor do seu tio, o governador Carlos Brandão, como seu sucessor no Governo do Estado.

PONTO & CONTRAPONTO

Bonfim terá confirmada sua candidatura por Zema, e Novo a aponta como prioridade

Pré-candidato presidente, Romeu Zema vai
reforçar a candidatura de Lahesio Bonfim
ao Governo do Estado pelo Novo

Enquanto vice-governador Felipe Camarão (PT) e o secretário Orleans Brandão (MDB), de Assuntos Municipalistas, correm, cada um a seu modo, para consolidar os seus projetos de candidaturas ao palácio dos Leões, que ainda dependem de acordos na base governista, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, já tem uma situação definida como candidato do Novo. E deve reforçar essa posição, que parece irreversível, com a bênção do líder nacional do partido, o governador de Minas Gerais Romeu Zema, pré-candidato a presidente da República.

Romeu Zema desembarcará em São Luís no próximo dia 22, para participar de um encontro estadual do Novo no Maranhão, e trará junto o presidente nacional da legenda, Eduardo Ribeiro. A ser realizado no Hotel Luzeiros, o evento servirá para o novo tomar uma série de decisões, entre elas a escolha de candidatos ao Senado, e as estratégias para eleger deputados federais e deputados estaduais.

Lahesio Bonfim vem percorrendo o estado tendo como mote a sua candidatura ao Governo do Maranhão. E o faz com desenvoltura cada vez maior, o que explica a sua bem situada posição no ranking dos pré-candidatos ao Palácio dos Leões, de acordo com as pesquisas mais recentes, nas quais ele se posiciona ora como segundo, ora como terceiro colocado. Confirma assim o seu desempenho em 2022, quando o governador Carlos Brandão (PSB) foi reeleito em turno único, o tendo em segundo lugar, à frente do senador Weverton Rocha (PDT), que ficou em terceiro.

O ex-prefeito de São Pedro dos Crentes não é um candidato qualquer, com poder de fogo para tencionar a corrida aos Leões, medindo forças com os pré-candidatos assumidos Orleans Brandão e Felipe Camarão, e com o prefeito de São Luís, Eduardo Brande (PSD), que lidera as intenções de voto sem anunciar ainda se será ou não candidato ao Governo do Estado.

Nesse contexto, Lahesio Bonfim se movimenta com a condição partidária resolvida, situação que será confirmada no dia 22 pelos chefes maiores do Novo. E com um reforço a mais: o Novo considera sua candidatura uma prioridade.

Já não seria a mesma a relação do prefeito com a vice-prefeita de Imperatriz

Aop lado do marido Antônio Pereira, Carol
Pereira (d) toma posse junto com o
prefeito Rildo Amaral: o clima já
não é de euforia como na posse

Passados mais de dez meses da posse, os novos prefeitos do Maranhão já começam a fazer ajustes nos seus acordos de campanha. Aqui e ali se ouve rumores de que apoiadores de frente estariam sendo alvos de “chega-pra-lá”, quebrando acordos firmados durante a briga pelo voto.

Um exemplo que circula no meio político: já não seriam efusivas as relações do prefeito de Imperatriz, Rildo Amaral (PP) com a sua vice e secretária de Assistência Social, Carol Pereira (PSB), que representa o deputado Antônio Pereira (PSB), 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa, no governo municipal.

Por conta de uma divergência aqui e uma discordância ali, às vezes nem manifestada num “papo reto”, o prefeito e a vice-prefeita da Princesa do Tocantins teriam iniciado um discreto, mas efetivo, processo de afastamento, que na avaliação de um observador tocantino, pode levar, se não ao rompimento, a uma convivência tensa.

O desdobramento dessa situação teria sido o esvaziamento da Secretaria entregue à vice Carol Pereira, com a transferência para outras pastas de programas sociais importantes, que davam dimensão maior à pasta.

Apesar dos rumores, reforçados com algumas constatações, a vice-prefeita de Imperatriz estaria mantendo fair-play, enquanto nos bastidores corre que, cedo ou tarde, Carol Pereira – apoiada pelo deputado Antônio Pereira – e Rildo Amaral colocarão as cartas na mesa.

São Luís, 15 de Novembro de 2025.

Embate agressivo de Júnior Cascaria com Fred Maia na Alema pode ser prévia da campanha para 26

Júnior Cascaria e Fred Maia: pugilato verbal

Na sessão de ontem da Assembleia Legislativa ocorreu uma mostra do que pode ser a briga pelos votos regionais na campanha eleitoral do ano que vem. O forte indício foi protagonizado pelos deputados Júnior Cascaria (Podemos) e Fred Maia (PDT), que disputam espaço político e eleitoral na macrorregião polarizada por Pedreiras. Os dois surpreenderam seus colegas com uma lavagem de roupa suja como há muito não acontecia do plenário do parlamento estadual, com troca de acusações e xingamentos, chegando ao ponto de se desafiarem para sair no tapa fora das paredes do Palácio Manoel Beckman. A agressividade verbal dos dois parlamentares levou colegas deles a formarem uma “turma do deixa disso”, tentando acalmar os  contendores, que integram a base de apoio do governador Carlos Brandão (sem partido).

Júnior Cascaria, que foi prefeito duas vezes de Porção de Pedras, e Fred Maia, que foi duas vezes prefeito de Trizidela do Vale e cuja esposa, Vanessa Santos (Solidariedade), é a atual prefeita de Pedreiras, fizeram quase tudo que dois deputados com consciência ética não poderiam ter feito: desrespeitaram as regras da civilidade política, trocaram acusações graves – que inclusive podem ser objeto de interesse do Ministério Público -, extrapolaram na agressividade verbal e conseguiram produzir algumas indagações sobre o grau de idoneidade política de cada um.

De Júnior Cascaria sobre Fred Maia, a quem criticou por divulgar vídeos lhe fazendo acusações: “mentiroso”, “chifreiro de políticos”, “caso espúrio da política”, “descarado”, “foi condenado a quatro anos de prisão” e “não sou de chutar cachorro morto, mas hoje eu chuto”

De Fred Maia sobre Júnior Cascaria, rebatendo a acusação e partindo para o ataque: “cara de pau”, “sujeito sem escrúpulo”, “embolsou o dinheiro da quadra”, “vendedor de emendas da cultura”, “foi na minha casa com cara de moleque”, “é um cabra velho sem vergonha”, “não tem bagagem, não tem moral”.

Além da agressividade pessoal exibida nos dois discursos com a troca de adjetivos pesados, o que chamou a atenção foi o confronto de acusações. Fred  Maia foi cáustico ao afirmar que o então prefeito Júnior Cascaria teria desviado recursos para a construção de uma quadra, que ainda hoje não foi construída. Júnior Cascaria revidou afirmando que Fred Maia teria sido condenado a quatro anos de prisão por malfeitos como gestor. Os dois chegaram a desafiar um ao outro para medirem força física, como em um duelo no braço.

A tensão alcançada pelo embate dos dois deputados levou os deputados Catulé Jr., Othelino Neto (Solidariedade), Carlos Lula (PSB) e Francisco Nagib (PSB) a assumirem a condição de “bombeiros”, fazendo uma sequência de apartes com apelos para que os dois contendores baixassem a temperatura e tentassem um reencontro com a moderação. A ação da “turma do deixa disso” funcionou, tendo os dois pedido desculpas ao plenário pelos excessos.

Ao mesmo tempo em que chamou a atenção pela virulência, o confronto entre os deputados Júnior Cascaria e Fred Maia funcionou como um sinal de alerta à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa no sentido de que ele pode ter sido uma prévia do que poderá estar a caminho do plenário do parlamento estadual por conta das eleições de 2026.

Isso porque representantes de outras regiões já começam a tencionar as suas relações, como aconteceu recentemente com as deputadas Cláudia Coutinho (PDT) e Daniella Jadão (PSB), que disputam o eleitorado de Caxias, que também é base principal dos deputados Catulé Jr. e Adelmo Soares (PSB). Há sinais de disputa forte em Barra do Corda, entre a deputada Abigail Cunha (PL) e Eric Costa (PSD). Pode haver tensão entre os deputados Davi Brandão e Florêncio Neto, ambos do PSB, em Bacabal.  

Se esses e outros focos de tensão pré-eleitoral ganharem corpo, como alguns estão prevendo, a presidente Iracema Vale (PSB) e a “turma do deixa disso” terão muito trabalho pela frente.

PONTO & CONTRAPONTO

Felipe Camarão mostra convicção de que tem o apoio de Lula para disputar os Leões

Felipe Camarão está convencido
do apoio de Lula da Silva

Repercutiu bem no meio político e fora dele a declaração do vice-governador Felipe Camarão (PT) afirmando ter certeza de que o presidente Lula da Silva (PT) apoiará a sua candidatura na corrida ao Palácio dos Leões no ano que vem.

 “Eu não tenho absolutamente nenhuma dúvida quanto ao pensamento do presidente Lula para 2026, que será a primeira oportunidade que o PT vai ter de governar o Estado do Maranhão”, declarou o vice-governador, colocando a possível posição do presidente no contexto de interesse partidário.

Felipe Camarão joga uma cartada alta com essa manifestação, a começar pelo fato de que, pelo menos até aqui, continua valendo declarações e gestos anteriores do líder petista avalizando o projeto de candidatura do vice-governador. Esse cenário ganhou novos contornos, incluindo uma certa dose de incerteza, depois da conversa de Lula da Silva com o governador Carlos Brandão (sem partido), com quem tratou do assunto e, ao que tudo indica, fez uma proposta.

De lá para cá, ninguém sabe o que o presidente Lula da Silva está pensando sobre a pré-candidatura de Felipe Camarão. Mas a convicção exibida pelo vice-governador nas suas declarações sugere que ele sabe o que está falando. Isso porque Felipe Camarão é um homem inteligente e politicamente muito instruído para cometer um erro de estratégia dessa monta.

Vale aguardar a nova manifestação do presidente Lula da Silva em relação à corrida sucessória no Maranhão.

Câmara honra Lula da Silva com o título de Cidadão de São Luís

Lula da Silva se tornou Cidadão de São Luís
por inciativa de Jhonatan Soares

A aprovação, ontem, pela Câmara Municipal, por decisão unânime dos 19 vereadores presentes à sessão, do título de Cidadão de São Luís ao presidente Lula da Silva (PT) é um fato político importante, viabilizado pela iniciativa do vereador Jhonatan Soares (PT), do Coletivo Nós.

Bom ter um homem da estatura de Luiz Inácio Lula da Silva como filho de São Luís por adoção legislativa. As suas credenciais são inquestionáveis: mudou a história do sindicalismo brasileiro, foi linha de frente no combate à ditadura militar no seu momento mais agudo e violento, fundou o maior partido de esquerda do país, o PT, foi duas vezes presidente da República, foi canalhamente injustiçado mais de 500 dias na cadeia por uma farsa judicial, e depois deu a resposta elegendo-se presidente pela terceira vez, com possibilidade de emplacar o quarto mandato no ano que vem.

Isso sem falar no que ele fez por São Luís nos seus 11 anos de poder – um exemplo é o prolongamento da Avenida Litorânea.

Ser cidadão de São Luís é uma honra para qualquer brasileiro não nascido na banda da Ilha de Upaon Açu onde está a Capital do Maranhão, Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade. O presidente Lula da Silva sabe disso. Não será surpresa se o presidente fizer questão de receber ele próprio a honraria.

São Luís, 13 de Novembro de 2025.

Desembargadores da “Operação 18 Minutos” serão processados por venda de sentenças, decide CNJ

Antônio Guerreiro, Nelma Sarney, Marcelino
Weverton e Luiz Gonzaga Filho serão
processados por decisão do CNJ

Decisão unânime do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tornou ontem mais complicada a situação dos desembargadores maranhenses Nelma Celeste Sarney Costa, Luiz Gonzaga Almeida Filho, Marcelino Everton Chaves e
Antônio Pacheco Guerreiro Júnior, acusados de receberem propina num suposto esquema de venda de sentenças, por meio das quais uma organização criminosa fazia saques milionários no Banco do Nordeste. Atendendo a pedido do corregedor geral da Justiça, Mauro Campbell, para quem os quatro magistrados agiram fora da lei, facilitaram a atuação de uma organização criminosa, o CNJ decidiu, por unanimidade, que eles vão acertar contas com a Justiça respondendo a processo administrativo, que pode resultar no seu afastamento definitivo dos quadros da magistratura do Maranhão.

 O corregedor geral do CNJ Justiça afirma, na peça de acusação, que o conjunto de provas da denúncia envolvendo os desembargadores “evidencia de forma inequívoca a existência de múltiplos elementos indicativos indiciários da prática de crimes e de violação de deveres inerentes à magistratura”. Os quatro magistrados autorizaram saques ilegais contra o Banco do Nordeste por um grupo de advogados, entre eles o ex-deputado federal Edilázio Júnior, genro da desembargadora Nelma Sarney, e o atual prefeito de Paço do Lumiar, Fred Campos – os dois chegaram a usar tornozeleiras eletrônicas.

Na sua manifestação pela abertura de processos contra os quatro desembargadores, o corregedor nacional da Justiça afirma que os magistrados criaram um “esquema sistêmico”, montado para saquear o Banco do Nordeste: “Além dos atos isoladamente considerados, o panorama probatório revela a existência de verdadeiro esquema sistêmico implantado no âmbito do Tribunal de Justiça do Maranhão voltado à instrumentalização de decisões judiciais para a apropriação indevida de valores pertencentes ao Banco do Nordeste”.

E vai mais longe, afirmando a sua convicção de que os magistrados agiram de maneira criminosa: “A atuação conjunta e coordenada de magistrados com unidade de desígnios na execução do esquema criminoso visando causar prejuízo direto a instituição financeira pública, mediante uso indevido da atividade jurisdicional, constitui grave violação ao dever de imparcialidade da magistratura e compromete substancialmente a credibilidade do Poder Judiciário, não só do estado do Maranhão, como do Brasil”.

O esquema foi descoberto em 2024 pela Polícia Federal, na Operação 18 Minutos. De acordo com a PF, esse foi o tempo que transcorreu entre a apresentação de uma petição e o seu despacho autorizando o saque, em espécie, de R$ 15 milhões, numa operação criminosa contra o Banco do Nordeste. Os advogados forjavam situações em que, por meio de decisões acertadas com os desembargadores, a instituição bancária aparecia como ré, sendo obrigada a pagar indenizações milionárias. Foram vários casos envolvendo os quatro desembargadores, os dois juízes e o mesmo grupo de advogados.

Os desembargadores Nelma Sarney, Luiz Gonzaga Almeida Filho, Marcelino Weverton e Antônio Guerreiro Jr., junto com eles os juízes Alice de Sousa Rocha e Cristiano Simas de Sousa, foram afastados, encontrando-se há mais de um ano nessa condição. Eles tentaram retornar ao Tribunal de Justiça por meio de recursos, mas todas as tentativas foram frustradas por decisões contrárias do CNJ. As quatro vagas abertas no Colégio de Desembargadores foram preenchidas por juízes de quarta entrância, convocados de acordo com o Regimento Interno do TJ e da Lei de Orgânica da Magistratura.

Processados com base em acusação densa e grave, os quatro magistrados, que alegaram inocência quando foram afastados das suas funções, terão agora direito à ampla defesa, assim como os advogados acusados, que respondem a processo em liberdade. No caso dos desembargadores, a opinião dominante nos bastidores do Poder Judiciário, é que, devido à gravidade da situação, a consistência das provas acusatórias e a contundência da acusação feita pelo corregedor Mauro Campbell, é muito remota a possibilidade de eles retornarem ao plenário do Tribunal de Justiça. O desfecho previsto é que os quatro sejam aposentados compulsoriamente, com a vantagem, de continuar recebendo integralmente salário cujo básico é superior a R$ 30 mil por mês.

PONTO & CONTRAPONTO

Prioridades definidas pelo PT nacional para 26 pode prejudicar pré-candidatura de Camarão

Felipe Camarão: decisão do PT pode prejudicar candidatura

A decisão do PT de priorizar a reeleição do presidente Lula da Silva e a ampliação das bancadas do partido na Câmara Federal e no Senado não foi uma boa notícia para o vice-governador Felipe Camarão, pré-candidato do partido ao Governo do Estado e no epicentro de uma crise que está dividindo a base do presidente da República no Maranhão.

Pelo que foi decidido, o PT não vai se desdobrar para eleger governadores e também não vai quebrar muitas lanças para fazer grandes bancadas de deputados estaduais. Isso não significa dizer que o partido vai deixar a ver navios os seus candidatos a governador e a deputado estadual, mas está claro que as prioridades do PT são outras.

Com dificuldades para unir o PT maranhense em torno do seu projeto de candidatura aso Palácio dos Leões, uma vez que as diversas correntes estão se movimentando em direções diferentes, Felipe Camarão vai precisar agora de um acerto para valer com o comando nacional do partido sobre sua pré-candidatura.

O problema é que o presidente Lula da Silva e o comando petista não querem dois palanques no Maranhão. A inclinação é no sentido de ter as duas correntes aliadas unidas na campanha, o que será simplesmente impossível se os projetos de candidatura de Felipe Camarão e do secretário Orleans Brandão (MDB) forem mantidos.

A solução pode estar sendo construída no intervalo da conversa do presidente Lula da Silva com o governador Carlos Brandão. Mas existe também a possibilidade de essa construção fracassar.

Decidido a ser candidato de qualquer maneira ao Governo do Estado, o vice-governador Felipe Camarão deve estar preparado para todos os cenários.

Assembleia aprova auxílio financeiro para criança e adolescentes órfãos de feminicídio

Sob a presidência de Iracema Vale, a Alema aprovou auxílio
financeiro a órfãos de feminicídio

Só depende agora da sansão do governador Carlos Brandão ao Projeto de Lei nº 499/25, aprovado ontem pela Assembleia Legislativa, para que crianças e adolescentes órfãos de feminicídio sejam amparadas com auxílio financeiro e condições de acesso imediato e prioritário a educação. A aprovação se deu por unanimidade.

Para ter acesso a esses benefícios a serem concedidos pelo Governo do Estado, as crianças e adolescentes órfãos de feminicídio consumado têm de ser menores de 18 anos e comprovar residência n o Maranhão e se encontrem em situação de vulnerabilidade social e cuja renda per capita seja igual ou inferior a um quarto do salário mínimo.

Na justificativa que encaminhou à Assembleia Legislativa, o governador Carlos Brandão (sem partido) explicou que a iniciativa visa suprir necessidades que surgem em muitos desses casos em que a mão é assassinada e o pai é preso ou se evade, criando grave situação de vulnerabilidade social.

A mensagem governamental chama também a atenção para o impacto psicológico e social devastador produzido na família em casos de feminicídio, o que dá amplo sentido à proposta.

Daí o voto unânime que o projeto recebeu.

São Luís, 12 de Novembro de 2025.