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Lula sabe que será difícil mudar o cenário político do Maranhão, mas se conseguir, dobrará seu cacife no estado

Lula da Silva e Carlos Brandão: boa relação pode
amenizar a conversa difícil sobre sucessão no MA

De volta ao Brasil desde ontem, o presidente Lula da Silva (PT) deve retomar hoje a sua agenda política, que tem como um dos itens a previsão de uma conversa com o governador Carlos Brandão (ainda no PSB) para tratar da corrida sucessória ao Governo do Maranhão. O que se sabe, admitido por ele próprio em entrevista concedida em Imperatriz no início da semana passada, é que o presidente tentará convencer o governador maranhense a abandonar o projeto de permanecer no cargo até o final do mandato e renunciar em abril e se candidatar ao Senado da República. O presidente, que é candidato assumido à reeleição, quer a reunificação da sua base de apoio no Maranhão, com a pacificação de dinistas e brandonistas, e acredita que isso só será possível se, primeiro, conseguir convencer os dois grupos a acalmar os ânimos e depor as armas.

O líder petista sabe que vencerá a eleição no Maranhão em qualquer cenário, o que vem sendo confirmado pelas pesquisas feitas até aqui sobre as eleições do ano que vem. Mas, segundo uma fonte a ele ligada, o presidente acha que o melhor caminho para confirmar o seu favoritismo no estado é manter de pé a sua base de apoio, que em 2022 foi liderada pelo então governador Flávio Dino (PSB), que renunciou em abril daquele ano e se candidatou ao Senado, passando o Governo para o então vice-governador Carlos Brandão (PSB), que se candidatou à reeleição e foi reeleito em um só turno.

O presidente Lula da Silva gosta do governador Carlos Brandão e tem plena conhecimento de todos os motivos que o levaram a romper com o grupo ligado ao ex-senador Flávio Dino, hoje ministro do Supremo tribunal Federal, liderado pelo vice-governador Felipe Camarão (PT), candidato assumido ao Governo do Estado. Tem ciência de que o principal item da crise é a pré-candidatura do vice-governador Felipe Camarão à reeleição. Ele nunca declarou isso em público, mas é corrente nos bastidores do Governo e no meio político em geral, que o governador Carlos Brandão não o aceita como o seu sucessor e não está disposto a apoiar esse projeto.

Além da necessidade de reunificação da base aliada, o presidente Lula da Silva tem dois argumentos para tentar convencer o governador Carlos Brandão. Um deles é que precisa que ele o quer no Senado, para tê-lo como aliado num eventual quarto mandato. E o outro é que avaliza o projeto de candidatura de Felipe Camarão ao Palácio dos Leões, a começar pelo fato de que ele é filiado ao PT.

Não é novidade que o governador Carlos Brandão gostaria de ser senador. Afinal, além da tradição que leva ex-governadores à Câmara Alta, sua eleição para o andar de cima do Congresso Nacional, seria uma espécie de consagração do seu trabalho como governador, já reconhecido pelo eleitorado, conforme as pesquisas. Na semana passada, numa entrevista à TV Difusora, o governador admitiu que, apesar das imensas complicações, a candidatura ao Senado pode ser conversada com o presidente Lula da Silva, ainda que sua inclinação continue sendo se manter no cargo até o final do mandato.

Em relação à candidatura de Felipe Camarão, em torno da qual o presidente Lula da Silva pretende construir um consenso a partir da reunificação da base, as dificuldades são bem maiores. Para começar, foi exatamente o roteiro no qual Felipe Camarão será candidato à reeleição se assumir, que vem motivando o governador a permanecer no cargo e usar o seu peso político para eleger o seu candidato a governador, o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), seu sobrinho e braço direito e transformado no “homem forte” do seu Governo.

Os obstáculos são imensos, a começar pelo fato de que não há sinais de trégua, mas se o presidente Lula da Silva conseguir recolocar a corrida sucessória nos trilhos do roteiro original, aumentará significativamente o seu cacife político e eleitoral no Maranhão.

PONTO & CONTRAPONTO

Conversa de Lula com Brandão terá peso na decisão de Braide de ser ou não candidato aos Leões

Eduardo Braide com a vice Esmênia Miranda,
que assumirá se ele se candidatar ao Governo

Uma fonte bem situada na política municipal disse ontem à Coluna que o resultado da conversa do presidente Lula da Silva com o governador Carlos Brandão, que pode acontecer a qualquer momento, terá grande peso na decisão do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) sobre o seu “drama shakespeariano” de ser ou não ser candidato a governador nas eleições do ano que vem.

Segundo ela, se houver um acordo restaurando a aliança governista, com o governador Carlos Brandão renunciando para ser candidato ao Senado e o vice-governador Felipe Camarão assumindo para ser candidato à reeleição, Eduardo Braide poderá adiar o seu projeto de morar quatro anos no Palácio dos Leões.

Mas se, por outro lado, o quadro atual for mantido, com o governador Carlos Brandão permanecendo no cargo e apoiando a candidatura do secretário Orleans Brandão, o prefeito de São Luís deverá renunciar em abril e entrar na briga.

A fonte assinala que o resultado não será determinante na decisão do prefeito Eduardo Braide, mas terá influência expressiva no rumo que ele vier a dar em relação à corrida sucessória estadual.

Em Tempo: erramos feio

Na edição de ontem, a Coluna cometeu num erro imperdoável: trocou o jornal fluminense O Globo pelo diário paulista O Estado de São Paulo no comentário a respeito do escandaloso destino de R$ 1,25 milhão, mandados, via emenda pix, à Prefeitura de Arari em 2023. O material foi enviado à Coluna por um leitor fiel e atento, que também, e infelizmente, trocou as bolas, levando-a, involuntariamente, a entrar na ciranda do erro. Envolvido com “pautas” pessoais durante o dia, o editor só tomou conhecimento do feio tropeço no final da tarde, quando um leitor lhe ligou para denunciar a falha, que foi finalmente corrigida. Outros leitores fizeram o alerta mais cedo, por email e zap. Vale registrar que o erro em nada afetou as informações que embasaram a matéria.

Tendo a informação correta como princípio há meio século de jornalismo, o editor pede escusas aos leitores e, claro, aos jornais atingidos pela confusão.

São Luís, 15 de Outubro de 2025.

Reportagem de O Globo revela o escandaloso destino de R$ 1,25 milhão mandados para Arari via emenda pix

Pedro Lucas Fernandes não sabe o que Rui Filho
fez com dinheiro destinado a estradas vicinais

No último domingo, o Brasil e o Maranhão tomaram conhecimento, via reportagem especial do jornal O Globo, que em agosto de 2023, uma emenda pix destinada pelo deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil), no valor de R$ 1,25 milhão, à Prefeitura de Arari para bancar a restauração de estradas vicinais, foi liberada, e que o recurso foi repassado pelo Governo da União àquele município, mas nenhum metro de estrada vicinal foi restaurado e o dinheiro simplesmente sumiu. Esse cenário foi reportado em detalhes pelo jornal paulista. Foi confirmado que o dinheiro caiu na conta da Prefeitura, mas nenhum centavo bancou restauração de estradas, e que na verdade a bolada foi gasta pelo então prefeito Rui Filho com “outras despesas”, entre elas, um lava-jato. Ouvido, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes disse que desconhece como o dinheiro foi aplicado.

O caso apurado por O Globo – que mandou os repórteres a Arari, levantou todos os dados possíveis e os tornou públicos numa reportagem jornalisticamente sem reparos – entra para a crônica política como um escândalo, revelador de possível crime de desvio, embalado por grave falha de omissão, e reafirmando que o principal envolvido alimenta, debochadamente, a convicção de que tudo vai ficar por isso mesmo, consagrando a impunidade. O escândalo, que está sob apuração pelo Ministério Público Federal, justifica plenamente a cruzada que o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, vem fazendo para dar mais transparência às emendas parlamentares, particularmente as tais emendas pix. Essas emendas são liberadas para prefeituras sem a necessidade de um projeto e sem que prefeitos tenham de prestar contas sobre como e onde gastaram o dinheiro.

Segundo a reportagem, a atual prefeita de Arari, Simplesmente Maria (MDB) informou que o R$ 1,25 milhão enviado àquela Prefeitura “sumiu”, já que o saldo encontrado na conta em que fora depositado foi de R$ 240,00. O jornal constatou que nenhum metro de estrada vicinal foi restaurado com tal recurso, que foi pulverizado em várias contas bancárias da Prefeitura e que várias empresas que receberam fatias do dinheiro são fantasmas. Sem saída diante da revelação de que o dinheiro fora fatiado, o agora ex-prefeito Rui Filho confirmou a operação.

De acordo com a reportagem, “os repasses são direcionados a 11 empresas, incluindo um lava-jato, um posto de gasolina e uma firma especializada em manutenção de ar-condicionado. A relação inclui ainda uma loja de artigos esportivos, registrada em nome de uma beneficiária do Bolsa Família”, e por aí vai.

O que foi revelado até aqui deixa claro que o prefeito Rui Filho não aplicou um centavo do recurso obtido com a tal emenda pix, preferindo fatiar a quantia em diversas contas com despesas de custeio, e sabe-se lá mais o quê. E confirma que estourou a grana das estradas vicinais com a debochada tranquilidade de quem desviou recursos públicos absolutamente confiante na impunidade. Declarou que, como não precisava de projeto, preferiu não dar a mínima para o conserto de estradas vicinais.

Tão espantosa quanto o “sumiço” do dinheiro foi a reação do deputado federal Pedro Lucas Fernandes à indagação do jornalista sobre se sabia o que foi sido feito com o dinheiro da emenda pix que ele mandou para a recuperação de estradas vicinais em Arari. “Desconheço”, respondeu o parlamentar. A resposta sugere uma pergunta: como é possível que um deputado federal do quilate de Pedro Lucas Fernandes, que tem a fiscalização como obrigação primordial do mandato, não tenha se interessado em saber se o recurso daquela emenda foi devidamente e corretamente aplicado? Sem querer envolver o parlamentar, que carrega nos ombros a condição de líder da bancada do União na Câmara Federal e é pré-candidato a senador, na patacoada do agora controvertido “influencer” Rui Filho, não há como não enxergar no seu desconhecimento um caso nítido de omissão.

O caso da emenda pix mandada para Arari explica em parte a grita com que grande parte dos atuais integrantes da Câmara Federal, incluindo membros da bancada maranhense, tem atacado duramente o ministro Flávio Dino.

PONTO & CONTRAPONTO

Felipe Camarão mostra posições que podem influenciar a iminente conversa de Lula com Brandão

Felipe Camarão: posições definidas

A conversa que o presidente Lula da Silva (PT) terá com o governador Carlos Brandão (ainda no PSB) sobre a corrida ao Governo e ao Senado no terá de levar em conta uma série de fatores, sendo o mais importante deles a posição do vice-governador Felipe Camarão (PT). E isso ficou evidenciado na sua declaração mais recente, quando foi taxativo ao afirmar que não há hipótese de renunciar à vice-governança nem de abrir mão da sua candidatura ao Palácio dos Leões.

O que ele disse:

“Primeiro, eu acho o governador, se for alguém leal a esse projeto do presidente Lula, não pode impor condição nenhuma. Eu acho que a gente tem que estar todo mundo no mesmo time.

“Segundo, se for essa condição (a de sua renúncia), não vai ter acordo, porque sou daqueles que, como está escrito em Mateus, capítulo 5, (versículo) 37, se sim, seja sim, se são, seja não.

“Foi dada a palavra. A gente tem um pacto, um compromisso. E a hipótese que eu tenho de renunciar como vice-governador é zero, é zero.

“Eu não preciso renunciar para concorrer a nenhum cargo. Continuo como pré-candidato a governador, com o apoio do presidente Lula, com o apoio do PT.

“Espero, sinceramente, que o governador Carlos Brandão possa liderar no bom diálogo, para que a gente possa continuar com esse projeto, que começou em 2014, continuou em 18, foi vitorioso de novo em 22 e que possa seguir o caminho em 26 também”.

Nessa manifestação, o vice-governador Felipe Camarão colocou, sem ser agressivo, as suas cartas sobre a mesa. Um recado direto ao presidente Lula da Silva e ao governador Carlos Brandão, indicando que só aceita a fórmula original, com o mandatário renunciando para disputar o Senado e ele assumindo o Governo para com correr à reeleição.

E fundamenta sua posição afirmando que existe “um pacto, um compromisso nessa direção”.

Resta saber qual será a leitura e a interpretação a ser feita pelo presidente e pelo governador, a conversa que travarão a qualquer momento.

Se denúncia tiver base, gravação de conversa de Márcio Jerry e Rubens Jr. é patacoada das grandes

Márcio Jerry e Rubens Jr. podem ter
sido gravados ilegalmente

Se tiverem sido feitas, as supostas gravações ilegais de conversas dos deputados federais – Márcio Jerry (PCdoB) e Rubens Jr, (PT) pela Polícia terão sido, de longe, uma das maiores e inacreditáveis patacoadas da história da Polícia Civil.

Para começar, uma ação dessa natureza é crime, que alcança quem a praticou e a quem mandou praticar. A gravidade aumenta exponencialmente com simples fato de que os dois “gravados” são, além de deputados federais, vice-líderes do Governo na Câmara Federal. Mais

E o caldo entorna gravemente quando a Polícia Federal entra no caso utilizando tecnologia sofisticada, com poder de fogo desvendar o mistério em muito pouco tempo e colocar as cartas na mesa dando nome aos aloprados, caso a denúncia dos parlamentares tenha algum fundamento.

Se a presidência da Câmara Federal acatar o pedido de investigação feito pelos deputados Márcio Jerry e Rubens Jr., a Polícia federal entrará em campo com pegada suficiente para tirar o sono de muita gente.

Vale lembrar que essa história de gravação ilegal e criminosa no Maranhão não é de agora. Entre o final do século passado e o início do atual houve momentos em que a palavra “guardião”, que identificava um sistema de escuta clandestina de origem israelense andou causando insônia no Maranhão.

Luís, 14 de Outubro de 2025.

João Alberto chega aos 90 firme e forte, protagonizando uma das trajetórias mais ricas da política maranhense

Ao lado do filho João Marcelo, João Alberto agradece a homenagem,
que foi organizada pelo afilhado e seguidor político Roberto Costa,
que trilha nos seus passos na política

Há pouco mais de uma semana, o prefeito de Bacabal, Roberto Costa (MDB), organizou uma festa na qual homenageou o ex-prefeito e atual vereador e agora nonagenário João Alberto. Uma iniciativa mais que justa, principalmente partindo de um dos políticos mais importantes da nova geração e que é o resultado dos seus ensinamentos. A festa reuniu amigos bacabalenses, familiares do homenageado e alguns convidados, entre eles a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (ainda no PSB). Foi um evento marcado pela alegria e pela emoção.  

São 90 anos, ou seja, 32.870 dias, dos quais pelo menos 75% foram dedicados integralmente à política, numa trajetória vitoriosa que começou como militante de esquerda no movimento sindical bancário no Rio de Janeiro em meados dos anos 60 e que evoluiu para um mandato de deputado estadual nos anos 70, três de deputado federal, dois de senador, dois de vice-governador, um – cumprido apenas um semestre – de prefeito de Bacabal, um ano como governador do Estado e atualmente no exercício de mandato de vereador, valendo acrescentar as mais de três décadas como presidente do MDB no Maranhão. Nenhum político da sua geração – incluindo o ex-presidente José Sarney, hoje com 95 anos – viveu uma trajetória tão larga e intensa.

É esse o lastro do agora nonagenário João Alberto de Souza, para todos apenas João Alberto, nascido em São Vicente Ferrer, a 1º de outubro de 1935, mas adotado por Bacabal, onde criou raízes que garantiram uma relação quase umbilical, que se mantém até hoje. Numa atuação mais ampla, e com características muito particulares e especiais – coragem e honestidade, por exemplo -, que lhe deram uma personalidade publica diferenciada, até aqui sem nódoas nem rasuras, João Alberto se tornou uma referência do Maranhão político, e assim caminha firme e saudável para o patamar do século.

Sua caminhada de mais de 60 anos de militância política o revelou um político diferenciado, como confirmam alguns dos muitos exemplos que protagonizou. Como deputado federal pela Arena, peitou os chefes da ditadura e votou a favor da Emenda das Diretas, defendendo a volta de eleição direta para Presidente da República. Como senador, foi relator da CPI dos Bancos, enfrentando, com desassombro, alguns dos mais poderosos barões do capitalismo nacional. Também presidiu por dois mandatos o Conselho de Ética do Senado, tendo enfrentado ali embates duros por tomar decisões controversas, mas que julgou corretas.

Como prefeito de Bacabal por apenas um semestre (eleito em 1988), mudou radicalmente o conceito de urbanismo então vigente na cidade, ampliando a limpeza urbana, melhorando o trânsito então caótico, criando regras para estacionamento e dando sentido inédito às calçadas. Mais tarde, como governador, deu a Bacabal um aeroporto de porte médio e estádio reformado com salas de aula.

Na sua passagem pelo Governo do Estado, que durou por exatos 11 meses e 12 dias –  de abril de 1990 a abril de 1991, com a renúncia de Epitácio Cafeteira -, contrariou os muitos, a começar pelo próprio Cafeteira, que apostaram no seu fracasso. Realizou um Governo surpreendente – do qual o titular desta Coluna teve a honras de participar como Secretário de Comunicação Social -, no qual, apesar da escassez financeira, construiu quase mil obras em menos de um ano, cuidou da educação e da saúde e se transformou numa celebridade no combate à pistolagem e ao crime organizado, com destaque para a Operação Tigre, movida por uma política de intolerância com ações criminosas, dando um basta na violência no Maranhão. Cumpriu o desafio de construir a Vala da Macaúba, na Areinha, em São Luís, em 90 dias. E surpreendeu os maranhenses ao radicalizar na transparência publicando, diariamente, um quadro demonstrativo das finanças do Estado: o saldo do dia anterior, e o que entrou e o que saiu naquele dia, e para onde foi o dinheiro que saiu. No campo político, o então governador foi o carro-chefe da campanha que levou o senador Edison Lobão (PMDB) a derrotar o favorito João Castelo (PDS), que teve o apoio aberto do então presidente Fernando Collor (PRN). Deixou o Governo com popularidade nas alturas.

Sofreu derrotas, como na disputa pela Prefeitura de São Luís em 1992, vencida por Conceição Andrade, então apoiada por Jackson Lago, e a de candidato a vice-governador de Roseana Sarney em 2018. Mas nenhuma delas lhe tirou o ânimo de militante político intenso e ousado.

Economista por formação, João Alberto foi diretor da Rádio Timbira e diretor do Bando de Desenvolvimento do Maranhão no Governo Sarney; foi várias vezes secretário de Estado e duas vezes vice-governador. Decidiu encerrar a sua carreira política como vereador em Bacabal, não tendo conseguido eleger-se em 2020, mas logrando vitória em 2024, quando saiu das urnas como o mais votado. Exerce o mandato com a dedicação de sempre aos muitos mandatos que conquistou nas urnas.

Em paz consigo mesmo pelo dever cumprido como detentor de mandatos populares, e a julgar pela saúde que preserva e pelo vigor físico que exibe, com lucidez e memória invejáveis, João Alberto é forte candidato a se tornar centenário daqui a pouco mais de 3.600 dias.

PONTO & CONTRAPONTO

Pré-candidatos ao Senado temem resultado da conversa de Lula com Brandão e entrada de Roseana

Carlos Brandão ou Roseana Sarney, ou os dois, podem mudar o cenário
da corrida às duas cadeiras no Senado, que hoje reúne Weverton Rocha,
Eliziane Gama, André Fufuca, Roberto Rocha, Yglésio Moises,
Pedro Lucas Fernandes e Hilton Gonçalo

Os pré-candidatos às duas cadeiras no Senado estão contando as horas para que o presidente Lula da Silva (PT) convoque o governador Carlos Brandão (ainda no PSB) para a conversa sobre a corrida sucessória no Maranhão. A expectativa deles aumentou depois que o mandatário maranhense admitiu a possibilidade de conversar com o presidente sobre candidatura ao Senado.

Os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD), candidatos à reeleição, e o deputado federal e atual ministro do Esporte André Fufuca (PP), que é pré-candidato, assim como o ex-senador Roberto Rocha (sem partido), o ex-prefeito de Santa Rita Hilton Gonçalo (Mobiliza), e o deputado estadual Yglésio Moises (PRTB) sabem que a conversa de Lula da Silva com Carlos Brandão pode impactar fortemente o cenário atual da corrida ao Senado.

No momento, segundo todas as pesquisas, se a eleição fosse agora, sem o governador Carlos Brandão, Weverton Rocha poderia ser reeleito, sendo a outra cadeira disputada por Eliziane Gama e André Fufuca, com desfecho imprevisível. E como Roberto Rocha ainda não declarou ser candidato e Yglésio Moises não está disposto a ficar sem mandato, Pedro Lucas Fernandes não assume de vez a candidatura, Hilton Gonçalo pode entrar na briga, já que vem reforçando o seu projeto senatorial, recebendo, semanalmente, apoio de lideranças nas diversas regiões do estado.

Esse cenário pode radicalmente redesenhado se, numa hipótese remota, mas possível, o governador Carlos Brandão, que lidera as pesquisas, sair da conversa com o presidente Lula da Silva decidido a rever sua decisão de permanecer no Governo e se lançar candidato ao senado. O impacto será muito maior se a deputada Roseana Sarney, que aparece como forte nome para o Senado, também decidir entrar na corrida.

Todos os pré-candidatos torcem para que Carlos Brandão mantenha sua decisão de permanecer no cargo até o final do mandato. E de quebra fazem figa para que a deputada Roseana Sarney mantenha o projeto de reeleição.

Vão permanecer mergulhados em expectativa tensa até que tudo seja resolvido e colocado em pratos limpos.

Ao se despedir do Supremo, Luís Roberto Barroso fez menção destacada a Flávio Dino

Flávio Dino foi elogiado por Luís Roberto Barroso

Ao se despedir do Supremo Tribunal Federal no discurso em que anunciou a sua aposentadoria antecipada, o ministro Luís Roberto Barroso externou seus sentimentos em relação aos seus dez colegas de Corte. Foi cortês, honesto e franco com cada um deles, destacando suas qualidades pessoais e profissionais, e principalmente o comprometimento de cada um com a estabilidade e institucional do País.

Quando se referiu ao ministro Flávio Dino, o ex-presidente da Suprema Corte foi além, reafirmando a amizade que os liga há muito tempo, quando militavam na primeira instância da Justiça Federal, e disse o seguinte:

 “Ministro Flávio Dino, sua cultura, brilhantismo e senso de humor fazem a vida de todos nós mais leve e agradável. Tem sido um privilégio compartilhar da sua amizade ao longo de todas essas décadas. Vou continuar a ouvi-lo com interesses, ainda que lá de fora”.

São Luís, 12 de Outubro de 2025.

Eventos concorridos, declarações fortes e imagens incomuns assanharam a política maranhense nos últimos dias

Ontem, em Imperatriz: Carlos Brandão e Camilo Santana no centro,
Felipe Camarão atrás à esquerda (camisa vermelha), e Orleans Brandão
(camisa branca) à direita, num registro em que aparecem Juscelino
Filho, próximo ao dinismo, e Antônio Pereira, brandonista declarado

A manifesta intenção do presidente Lula da Silva (PT) de reagrupar a sua base de apoio no Maranhão, pacificando brandonistas e dinistas; a declaração do governador Carlos Brandão (ainda no PSB) admitindo discutir com o chefe da Nação a possibilidade de disputar o Senado, e a presença do próprio mandatário estadual e do vice-governador Felipe Camarão em imagens ilustrativas de eventos oficiais resultantes da relação dos Governo do Estado e Federal assanharam o meio político nos últimos dias. E a impressão dominante tem sido a de que a visita de trabalho do presidente Lula da Silva a Imperatriz no início da semana colocou o racha na aliança governista numa espécie de zero-a-zero, deixando no ar a expectativa de que o cenário da corrida sucessória no Maranhão pode sofrer uma guinada radical.

O que chama a atenção é o fato de que nada do que aconteceu é exatamente novidade. O interesse do presidente Lula da Silva na pacificação da sua base de apoio no estado já era amplamente conhecido, uma vez que não existe um argumento sequer para justificar um eventual desinteresse nessa reunificação. A possibilidade de o governador Carlos Brandão vir a discutir com o presidente sua eventual candidatura ao Senado não havia sido tratada por ele no tom que tratou na entrevista à TV Difusora, mas vale anotar que o governante estadual não deu até aqui uma declaração radical contra essa possibilidade, limitando-se a admitir permanecer no cargo até o final do seu mandato, mas sempre fazendo ponderações em relação ao tempo.

Quanto à presença do vice-governador Felipe Camarão e do governador Carlos Brandão em imagens que registram atos e inaugurações, vale chamar a atenção para o fato de que isso só tem acontecido em eventos frutos de ação conjunta dos Governos do Estado e da União. Esses eventos têm sido frequentes, sendo que um dos mais recentes, a “Caravana Federativa”, que trouxe quatro ministros e centenas de técnicos federais ao Maranhão, numa ação destinada a atualizar informações sobre os caminhos que os municípios devem seguir para ter acesso a programas federais, reuniu várias vezes no mesmo ambientes o governador Carlos Brandão e o vice-governador Felipe Camarão.    

Os dois registros feitos nesta semana em Imperatriz são exemplos disso. O primeiro foi a presença do presidente Lula da Silva na Princesa do Tocantins para inaugurar o monumental conjunto habitacional “Canto da Serra”. E o segundo foi a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, petista de proa, na entrega de tabletes do programa “Tô conectato”, que é em parte financiado pelo Governo Federal. Felipe Camarão e deputados dinistas participam de todos os eventos motivados por parcerias Estado/União. Afinal, o Governo Federal é uma aliança do PT, seu partido, com o PSB. Nesses casos, além da legitimidade partidária, a presença do vice tem funcionado como contrapeso à presença constante do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), que tem aproveitado esses momentos para fortalecer o seu projeto de candidatura ao Governo do Estado.

Felipe Camarão e Orleans Brandão, que disputam o aval da base governista ao seu projeto de candidatura, exercitam, cada um ao seu modo, a regra segundo a qual “quem não é visto, não é lembrado”. E os eventos que relacionam os dois Governo têm sido oportunidades especiais para os dois nesse sentido, uma vez que eles aparecem em condições de igualdade.

Esses eventos e registros vão ganhar ou perder força com o resultado da conversa do presidente Lula da Silva com o governador Carlos Brandão, que a julgar pela expectativa criada por conta das declarações dadas pelos dois mandatários, poderá mudar o cenário da corrida sucessória no Maranhão.

PONTO & CONTRAPONTO

Ana Paula Lobato e Amanda Gentil têm o desafio de comandar o PSB e o PP

Ana Paula Lobato e Amanda Gentil e o desafio
de comandar o PSB e o PP no Maranhão

A senadora Ana Paula Lobato e a deputada federal Amanda Gentil saíram de atividades parlamentares regulares para entrar de vez no cenário da política estadual ao receberem a dura e complexa tarefa de comandar os braços maranhenses do PSB e do PP, partidos que sofreram guinadas radicais recentemente. Em certo sentido, elas quebram o tabu machista segundo o qual comando partidário é tarefa de homens, assumindo o desafio de desmontar essa visão preconceituosa.

Os desafios entregues às duas parlamentares não são pequenos nem simples. A senadora Ana Paula Lobato tem pela frente a complicada tarefa de estancar a sangria que atingirá o PSB, que está ameaçado de perder a condição de maior partido do Maranhão na atualidade, para se tornar uma legenda bem menor. Isso porque vai perder o governador Carlos Brandão, a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale, e sete dos nove deputados estaduais, podendo também perder prefeitos e vereadores. Ana Paula Lobato tem de levar para as urnas de 2026 um PSB bem mais enxuto, mas com poder de fogo para sair das urnas mais forte.

O desafio da deputada Amanda Gentil não é tão grande, mas não é tão simples. Para começar, ela substitui no comando da legenda ninguém menos que o deputado federal e atual ministro do Esporte André Fufuca, que tinha o controle absoluto e ativo do braço maranhense do PP. Foi a ação intensa e bem articulada do ministro que levou o partido a sair das urnas com quase duas dezenas de prefeitos, entre eles comandantes de prefeituras poderosas, como as de Imperatriz, Caxias e Santa Inês. Política jovem, que exerce o seu primeiro mandato, Amanda Gentil ganhou o desafio de comandar o PP maranhense no momento em que se prepara para tentar a renovação do seu mandato.

A senadora Ana Paula Lobato e a deputada federal Amanda Gentil têm a vantagem de contar com um suporte tarimbado. A primeira tem a assessoria de um grupo tarimbado, que tem o seu marido, o deputado estadual Othelino Neto (ainda no Solidariedade), entre os seus conselheiros. Já a segunda tem o suporte do pai, o bem articulado ex-prefeito de Caxias Fábio Gentil, e do próprio ministro André Fufuca, que vibrou com a escolha dela para substituí-lo no comando partido.

Grafiteira cometeu crime, mas também colocou o dedo numa ferida que atormenta São Luís

Juliana Trama: crime imperdoável e dedo na ferida

Não há o que discutir que, ao pichar, com spray de grafite, a fachada de um casarão colonial, danificando seculares exemplares da rica azulejaria de prédio histórico de São Luís, a grafiteira e ativista Juliana Trama cometeu um crime. No caso específico do prédio histórico, como mostrado nas imagens, sua atitude – artística, política, ou seja lá o que a tenha motivado – foi um atentado violento e injustificado, portanto imperdoável, ao patrimônio arquitetônico e à memória da Cidade Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, e pelo qual ela deve responder judicialmente. O seu pedido de desculpas não é suficiente para livra-la de uma punição.

Por outro lado, ao defender a sua atividade de grafiteira-pichadora como manifestação artística e atitude política, Juliana Trama tocou fundo numa ferida que atormenta São Luís: o descaso com o rico patrimônio arquitetônico colonial.

Na sua argumentação, ela disse que atua protestando contra o descaso na conservação do acervo. Com isso, remeteu todos ao fato, real e indiscutível, de que entre os milhares de casarões, moradas inteiras, meias moradas e portas e janelas, que formam um dos maiores conjuntos de prédios coloniais português do planeta, centenas e centenas estão deteriorados e desabando, sem que os proprietários se movimentem para conserva-los.

Essa tarefa foi assumida pelo Governo do Estado nos anos 80 do século passado, com um ambicioso projeto de restauração alinhavado no Governo João Castelo (Arena) e iniciado efetivamente no Governo Epitácio Cafeteira (MDB) com o magnífico Projeto Reviver, que foi ampliado nos Governos de Roseana Sarney (MDB). Os Governos de José Reinaldo Tavares e Flávio Dino fizeram investimentos e o atual, de Carlos Brandão, está fazendo sua parte. Assim, com altos e baixos, o processo de restauração do Centro Histórico de São Luís avançou muito.

Nesse contexto, grande parte dos prédios coloniais são propriedades privadas, via de regras objeto de disputas familiares, que dificultam qualquer inciativa de restauração. Tanto que parte deles está transformada em estacionamentos. Muitos estão desabando. Nesse contexto sombrio, no entanto, há luzes, como a restauração recente, por iniciativa privada, de dois prédios situados no cruzamento das ruas Santaninha com a Afogados, produzindo uma visão alentadora e gratificante.

Ao colocar o dedo nessa ferida, Juliana Trama fez um contraponto positivo ao crime que praticou.

São Luís, 10 de Outubro de 2025.

André Fufuca perde o controle do PP, mas se mantém forte no cenário político do Maranhão

Amanda Gentil vai comandar o PP no lugar de
André Fufuca, de quem é aliada de proa

Aconteceu o que poucos acreditavam: o deputado federal André Fufuca, atual ministro do Esporte, foi punido pelo comando do seu partido, o PP, por não cumprir a determinação de desembarcar do Governo do PT e voltar à Câmara Federal para integrar a bancada da Oposição. Ele foi afastado do cargo de vice-presidente nacional e de presidente da legenda no Maranhão, e lhe tirou o controle do partido no Maranhão nomeando a deputada federal Amanda Gentil para sucedê-lo. Sua reação foi curta e direta: não vai se desfiliar do partido nem deixar o Ministério do Esporte, onde pretende permanecer até janeiro do ano que vem, quando pretende começar de fato sua pré-campanha ao Senado ou à busca da sua reeleição para a Câmara Federal. A decisão de permanecer no comando da pasta do Esporte foi avalizada pelo presidente Lula da Silva, que avaliou como um erro e uma violência a medida do PP contra o ministro.

O ataque sem precedentes do PP contra o ministro André Fufuca expôs dois vieses da situação do partido. Primeiro, o comando pepista decidiu tirar o partido do equilíbrio do centro para arrasta-lo para a direita, aproximando-se da direita radical bolsonarista. Segundo, decidiu usar como exemplo um quadro jovem e expressivo do partido, que já foi presidente nacional por mais de um ano, sendo atualmente vice-presidente, tendo também sido vice-presidente e presidente da Câmara Federal em nome da agremiação. Ou seja, um pepista de proa, como poucos, com a vantagem de ser muito bem relacionado dentro e fora do partido. Sua ida para o Ministério do Esporte foi um misto de indicação partidária com as articulações feitas por ele próprio com o Palácio do Planalto.

Em princípio, nada muda no projeto de André Fufuca de disputar o Senado, ou, numa espécie de “plano b”, buscar a reeleição para a Câmara Federal. O projeto senatorial vem se consolidando, segundo as pesquisas mais recentes, nas quais aparece como favorito para uma das vagas, num cenário sem o governador Carlos Brandão (ainda no PSB). Parte desse avanço é fruto de um amplo e intenso programa de investimentos do Ministério do Esporte no Maranhão, com obras – ginásios, estádios e projetos de incentivo aos esportes nas escolas, por exemplo -, além de emendas parlamentares para obras de infraestrutura em muitos municípios.

Politicamente, o ministro André Fufuca saiu com cacife poderoso das eleições municipais de 2024. Sob seu comando direto, o PP elegeu duas dezenas de prefeitos, entre eles os pepistas Rildo Amaral, de Imperatriz, Gentil Neto, de Caxias, e Felipe dos Pneus, de Santa Inês, por exemplo. Suas articulações mais recentes atraíram vários líderes municipais fortes para a base da sua pré-candidatura ao Senado. Nesse contexto, ao decidir intervir no braço maranhense do partido, como anunciado, o comando nacional não teve outra opção que não a deputada federal Amanda Gentil, política jovem, que pertence a um grupo forte, que tem como base a prefeitura de Caxias. Estava claro que o comando partidário não entregaria controle do PP maranhense a um adversário do ministro do Esporte.

Não se discute que sem o aval do PP a sua situação no Governo fica relativamente fragilizada. Mas a decisão do presidente Lula da Silva de apoia-lo mantendo-o no cargo compensa, em certa medida, a perde do apoio partidário. Além disso, a programação do Ministério do Esporte está em franca evolução, não sendo interessante para o Palácio do Planalto trocar o ministro a essas alturas do campeonato. Esse conjunto de fatores favorecem André Fufuca, que tem habilidade política suficiente para não dar murro em ponta de faca. Se ele decidiu enfrentar a cúpula partidária e a punição, é porque avaliou bem a situação e concluiu que o enfrentamento é o melhor caminho.

É claro que todo embate político, principalmente os desse nível, que envolvem projetos eleitorais em curso, contém uma margem de risco. Um deles é que seus adversários na corrida senatorial possam explorar o caso na pré-campanha e na campanha do ano que vem. Mas, com o lastro de um mandato de deputado estadual, três de deputado federal e muita vivência n os bastidores da República, ao que se soma a sua reconhecida habilidade no jogo do poder, André Fufuca reúne as condições para se manter forte no cenário político, e com promissora agenda eleitoral.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão admite conversar com Lula sobre disputar ou não cadeira no Senado

Carlos Brandão e Lula da Silva terão uma
conversa de aliados, sem tensões

“Já sei mais ou menos o que o meu grupo pensa e a gente vai colocar isso para o presidente Lula, não numa forma impositiva, mas uma forma de diálogo. Sobre eu disputar o Senado, isso tudo vai fazer parte dessa conversa”.

A declaração, dada pelo governador Carlos Brandão (ainda no PSB) nesta semana, em entrevista à TV Difusora, abriu uma enorme janela no cenário fechado em que vinha se dando a corrida ao Governo do Estado e ao Senado.

O governador não recuou um milímetro na sua decisão de permanecer no Governo até o final do mandato e apoiar a pré-candidatura do secretário Orleans Brandão (MDB) à sua sucessão. Mas o simples fato de admitir conversar sobre eventual candidatura ao Senado pode ter zerado o jogo jogado até aqui.

Isso não significa dizer que o mandatário maranhense tenha revisto sua posição. Mas todos os sinais produzidos por sua declaração indicam que ele poderá rever o seu roteiro para 2026, podendo alterar radicalmente o cenário e entrar na corrida para o Senado.

O governador Carlos Brandão já sabe que o presidente Lula da Silva pedirá que ele se candidate ao Senado, pois enxerga nele um político de centro, longe do radicalismo e alinhado a um eventual quarto mandato seu na presidência da República.

O “X” da questão é quem será o candidato de consenso ao Governo do Estado. Sua renúncia implicará a ascensão automática do vice-governador Felipe Camarão (PT) ao cargo, e pelo que vem sendo dito, se candidatando à reeleição.

E a pergunta que fica no ar é a seguinte: o governador Carlos Brandão concordará com essa fórmula? É possível que a resposta definitiva não seja dada nessa primeira conversa, mas é provável que a decisão de disputar ou não o Senado seja alinhavada no encontro.

O detalhe a ser levado em conta nessa conversa é que ela não se dará entre dois líderes tensos e em lados diferentes, tentando encontrar uma saída para um problema aparentemente sem solução. A conversa será travada entre dois aliados firmes, desarmados, e com um elevado nível de simpatia mútua.

PSB vai montar agenda visando se preparar para as eleições do ano que vem

Caros Lula quer movimentar o PSB

O vice-presidente estadual do PT, deputado Carlos Lula, avisa que vai começar a movimentar o partido na direção das eleições do ano que vem. Ele avalia que, com a mudança de direção, na qual o comando partidário no estado passou a ser exercido pela senadora Ana Paula Lobato, o PSB deverá se movimentar para consolidar a nova situação.

Carlos Lula não tem planos de fazer qualquer movimento em relação ao governador Carlos Brandão, à presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale, e dos deputados hoje no PSB, mas que não seguem a nova linha partidária.

 O atual comando do partido entende que o governador Carlos Brandao pode permanecer no partido pelo tempo que entender. Já o grupo de deputados estaduais, liderado pela deputada Iracema Vale, permanecerá sem problemas na legenda até a janela partidária, a ser aberta em março, quando parlamentares poderão mudar de partido.

 Para o vice-presidente Carlos Lula, o importante é que o PSB tem nova direção e terá nova orientação, que terá como foco as eleições do ano que vem.

São Luís, 09 de Outubro de 2025.

Conversa iminente de Lula com Brandão gera expectativas e muitas especulações sobre a corrida aos Leões

Carlos Brandão e Lula da Silva em Imperatriz:
muitos torcem para que seja esse o clima
da conversa que ocorrerá sobre sucessão

As declarações do presidente Lula da Silva (PT) sobre a corrida sucessória no Maranhão confirmaram, com clareza solar, que nada está decidido sobre alianças e candidaturas, e que, se depender dele, haverá um grande entendiento na sua base aliada, recompondo brandonistas e dinistas, o que poderá resultar na escolha de um candidato de consenso, que pode ser o vice-governador Felipe Camarão (PT), o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB) ou nenhum dos dois, podendo resultar num tercio mas um tercio, que possa, pelo menos, dar a ideia de consenso. O cenário definitivo da disputa pelo Palácio dos Leões começará a ser desenhado na conversa que ocorrerá nos próximos dias entre o presidente Lula da Silva e o governador Carlos Brandão (ainda no PSB).

Um dos pontos já definido, mas delicado, da pauta que será tratada entre o presidente e o governador é que Lula da Silva quer Carlos Brandão no Senado. Para tanto, o governador teria de renunciar ao Governo em abril do ano que vem, e é exatamente aí que começa o nó cego da operação. Se renunciar, Carlos Brandão terá de passar o comando do estado para o vice-governador Felipe Camarão que, até onde se sabe, não abrirá mão de tentar a reeleição no cargo, o que lhe dará uma chance monumental de renovar o mandato. Essa equação mudaria radicalmente os planos traçados para Orleans Brandão, que poderia ser candidato a deputado federal ou a vice-governador.

O aperto do nó está no fato de que até as pedras que sustentam o Palácio dos Leões sabem que governador Carlos Brandão dificilmente aceitará passar o bastão governamental para o vice Felipe Camarão. As diferenças entre os dois se aprofundaram de tal maneira que a possibilidade de diálogo político entre os dois foi evaporada. O governador e o vice convivem institucionalmente, numa relação em que o chefe do Executivo viaja e o vice assume, por exemplo, rendo sido registrado qualquer tensão nesse convívio. Mass quando se trata de política e de sucessão, a possibilidade de diálogo é, no momento, rigorosamente zero.

Nesse complicado xadrez, alguns brandonistas e dinistas mais otimistas especulam que o governador Carlos Brandão pode aceitar ser candidato ao Senado, desde que o candidato da aliança à sua sucessão não seja Felipe Camarão. No mesmo ambiente, dinistas contra-atacam afirmando que não existe nenhuma chance de acordo em torno de Orleans Brandão. Nesse contexto de vetos, poderia surgir a possibilidade de um tercio. Nesse caso, dois nomes surgem com força, a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (ainda no PSB), e o senador Weverton Rocha (PDT). Nada há de concreto nesse sentido, mas as especulações nos bastidores chegaram a essa fórmula.

O problema é que o presidente Lula da Silva está desenhando o seu projeto de reeleição, no qual os palanques estaduais são decisivos. No caso do Maranhão, ele quer a reedição da fórmula de 2022, quando a base da sua candidatura foi a aliança que juntava brandonistas e dinistas. Para o líder petista, não faz sentido fazer campanha no Maranhão em dois palanques. Daí sua determinação de convencer os líderes das duas correntes a de reagruparam numa aliança pacificada, que na sua opinião, venceria as eleições em todos os níveis. O mais curioso é que vozes mais pragmáticas dos dois lados concordam plenamente com as preocupações do presidente da República.

Pelo menos num ponto todo estão de acordo: é preciso conversar. O governador Carlos Brandão tem dito que a situação é complicada, mas que está disposto a dialogar, por entender que não existe outro caminho para a construção de qualquer relação política. Dinistas dizem mais ou menos a mesma coisa. O problema é que, pelo menos até esse momento ninguém está disposto a fazer concessões, o que leva à pergunta: o presidente Lula da Silva conseguirá mudar isso?

PONTO & CONTRAPONTO

Após desafiar o comando do PP, André Fufuca é afastado da função de vice e outras sanções

André Fufuca foi punido pelo PP depois da
decisão de apoiar Lula da Silva em Imperatriz

O comando do PP reagiu duramente à decisão do ministro André Fufuca de permanecer n0o cargo e declarar apoio à reeleição do presidente Lula da Silva, o que fez enfaticamente segunda-feira, em Imperatriz. Na manhã desta quarta-feira, o PP anunciou, em nota, que ele foi afastado da vice-presidência do partido e de todas as atividades partidárias. Com a decisão, o presidente da legenda, senador Ciro Nogueira (PI), cumpre a ameaça que vinha fazendo após o parlamentar permanecer no comando do Ministério do Esporte.

A decisão do PP  

André Fufuca, mesmo sob pressão, vinha jogando pesado, declarando apoio total ao presidente Lula da Silva, que por sua vez elogiou o desempenho do maranhense no comando da pasta do Esporte, declarando que não tem interessa na saída do parlamentar, porque não quer mexer no que está dando certo. Lula da Silva criticou a postura do PP, avaliando que suas lideranças cometem erro som esse tipo de atitude.

Pré-candidato ao Senado num contexto ainda indefinido por conta da corrida ao Palácio dos Leões, o ministro André Fufuca está determinado a permanecer no cargo, pelo menos até abril do ano que vem, quando ministros que vão disputar as eleições devem deixar os cargos. Pelo que aconteceu nesta quarta-feira, a sua situação fica politicamente complicada, mesmo com o aval do presidente Lula da Silva.

Nos bastidores da política nacional, a informação corrente é que o senador Ciro Nogueira, que já foi Lula roxo, e virou bolsonarista laranja, anda tenso porque corre o sério risco de não se reeleger no Piauí, e está querendo agradar bolha bolsonarista no seu estado e está usando o ministro maranhense como escada.

Resta aguarda a reação de André Fufuca, que pode permanecer no cargo ou cumprir a determinação partidária saindo do Governo.

Iracema Vale ganha estatura durante a visita de Lula a Imperatriz

Iracema Vale abraçada por Lula da Silva e liderando
a comitiva de deputados que foi a Imperatriz

A presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale, deixou Imperatriz com a sensação de que marcara vários gols durante a visita do presidente Lula da Silva à Princesa do Tocantins.

Primeiro, liderou uma comitiva de oito deputados – Antônio Pereira (PSB), Florêncio Neto (PSB), Catulé Júnior (PP), Glalbert Cutrim (PDT), João Batista Segundo (PL), Adelmo Soares (PSB), Ricardo Arruda (PL), Ana do Gás (PCdoB), Janaina Ramos (Republicanos) e Abgail Cunha (PSDB) -, que foram a Imperatriz para recepcionar o chefe da Nação.

Durante o ato, a presidente do parlamento estadual recebeu afagos do presidente da República, que a reconheceu com uma líder no estado.

E, finalmente, após a visita, acompanhou o governador Carlos Brandão em contatos com lideranças políticas da região. Num desses encontros, Iracema Vale se reuniu com presidentes de Câmaras Municipais de vários municípios, acompanhada do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB).

(Em Tempo: os deputados estaduais Carlos Lula (PSB), Rodrigo Lago (PCdoB), Leandro Bello (Podemos), Júlio Mendonça (PCdoB) e Ricardo Rios (PCdoB), hoje na oposição, também foram a Imperatriz, acompanhando o vice-governador Felipe Camarão (PT)).

Nos bastidores do poder, Iracema Vale vem ganhando estatura, com poder para sentar nas principais mesas de negociação.

São Luís, 08 de Outubro de 2025.

Lula quer brandonistas e dinistas reeditando a mesma aliança de 22 e não fala de candidatura aos Leões

Imagem antes improvável: Lula da Silva e Carlos Brandão entre Márcio Jerry,
Juscelino Filho, Eliziane Gama, Weverton Rocha, Sônia Guajajara e família
beneficiária do programa à esquerda, e Jader Barbalho Filho,
Felipe Camarão, Rildo Amaral, André Fufuca, Orleans Brandão,
e Rubens Jr. à direita, no Canto da Serra

“Está chegando o tempo das eleições. Vamos ver o tipo de aliança de aliança que vamos fazer. Eu tenho uma relação com o governador (Carlos) Brandão extraordinariamente boa. Eu tenho uma relação com o ex-governador – e atual ministro do Supremo Tribunal federal – Flávio Dino muito boa. Eu tenho uma relação com os dois senadores muito boa, o Weverton (Rocha) e a Eliziane (Gama). Eu acho que eles têm de pesar a responsabilidade que eles vão ter. Porque na hora em que a gente começa a brigar dentro de casa, a desavença chega a um ponto que não conserta mais”.

“Eu quero ter uma conversa com o governador Brandão na semana que vem. Porque a gente tem de cuidar. Se a gerente brincar em serviço, a gente termina dando ao adversário a chance de ganhar que ele não tinha. Hoje é muito difícil alguém ganhar a eleição de nós em 2026”.

“O Brandão precisa ter responsabilidade, o Flávio Dino precisa ter responsabilidade, o Flávio Dino precisa ter responsabilidade, os deputados precisam ter responsabilidade, os senadores recusam ter responsabilidade, o vice-governador precisa ter responsabilidade. Então, eu coloco as pessoas que têm responsabilidade em torno de uma mesa. Se a gente tiver a clareza disso, pode ter certeza de que nós vamos ganhar as eleições”.

As declarações do presidente Lula da Silva (PT), dadas em entrevista concedida à jornalista Carlos Lima, da TV Mirante, revelaram com clareza a posição dele em relação ao cenário sucessório no maranhão. Por enquanto, nem Felipe Camarão (PT), Nem Orleans Brandão (MDB). O passo inicial e decisivo será recompor a aliança governista vitoriosa em 2022. Se a recomposição se der, se dará a escolha de um candidato. Caso contrário, o grupo correrá o risco de entrar o ouro para um adversário – no caso, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que professa uma direita democrática, sem radicalismo, ou o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), que é da direita radical.

Exibindo uma soma genial de experiência e faro político, o presidente da República teceu um balaio político no qual todos são responsáveis pelo que vier a acontecer nas urnas de 2026, apostando alto que essa divisão de peso reunirá brandonistas e dinistas no palanque ele, Lula da Silva, usará para pedir aos eleitores maranhense mais uma vitória nas urnas, de preferência com um aliado de proa no Palácio dos Leões.

Durante a visita a Imperatriz, ontem, para inaugurar o complexo habitacional “Canto da Serra”, com 2.837 casas – maior do que as 40 menores cidades maranhenses -, feitas pelo programa Minha Casa. Minha Vida, o presidente não deu pistas do que pretende fazer, causado uma certa frustração em  brandonistas e dinistas esperavam, com alguma manifestação pública do chefe da Nação sobre a corrida pelo Governo do Maranhão. O que ele disse à TV Mirante, ele dissera de maneira resumida ao governador Carlos Brandão: vai chama-lo a qualquer momento para uma conversa sobre a sucessão no Palácio dos Leões. A informação correu rápido entre brandonistas e dinistas, e serviu para controlar a ansiedade que dominava os dois grupos, que formavam a comitiva presidencial.

A inauguração do monumental conjunto “Canto da Serra” levou à Princesa do Tocantins o governador Carlos Brandão, acompanhado de vários secretários, entre eles o de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), pré-candidato governista ao Palácio dos Leões; o vice-governador Felipe Camarão (PT), também pré-candidato ao Governo do Estado, foi acompanhado do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), do deputado federal Rubens Jr. (PT) e de seis dos oito membros da bancada dinista na Assembleia Legislativa. Ali também compareceu a presidente da Alema, deputada Iracema Vale (ainda no PSB), acompanhada de 15 deputados da base governista. Além deles, o ministro do Esporte e pré-candidato a senador André Fufuca (PP), e os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD), pré-candidatos à reeleição. Todos declarando apoio incondicional ao presidente da República.

Lula da Silva, porém, não deu qualquer indicação a respeito de como vai se posicionar em relação a candidaturas, embora nos bastidores a voz corrente é a de que ele fará o possível para reunificar a base governista no estado.

Durante sua estada em Imperatriz, onde foi ovacionado por onde passou, o presidente Lula da Silva teve o cuidado de equilibrar o tratamento aos dois pré-candidatos a governador. Afagou o vice-governador Felipe Camarão como aliado de primeira hora e colega de partido, mas também deu atenção ao secretário Orleans Brandão, que não conhecia e a quem foi apresentado. Ao cumprimenta-lo, declarou: “Então, esse é o famoso Orleans?” O vice-governador e o secretário participaram do evento em clima descontraído, totalmente envolvidos pela força da presença do presidente Lula da Silva.

Se não produziu uma sinalização clara quanto à posição do presidente Lula da Silva sobre a corrida ao Palácio dos Leões, a ida dele a Imperatriz emitiu sinais claros de que a primeira etapa da conversa com o governador Carlos Brandão será no sentido da reconciliação.

PONTO & CONTRAPONTO

André Fufuca diz que sua alma está com Lula e senadres reforçam comitiva presidencial

André Fufuca, Weverton Rocha
e Eliziane Gama marcaram presença
na visita de Lula da Silva a Imperatriz

“Em 2022, eu cometi um erro, mas agora, pode ser que meu corpo esteja amarrado, mas a minha alma, o meu coração e a minha força de vontade estarão livres para brigar e ajudar Luiz Inácio Lula da Silva a ser presidente do Brasil”. A declaração de André Fufuca (PP), ministro do Esporte e pré-candidato a senador, avisando que as pressões que vem sofrendo dentro do seu partido para deixar o Governo não vão dobra-lo. E que, mesmo que deixe o cargo, apoiará a candidatura do presidente Lula da Silva à reeleição.

A manifestação do ministro André Fufuca atendeu a dois objetivos, O primeiro foi demonstrar sua lealdade ao presidente da República, e a segunda foi avisar aos seus com correntes e adversários que está firme na corrida ao Senado. Na entrevista à TV Mirante, o presidente Lula da Silva defendeu a permanência de André Fufuca no Ministério do Esporte, “porque está dando certo”, e criticou o PP pela pressão sobre o auxiliar

Além do ministro do Esporte, a visita do presidente levou a Imperatriz os senadores Weverton Rocha e Eliziane Gama, que buscam a reeleição. Ambos ouviram elogios de Lula da Silva como aliados de primeira hora e receberam as manifestações como incentivo às suas candidaturas. O presidente, porém, não fez nenhuma declaração de preferência entre os pré-candidatos a senador, uma vez que a sua base tem três pré-candidatos para duas vagas. E também porque no meio político ainda há quem acredite que o governador Carlos Brandão tem ainda seis meses para confirmar sua permanência no cargo ou mudar de ideia e disputar a senatória, inclusive pelo fato de que aparece nas pesquisas como franco favorito para uma das duas cadeiras em disputa.

As pesquisas mais recentes dizem que o sem o governador Carlos Brandão na disputa, o senador Weverton Rocha é favorito para uma vaga, ficando a outras sendo disputada pela senadora Eliziane Gama e pelo ministro André Fufuca, tendo como adversário distante o ex-senador Roberto Rocha (sem partido), entre outros nomes de menor cacife. Com Carlos Brandão na disputa, o quadro muda radicalmente, uma vez que ele aparece nas pesquisas com largo favoritismo, ficando a segunda vaga para ser disputada por Weverton Rocha, Eliziane Gama, André Fufuca e Roberto Rocha.

A visita de Lula da Silva a Imperatriz deu uma espécie de sinal para a largada também da corrida ao Senado, com a possibilidade de mudança – muito remota, mas possível – no cenário da disputa.

Brandão vai permanecer em Imperatriz até quinta-feira

Depois da programação com Lula da Silva, Carlos Brandão
e Iracema Vale permanecerão em Imperatriz

A visita do presidente Lula da Silva a Imperatriz foi, na verdade, o primeiro item de uma ampla programação do governador Carlos Brandão na Região Tocantina, onde permanecerá até quinta-feira, se não for chamado logo pelo chefe da Nação a Brasília para conversar sobre a sucessão estadual. O governador manterá o seu staf de ponta na cidade até quinta-feira (09), onde permanecerão também o secretário Orleans Brandão, o chefe da Casa Civil Sebastião Madeira e a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale, que é hoje reconhecida como a maior liderança da base governista depois do governador Carlos Brandão.

A programação do chefe do Executivo começa com uma série de ações com o prefeito Rildo Amaral (PP) na cidade. Na quarta-feira (08), ele reunirá lideranças empresariais na Associação Comercial de Imperatriz para lançar ali o programa “Juro Zero”, por meio do qual o governo incentiva empresas a regularizar suas pendências tributárias com o Fisco estadual.

Na quinta-feira, o governador e sua comitiva receberão o ministro da Educação, Camilo Santana, para o ato em que será iniciada a entrega de cerca de 10 mil tabletes a estudante da rede estadual de ensino na Região Tocantina pelo programa “Tô conectado”. O governador tem o programa como uma marca forte do seu Governo, que tem o apoio do Ministério da Educação.

Como vem acontecendo, o secretário Orleans Brandão vem representando o governador em eventos e atos em que ele não pode comparecer. Hoje, por exemplo, o secretário Orleans Brandão e Sebastião Madeira lançarão obras em Buritirana e Cidelândia, na região polarizada por Imperatriz. Antes, acompanhado da deputada-presidente Iracema Vale, Orleans Brandão terá uma reunião com presidente de Câmaras Municipais de toda a região.

São Luís, 07 de Outubro de 2025.

Ida de Lula a Imperatriz nesta segunda é aguardada com forte expectativa por brandonistas e dinistas

Lula da Silva estará hoje entre Carlos Brandão
e Felipe Camarão em Imperatriz

O presidente Lula da Silva (PT) desembarca hoje no meio da tarde em Imperatriz para, junto com o governador Carlos Brandão (ainda no PSB), cumprir um compromisso apenas: inaugurar, às 16h, o conjunto habitacional “Canto da Serra”, com 2.850 unidades construídas pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida. Ato de natureza puramente social, a entrega das casas será marcada também por uma forte tintura política, uma vez que o presidente será recepcionado pelas duas correntes que o apoiam no Maranhão. De um lado os brandonistas, liderados pelo governador Carlos Brandão, que terá na comitiva o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), pré-candidato do grupo à sucessão no Governo do Estado, e a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (ainda no PSB); e de outro o vice-governador Felipe Camarão (PT), que lidera o grupo dinista e pelo qual é pré-candidato ao Palácio dos Leões.

A inauguração do complexo habitacional, construído nas imediações da Princesa do Tocantins, ganha um peso simbólico importante, pois fica próximo do complexo habitacional “Sebastião Albuquerque” com 2.000 residências, também construídas pelo Minha Casa, Minha Vida. Somados, os dois conjuntos são maiores do que as 50 menores cidades maranhenses. Foi esse gigantismo que estimulou o presidente Lula a incluir essa inauguração na sua agenda de compromissos nos estados, que está se tornando mais a intensa a cada dia.

Já o viés político está no fato de que Imperatriz tem forte inclinação bolsonarista, que o presidente parece decidido a reverter na corrida eleitoral do ano que vem. Na eleição presidencial de 2022, Imperatriz foi o único município do Maranhão onde o candidato Jair Bolsonaro venceu a disputa contra Lula da Silva. O Palácio do Planalto está empenhado em mudar essa realidade.

As atenções, porém, estarão voltadas para os movimentos que o presidente Lula da Silva pode fazer na direção dos dois grupos que o apoiam no estado, mas que estão rompidos, com dois pré-candidatos a governador. O senador Weverton Rocha (PDT), que esteve recentemente com o chefe da Nação, revelou que ele está disposto a trabalhar para que brandonistas e dinistas façam as pazes e se mobilizem em torno de um candidato. Lula da Silva não quer dois palanques no Maranhão e está disposto a tentar a construção de um só palanque de aliados.

O governador Carlos Brandão, que já anunciou a sua permanência no cargo até o final do mandato, abrindo mão de ser candidato ao Senado e confirmando o apoio à candidatura de Orleans Brandão, vê muitas dificuldades na ação pacificadora do presidente da República, por conta dos vários e agudos problemas – como a acusação de perseguição judicial ao governador – que o distanciam do grupo dinista. Por sua vez, o vice-governador Felipe Camarão e o grupo dinista têm mantido artilharia pesada na direção do governador e do Governo como um todo. Processos, acusações e artilharia verbal são os ácidos ingredientes que têm tornado essa relação cada vez mais azeda, tornando muito difícil e delicada a tarefa pacificadora do presidente Lula da Silva.

Nem brandonistas nem dinistas acreditam que o líder petista aproveite a visita de trabalho a Imperatriz para tentar uma conversa. Mas ninguém descarta que o chefe da Nação faça gestos indicativos de que quer os dois grupos reconciliados. Com a habilidade e a experiência política que tem, Lula da Silva pode surpreender com palavras e gestos, como também pode fazer de conta de que esse problema não existe, deixando a tentativa de conciliação para outro momento.

O fato é que, apesar do pessimismo que domina os dois grupos, é forte a expectativa com que brandonistas e dinistas aguardam a visita do presidente Lula da Silva a Imperatriz, acreditando que pode acontecer de tudo, inclusive nada, que seria um indicador de que a conversa fiará para depois.

Em Tempo: o ministro do Esporte, André Fufuca (PP), deve integrar a comitiva do presidente Lula da Silva a Imperatriz, nesta segunda-feira. A quem diva que será a última visita dele ao Maranhão como ministro, mas há quem diga que não.  

PONTO & CONTRAPONTO

Inauguração do 200º Restaurante Popular vira marca forte no programa social de Brandão

Carlos Brandão ergue o pulso na inauguração do 200º Restaurante Popular,
entre os secretários Orleans Brandão (d) e Paulo Cazé (e)

O governador Carlos Brandão (ainda no PSB) conseguiu uma marca importante e definitiva para o viés social do seu Governo, ao inaugurar, na manhã de sábado, no Monte Castelo, em São Luís, a 200ª unidade do Restaurante Popular, consolidando a ação como o maior programa de segurança alimentar da América Latina. Esses restaurantes servem café da manhã a R$ 0,50, almoço a R$ 1,00 e jantar a R$ 1,00, para a população de baixa renda, seguindo um elevado padrão de qualidade.

Vale registrar que o programa foi iniciado timidamente no último Governo de Roseana Sarney (MDB), que o deixou com pouco mais de uma dezena de unidades. A iniciativa foi alavancada no Governo Flávio Dino (PSB), que o deixou com 79 unidades.

Quando assumiu, em abril de 2022, o governador Carlos Brandão elegeu o programa como uma das suas prioridades e firmou o compromisso de levar Restaurante Popular a todos os municípios maranhenses. Já alcançou mais de 180 dos 217 municípios, assegurando que contemplará todo o Maranhão antes de passar o cargo ao seu sucessor.

O Restaurante Popular é um programa adequado a um estado como o Maranhão, detentor de índices sociais ainda desafiadores, a começar pelo item alimentação. O valor pago por cada refeição é simbólico, porque não cobre nem de longe o seu custo real, que é subsidiado pelo Governo, que desembolsa cerca de R$ 30 milhões mensais para bancar o programa.

O Restaurante Popular vai muito além da comida barata servida a quem de fato precisa. É um programa gerador de emprego e renda e do incentivo a pequenos produtores, que fornecem produtos agrícolas essenciais ao Governo, como verduras, legumes, ovos, frango e carne bovina. Os recursos empregados mensalmente pelo Governo no programa fomentam uma cadeia produtiva que tende a se consolidar, com franca possibilidade de ampliação.

Com a inauguração do 200º Restaurante Popular, o governador Carlos Brandão faz história.

CPMI do INSS vai decidir se convoca ou não Sarney Filho, que tem sólido lastro político a zelar

Sarney Filho: expectativa

A CPMI do INSS deverá decidir nesta semana se convoca ou não o ex-deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente Sarney Filho (PV), para esclarecer o recebimento de R$ 7,5 milhões em pagamento de consultoria a uma rede de empresas na área de saúde ligada ao empresário Mauricío Camissoti, um dos investigados no escândalo dos bilionários e descontos ilegais em contracheques de aposentados do INSS.

A proposta de convocação do ex-ministro foi apresentada pelo deputado federal paulista Kim Kataguari (União), que levantou a suspeita de envolvimento dele no escândalo em investigação na CPMI.

Sarney Filho negou peremptoriamente o seu envolvimento no caso e justificou o dinheiro recebido como pagamento de consultoria feita por sua empresa, a SF Consulting Serviços Ltda., à Rede Mais Saúde, Intermediação de Negócios Ltda. Segundo declarou, a SF Consulting Serviços Ltda., criada recentemente, é uma consultoria “de assuntos administrativos, de muitas coisas. É bem ampla, bem legal”.

Se for convocado, Sarney Filho sairá da zona de conforto de deputado federal aposentado – exerceu nove mandatos – e de ex-ministro do Meio Ambiente com prestígio internacional, bem visto até pelo Greenpeace. Seu lastro como deputado federal é amplo e sólido.

Na Câmara Federal, Sarney Filho começou a se destacar ao defender, em 1983, a bandeira das Eleições Diretas para presidente, quando seu pai, o então senador José Sarney, apoiava a eleição indireta. Como parlamentar, foi um dos fundadores da Frente Parlamentar em Defesa do Meio Ambiente, foi também um dos fundadores do Partido verde no Brasil. Foi ministro do Meio Ambiente por mais de seis anos em dois governos, e entrou para a história do parlamento com relator do projeto de criação do Mercosul, entre outras ações políticas de relevância. Mais recentemente, foi secretário de Meio Ambiente do Governo do Distrito Federal.

Seu lastro político e parlamentar lhe dá autoridade para montar uma empresa de consultoria dessa envergadura. Mas se houver algo errado na relação, toda a sua trajetória será marcada por uma nódoa complicada. Há quem diga que ele nem será convocado, porque o argumento não se sustenta. Há, porém, quem ache o contrário.

São Luís, 05 de Outubro de 2025.

Contagem regressiva para as eleições começa com um cenário de guerra pelo Palácio dos Leões

Carlos Brandão tem a chave para alimentar essa disputa ou causar uma
reviravolta na medição de forças entre Eduardo Braide,
Felipe Camarão, Orleans Brandão e Lahesio Bonfim

Começa hoje a contagem regressiva para as eleições de 2026, que serão realizadas no dia 4 de outubro, daqui a exatamente um ano. O ano eleitoral no Maranhão começa com um cenário de confrontação e incertezas em relação à sucessão estadual, ainda que quatro nomes já estejam se movimentando em ritmo intenso de pré-campanha – o prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD), o vice-governador Felipe Camarão (PT), o secretário de Assuntos Municipalista Orleans Brandão (MDB) e o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Novo). O clima de disputa domina também a corrida às duas cadeiras no Senado, que tem como aspirantes centrais os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD), que buscam a reeleição, e o ministro do Esporte André Fufuca (PP) e o ex-senador Roberto Rocha (sem partido), sombreados pelos candidatos potenciais e favoritos: o governador Carlos Brandão (ainda no PSB) e a deputada federal Roseana Sarney (MDB).

Num segundo plano, é intensa a briga por cadeiras na Câmara Federal, que é atualmente o mais importante e efervescente centro de decisões políticas do País. E uma verdadeira “briga de foice no escuro” que é a disputa pelas 42 cadeiras da Assembleia Legislativa, tendo pelo menos 75% dos atuais deputados candidatos à reeleição e que ter]ao de enfrentar nomes fortes que se preparam para entrar na briga.

Antes vista como um processo absolutamente previsível, com o roteiro segundo o qual o governador Carlos Brandão renunciaria em abril do ano que vem, passando o Governo ao vice Felipe Camarão, que nessa condição seria candidato à reeleição no cargo, a exemplo do que aconteceu em abril de 2022, com a renúncia do então governador Flávio Dino (PSB) e a ascensão do vice-governador Carlos Brandão, a corrida ao Palácio dos Leões sofreu uma reviravolta radical e absolutamente imprevisível. Uma crise incontrolável levou o governador Carlos Brandão e o grupo ligado ao agora ministro Flávio Dino (STF), numa escala de hostilidade pouco vista na história política recente do Maranhão.

O cenário da corrida aos Leões foi virado pelo avesso quando o governador Carlos Brandão, alegando estar sendo perseguido pelo grupo dinista, reescreveu o roteiro da corrida sucessória decidindo lançar o seu sobrinho, secretário e braço direito Orleans Brandão candidato a governador, decidindo permanecer no cargo até o final do mandato, abrindo mão de um mandato de senador praticamente garantido. Com a mudança no roteiro, o vice-governador Felipe Camarão perdeu a chance de uma eleição quase certa, mas decidiu manter sala pré-candidatura, contando apenas com uma banda do PT e uma banda do PSB. Os esforços de conciliação não deram resultados, estando essa possibilidade hoje reduzida a uma delicada ação política conciliadora do presidente Lula da Silva (PT).

Nesse contexto, o foco central da corrida sucessória passou a ser o prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD), que vem liderando todas as pesquisas sem dizer se será candidato. E o ex-prefeito Lahesio Bonfim, que vem brigando com Orleans Brandão pela segunda posição nas preferências do eleitorado. Alguns ainda apostam numa reconciliação de brandonistas e dinistas, que desmancharia o cenário atual e levaria o governador Carlos Brandão à renúncia e ao Senado. Mas boa parte dos políticos mais experientes, como o ex-governador José Reinaldo Tavares, por exemplo, acha que o cenário atual é um caminho sem volta.

A corrida ao senado ainda está relativamente atrelada à posição do governador Carlos Brandão e a uma improvável candidatura da deputada federal Roseana Sarney. Se ele permanecer no cargo, a briga pelas duas vagas será travada pelos senadores Weverton Rocha e Eliziane Gama, e o deputado federal André Fufuca e o ex-senador Roberto Rocha. Se voltar atrás e se candidatar ao Senado, dificilmente terá adversário para uma das vagas. E com ou sem o governador no cargo, a guerra pelas cadeiras na Câmara Federal continuará intensa, o mesmo acontecendo com a corrida ao parlamento estadual.

A partir deste sábado, 04/10/2025, todos os dias serão decisivos para o que acontecerá na mesma data no avo que vem.

PONTO & CONTRAPONTO

Sem uma reviravolta radical, Lula deve bater de novo seus adversários nas urnas maranhenses

Lula da Silva tem cacife para vencer a eleição no Maranhão

Se não acontecer uma reviravolta imprevista, daqui a exatamente um ano o presidente Lula da Silva (PT), se candidato for à reeleição, comemorará, pela quarta vez, uma vitória retumbante nas urnas maranhenses. Ele provavelmente repetirá as vitórias avassaladoras de 2002 contra o tucano José Serra; de 2006, quando bateu o também tucano Geraldo Alckmin; e de 2022, quando atropelou o então presidente Jair Bolsonaro nas urnas maranhenses.

Mesmo ainda sem um adversário definido para o embate eleitoral do ano que vem, o atual presidente muito provavelmente baterá os seus adversários nas urnas maranhenses. É o que estão indicando todas as pesquisas feitas até aqui, simulando disputas com os atuais pré-candidatos, como o governador goiano Ronaldo Caiado (União), o governador mineiro Romeu Zema (Novo) e o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos). Lula da Silva bateria novamente o ex-presidente Jair Bolsonaro nas urnas maranhenses.

A força eleitoral do presidente Lula da Silva no Maranhão é tamanha, que ele consegue transferir sua maciça para outros candidatos do PT, como aconteceu com Dilma Rousseff em 2010 e 2016, e com Fernando Haddad em 2018.

Em tempo: o presidente Luka da Silva desembarca nesta segunda-feira (06) no Maranhão para uma visita de trabalho com o governador Carlos Brandão.

Assembleia Legislativa homenageia advogados e médico com medalhas e título de cidadania

Iracema Vale entregou medalhas a
Anna Graziella Neiva, Marco Antônio
Moura Silva, e título a Raul Mochel

A advogada Anna Graziella Santana Neiva Costa é a mais nova detentora da Medalha do Mérito Legislativo Manoel Beckman, a mais alta honraria concedida pela Assembleia Legislativa do Maranhão; o médico Antônio Augusto Moura Silva entrou para o grupo de agraciados com a Medalha do Mérito Legislativo Jackson Lago; e o advogado gaúcho Raul Cancian Mochel se tornou o mais novo detentor do título de Cidadão Maranhense. Os três foram laureados na última sexta-feira, em sessão solene do parlamento estadual presidida pela presidente Iracema Valer (PSB), que também divide a autoria das proposições com o ex-deputado Roberto Costa (MDB), atual prefeito de Bacabal e presidente da Famem.

A advogada Graziella Neiva, como é conhecida no meio judicial, é uma profissional de ponta da advocacia maranhense. Além da sua intensa militância nas lides forenses, ela também se destacou como integrante do Tribunal Regional Eleitoral, destacando-se também como a primeira mulher a ocupar a chefia da Casa Civil do Governo do Estado na última gestão da governadora Roseana Sarney. Presidiu a Fundação da Memória Republicana Brasileira e comandou o braço Norte-Nordeste da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), participando também de além de gestões na OAB-MA.

Natural de Nova Palma, no Rio Grande do Sul, Raul Cancian Mochel se tornou Cidadão maranhense pela contribuição profissional que vem dando ao Maranhão, principalmente na condição atual de secretário de Estado de Transparência e Controle por sua longa contribuição ao estado, onde vive desde os quatro anos de idade. Criou na pasta a Ouvidoria Especializada de Prevenção e Combate aos Assédios Moral e Sexual.

Já a Medalha do Mérito Legislativo Jackson Lago foi concedida ao médico Antônio Augusto Moura da Silva, reconhecido por sua notável trajetória acadêmica e profissional na área da saúde. Ele é pesquisador do CNPq, professor aposentado da UFMA e atualmente coordena o curso de Medicina do IDEA São Luís. Também é editor-chefe da revista Ciência e Saúde Coletiva, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

Três concessões justas, porque os homenageados têm mérito para tanto.

São Luís, 04 de Outubro de 2025.

Pesquisas confirmam favoritismo de Braide e apontam diferenças entre Brandão, Bonfim e Camarão

As pesquisas do Vox Brasil e do Instituto Opinião mostram dois
cenários diferentes, com uma disputa entre Lahesio e Orleans
Brandão entre Eduardo Braide e Felipe Camarão

Mais duas pesquisas divulgadas ontem, uma do Instituto Vox Brasil, com sede na cidade paulista de Barretos, e do Instituto Opinião, sediado em Curitiba, no Paraná, contribuíram para tornar ainda mais confuso o cenário da corrida prévia ao Palácio dos Leões. Os dois levantamentos mostram cenários diferentes na medição de força entre o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Novo), e o vice-governador Felipe Camarão (PT).

O levantamento do Vox Brasil mostra o prefeito Eduardo Braide, que até agora não disse se será ou não candidato, com 31,79% das intenções de voto, liderança confirmada por 31 das 32 pesquisas feitas até agora. Ele é seguido por Lahesio Bonfim, com 25,41%, por Orleans Brandão, que aparece com 19,87%, e por Felipe Camarão, com apenas 6,53% das preferências. Esse levantamento encontrou 2,87% de eleitores que não votariam em nenhum deles e est]ao dispostos a anular o voto, e 13,53% de entrevistados que não souberam ou não quiseram responder.

Já o levantamento feito pelo Instituto Opinião encontrou o seguinte cenário: Eduardo Braide com 32,1%, seguido de Orleans Brandão com 26,7%, Lahesio Bonfim com 10,8%, e Felipe Camarão com 8,2%.

As duas pesquisas têm pontos em comum, mas trazem também diferenças abissais. Os pontos comuns são Eduardo Braide na liderança e Felipe Camarão na última posição. As diferenças envolvem exatamente Orleans Brandão, que na do Vox Brasil aparece em terceiro lugar, e na do Instituto Opinião salta para o segundo lugar. Já Lahesio Bonfim aparece na do Vox Brasil em segundo, enquanto na do Instituto Opinião desaba para a terceira posição, com nada menos que 15 pontos percentuais a menos. Difícil de entender, portanto.

Pelos números exibidos pelos dois institutos, a única conclusão possível é a de que Orleans Brandão e Lahesio Bonfim travam uma guerra de foice no escuro pela segunda posição, ambos com o objetivo de ameaçar a posição de liderança de Eduardo Braide. Elas confirmam que o prefeito de São Luís permanece estacionado entre 30 e 35 pontos percentuais mesmo sem dizer se será ou não candidato. As especulações dizem que ele está aguardando apenas o momento ideal – que seria em janeiro – para anunciar sua candidatura, ao mesmo tempo em que dizem que ele não será candidato, preferindo ter influência decisiva na disputa apoiando um dos candidatos.

Esse jogo de indefinição gerou duas perguntas cruciais, cujas respostas podem ser decisivas para o desfecho da disputa. A primeira: se Eduardo Braide se declarar candidato sua candidatura deslanchará de vez, com saltos à frente na preferência do eleitorado? Essa indagação é feita com base no fato de que, sem ser candidato assumido, ele permanece no mesmo patamar há mais de um ano. A segunda: se decidir por não entrar na disputa, para onde migrarão os seus eleitores? Nesse caso, a maioria das apostas aponta para o petista Felipe Camarão, já que já deixou claro que não soma com Lahesio Bonfim e não tem uma boa relação com o candidato governista Orleans Brandão.

Vale lembrar que na semana passada o meio político foi apanhado de surpresa por uma pesquisa do instituto Inop apontando Orleans Brandão com 35,68%, portanto na liderança, com dois pontos percentuais à frente de Eduardo Braide, que apareceu em segundo com 33,04% das intenções de voto, quebrando um favoritismo de mais de um ano e registrado por cerca de 30 pesquisas. Aquele levantamento encontrou Lahesio Bonfim com 13,9%, e Felipe Camarão com 8,79%.

Outras pesquisas estão a caminho.

Em Tempo: a pesquisa Vox Brasil ouviu 978 eleitores em 35 municípios, entre os dias 25 e 30 de setembro, sendo a margem de erro de 4,5 pontos percentuais, para mais ou para menos. Já o dado disponível da pesquisa do Instituto Opinião é que ela foi realizada entre os dias 22 e 25.

PONTO & CONTRAPONTO

Aprovação de Carlos Brandão é o resultado das ações do seu Governo

Em meio à maratona de lançamento e inauguração de obras
e despachos com equipe, Carlos Brandão esteve em Brasília
para a posse do ministro Edson Fachin – na foto com a esposa Rosana Fachin – na presidência do STF, na segunda-feira, 29/09

O governador Carlos Brandão (ainda no PSB) está bem no conceito da opinião pública. Quem aponta essa posição são os números de uma pesquisa do instituto Real Time Big Data, de Brasília, segundo os quais nada menos que 64% dos maranhenses aprovam mandatário maranhense.

De acordo com o levantamento, que ouviu 1.200 eleitores nos dias 29 e 30 de setembro nas diferentes regiões do estado, o governador é desaprovado por 31%, enquanto 5% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder.

Carlos Brandão realiza um Governo com pequenas, médias e grandes ações, principalmente no que diz respeito a obras. O viés municipalista levou o braço do Governo a todos os municípios, ao mesmo tempo em que realiza um programa arrojado de obras estruturantes, como rodovias, pontes e edificações, como os três prédios destinados ao Curso de Medicina da Uema, em São Luís, Imperatriz e Caxias.

Graças às parcerias com o Governo Federal, lançou novos programas como o “Tô conectado”, que destina tabletes escolares para 250 mil estudantes da rede estadual de ensino, e obras estruturantes como o prolongamento da Avenida Litorânea em São Luís e a requalificação da Praia da Ponta D`Areia, para citar alguns exemplos.

No campo social, o Governo investe milhões no programa “Maranhão livre da fome” e, num plano mais avançado, deve inaugurar em dias o 200º Restaurante Popular, consolidando a maior rede de segurança alimentar da América Latina.

A aprovação é justificada pelo conjunto das ações do Governo em todas as suas áreas de atuação.

André Fufuca deve deixar o Ministério do Esporte na semana que vem

André Fufuca voltará ao
mandato da Câmara Federal

A novela que tem André Fufuca e o comando nacional do PP como protagonistas deve chegar ao fim na próxima terça-feira (7), quando, tudo indica, ele deve deixar o comando do Ministério do Esporte e reassumir o seu mandato na Câmara Federal.

Pré-candidato ao Senado e brigando com a senadora Eliziane Gama (PSD) pela segunda vaga, André Fufuca não quer deixar o Ministério do Esporte, onde pretendia permanecer até abril do ano que vem. Mas a posição do comando do PP de romper com o Governo é inflexível, não deixando margem para a permanência do parlamentar à frente da pasta.

Não foi dito o que acontecerá se ele não cumprir a ordem e permanecer no cargo, mas é certo que André Fufuca – que já foi presidente nacional do PP e líder do partido na Câmara Federal – sofreria uma série de sanções dentro do partido, o que implicaria uma situação de desgaste.

Nos bastidores do Governo é sabido que o presidente Lula da Silva (PT) gosta de André Fufuca e do trabalho que ele vem realizando na pasta do Esporte, mas as razões de Estado vão muito além do plano pessoal, o que significa dizer que ele não será mantido no cargo com o seu partido rompido com o Governo, porque sua nomeação foi fruto de um acordo partidário.

O seu pedido de demissão é uma questão de dias.

São Luís, 3 de Outubro de 2025.