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Novos deputados vão apoiar o Governo e devem ter forte atuação por suas regiões

Foto 1: Carlos Brandão sela aliança com Keké Teixeira,
Batisd Segundo, Catulé Júnior e Edson Araújo, com o
aval de Iracema Vale. Foto 2: Felipe Camarão e
Iracema Vale entre os quatro novos deputados

Se não houver nenhuma mudança de rota nem algum desacerto imprevisto, os deputados Catulé Júnior (PP), Edson Araújo (PSB), Keké Teixeira (MDB) e João Batista Segundo (PL) farão parte da base de apoio do governador Carlos Brandão (PSB) na Assembleia Legislativa. Foi essa a impressão que ficou da visita que eles fizeram ao chefe do Executivo, acompanhados da deputada-presidente Iracema Vale (PSB), após o ato de posse como novos membros do parlamento estadual. O governador não escondeu que conta com o apoio deles, declarando: “Desejo a todos muito sucesso em seus mandatos e reforço nosso compromisso de trabalhar em conjunto para fazer o Maranhão continuar avançando”.

Os novos deputados maranhenses são parlamentares de atuação política independente e suas falas no ato de posse sinalizaram com clareza que, a exemplo do que acontece com a esmagadora maioria da atual Assembleia Legislativa, terão forte atuação com foco regional.

Catulé Júnior (34.487 votos) será um deputado de Caxias, sua terra natal, com a qual tem vinculação de raiz. Político jovem e com boa formação – recitou Fernando Pessoa no ato de posse -, já tem uma visão abrangente do estado, obtida como secretário estadual de Turismo durante o Governo Flávio Dino. Sua atuação política está fortemente vinculada à do seu pai, o vereador Catulé, um dos mais longevos e atuantes vereadores da história recente da Princesa do Sertão. Catulé Júnior poderá ser um diferencial por conta da garra com que faz política. Tanto que declarou: “Estou pronto, preparado e querendo”.

Parlamentar experiente, o deputado Edson Araújo (34.545 votos) na verdade retorna à Assembleia Legislativa após dois anos de ausência. Tem sua atuação inteiramente voltada para o setor da pesca, controlando dezenas de sindicatos e agindo em Brasília para a expansão do famoso e controverso “seguro-defeso”, conforme deixou claro no seu discurso de posse. Filiado há tempos ao PSB, ele será, como sempre foi, um dos pilares da base governista. Não terá a desenvoltura do seu antecessor, Rafael Brito (PSB), hoje prefeito de Timon, mas sabe o que faz no jogo político que move a Casa de Manoel Beckman.

Segundo colocado na disputa pela Prefeitura de Pinheiro, o que aumentou a sua estatura política, João Batista Segundo (35.057 votos em 2022) deixou claro que tem posição firmada e que vai atuar totalmente alinhado ao Palácio dos Leões, como parte da primeira linha da base governista. Quanto a isso, ele foi enfático no discurso de posse, ao afirmar que veio “para somar” com o governador Carlos Brandão. Vai preencher sem problemas o espaço deixado pelo seu antecessor, Juscelino Marreca, hoje prefeito de Santa Luzia. Será um representante credenciado da Baixada   e, tudo indica, a grande pedra no sapato do prefeito pinheirense André da RalpNet.

O deputado Keké Teixeira (18.436 votos), que tem por base Cidelândia, na Região Tocantina, chegou à Assembleia Legislativa com dois desafios. O primeiro é substituir Roberto Costa, hoje prefeito de Bacabal e que quando deputado foi um dos principais articuladores da Casa. E o outro “é fazer com que o povo não se arrependa de ter votado em mim”. Manifestou a convicção de que “tudo é no tempo de Deus”, o novo deputado do MDB fez duas promessas na sua fala de posse: será um representante da região Tocantina e fará valer o mandato que assumiu.

Ao recepciona-los e formalizar a sua condição de deputados estaduais titulares, a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale, lhe apresentou o ambiente político em que atuarão: “A população espera de nós ações concretas para melhorarem suas condições de vida. Tenho certeza que a presença dos senhores vai contribuir para aproximar ainda mais esta Casa Legislativa do povo, principalmente das regiões que representam. Nossa missão é defender os interesses do nosso estado, promover a justiça social e construir um Maranhão sempre melhor para os maranhenses”.

Agora é aguardar fevereiro, para que os novos deputados mostrem realmente a que vieram.

PONTO & CONTRAPONTO

Deputados chegam à Assembleia Legislativa em meio a uma disputa de poder na Casa

Batista Segundo, Keké Teixeira, Catulé Júnior
e Edson Araújo fazem juramento

Os deputados Catulé Júnior, Edson Araújo, Keké Teixeira e João Batista Segundo desembarcam na Assembleia Legislativa no momento em que a Casa vive um momento de divergências políticas internas, que levaram a uma situação de quase rompimento na base governista, causada por diferenças entre aliados do governador Carlos Brandão com seguidores do ministro Flávio Dino (Supremo).

Pelo que mostraram ontem ao longo do dia, os quatro parlamentares não formam um grupo, atuam em campos diferentes, mas têm em comum o fato de estarem alinhados ao Palácio dos Leões. Eles seguem os seus antecessores, todos integrantes linha de frente do grupo de apoiadores do governador Carlos Brandão, mas sem serem agressivos com os dissidentes da base, preferindo atuar pela conciliação.

De cara, os deputados Edson Araújo e João Batista Segundo entrarão no conflito com espírito de bombeiro. O mesmo deve acontecer com Keké Teixeira, que deve seguir a orientação do comando estadual do MDB e ouvir ponderações do prefeito bacabalense Roberto Costa. Catulé Júnior já definiu posição de apoiador do Governo, mas não está claro ainda sua posição nesse conflito.

Os novos parlamentares estão afinados com a presidente Iracema Vale em relação às disputas interna da Casa, reconhecendo a legitimidade da sua eleição para o biênio 2025/2026.

Decisão de desembargador sobre emendas em São Luís pode ser “efeito cascata”

Eduardo Braide: apanhado de
surpresa por decisão judicial

A decisão do desembargador José Jorge Figueiredo dos Anjos (TJMA) de atender, no plantão de fim de semana, a recurso impetrado pelo ex-vereador Ribeiro Neto (PSB) pedindo a reserva, pelo prefeito Eduardo Braide (PSD), de recursos no valor de R$ 2 milhões do Orçamento deste ano para “possível” pagamento de emendas apresentadas pelo então parlamentar em 2024, apanhou o prefeito Eduardo Braide (PSD) de surpresa.

A ação informa que o seu último ano com o vereador Ribeiro Neto apresentou duas emendas, uma no valor de R$ 1 milhão 541mil e outra no valor de R$ 541 mil. O dinheiro seria destinado aos projetos “Lentes da Esperança”, sob a responsabilidade do Instituto Beneficente Albino Soeiro, e “Esporte e Lazer nas Comunidades”, a ser posto em prática pela Associação das Donas de Casa da Vila São Camilo.

O desembargador plantonista justifica o deferimento argumentando que “o Executivo não pode se valer da prática de retardar a tramitação das emendas parlamentares, a fim de impedir que os recursos sejam empenhados no exercício financeiro devido e, com isso, se esquivar do pagamento das emendas impositivas. Nesse caso, cabe ao Judiciário adotar medidas que assegurem o fiel cumprimento do direito constitucionalmente assegurado aos membros do parlamento”.

A decisão do desembargador José Jorge Figueiredo dos Anjos pode ser “efeitos cascata” das duras medidas tomadas na Suprema Corte para colocar ordem na “balbúrdia” orçamentária nacional.

São Luís, 07 de Janeiro de 2025.

Braide domina São Luís sem adversários e pode chegar em 26 como um candidato forte

Eduardo Braide no ato em que vetou o
aumento do seu salário de R$ 25 para
R$ 35 mil: um bom mote para 2026

Depois de passar pelo ciclo de quase duas décadas dominado por Jackson Lago e pelo PDT, que tiveram influência marcante na vida da cidade, e pelo período em que pontificaram João Castelo (PSDB), com um mandato, e Edivaldo Holanda Jr. (PTC/PDT), com dois mandatos, mas que não deixaram marcas fortes na vida política dos ludovicenses, São Luís vive o momento protagonizado pelo prefeito Eduardo Braide (PSD). Ao contrário dos seus antecessores, que tiveram suportes os mais diversos para tocar seus projetos administrativos e políticos, o atual prefeito atua praticamente sozinho, sem uma base política e partidária que lhe dê sustentação plena, o que o torna um caso um caso raro, senão único, no vasto tabuleiro da política maranhense.

Alguns exemplos mostram a diferença do que acontece agora em São Luís. Em Imperatriz, Rildo Amaral (PP) foi eleito com o apoio de uma rede de partidos e lideranças, como o govenador Carlos Brandão (PSB), o ministro do Esporte André Fufuca (PP), o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB) e o deputado federal Josivaldo JP. Em Timon, o prefeito Rafael Brito (PSB) enfrentou o poderio dos Leitoa apoiado por uma frente que reuniu o governador Carlos Brandão, a ex-prefeita Socorro Waquim (MDB) – sua vice, e o deputado Leandro Bello (Podemos). E em Bacabal, além do apoio do governador Carlos Brandão, o prefeito Roberto Costa (MDB) contou com o prefeito Edvan Brandão e os deputados Davi Brandão e Florêncio Neto, ambos do PSB.

Na Capital, Eduardo Braide encarou praticamente sozinho (só uma banda do MDB o apoiou) o poderio da aliança governista – aí incluído o PT do presidente Lula da Silva – liderada na campanha pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Victor (PSB) e mobilizada em torno do deputado federal Duarte Jr. (PSB), além do que restou do PDT e outras forças sem expressão política e eleitoral. Numa campanha avassaladora, com discurso centrado nos resultados obtidos no primeiro mandato, quebrou todos os paradigmas da política convencional e se reelegeu em turno único.

Mais do que a sua reeleição, o prefeito Eduardo Braide eliminou de vez praticamente todos os vultos políticos que lhe poderiam fazer sombra. Nenhum ex-prefeito (não contam Jackson Lago e João Castelo, já falecidos) a começar pelo mais recente, Edivaldo Holanda Jr., que deu as cartas no município durante oito anos, é hoje páreo para enfrenta-lo nas urnas, já que simplesmente desapareceram do tabuleiro político do maior, mais rico e mais importante município do Maranhão.

Hoje, além de algumas vozes sem maior peso, como os deputados Yglésio Moises (PRTB) e Wellington do Curso (Novo) que discursam criticando-o, às vezes até asperamente, mas sem nenhum eco. Praticamente não existe opositor com força para causar ranhuras à sua blindagem. E admitam ou não alguns observadores, além de Duarte Jr., o único adversário que lhe causou algum incômodo nos últimos tempos foi o vereador-presidente Paulo Victor (PSB), um político ousado, que convive com controvérsias e que demonstrou ser audacioso o suficiente para provoca-lo e desafiá-lo, mas que foi contido pela frieza glacial de Eduardo Braide, que faz política com a razão e não com a emoção, calculando milimetricamente cada um dos seus bem-sucedidos movimentos.

É com esse lastro que o prefeito Eduardo Braide dá as cartas em São Luís com uma força que só dois antecessores tiveram – Epitácio Cafeteira, eleito em 1965, Jackson Lago, que se elegeu em 1988,1996 e 2000. E o coloca numa posição que pode levá-lo à disputa de 2026 para o Governo do Estado, principalmente se a aliança governista estiver rompida e lhe abrir espaço para entrar na briga com alguma segurança. Com a sua frieza lógica, o prefeito de São Luís poderá se tornar um adversário muito difícil na guerra pelo Palácio dos Leões.

Os líderes da base governista sabem disso, e sabem também que a unidade é o caminho para evitar o risco.

PONTO & CONTRAPONTO

Eliziane faz forte atuação política preparando terreno para a corrida à reeleição

Eliziane Gama na visita ao vice-governador
Felipe Camarão na semana passada: abrindo
vias para a busca da reeleição em 2026

A senadora Eliziane Gama (PSD) vem sinalizando com clareza que já abriu contagem regressiva para 2026. Ela percorreu o Maranhão durante a campanha eleitoral, se lançou pré-candidata à presidência do Senado, foi cautelosa na briga por prefeituras, está incluída na lista de ministeriáveis e vem atuando, nos bastidores e a céu aberto, para evitar que o racha na base governista seja consumado. Isso depois de ter sido vice-líder do Governo no Congresso Nacional.

Não é pouca coisa para um político da sua estatura. Afinal, nem metade dos 81 senadores conseguiu a visibilidade que ela alcançou nos últimos tempos, com protagonismo em duas CPIs importantes – a da Covid e a do 8 de Janeiro, da qual foi relatora -, sem contar o fato de que foi e continua sendo uma das principais articuladoras da bancada feminina na Câmara Alta.

Eliziane Gama se movimenta tendo como foco a sua reeleição a para o Senado. E o faz com essa abrangência porque tem a noção exata do que vem por aí, muito embora a equação para a disputa senatorial ainda não esteja definida. Esse quadro só terá formatação definitiva quando o governador Carlos Brandão bater martelo e anunciar se será ou não candidato a senador.

Por enquanto, ela vai fazendo a sua parte nesse tabuleiro, mantendo neutralidade na briga entre dinista e brandonistas, dando apoio declarado ao governador Carlos Brandão e conversando com dinistas, como a visita que fez na semana passada ao vice-governador Felipe Camarão (PT), que também tem investido em apelos pela união.

Novos deputados serão empossados nesta segunda-feira, 06

Catulé Jr., Edson Araújo, Keké Teixeira e
Batista Segundo: posse nesta segunda-feira.

Deputados estaduais por direito líquido e certo desde o 1º minuto de janeiro, quando os titulares Rildo Amaral (PP), Rafael Brito (PSB), Roberto Costa (MDB) e Juscelino Marreca (PRD) assumiram, respectivamente, as prefeituras de Imperatriz, Timon, Bacabal e Santa Luzia, os ex-suplentes Catulé Júnior (PL), Edson Araújo (PSB), Keké Teixeira (PDB) e João Batista Segundo (PRD) serão empossados formalmente hoje, na Assembleia Legislativa.

Todos receberão as chaves dos seus gabinetes e devem apresentar à presidente Iracema Vale a relação dos seus assessores, podendo ou não manter alguns dos atuais nas suas equipes. A estreia dos novos parlamentares no plenário, porém, só acontecerá no dia 1º de fevereiro, quando o parlamento estadual abrirá a próxima legislatura. Todos estão em São Luís desde a semana passada.

No plano federal, o suplente de deputado federal Ivan Júnior (União Brasil) será empossado formalmente hoje na vaga que pertence ao atual ministro Juscelino Filho (Comunicações), que vinha sendo ocupada pelo primeiro suplente Benjamin Oliveira (UB), que é o novo prefeito de Açailândia.

Agora primeiro suplente do União Brasil, Ivan Júnior milita politicamente na área do Itaqui-Bacanga, tendo saído das urnas como 6.647 votos nas eleições de 2022. Foi também candidato a vereador de São Luís, mas não conseguiu votos suficientes para se eleger.

São Luís, 05 de Janeiro de 2025.

Corrida para 26: tudo indica que base governista se unirá com Camarão e Brandão

Já se volta a falar na chapa Felipe Camarão/Carlos Brandão para Governo e Senado nas eleições de 2026

Faltam ainda 16 meses para a desincompatibilização, 20 para as convenções partidárias e 22 para as eleições de 2026. Para muitos, o pleito ainda está muito distante, mas para quem está no jogo da disputa pelo voto, essa distância parece bem menor. É o caso dos candidatos a candidato a governador, senador, mandatos majoritários cuja conquista depende da formação de uma base, da ação de grupos bem articulados por meio de alianças partidárias bem forjadas.

No Maranhão, a contagem regressiva para a disputa pelo Palácio dos Leões e as duas cadeiras de senador começa agora. Nesse contexto, há projetos já bem delineados, como o do vice-governador Felipe Camarão (PT) para o Governo do Estado, havendo ainda projetos em formação, como o do secretário Orleans Brandão (MDB), ambos na seara governista, e os do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), do ex-senador Roberto Rocha (sem partido), do ex-prefeito de Santa Rita Hilton Gonçalo (Mobiliza), e o do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Novo), cogitando-se ainda uma improvável candidatura do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL). Serão todos candidatos? Provavelmente não, mas como a política é imprevisível, só o tempo e as circunstâncias políticas futuras dirão.

Uma avaliação fria certamente concluirá que o projeto mais consistente é o do vice-governador Felipe Camarão, se ele, claro, for apoiado pelo governador Carlos Brandão. Se o governador Carlos Brandão renunciar para disputar o Senado – e não há nada que justifique uma mudança nesse roteiro -, Felipe Camarão será governador a partir de abril de 2026 e, como aconteceu com Carlos Brandão, assumirá o Governo e será naturalmente candidato à reeleição, tendo o atual governador como companheiro de chapa para o Senado.  

Orleans Brandão só será candidato na hipótese, muito remota, de, por alguma circunstância não prevista, Carlos Brandão decidir permanecer no cargo até o final do mandato. Se isso não acontecer, está construindo lastro que lhe garantirá uma cadeira na Câmara Federal.

Em relação ao Senado, o roteiro é ainda mais nítido. Se as lideranças seguirem a lógica – e não há nenhum motivo justo para fazerem o contrário -, as duas vagas serão disputadas pelo governador Carlos Brandão (PSB) e pelo ministro André Fufuca (PP) e pelos senadores Eliziane Gama (PSD) e Weverton Rocha (PDT), que devem buscar a reeleição. Nesse caso, uma única dúvida envolve o senador Weverton Rocha, cujos aliados se dividem entre ele tentar a renovação do mandato ou investir tudo em nova tentativa de chegar ao Palácio dos Leões. Ele próprio já alimentou essa dúvida, mas ultimamente parece inclinado a tentar a reeleição.     

Uma crise, cujo estopim ninguém consegue identificar com precisão, vem há tempos minando a aliança governista, praticamente causando o rompimento e dando origem a um grupo ligado ao hoje ministro Flávio Dino (STF), identificado como dinismo, e outro ligado ao governador Carlos Brandão, chamado brandonismo. Concentrado na Assembleia Legislativa, o “jogo de poder” chegou ao ápice no final do ano que passou, com a guerra pelo comando da Casa, cujo resultado foi judicializado e as duas correntes aguardam o desfecho.

Os ânimos serenaram na virada do ano, deixando no ar a impressão de que estão sendo criadas as condições para que a crise seja estancada e a aliança governista seja restaurada na sua plenitude. E nesse caso, o desdobramento mais lógico será uma chapa Felipe Camarão como governador buscando a reeleição em 2026 tendo Carlos Brandão como companheiro de chapa para o Senado. Assim, manterá uma tradição que começou com José Sarney (Arena) em 1970 e chegou a Flávio Dino (PSB) em 2022, e só interrompida em 1986, com a permanência do governador Luiz Rocha (PDS) no cargo até o fim do mandato, e em 2006, quando o governador José Reinaldo Tavares (PTB) decidiu cumprir seu mandato até o último dia em apoio à vitoriosa candidatura de Jackson Lago (PDT) ao Governo do Estado. Luiz Rocha e José Reinaldo Tavares pagaram preço político elevadíssimo por conta da decisão de permanecer no cargo.

Nada disso precisa acontecer. Basta vontade política de sentar, resolver diferenças e ajustar o curso.

PONTO & CONTRAPONTO

Discurso conciliador de Braide repercute no meio político

Eduardo Braide falou em união no seu discurso de posse

Repercutiu fortemente o discurso de posse do prefeito Eduardo Braide (PSD) para o segundo mandato, principalmente quando ele falou em união.

Inicialmente, pareceu um recado conciliador à Câmara Municipal, com o objetivo de evitar o confronto permanente que marcou o seu primeiro mandato, quando teve mais de dois terços dos vereadores numa dura oposição comandada pelo presidente Paulo Victor (PSB).

Uma leitura mais apurada da sua fala sugere, com nitidez, que o prefeito de São Luís falou de uma união mais ampla, de um projeto maior, entendido por alguns como o prenúncio de uma caminhada ao Governo do Estado em 2026.

Iracema vibra com a posse dos filhos em Barreirinhas e em Urbano Santos

Vinícius Vale abraçado por Iracema Vale em Barreirinhas

A presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB) não cabe em si com a posse dos seus filhos Vinícius Vale (MDB), que assumiu a Prefeitura de Barreirinhas, e Herlon Júnior (PSB), que é o novo vice-prefeito de Urbano Santos.

Ela aposta alto no desempenho administrativo de Vinícius Vale, que é engenheiro civil e, segundo fontes que o conhecem, sabe o que fazer para dar à Barreirinhas a sua verdadeira dimensão, que é ser o grande portal dos Lençóis.

Herlon Júnior, por sua vez, inicia seu aprendizado político como vice-prefeito de Urbano Santos, preparando-se para ser o sucessor do prefeito reeleito Clemilton Barros, que deve apoiá-lo na corrida sucessória de 2028.

O alto astral da chefe do parlamento maranhense deve se manter nas alturas se a Suprema Corte confirmar a sua eleição de presidente do Legislativo para o biênio 2025/2026.

São Luís, 03 de Janeiro de 2025. 

Novos prefeitos: São Luís, Bacabal e Imperatriz são exemplos do que acontece nos demais municípios

Eduardo Braide recebeu o mandato dele próprio; Roberto Costa recebeu a faixa do
aliado Edvan Brandão e Rildo Amaral pretende colocar Assis Ramos na cadeia

Os 217 municípios receberam ontem novos dirigentes, eleitos no pleito de outubro do ano passado. Eles formam um mosaico diversificado no campo político e na orientação partidária e são expressões destacadas da nova geração da política maranhense, que estão encontrando as situações as mais diversas, que vão de prefeituras bem cuidadas até as quase soterradas no atoleiro da má gestão. As prefeituras de São Luís, Bacabal e Imperatriz são exemplos perfeitos dessas situações. A Capital empossou o prefeito Eduardo Braide (PSD), reeleito em turno único; Bacabal viveu e aplaudiu uma passagem de comando de um prefeito bem avaliado, Edvan Brandão (PSB) para um aliado apontado como um quadro competente, Roberto Costa (MDB), e Rildo Amaral recebeu Imperatriz mergulhada no caos administrativo e financeiro, fruto da má gestão do prefeito que sai, Assis Ramos (UD).

Eduardo Braide foi empossado para um novo mandato com a autorização de mais de 400 mil eleitores, que o reelegeram no 1º turno em reconhecimento à gestão inovadora e eficiente que realizou nos últimos quatro anos. No seu discurso de posse, no auditório da Fiema, cedido à Câmara Municipal, o prefeito de São Luís fez um rápido balanço da sua gestão, enumerou obras mais destacada, como o Elevado do Tirirical, entre várias outras, como hospital, creches, escolas. E elencou para o segundo mandato, sem ter de enfrentar uma pandemia, como aconteceu em 2021, uma série de obras importantes, como o Elevado da Forquilha, o Socorrão II, o Canal da Cidade Olímpica e o novo Mercado Central. Eduardo Braide assume o segundo mandato fortalecido politicamente tanto que seu nome já aparece na lista dos prováveis candidatos a governador em 2026, podendo entrar na briga pelo Palácio dos Leões.

O caso do emedebista Roberto Costa em Bacabal tem semelhanças e a diferença. É que ele foi eleito em outubro passado e recebeu ontem do prefeito Edvan Brandão uma prefeitura organizada, com obras e sem problemas de gestão muito graves, tanto que o prefeito que sai foi à posse, passou a faixa, foi aplaudido e seguiu para casa reconhecido. Com a autoridade de quem ajudou muito para o sucesso da gestão passada, Roberto Costa assume o comando de Bacabal com força e prestígio que o permitem enfrentar grandes problemas que ainda desafiam os bacabalenses, como o abastecimento de água, que é deficiente e está na pauta do novo prefeito como uma prioridade. Bacabal é, portanto, um exemplo o prefeito que sai e passou a faixa para o prefeito que entra, num ato republicano. E com a vantagem de que o prefeito que chega reúne condições de fazer muito mais. Roberto Costa tem excelente relação com o Governo do Estado e com o Governo Federal, o que lhe dá espaço para buscar nas duas esferas os recursos necessários para resolver as demandas de Bacabal, que é o epicentro político, econômico e cultural da Região do Médio Mearim.

Imperatriz, a segunda maior e mais rica cidade maranhense, protagoniza uma situação inversa. Ali, o prefeito Rildo Amaral recebeu a faixa das mãos de uma professora, uma vez que o ex-prefeito não foi convidado para a cerimônia de posse. Ele deixou para o novo prefeito uma cidade mergulhada em problemas urbanos, com dívidas e graves distorções administrativas em áreas como a da Saúde. Os problemas ali são tão desafiadores que, durante a campanha, o candidato Rildo Amaral anunciou que, se eleito, levaria o prefeito que sai às barras da Justiça e, se for o caso, para a cadeia. Após o juramento, o seu primeiro ato administrativo foi a extinção da Zona Azul, um sistema de administração de estacionamento pago implantado pela gestão anterior e que, segundo ele, vinha infernizando a população imperatrizense. Ao mesmo tempo feliz, mas demonstrando indignação com a situação da prefeitura, o novo prefeito fechou seu discurso fazendo uma promessa: “Prometo que nunca mais, nunca mais, Imperatriz vai passar pelo que passa hoje. Renasce, Imperatriz!”

Não há dúvida de que entre os demais municípios maranhenses existem casos muito parecidos com os três exemplos.

PONTO & CONTRAPONTO

Paulo Victor e João Alberto protagonizam situações diferentes quanto a comandar Câmaras

Paulo Victor foi de novo eleito presidente; João Alberto abriu mão e apoiou
a candidatura da vereadora Natália da Costa para a presidência

A maratona de posses de vereadores em todo o Maranhão produziu várias situações diferentes. Duas delas, uma em São Luís e outra em Bacabal, mostraram perspectivas diversas em relação ao poder.

Em São Luís, a pedra cantada há muito tempo foi confirmada com a eleição do vereador Paulo Victor (PSB) para novo mandato de presidente da Câmara Municipal. Como estava previsto, ele foi eleito com os votos de 29 – incluindo o dele próprio – dos 31 vereadores. Apenas dois vereadores não lhe deram o voto: Douglas Pinto (PSD), que foi o mais votado e é do partido do prefeito Eduardo Braide, e Flávia Bertiher (PL), bolsonarista que atua na contramão do partido no Maranhão.

Paulo Victor foi eleito presidente liderando a chapa “Deuteronômio 31:6”, inspirada na passagem bíblica que reza: “Sejam fortes e corajosos. Não tenham medo nem fiquem apavorados por causa delas, pois o Senhor, o seu Deus, vai com vocês; nunca os deixará, nunca os abandonará”.

Com a eleição para presidente, a terceira consecutiva, o vereador Paulo Victor entra para a crônica da Câmara Municipal de São Luís como um dos poucos presidentes a comandarem a Casa por seis anos, ininterruptamente.

O caso de Bacabal é exatamente o inverso e se respalda numa trajetória política rica e completa. Ali, João Alberto, o ex-deputado estadual, ex-deputado federal, ex-prefeito de Bacabal, ex-vice-governador, ex-governador do Maranhão e ex-senador da República, além de ser padrinho político e aliado de primeira linha do prefeito Roberto Costa, decidiu fechar sua vitoriosa carreira como vereador de Bacabal, sua terra natal.

A sua gigantesca estatura política e a sua condição de mais votado entre os eleitos em outubro, naturalmente lhe deram o e status de candidato natural à presidência das Câmara Municipal de Bacabal. Mas ele surpreendeu ao decidir não se candidatar a presidente, preferindo exercer seu mandato como um vereador comum, sem exercer qualquer cargo na Mesa Diretora.

Na condição de vereador mais idoso, João Alberto assumiu ontem a presidência da Câmara Municipal para presidir a sessão em que ele e seus colegas foram empossados e elegeram a Mesa Diretora, que escolheu como presidente a vereadora Natália da Costa.

Foi muito aplaudido.

Quatro suplentes assumem como titulares na Assembleia Legislativa e um na Câmara Federal

Catulé Jr., Edson Araújo, Keké Teixeira e Batista
Segundo são os novos deputados estaduais

Com a posse dos agora ex-deputados estaduais Rildo Amaral (PP), Rafael Brito (PSB), Roberto Costa (MDB) e Juscelino Marreca (PRD) nas prefeituras de Imperatriz, Timon, Bacabal e Santa Luzia, os seus respectivos suplentes Catulé Jr. (PL), Edson Araújo (PSB), Keké Teixeira (MDB) e João Batista Segundo (PRD) assumiram ontem como titulares na Assembleia Legislativa.

Catulé Júnior é advogado, já disputou várias eleições, foi secretário de Estado do Turismo durante o Governo Flávio Dino, é considerado um dos políticos mais ativos de Caxias e da região Leste. Com ele, a bancada do PL vai ganhar uma voz forte e um parlamentar que certamente participará dos grandes debates da Casa.

Edson Araújo volta ao parlamento estadual depois de dois anos. Ele já exerceu três mandatos e não conseguiu se reeleger em 2022. Engenheiro de pesca, Edson Araújo tem sua ação política centrada nesse setor, atuando na seara sindical dos pescadores maranhenses. Não é afeito à tribuna nem a debates no plenário. Vai substituir um dos deputados mais ativos do parlamento estadual.

Keké Teixeira assumirá a vaga do deputado Roberto Costa, considerado por muitos um dos mais importantes articuladores políticos do Maranhão nos últimos tempos.   

João Batista Segundo (PRD), que assumirá na vaga de Juscelino Marreca, que assumiu ontem a prefeitura de Santa Luzia, tem experiência, uma vez que já ocupou a cadeira por algum tempo e foi candidato à Prefeitura de Pinheiro, ficando em segundo lugar na corrida.

O advogado Ivan Júnior (União Brasil) é o novo deputado federal do Maranhão. Ele assumiu a vaga que pertence ao deputado federal Juscelino Filho (União Brasil), atual ministro das Comunicações. A vaga vinha sendo ocupada pelo médico Benjamin de Oliveira (UB), que tomou posse ontem como prefeito de Açailândia.

Segundo suplente do União Brasil, Ivan Júnior milita politicamente na área do Itaqui-Bacanga, tendo saído das urnas como 6.647 votos nas eleições de 2022. Foi também candidato a vereador de São Luís, mas não conseguiu votos suficientes para se eleger.

São Luís, 02 de Janeiro de 2025.

Iracema fecha 2024 com mensagem em que diz buscar “a paz pelo diálogo e entendimento”

Iracema Vale fez na sua mensagem de Ano Novo
uma proposta de conciliação política

Agitado por uma escalada surpreendente de tensão, o mundo político do Maranhão fecha o ano atingido por um apelo de paz. Essa manifestação, feita de maneira inteligente, foi acomodada no bojo de uma mensagem de virada de ano feita pela presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), ela própria posicionada no epicentro de um terremoto que atingiu a base governista no dia 13 de novembro, na realização da eleição da Mesa Diretora do parlamento para o biênio 2025/2026. Reeleita num processo questionado pelo seu adversário, o deputado Othelino Neto (Solidariedade), a presidente do Poder Legislativo gravou duas mensagens, uma em que carreou o espírito natalino para deputadas e deputados, e outra despachando o ano velho e anunciando o ano novo fazendo um apelo por “paz e entendimento”, alertando que “o Maranhão precisa de paz”.

A mensagem natalina trouxe todos os elementos das manifestações típicas da época: nascimento de Cristo, tempo de esperança, pedido de bênção a Deus, etc., mas literalmente a presidente já introduz um toque político quando propaga que no universo parlamentar “os melhores presentes nem sempre vêm embrulhados em papel. Eles vêm com um sorriso, com um abraço. E deixam em nós, deputados e deputadas, a felicidade de saber que estamos contribuindo para um Maranhão melhor para todos”. E garante que “é isso que nos (os deputados) move todos os dias, fazer o melhor por você e sua família”. Na sua mensagem natalina, apresentada com segurança e empatia, a presidente da Alema conseguiu falar em seu nome e no dos outros 41 deputados.

A mensagem de virada de ano, por sua vez, ganhou uma dimensão muito maior pelo conteúdo político que trouxe. Iracema Vale diz que “chegamos ao final de mais um ano, de muita luta, trabalho e conquistas”. Segue reforçando o tom político ao declarar que “refletindo sobre o atual momento, o Maranhão tem grandes perspectivas de investimentos que abrem oportunidades de empregos para nossa gente”. E dá um passo corajoso ao alertar que, “para alcançarmos essa prosperidade, é preciso muita responsabilidade”. Ou seja, no seu discurso, quem não perceber as condições para alcançar a prosperidade, não estará sendo responsável para com o estado.

O trecho mais surpreendente e forte da mensagem da presidente do parlamento maranhense está numa declaração essencialmente política e de largo alcance: “Meu compromisso é buscar a paz, pelo diálogo e entendimento. O Maranhão precisa de paz”.

Como os maranhenses não estão conflagrados, a falta de paz, diálogo e entendimento está exatamente nas relações que movem a classe política. E mais especificamente na base governista, que representa as maiores e mais importantes forças políticas e partidárias do Maranhão, mas que está em processo de rompimento, produzindo um clima de tensão pouco visto no tabuleiro político estadual em tempos recentes. Quando se propõe buscar a paz pela via do diálogo e do entendimento, a presidente da Assembleia Legislativa faz uma proposta concreta para uma consertação entre as forças em conflito – segmentos políticos que integram a corrente formadas em torno do ex-governador Flávio Dino, e os grupos alinhados ao governador Carlos Brandão (PSB), ao qual ela pertence.

E como não poderia deixar de ser, a mensagem é concluída com o clássico “Que 2025 seja um grande ano para todos os maranhenses”.

Com a sua mensagem de virada de ano, a presidente da Assembleia Legislativa reforça a imagem que construiu nestes dois anos como uma política hábil e carismática, que sabe jogar no tabuleiro da política estadual, e por isso vem há dois anos driblando obstáculos e crises. E tudo isso sem alterar a voz nem usar palavras agressivas nos contra-ataques, tornando os embates mais suaves, mas não menos duros.

Não foi exatamente uma inovação, mas não há dúvida de que foi um gesto político ousado e oportuno.

PONTO & CONTRAPONTO

Eliziane apoia decisões de Dino sobre emendas

Eliziane Gama e Flávio Dino: parceria e amizade

A senadora Eliziane Gama (PSD) fechou 2024 com um posicionamento corajoso em defesa das decisões tomadas pelo ministro Flávio Dino (STF) em relação ao pagamento de emendas.

Eliziane Gama escreveu nas suas redes sociais: “Todo e qualquer recurso público, do povo, deve obedecer ao princípio da transparência. O rigor do ministro Flávio Dino na definição das emendas parlamentares de comissões segue nessa direção. Os Poderes da República não podem fugir desse imperativo ético”.

A parlamentar maranhense se manifesta nesse tom exatamente no momento em que a grande maioria dos 513 deputados federais e dos 81 senadores esbravejam pelos cantos, insatisfeitos com o enquadramento feito pelo ministro da Suprema Corte no processo de liberação de emendas.

E não vale acusar a senadora de oportunismo. Quem conhece a sua trajetória como jornalista, deputada estadual, deputada federal e senadora sabe que Eliziane Gama não compactua com o que está errado, especialmente em relação à aplicação de recursos públicos, não havendo qualquer “porém” em relação a ela.

Um bom fecho para 2024.

Vereadores de São Luís elegerão amanhã Mesa presidida por Paulo Victor

Paulo Victor deve ganhar novo mandato presidencial

O presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador reeleito Paulo Victor (PSB), se despede de 2024 em clima de contagem regressiva para ganhar mais um mandato presidencial.

A contagem mais recente confirmou que ele terá o voto de 29 dos 31 vereadores ludovicenses, incluindo ele próprio. É o resultado de uma articulação intensa iniciada imediatamente após o anúncio dos eleitos pela Justiça Eleitoral, na noite do dia 6 outubro.

Além do presidente Paulo Victor, a nova Câmara elegerá a seguinte composição para a mesa Diretora: 1º vice-presidente: Concita Pinto (PSB), 2º vice-presidente: Beto Castro (PSB), 3º Vice-Presidente: Raimundo Penha (PDT), 1º Secretário: Aldir Junior (PL), 2º Secretário: Thyago Freitas (PRD), 3º secretário: Daniel Oliveira (PSD), 4º Secretário: Clara Gomes (PSD) e 5º Secretário: Cleber Filho (MDB).

Até ontem à noite, somente os vereadores Douglas Pinto (PSD), que foi o mais votado, tendo recebido nas urnas mais de 16 mil votos, e Flávia Berthier (PL), bolsonarista roxa, não haviam se posicionado em relação à chapa liderada por Paulo Victor.

A eleição da Mesa Diretora do parlamento municipal ocorrerá amanhã à tarde, no Auditório Alberto Abdalla, na Fiema.

Em Tempo: A Coluna deseja um próspero ano novo aos seus leitores e a todos os maranhenses.

São Luís, 31 de Dezembro de 2024.

Leões: Divergências e tensões na base governista produziram indefinições na corrida sucessória

Felipe Camarão, Orleans Brandão, Eduardo Braide, Roberto Rocha, Lahesio Bonfim e
Weverton Rocha foram apontados em 2024 para disputar o Palácio dos Leões em 2026

Se 2024 foi um ano de disputas e confrontos, rachas e rompimentos, com poucas tentativas de conciliação, num processo de demarcação de espaços políticos, 2025, o ano que começa nesta quarta-feira, será ainda um período de muitas tensões e refregas, mas será também um tempo em que os grupos começarão a se ajustar para a grande e decisiva guerra política e eleitoral, na qual estarão em jogo o Palácio dos Leões e duas cadeiras no Senado da República, e, no plano maior, a Presidência da República. O ano que termina foi uma espécie de prévia para definição de candidaturas à sucessão do governador Carlos Brandão (PSB), cujo roteiro inicial dentro da aliança governista foi alterado, o que abriu caminho para o surgimento de projetos sucessórios diferenciados. Esse ambiente de conflito, que rachou a base governista, manteve a pré-candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT) e criou o projeto de candidatura do atual secretário de Relações Municipais Orleans Brandão (MDB), e no campo oposicionista foram apontados nomes como o prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD), o ex-senador Roberto Rocha (sem partido) e o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Yglésio Moises (Novo).

Não surpreendeu que os olhares se voltassem para os dois nomes do campo governista. Isso porque, no que diz respeito a Felipe Camarão, candidato natural da chamada corrente dinista, o seu partido, o PT é parte importante da aliança que dá sustentação ao governador Carlos Brandão, e pode vir a ter o aval declarado do presidente Lula da Silva. No contrapeso, Orleans Brandão se consolidou como o principal articulador e porta-voz do governador Carlos Brandão na seara municipalista. Em meio as divergências entre as duas correntes governistas, a banda dinista pressiona para consolidar o projeto de candidatura do vice-governador Felipe Camarão, enquanto a chamada corrente brandonista, vem apostando cada vez mais alto no projeto de candidatura de Orleans Brandão, embora ele próprio já tenha declarado que o seu projeto é ser deputado federal.

O distanciamento das duas correntes governistas abriu a possibilidade de, em caso de rompimento irreversível, o governador Carlos Brandão abrir mão de disputar uma cadeira no Senado e permanecer no cargo até o último dia, o que lhe dará as condições de lançar um candidato competitivo, inviabilizando a candidatura de Felipe Camarão. A permanência no cargo até o final do mandato foi várias vezes admitida pelo governador Carlos Brandão ao longo do ano, com larga repercussão no meio político e até fora dele. Por sua vez, a corrente dinista atuou fortemente no sentido de obter do governador a declaração de que apoiará a candidatura do vice-governador, como a dele foi apoiada pelo governador Flávio Dino. O problema é que essas tentativas de fortalecer o projeto de Felipe Camarão foram acompanhadas de posições e declarações duras da corrente dinista em relação ao governador e ao Governo Carlos Brandão, além de ações judiciais extemporâneas, que colocaram o Palácio dos Leões na defensiva, tolheram a possibilidade de diálogo e incentivou o clima de confronto.

Em meio ao bombardeio, o vice-governador Felipe Camarão tem trabalhado ultimamente para encontrar um discurso de conciliação, declarando que o governador Carlos Brandão é o seu candidato a senador. Na mesma linha, embora não declarando que Carlos Brandão permanecerá no Governo até o final, aliados do governador continuam propagando o projeto de candidatura de Orleans Brandão.

O novo ano chega com animação para criar as condições de um grande acordo, como também com uma dose de disposição de levar a aliança governista a um racha definitivo, produzindo, nesse caso, um cenário de imprevisibilidade sem paralelo.

No campo oposicionista propriamente dito, a grande novidade foi a reeleição do prefeito de São Luís, Eduardo Braide, e com ela uma forte expectativa quanto ao que ele pensa sobre a disputa governamental de 2026. Nas contas feitas por todos, Eduardo Braide ganhou estatura para, se quiser, deixar a prefeitura para disputar o Governo em 2026, iniciando a corrida com um forte cacife em São Luís. Os seus movimentos – como sua ida à Imperatriz para apoiar a candidatura de Mariana Carvalho (Republicanos) e, mais recentemente, encontros com a banda dinista que se opõe ao governador Carlos Brandão – não deixaram dúvidas de que ele considera seriamente entrar na disputa, desde que se sinta cacifado para competir para valer.

Num outro quadrado desse campo está o ex-senador Roberto Rocha, que lançou a sua pré-candidatura sem sequer ter um partido. Numa esteira de fracassos retumbantes, o ex-senador é parte dos grupos que disseminam o bolsonarismo no Maranhão, embora não tenha recebido ainda qualquer sinal do ex-presidente em relação ao seu projeto de candidatura. Na mesma linha, só que mais moderado em relação ao bolsonarismo, mas pelo segundo lugar na eleição de 2022, quando bateu o senador Weverton Rocha, o ex-prefeito Lahesio Bonfim passou o ano anunciando sua pré-candidatura ao Governo.

Por fim, o senador Weverton Rocha entrou na lista pelas vozes de vários aliados, mas ele próprio tem se comportado como candidato à reeleição. O ano que chega vai leva-lo a uma definição.

Como se vê, está tudo armado para que 2025 seja um ano politicamente movimentado.

PONTO & CONTRAPONTO

As montagens para o Senado dependem da decisão de Brandão

Carlos Brandão, André Fufuca, Eliziane Gama e Weverton Rocha devem disputar o Senado

A corrida para o Senado teve duas definições muito claras, as pré-candidaturas da senadora Eliziane Gama, que declarou que buscará a reeleição, e o projeto de candidatura do deputado federal e ministro do Esporte André Fufuca (PP), que ainda não fez uma declaração formal sobre o assunto, mas não escondeu, em nenhum momento, que é esse o seu objetivo.

A grande dúvida – que resistiu surpreendentemente ao longo de 2024 – é a posição do governador Carlos Brandão, que no epicentro do jogo sucessório, falou mais da possibilidade de permanecer no cargo do que sair para concorrer a uma das cadeiras de senador.

Nesse caso, a equação é simples. Se o governador Carlos Brandão resolver disputar o Senado, será um candidato fortíssimo, que dificilmente será batido. Nessa hipótese – que é ainda a mais plausível -, os dois senadores que buscam a reeleição e o ministro do Esporte travarão uma guerra sem trégua por uma vaga. Foi esse o cenário desenhado em 2024. E se decidir ser senador, o governador Carlos Brandão terá em 2025 tempo suficiente para formatar a sua candidatura, costurar as alianças e torna-la um projeto viável, mais forte, porque, no caso, fará dobradinha com o governador Felipe Camarão, que disputará reeleição.

Portanto, com o governador concorrendo, a disputa para as duas vagas no Senado será francamente favorável ao chefe do Executivo e ao seu companheiro de chapa, muito provavelmente o ministro do Esporte, tendo a senadora Eliziane Gama como segunda opção.

Madeira atuou na interlocução e na articulação do Governo ao longo do ano

Sebastião Madeira

Em meio a secretários que pontificaram em 2024, como Orleans Brandão (Ralações Municipais), Luzia Waquim (Governo), Aparício Bandeira (Infraestrutura), Bira do Pindaré (Agricultura Familiar), José Reinaldo Tavares (Projetos Especiais) entre outros, o secretário-chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira, foi um dos mais ativos articuladores do núcleo duro que dá suporte ao governador Carlos Brandão.

Com a experiência de quatro mandatos de deputado federal, dois de prefeito de Imperatriz e uma longa vivência partidária como tucano raiz, Sebastião Madeira foi um ativo interlocutor, que atuou com a mesma eficiência no campo político e partidário, nas relações institucionais do Palácio dos Leões com outros Poderes, ajudou a consertar aspectos pouco visíveis da gestão pública, tendo sido também um ativo conselheiro do chefe do Executivo.

Respirando política todos os dias, Sebastião Madeira trabalhou pela manutenção da aliança, atuando como fio condutor entre os líderes da base governista -Carlos Brandão e Flávio Dino, conseguindo a proeza de, no auge da crise, junta-los como padrinhos na festa do seu casamento. Além do mais, tirou o PSDB do limbo, dando ao partido a visibilidade possível.

Tirou férias nos últimos dez dias do ano e certamente retornará ao posto para continuar em 2025 o trabalho de articulação e interlocução que o tornou peça importante na equipe palaciana.

São Luís, 30 de Dezembro de 2024.

Dino dobra caciques do Congresso e encerra 2024 como personalidade destacada na República

Flávio Dino chega ao final de 2024 como
personalidade destacada na República

Em setembro de 2022, durante a campanha eleitoral, o então candidato a presidente da República, Lula da Silva (PT), fez escala em São Luís, e num grande comício na Praça Pedro II, em frente ao Palácio dos Leões, ao lado do governador Carlos Brandão (PSB), candidato à reeleição, e do ex-governador Flávio Dino (PSB), candidato a senador, foi ovacionado por milhares de seguidores e simpatizantes, e no seu discurso, disse que, se voltasse ao Palácio do Planalto, Flávio Dino seria seu ministro. Começava ali uma das trajetórias mais destacadas de um político no Brasil pós-ditadura.  Os três foram vitoriosos nas urnas: Carlos Brandão deu início ao seu próprio Governo e Flávio Dino assumiu o mandato de senador e foi convocado pelo presidente Lula da Silva para ser ministro da Justiça e Segurança Pública.

Os desdobramentos desse roteiro de vida real surpreenderam os maranhenses e os brasileiros em geral por conta do desempenho do senador maranhense à frente de uma das pastas mais nobres, desafiadoras e complexas do ministério, que cuida de direitos e deveres dos brasileiros, segurança interna, direitos do consumidor, administrando várias instituições, sendo a Polícia Federal a mais importante.

Antes de assumir o Ministério da Justiça, ainda nos estertores do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), quando as manifestações golpistas estavam se sucedendo em Brasília, Flávio Dino teve papel decisivo no desmonte das manobras da turma bolsonarista com o intuito de desestabilizar o País e impedir a posse do presidente Lula da Silva. Esse processo culminou uma semana depois da posse, com a invasão das sedes dos três Poderes, que seria a senha para o golpe, que só não aconteceu por dois motivos: os comandantes das Forças Armadas refugaram e, sob o comando do ministro Flávio Dino, o Governo reagiu, decretou intervenção em Brasília e sufocou a manobra no que entrou para a História como o 8 de Janeiro.

Em novembro de 2023, Flávio Dino foi indicado para o Supremo Tribunal Federal, tendo sido aprovado pelo Senado ainda naquele ano. Em fevereiro deste ano, Flávio Dino renunciou ao mandato de senador e foi nomeado ministro da Corte Suprema, iniciando ali um novo momento da trajetória que vem surpreendendo até mesmo os que já o conheciam. Em apenas dez meses, o novo ministro do STF, lastreado pela experiência de 12 anos como juiz federal e professor universitário, um mandato de deputado federal e dois mandatos como governador do Maranhão, Flávio Dino assumiu um protagonismo que nenhum outro quadro da sua geração, magistrado ou político, alcançou.

Nos seus cerca de 300 dias na condição de ministro da Corte Suprema, Flávio Dino conseguiu, em parte, conter as investidas da extrema-direita de fragilizar aquela instituição, por meio de pressões, ameaça e, em alguns casos, desrespeitando decisões. O ponto culminante dessa reviravolta aconteceu ainda em outubro, quando ele deu o primeiro passo para desmontar no Congresso Nacional o maior esquema de corrupção na área pública do País: o orçamento secreto e todo o esquema de emendas usado por deputados e senadores sem regras respeitáveis, o que permitiu o desvio de bilhões e bilhões de reais ao longo das últimas décadas. A decisão do ministro de bloquear o pagamento de emendas pelo velho sistema camuflado, sem qualquer rastreabilidade, até a adoção de regras claras e transparentes, de modo a tornar rastreável o uso desses recursos públicos, obrigou o Congresso a extinguir o orçamento secreto e a aprovar regras mais transparentes, assegurando que emendas agora tenham autor, destino e projeto, para que o dinheiro seja aplicado devidamente, sem risco de ser desviado.

Nas três últimas semanas, o Brasil assistiu, com atenção máxima, a queda de braço entre o ministro Flávio Dino e os coronéis do Congresso Nacional, capitaneados pelo deputado-presidente Arthur Lira (PP-AL), que tentaram burlar as regras para liberar R$ 4,2 bilhões de afogadilho ainda neste ano. O ministro apontou irregularidades no processo e manteve o bloqueio, dando 24 horas para que a Câmara Federal se explicasse. A resposta do parlamento chegou às suas mãos no final da tarde de sexta-feira, e até ontem ele estava examinando o quadro, deixando bem claro que, caso haja alguma irregularidade, o bloqueio dos R$ 4,2 bi será mantido, doe em quem doer.

O ministro Flávio Dino fecha 2024 como uma das personalidades mais destacadas da República.

PONTO & CONTRAPONTO

Fora dos cargos, Fábio Gentil e Hilton Gonçalo continuarão politicamente fortes

Fábio Gentil e Hilton Gonçalo: sem mandato,
mas no jogo politicamente fortes

Dois prefeitos se tornarão ex-prefeitos à meia-noite desta terça-feira (31/12) reconhecidos pelas suas gestões e por sua força política e iniciarão uma caminhada que deverá terminar nas urnas de 2026, muito provavelmente bem-sucedidos.

São eles: Fábio Gentil (PP), que comandou Caxias pelos últimos oito anos e deixa um sobrinho, Gentil Neto (PP) como sucessor, e Hilton Gonçalo (Mobiliza), que encerrará seu quarto mandato à frente de Santa Rita, e deixa no comando da cidade um sobrinho.

Fábio Gentil é um dos políticos cinquentões com maior influência na região onde atua, comandando uma força política que reúne o seu sucessor Gentil Neto, a deputada federal Amanda Gentil (PP), sua filha, e a deputada estadual Daniella Gidão (PSB), sua mulher e parceira política. Nas rodas de conversa sobre política, Fábio Gentil é visto como dono de cacife para ser deputado estadual, deputado federal, suplente de senador e até mês o vice-governador. Ele próprio ainda não disse o que fará depois de deixar a Prefeitura da Princesa do Sertão.

Com poder de fogo que levou o sobrinho Milton Gonçalo (Mobiliza) a ser seu sucessor, Hilton Gonçalo é reconhecido como um político competente, o que explica o tamanho da sua influência na região polarizada por Santa Rita. Começa com o fato de que já é um político experiente, que sai do poder junto com a mulher, Daniella Gonçalo, prefeita de Bacabeira, que também elegeu uma sobrinha, Naila Gonçalo (Mobiliza), para sucedê-la. Não muito afeito a mandatos legislativos, Hilton Gonçalo não esconde de ninguém que seu projeto de poder é chegar ao Palácio dos Leões.

É muito provável que os dois sejam personagens muito comentadas no meio político nos próximos meses.

Josimar de Maranhãozinho fechou 2024 derrotando ninguém menos que Jair Bolsonaro

Josimar de Maranhãozinho levou a melhor
na peleja contra Jair Bolsonaro

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho encerra 2024 como vencedor de uma das guerras mais complicadas da sua carreira: a queda de braço com o ex-presidente Jair Bolsonaro pelo controle do PL no Maranhão.

O ex-presidente da República e candidato fracassado a ditador dedicou boa parte da sua agenda pós-eleição a ações que tinham como alvo o cacife político de Josimar de Maranhãozinho e sua mulher, a deputada federal Detinha, e também atingindo de raspão os deputados federais Pastor Gil e Júnior Lourenço.

Jair Bolsonaro esbravejou, xingou e fez acusações graves ao líder e seus seguidores, mas não conseguiu um levante dentro do partido que embalasse seu projeto de expulsar o grupo, que não se abalou com as investidas e, para indignação do ex-presidente, permanece firme e forte.

A derrota de Jair Bolsonaro foi consumada quando o presidente do PL, Waldemar Costa Neto, esteve em São Luís no início deste mês e numa coletiva de imprensa foi taxativo: o PL do Maranhão permanece com Josimar de Maranhãozinho, e fim de conversa.

Com a martelada de Waldemar Costa Neto encerrando o assunto, Jair Bolsonaro teve de abandonar o projeto de entregar o PL maranhense a um aliado dele no estado, que por prudência ele não chegou a identificar.

E para que a derrota não fosse completa e humilhante, Waldemar Costa Neto convenceu Josimar de Maranhãozinho a concordar em entregar o PL Mulher, que era comandado por Detinha, à vereadora eleita em São Luís Flávia Berthier, que nada sabe sobre a política maranhense além do Tirirical.

São Luís, 29 de Dezembro de 2024.

Brandão fecha 2024 aprovado por ampla maioria, apesar das tentativas de desgastá-lo

Carlos Brandão: avaliação alta em duas pesquisas

Depois de amplamente vitorioso nas eleições municipais, nas quais seus aliados ganharam cerca de 150 prefeituras – incluídas as de Imperatriz, Timon, Caxias, Bacabal, Barreirinhas, Pedreiras e Coroatá -, e de, no contrapeso, enfrentar fortes pressões de adversários, que vêm tentando desgastá-lo com ações no Supremo Tribunal Federal, e com uma articulação subterrânea que minou a base de apoio do Governo na Assembleia Legislativa, o governador Carlos Brandão (PSB) fecha o ano virando o jogo na esteira de uma aprovação histórica, segundo duas pesquisas feitas recentemente.

O instituto Opinião, do Paraná, ouviu 22.650 eleitores nos 217 municípios maranhenses e encontrou nada menos que 61% de aprovação, 25% de desaprovação e 14% que preferiram não opinar. Depurado o resultado, com a exclusão dos indecisos e os que não responderam, o percentual de aprovação do governador Carlos Brandão alcança estratosféricos 71,9%. Mais do que isso, para 42,3% dos entrevistados, o Maranhão de agora é melhor do que o de dois anos atrás; para 36,9%, o estado continua como estava, e para 15,2%, o Maranhão piorou. E mais, a margem de erro da pesquisa Opinião é de apenas 1%.

Já o instituto Econométrica, o mais respeitado do Maranhão pelo acerto dos seus levantamentos, ouviu 1.355 cidadãos entre os dias 15 e 18 em 50 municípios, incluindo São Luís, Imperatriz, Caxias e Timon, e o resultado foi igualmente positivo: o governador Carlos Brandão é aprovado por nada menos que 62%. E com o diferencial de que nos grandes centros sua aprovação alcança surpreendentes 90%. Por ser um levantamento menos abrangente, mas estatisticamente consistente, a margem de erro é de 2,7%.

Por mais que seus adversários tentem mostra-lo numa versão contrária, Carlos Brandão faz um governo técnico e eficiente, e que atua nos mais diversos campos, respeitando as ações do seu antecessor, Flávio Dino, e cravando as do seu próprio Governo. Os exemplos estão aí para serem conferidos. Milhares de maranhenses e visitantes passam a virada do Ano na praia de Araoca, na baixada ocidental, graças ao investimento rodoviário feito pelo Governo estadual, que também ampliou em mais de 50 a rede de restaurantes populares. Há três dias, o governador e o secretário de Saúde, Tiago Fernandes, anunciou que o Hospital Dr. Carlos Macieira está credenciado para fazer transplante de fígado e rim, um avanço excepcional. E não fosse a articulação feita pelo próprio governador, o complexo industrial da Inpasa em Balsas, um investimento de U$ 2,5 bilhões para a produção de proteínas e combustíveis vegetais, não estaria de pé e já caminhando para iniciar a produção.

Esses números dão ao governador Carlos Brandão argumentos consistentes para levar em frente o seu plano de Governo e o seu projeto político. Eventuais fragilidades em áreas do Governo são amplamente compensadas pelo todo que vem sendo trabalhado, apesar da má vontade dos adversários, o que é absolutamente normal em política.  

Nenhum chefe de Governo alcança uma aprovação nesse patamar com embromação e conversa fiada. E nenhum instituto de pesquisa vai arriscar o seu prestígio e seu registro distorcendo números numa era em que percentuais são informações decisivas em qualquer campo. Nos dias atuais, qualquer desvio nesse campo é imediatamente identificado e denunciado, como foi o caso de algumas pesquisas eleitorais em Imperatriz, Caxias e até mesmo em São Luís, que forçaram a barra e foram desmascaradas pelo o resultado das urnas. Além do mais, a Econométrica, por exemplo, tem lastro técnico e autoridade empresarial para sustentar os números que apura.

Mesmo em meio a investidas pesadas de adversários, todas visando a corrida às urnas em 2026, o governador Carlos Brandão mostra que, ao contrário do que alguns tentam mostrar, ele e seu Governo têm o aval de pelo menos dois terços dos maranhenses para seguir em frente. São ainda quinze meses até a hora de decidir se vai concorrer a uma vaga no Senado, segundo a lógica e a tradição, ou continuar até o último dia do seu Governo, o que, para muitos, não faz sentido.

PONTO & CONTRAPONTO

Iracema ganha reforço do PSB, que defende sua eleição e diz que contestação do SD é descabida

Iracema recebe o apoio de Carlos Siqueira,
presidente nacional do PSB

O que eram manifestações isoladas de alguns dos seus quadros e de aliados se transformou numa posição do comando nacional do PSB, que ontem divulgou nota declarando total e incondicional apoio à eleição da deputada Iracema Vale para novo mandato de presidente da Assembleia Legislativa, questionada pelo seu concorrente, deputado Othelino Neto, através do braço estadual do seu partido, o Solidariedade, no Supremo tribunal Federal. Na nota, assinada pelo seu presidente nacional, Carlos Siqueira, o PSB não tergiversa e vai direto ao ponto, declarando “total apoio à reeleição da deputada Iracema Vale (PSB-MA) à presidência da Assembleia Legislativa do Maranhão, reafirmando a legitimidade e a constitucionalidade do processo conduzido conforme o Regimento Interno daquela Casa Legislativa”.

A agremiação socialista rebate a alegação do Solidariedade sobre o critério da maior idade, que definiu a eleição diante do empate de 21 a 21. Iracema Vale foi declarada eleita por ter mais idade, conforme reza o regimento Interno do parlamento maranhense há pelo menos três décadas.

No documento, o presidente do PSB argumenta: “Destacamos que o critério de desempate adotado — prevalência da idade em caso de empate de votos — encontra respaldo na prática legislativa nacional e na Constituição Federal. Tal regra está em sintonia com os princípios de autonomia organizacional das casas legislativas, consagrados no artigo 51, inciso IV, e no artigo 52 da Carta Magna, que asseguram à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, respectivamente, competência para definir suas normas de funcionamento, incluindo critérios de desempate. Além disso, enfatizamos que o mesmo princípio é utilizado em outras esferas do Poder Legislativo, como no Senado Federal, evidenciando a coerência e a razoabilidade de tal critério, bem como o respeito às tradições democráticas”.

A manifestação do PSB continua argumentando que “a tentativa de questionar judicialmente essa decisão representa uma ingerência inadequada em matéria interna corporis, que compete exclusivamente ao Legislativo. O Supremo Tribunal Federal já consolidou o entendimento de que não cabe ao Judiciário interferir em questões que envolvam a interpretação de regimentos internos legislativos, salvo quando há flagrante violação à Constituição — o que não é o caso em tela”.

E conclui: “Reiteramos nossa confiança na consolidação da vitória da presidente Iracema Vale, cuja eleição reflete a vontade democrática dos parlamentares e está em conformidade com os preceitos constitucionais. O PSB seguirá firme na defesa do respeito às instituições e da soberania das decisões parlamentares”.

Em contato com a presidente Iracema Vale, Carlos Siqueira teria dito que o partido está à disposição dela para e reforçar sua defesa na Suprema Corte.

Pedido de cassação de Othelino feito por Zé Inácio será examinado pelo Conselho de Ética da Alema

Zé Inácio quer a cassação de Othelino Neto

O suplemente de deputado estadual Zé Inácio (PT) contou com o aval das direções regional e nacional do partido para ingressar no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa com uma ação pedindo a cassação do mandato do deputado Othelino Neto (Solidariedade), acusando-o de tentar desestabilizar a instituição legislativa questionando uma eleição fundamentada no Regimento Interno da Casa.

Para lastrear sua ação, o petista Zé Inácio pediu informações a respeito do líder do Solidariedade junto à Procuradoria-Geral do Estado do Maranhão (PGE-MA), à Procuradoria Geral de Justiça (Ministério Público), à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA), à Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-MA).

A iniciativa do suplente Zé Inácio entorna mais o caldo na relação do deputado Othelino Neto com o Poder Executivo e o coloca numa situação incômoda dentro da Assembleia Legislativa, uma vez que os integrantes do Conselho de Ética terão de se posicionar em relação ao pleito do petista. Isso só acontecerá em fevereiro, quando o parlamento voltar do recesso e a nova Mesa estiver empossada.

Um detalhe da ação de Zé Inácio é que, se Othelino Neto vier a perder o mandato por cassação, a vaga a ser aberta será ocupada pelo petista, que é 1º suplente na Federação que reúne o PT, o PCdoB e o PV. Isso porque Othelino Neto se elegeu pelo PCdoB.

Uma fonte próxima de Othelino Neto disse à Coluna que o pedido de cassação feito por Zé Inácio teria o objetivo de “inibir” o ex-presidente da Assembleia Legislativa, mas que ele está seguro das suas ações e não vai recuar.

São Luís, 28 de Dezembro de 2024.

Ilha continua oposicionista e Braide ganha estatura para tentar Governo em 26 ou em 30

Eduardo Braide, Júlio Matos e Eudes Barros são de
oposição; Fred Campos atua na base governista

Muitos apostaram que as eleições municipais de 2024 resultariam no enquadramento político da Ilha de Upaon Açu, alinhando seus quatro municípios, que reúnem cerca de 1,6 milhão de habitantes, ao campo político que comanda o Governo do Estado. Os que apostaram erraram, porque apenas Paço do Lumiar, o terceiro maior deles, se manteve governista com a eleição do advogado Fred Campos (PSB). Nessa região de domínio oposicionista, encarando candidatos governistas, Eudes Barros (PL) se reelegeu em Raposa, Júlio Matos (Podemos) renovou o mandato em São José de Ribamar e Eduardo Braide (PSD) precisou de apenas um turno para ganhar mais quatro anos no comando de São Luís, a maior e mais importante Prefeitura do Maranhão, tornando-se um dos quadros políticos mais influentes do Maranhão.

Mesmo não fazendo oposição cerrada ao Palácio dos Leões, mas também não abrindo a guarda para o poder de fogo governista, Eudes Barros, Júlio Matos e Eduardo Braide não dão sinais de alinhamento com a aliança governista. O prefeito reeleito de Raposa emite seguidos sinais de que não quer briga, preferindo manter uma relação institucional produtiva com Governo estadual, enxergando a possibilidade de um passo mais largo no futuro. Já o de São José de Ribamar, que parece não ter outras pretensões além de passar mais quatro anos dedicados a atender aos reclames dos seus 180 mil habitantes. O prefeito eleito de Paço do Lumiar reforça a todo momento a sua posição governista, a começar pelo fato de que é gigantesca a tarefa de colocar em ordem uma máquina maltratada e saqueada.

Dos três oposicionistas, o que detém, de fato, cacife político é o prefeito da Capital, Eduardo Braide, cuja reeleição, alcançada em turno único, o catapultou para o epicentro da política estadual, de modo que ele encerra 2024 como nome a ser considerado nas próximas disputas para o Governo do Estado. E ele não esconde que tem um projeto nesse sentido, e mostrou isso quando assumiu de vez a sua condição de militante de direita, já reeleito, desembarcou em Imperatriz para dar suporte à candidata da direita à Prefeitura de lá, numa clara sinalização de que está no jogo, podendo disputar o Governo do Estado em 2026 ou em 2030.

Com o lastro que acumulou como deputado estadual (dois mandatos), deputado federal (meio mandato) e a quatro anos como prefeito da Capital, reeleito para mais quatro logo no 1º turno, Eduardo Braide vem investindo, cada vez mais enfaticamente, na sua imagem de gestor eficiente. Obras como a reorganização do trânsito de São Luís, por exemplo, se tornaram uma espécie de portfólio por meio do qual vai ampliando o seu espaço político, que hoje é considerável. Esses movimentos fizeram com que o prefeito de São Luís fosse incluído na lista de nomes que podem entrar na briga já pela sucessão do governador Carlos Brandão. Ele nada declarou ainda sobre o assunto, mas a julgar pela desenvoltura com que tem comandado a administração da Capital, quase ninguém, no meio político ou fora dele, acredita que ele ficará de fora das eleições de 2026.

No início de dezembro, Eduardo Braide recebeu em seu gabinete, no Palácio de la Ravardière, a surpreendente visita do deputado Othelino Neto (Solidariedade) e da senadora Ana Paula Lobato (PDT), causando rumores e especulações as mais diversas. Tais reações foram reforçadas com a sua presença numa confraternização natalina fechada dos oito deputados que integram o chamado grupo dinista, que eram governistas e hoje estão na oposição. Nos bastidores, já dizem até que se ele for candidato a alguma coisa, o prefeito de São José de Ribamar, Júlio Matos, o apoiará.

O fato é que três dos quatro prefeitos da Ilha de Upaon Açu encerram o exercício reeleitos e, ao que todo indicam, querem mostrar força nas urnas em 2026, tendo o de São Luís como dono do maior cacife.

PONTO & CONTRAPONTO

Paulo Victor deve ser presidente pela terceira vez consecutiva e entrar para a história

Paulo Victor deve ser eleito

Se não acontecer nenhum imprevisto, uma reviravolta qualquer, o vereador Paulo Victor (PSB), após ser empossado para o seu terceiro mandato, será eleito mais uma vez presidente da Câmara Municipal de São Luís na tarde do dia 1º de janeiro de 2025. E se a contagem feita até agora estiver certa, ele será eleito com nada menos que 29 – incluindo o seu próprio – dos 31 votos da nova composição do parlamento ludovicense.

Já convocada via Diário Oficial do Município, a eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal poderá se dar em chapa única, uma vez que só a liderada por Paulo Victor foi registrada. Os dois vereadores que não lhe declararam apoio, Douglas Pinto (PSD) e Flávia Berthier (PL), poderão se inscrever e disputar a presidência isoladamente, o que é improvável no contexto criado com a força avassaladora do atual presidente.

A se confirmar o que está escrito nas estrelas, Paulo Victor entrará para os anais do parlamento de São Luís como um dos poucos que conseguiram isso ao longo da história da secular Casa de Simão Estácio da Silveira. Ele foi eleito presidente em 2021 por aclamação e reeleito em 2023 quase na mesma condição, podendo até mesmo repetir o feito daqui a uma semana, no 1º dia de 2025.

A julgar pela sua capacidade de articulação, Paulo Victor pode vir a ser aclamado, bem como seus parceiros de chapa: 1º vice-presidente: Concita Pinto (PSB), 2º vice-presidente: Beto Castro (PSB), 3º Vice-Presidente: Raimundo Penha (PDT), 1º Secretário: Aldir Junior (PL), 2º Secretário: Thyago Freitas (PRD), 3º secretário: Daniel Oliveira (PSD), 4º Secretária: Clara Gomes (PSD) e 5º Secretário: Cleber Filho (MDB).

Rildo Amaral monta equipe com nomes da esquerda e na extrema-direita

Rildo Amaral com Clayton Noleto e com Ricardo Seidel

O prefeito eleito de Imperatriz, Rildo Amaral (PP), está montando uma equipe sem qualquer preocupação com a sempre delicada questão ideológica.

Político de centro, que parece bem ajustado ao PP, Rildo Amaral convidou para a Secretaria de Governo, que, tudo indica, será o braço coordenador das ações da Prefeitura, Clayton Noleto, que foi o eficiente secretário de Infraestrutura nos sete anos do Governo Flávio Dino. Administrador por formação, Clayton Noleto foi militante do PCdoB e atualmente preside o PSB em Imperatriz.

Na outra ponta da linha, o prefeito Rildo Amaral escolheu para a Secretaria de Segurança Pública o suplente de deputado estadual Ricardo Seidel (PL), que passou uma temporada na Assembleia Legislativa, onde se revelou um político de extrema-direita, bolsonarista de carteirinha. A julgar pelos discursos que fez na condição de deputado temporário, Ricardo Seidel é defensor da tese segundo a qual “bandido bom é bandido morto”.

Se conseguir administrar as diferenças, o prefeito Rildo Amaral poderá fazer uma gestão com força para surpreender meio mundo.

São Luís, 27 de Dezembro de 2024.

Senadores atuaram forte na esfera parlamentar e tiveram altos e baixos no campo político

Eliziane Gama, Ana Paula Lobato e Weverton Rocha:
atuações diferentes no Senado ao longo de 2024

Os três senadores maranhenses – Eliziane Gama (PSD), Ana Paula Lobato (PDT) e Weverton Rocha (PDT – não agiram exatamente como uma bancada ao longo de 2024. Também não se comportaram como adversários, mas se dividiram em dois blocos no que respeita à relação com o Governo do Estado. Embora muito envolvida com articulações no Congresso Nacional e empenhada na reconquista de apoios decisivos no meio evangélico, Eliziane Gama atuou efetivamente como um quadro governista no plano nacional, apoiando integralmente o presidente Lula da Silva (PT), e na seara estadual, se movimentando em sintonia com o governador Carlos Brandão (PSB). Ana Paula Lobato migrou do PSB para o PDT e rompeu com o governador Carlos Brandão, mas dedicando seu apoio ao Governo Lula. E Weverton fez gestos, mas depois consolidou sua posição de adversário do governador Carlos Brandão.

Ao contrário de Ana Paula Lobato, que exerceu apenas dois dos oito anos do seu mandato, não sofrendo a pressão por reeleição em 2026, Eliziane Gama e Weverton Rocha vivem tal situação, mergulhados na contagem regressiva e dominados pelo clima de incerteza em relação à disputa senatorial. Os dois estão em final de mandato e têm pela frente o rascunho de um cenário em que podem ter como concorrentes o governador Carlos Brandão atual ministro do Esporte, André Fufuca (PP), o que torna os seus projetos de reeleição muito complicados.

A senadora Eliziane Gama teve um ano muito agitado como congressista. Apresentou várias proposições, foi relatora de um grande número de PLs, propôs a instalação de uma CPI para investigar os jogos de aposta eletrônicos (bets), como também para investigar o tráfico de cigarros eletrônicos que invadiu o País, além de outra para investigar as causas mais comuns de violência doméstica. Propôs atualizações para a Lei Maria da Penha, bem como a segurança alimentar dos brasileiros mais pobres. Liderou a “Caravana Fome e Sede de Justiça”, como aval de 14 parceiros, entre eles o Governo do Estado e igrejas evangélicas, que levou assistência médica, jurídica e cultural a comunidades em várias regiões do Maranhão. Não participou com muita ênfase da corrida às prefeituras, e viu seu colega de partido, Eduardo Braide (PSD) – a quem não apoiou -, se reeleger em turno único em São Luís. Com prestígio em alta em Brasília, Eliziane Gama se lançou candidata à presidência do Senado, mas semanas depois a retirou, a pedido do comando nacional do PSD, que decidiu apoiar o senador Davi Alcolumbre (UB-AP). Na semana passada, Eliziane Gama reuniu a imprensa para um almoço, ao longo do qual fez um balanço do seu mandato e reafirmou que é candidata à reeleição.

Na condição de titular desde fevereiro, quando o titular Flávio Dino renunciou para se tornar ministro do STF, a senadora Ana Paula teve em 2024 um ano parlamentar bem mais consistente do que 2023, quando atuou como suplente do senador Flávio Dino (PSB), que foi para o Ministério da Justiça. Neste ano, ela teve uma atuação parlamentar mais forte e intensa, focando boa parte do seu trabalho na defesa da mulher. Ao mesmo tempo, se mostrou mais ativa no campo político, tendo se tornado líder do PDT no Senado, e alinhando-se ao deputado Othelino Neto (Solidariedade), seu marido, como oposição ao governador Carlos Brandão. Atuou na disputa pela Prefeitura de Pinheiro apoiando André da RalpNet (Podemos), mas viu seu partido, o PDT, perder força em todo o estado. Mais recentemente, se movimentou nos bastidores pela candidatura de Othelino Neto à presidência da Assembleia Legislativa, respaldando também a tentativa dele de virar o jogo na Suprema Corte. Tudo leva a crer que em 2025, com mais experiência, Ana Paula Lobato terá atuação legislativa e política mais intensa e visível, ainda sem a pressão por reeleição, que só baterá à sua porta em 2030.

O senador Weverton Rocha manteve a equação que vem marcando seu mandato: muita atuação nos bastidores e no plenário do Senado, ora apoiando o Governo, ora operando fora da curva, mas sempre afirmando ser aliado incondicional do presidente Lulas da Silva (PT). Sua produção legislativa tem sido intensa, como autor e relator de projetos importantes votados pela Casa, tendo também mantido posição de alinhamento do Palácio do Planalto, como o principal fiador da presença do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, no Ministério da Previdência. Se foi bem nas atividades parlamentares e nas relações em Brasília, o senador pedetista perdeu muita força política com o fraco desempenho do seu partido nas eleições municipais. Em meio às especulações sobre o seu futuro político, o senador Werverton Rocha evitou declarar com clareza se tentará a reeleição ou disputará o Governo do Estado. Mais recentemente, ele sinalizou, sem muita precisão, que tentará a reeleição, ciente que o fará provavelmente disputando com disputando a colega Eliziane Gama, o governador Carlos Brandão e o ministro André Fufuca. Nas conversas reservadas, ele e seus aliados garantem que o projeto de renovar o mandato tem o aval do presidente Lula e da cúpula do PT.

Os senadores Eliziane Gama e Weverton Rocha fecham 2024, portanto, se preparando para a contagem regressiva para as eleições gerais de 2026, que definirão os seus futuros na seara políticas. Já a senadora Ana Paula Lobato deverá continuar se aprofundando nas atividades senatoriais sem se preocupar com as urnas, uma vez que essa preocupação só desembarcará no seu gabinete em 2029, ano preparatório para o embate de 2030.

PONTO & CONTRAPONTO

Eliziane e Weverton dizem ter o apoio de Lula. E se Brandão e Fufuca forem candidatos?

Lula da Silva: dificuldade para apoiar candidatos ao Senado nas eleições de 2026

Quando o assunto são as eleições de 2026, os senadores Eliziane Gama e Weverton Rocha, candidatos à reeleição, têm pelo menos um, ponto em comum: ambos passam em frente a afirmação de que têm o apoio do presidente Lula da Silva. Ela por todo o apoio que vem dando ao Governo e ele pela mesma razão, acrescentando que cultiva boa relação com o presidente Lula da Silva.

Uma avaliação mais aberta da corrida ao Senado desbota um pouco o senário mostrado pelos dois senadores. Primeiro porque se o governador Carlos Brandão for candidato a senador, como está no roteiro original, é quase certo que terá o apoio do presidente Lula da Silva. O governador e o presidente cultivam boas relações institucionais, políticas e pessoais, não havendo como ambos seguirem rumos diferentes.

Ao mesmo tempo, se a candidatura do deputado federal e atual ministro do Esporte André Fufuca (PP) ao Senado for confirmada, dificilmente o presidente Lula deixará de apoiá-la. Além de ministro do Esporte bem avaliado, André Fufuca é um dos garantidores do apoio do PP ao Governo. Corre nos bastidores que o presidente Lula da Silva simpatiza com seu projeto senatorial.

O que fica claro é que dificilmente o presidente da República declarará apoio às quatro candidaturas. Resta esperar para saber a quem ele apoiará.

Não há dúvida: a União é a responsável pelo desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek

A responsabilidade é da União, que não cuidou da manutenção de uma ponte de 60 anos

Algumas vozes estão tentando colocar o desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek, na fronteira do Maranhão com o Tocantins, em Estreito, na conta do governador Carlos Brandão (PSB), pegando como gancho o desabafo de familiares dos mortos na tragédia, que têm todo o direito de externar sua indignação com o que aconteceu e cobrar punição para os responsáveis. E não há dúvidas de que o grande responsável por tudo é o poder público federal.

Vale chamar a atenção para o fato de que a ponte é parte da BR-226, exatamente na divisa dos dois estados. Em todos estão cansados de saber que o Governo do Estado não pode se envolver com obra do Governo Federal, que não delega essa prerrogativa. Assim, se a Ponte Juscelino Kubitschek estava fatigada e desgastada, com risco de desabamento, a responsabilidade por isso era do DNIT, braço do Ministério dos Transportes nessa seara.

Se houvesse responsabilidade e culpabilidade estadual nesse caso, elas, primeiro, deveriam ser igualmente divididas entre Maranhão e Tocantins, que eram beneficiários, cada um com metade da estrutura viária que desabou e matou, tudo indica, 16 pessoas por conta da irresponsabilidade do poder público federal.

Antes de apontar o dedo para os governos estaduais, o governo federal tem de explicar, detalhadamente, porque uma ponte de concreto de 533 metros, ou seja, meio quilômetro, de mais de 60 anos, não estava sendo vistoriada e reparada com a necessária frequência.

Parte da culpa federal pela tragédia está no fato de que o Governo da União não aceita compartilhar responsabilidades nesse campo. O Governo do Estado, por exemplo, não pode assumir uma obra federal. A fiscalização e a manutenção de obras rodoviárias federais ficam a cargo do DNIT, não podendo os governos estaduais e municipais sequer dar pitacos no que está feito.

Durante seus governos, Roseana Sarney (MDB), Flávio Dino (PSB) e o próprio Carlos Brandão tentaram compartilhar responsabilidades por obras federais.  A União bancaria e o Estado realizaria, com o acompanhamento do DNIT. Mas suas propostas foram rechaçadas com o velho “cada um na sua”.

Se a União permitisse o compartilhamento, provavelmente a realidade seria outra. Mas como isso não existe, o caminho mais fácil é apontar o dedo para quem estás mais próximo, no caso os Governos do Maranhão e do Tocantins, num justiçamento capenga. Até porque, o que cabe aos governos estaduais nesse caso está sendo feto: o apoio às buscas.

São Luís, 26 de Dezembro de 2024.