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Protagonismo: Iracema turbina Orleans, fragiliza base partidária de Braide e anuncia apoio a Weverton

Iracema Vale reforça Orleans Brandão, lança
Weverton Rocha e mina base de Eduardo Braide

Na sequência de uma semana em que o vice-governador Felipe Camarão (PT) esteve no epicentro do tabuleiro político estadual na condição de governador interino e mantendo a condição de pré-candidato assumido ao Palácio dos Leões, o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), voltou à cena com força. E o fez embalado pela presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), em dois eventos: uma entrevista ao programa Abrindo o Verbo, da Rádio Mirante News, na sexta-feira (08), e num evento político em Urbano Santos, ontem, que contou com a presença do deputado federal Aluízio Mendes, presidente estadual do Republicanos. Ali, as manifestações de Iracema Vale e de Aluízio Mendes tiveram efeito triplo: ambos turbinaram o projeto de Orleans Brandão e fragilizaram a base partidária do prefeito Eduardo Braide (PSD), e ela assanhou fortemente a corrida ao Senado ao declarar apoio à candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) à reeleição.

No programa radiofônico, a presidente da Assembleia Legislativa surpreendeu ao deixar a cautela de lado e abrir o jogo declarando sobre sua posição nessa fase prévia da corrida sucessório. Ele declarou que, entre o vice-governador Felipe Camarão e o secretário Orleans Brandão, ela prefere apoiar o sobrinho do governador Carlos Brandão (PSB), justificando a escolha com o farto de ser ele um homem jovem, resoluto, que sabe resolver problemas e “conhece o estado “como a palma da mão”. Equilibrou a declaração de apoio a Orleans Brandão informando que o seu candidato será o que o governador Carlos Brandão escolher. Suas declarações repercutiram fortemente no meio político e fora dele.

Iracema Vale alargou o seu protagonismo na seara sucessória ontem, num palanque em Urbano Santos, sua principal base política. Tendo ao lado o secretário Orleans Brandão, ela o apontou como sua escolha para concorrer à sucessão do governador Carlos Brandão, destacando suas habilidades e reafirmando seu apoio ao seu projeto de candidatura. “Nós precisamos dar continuidade às obras do governador Carlos Brandão”, declarou, apontando o secretário de Assuntos Municipalistas como sua indicação para a tarefa.

No mesmo discurso, ele soltou a bomba segundo a qual o primeiro dos dois candidatos do grupo brandonista ao Senado será o senador Weverton Rocha, que busca a reeleição. Essa declaração impactou fortemente a corrida senatorial, à medida que para a segunda vaga o grupo pode apoiar o ministro do Esporte André Fufuca (PP), a senadora Eliziane Gama (PSD) ou o governador Carlos Brandão, se ele decidir deixar o Governo em abril do ano que vem para ser candidato.   

O ato comandado em Urbano Santos por Iracema Vale ganhou uma dimensão política muito maior quando o deputado federal Aluízio Mendes, que comanda o Republicanos no Maranhão e até então alinhado ao projeto de candidatura do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), surpreendeu meio mundo declarar apoio ao projeto político defendido por Iracema Vale e se alinhar ao governador Carlos Brandão, deixando claro sua posição favorável ao projeto de candidatura do secretário Orleans Brandão. “Não estou aqui declarando apoio a você, mas estou pronto para apoiar o projeto do governador Carlos Brandão”, declarou, fazendo a presidente da Assembleia Legislativa a pular de pular de alegria no palanque.

Os movimentos que comandou em quatro dias arremessaram a presidente da Assembleia Legislativa para o epicentro da guerra sucessória, com a vantagem de ter, não apenas embalado o projeto de candidatura de Orleans Brandão, como o de ter contribuído fortemente para reduzir o lastro partidário do prefeito Eduardo Braide, até aqui líder isolado da corrida ao Palácio dos Leões, segundo todas as pesquisas sobre o assunto divulgadas até aqui.

O que chama a atenção nos movimentos da deputada-presidente Iracema Vale não é somente o seu posicionamento alinhado ao governador Carlos Brandão e a sua opção pela pré-candidatura do secretário Orleans Brandão. O que surpreende é a garra com que ela defende o que prega, fazendo da sua escolha uma bandeiram e usando todos os recursos, a começar pelo discurso contundente, para atrair apoiadores. O seu ânimo é o de quem está em pena campanha.

PONTO & CONTRAPONTO

Econométrica: Brandão e Weverton lideram para o Senado; Roseana entra na briga se governador sair

Carlos Brandão lidera, Weverton é segundo;
Roseana Sarney entrará se governador sair

Em meio a diferentes movimentos voltados para as eleições do ano que vem, o instituto Econométrica divulgou ontem pesquisa que aponta o governador Carlos Brandão (PSB) como líder na corrida ao Senado, com 38,5% das intenções de voto, seguido do senador Werverton Rocha (PDT) com 33,6%, tendo na sequência o ex-senador Roberto Rocha (sem partido) com 23,4%, a senadora Eliziane Gama (PSD) com 22,1%, o ministro André Fufuca (PP) com 17,3% e o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União) com 11,6%. Nesse quadro, nulos e indecisos somaram 18,9%.

Difícil imaginar que com esse cacife para o Senado o governador Carlos Brandão esteja mesmo decidido a permanecer no Governo até o fim do seu mandato para tentar eleger o seu sucessor. Nessa hipótese, se se a tentativa for bem-sucedida, ele permanecerá no cenário político como líder informal do Governo. Mas se não eleger o seu sucessor, irá para casa a partir de janeiro de 2027, sem nada, para aguardar 2030.

Caso o governador Carlos Brandão decida permanecer no Governo e a deputada federal Roseana Sarney (MDB) resolva entrar na briga senatorial, a Econométrica encontrou o seguinte cenário: Weverton Rocha passa a liderar com 34,9%, seguido de Roseana Sarney com 29,1%, seguida de Roberto Rocha com 24,7%, Eliziane Gama com 24,1%, André Fufuca 17,7% e Pedro Lucas com 11,8% completam a lista. Nesse caso, nulos e indecisos somaram 10,4%.

Nesse caso, chama a atenção que a deputada federal tenha chance de voltar ao Senado, onde esteve de 2003 a 2009, quando derrubou na Justiça o governador Jackson Lago (PDT) e voltou ao comando do Governo, onde permaneceu até dezembro de 2014, para retornar às urnas em 2022, quando se elegeu deputada federal com votação tímida para o seu povo político.

Em Tempo: A pesquisa Econométrica ouviu 1.321 eleitores em 52 municípios entre os dias 26 e 30 de maio de 2025, tem margem de erro é de 2,7 pontos percentuais, para mais ou para menos, com índice de confiabilidade de 95%.

Camarão reafirma sua pré-candidatura aos Leões mesmo que o governador permaneça no cargo

Felipe Camarão:

“Se ele (Carlos Brandão), por acaso, decidir permanecer no cargo e apoiar uma outra pessoa, a nossa candidatura permanece de pé”. Com essa declaração, feita em Pedreiras durante reunião com jovens petistas, na série “Diálogos com o PT”, o vice-governador Felipe Camarão (PT), segunda-feira (10).

Antes de pronunciar essa conclusão, que muitos viram como um recado ao Palácio dos Leões, Felipe Camarão reafirmou o seu projeto inicial, que é ser candidato numa chapa que tenha Carlos Brandão como candidato ao Senado.

O vice-governador decidiu reafirmar o seu projeto de candidatura depois que esteve em Brasília, na semana passada, onde se reuniu com a cúpula do PT, que confirmou o apoio do presidente Lula da Silva (PT) à sua pré-candidatura ao Governo do Maranhão.

São Luís, 11 de Junho de 2025.

Roberto Costa mostra visão política ao defender a dignidade dos pobres e rebater injustiça contra Peritoró

Roberto Costa: visão política madura

O prefeito de Bacabal, Roberto Costa (MDB), protagonizou nos últimos dias dois momentos que dão a medida da sua maturidade política. Um deles foi a defesa que fez da dignidade das pessoas de baixa renda, que na sua concepção têm plenos direitos à atenção e ao apoio do poder público. O outro foi a contundente defesa que fez de Peritoró, que apareceu numa lista das piores cidades do Brasil para se viver. Posições aparentemente sem maior importância, exatamente por fazerem parte do discurso político fácil, mas que como manifestação de Roberto Costa ganham um significado diferente, por ser ele um político da nova geração, situado ao centro, e que tem sobre os ombros a enorme e desafiadora responsabilidade de não errar e de não cair na mesmice dos aventureiros da política.

No primeiro episódio, falando como prefeito de Bacabal, fez uma veemente defesa das pessoas de baixa renda, e das que nem renda têm, criticando duramente as posturas políticas que tratam os direitos dos menos favorecidos como favores políticos. E surpreendeu recorrendo a um exemplo ilustrativo que traduz de maneira mais ostensiva essa distorção: o caixão de defunto, um pedido rotineiro na esmagadora maioria dos municípios e denunciador da fragilidade social e econômica dessa população. 

– Eu não quero mais que alguém que necessite de um caixão tenha que ligar para mim 2 horas da manhã. Vou ligar para o prefeito para arrumar um caixão porque morreu uma pessoa que não tem condições de comprar – assinalou o prefeito, que classificou tal situação como um “ciclo de humilhação” enfrentado por pessoas que se encontram em tal situação. Para ele, o tal ciclo leva o necessitado a “ligar para o vereador, ligar para o deputado”, quando na verdade se trata de um direito do cidadão e de uma obrigação do poder público. No seu entendimento, o cidadão tem direito à atenção do poder público em qualquer circunstância.

No segundo episódio, agora na condição de presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), Roberto Costa reagiu divulgando uma nota em que repudia com veemência o que definiu como “equivocada e infeliz” informação divulgada pelo Instituto Imazon apontando Peritoró como uma das três cidades com pior qualidade de vida do país. Na sua nota, o presidente da Famem justificou a reação dura afirmando que Peritoró encontra-se fora dos parâmetros da pesquisa, como o elevado índice de violência contra indígenas, quando aquele município não é território indígena.

Na nota, o presidente da Famem denuncia que as informações do Instituto Imazon “carecem de fundamentação” e “não refletem a realidade social, econômica e administrativa de Peritoró”. E exige retratação e manifesta total apoio à Prefeitura de Peritoró, defendendo a ideia de levar o Instituto às barras da Justiça.

As duas manifestações expressam a visão política prefeito de Bacabal e presidente da Famem. E confirmam Roberto Costa como um político diferenciado, produto de uma trajetória forjada no confronto com a realidade social e econômica do estado e cujo enfrentamento foi iniciado há mais de três décadas no movimento estudantil e que evoluiu ao longo de três mandatos e meio de deputado estadual. Ao contrário do que muitos possam imaginar, Roberto Costa tem toda sua carreira política lastreada por pautas de denso conteúdo social.

Referência de uma corrente política cujo discurso privilegia primeiro a conversa e o entendimento – daí o prestígio que conquistou ao longo de três mandatos e meio na Assembleia Legislativa -, Roberto Costa vai para o enfrentamento duro quando a situação exige. Como político de centro bem definido, já esteve em confronto tanto com a direita como com a esquerda. A defesa da dignidade da população excluída do bolo econômico e a reação ao petardo estatístico que atingiu Peritoró na pesquisa Imazon mostram que o emedebista está nos postos certos.

PONTO & CONTRAPONTO

Iracema reforça tendência de Brandão permanecer no cargo ao revelar preferência por Orleans

Iracema Vale: declarações fortes

“Tem quem prefira o vice-governador, eu prefiro o Orleans Brandão, mas é uma preferência minha. É um homem jovem, municipalista, conhece tudo sobre o Maranhão e traz solução para qualquer problema”. Poucas declarações sobre a corrida sucessória, que ainda está na sua fase embrionária, repercutiram tão intensamente nos últimos dias quanto essa, dada pela presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), em entrevista no programa Abrindo o Verbo, da Rádio Mirante News, na última sexta-feira (06).

Política experiente, que não dá ponto sem nó, exatamente porque sabe o peso de uma declaração desse quilate, em especial quando avalia o perfil do secretário de Assuntos Municipalistas como “um homem jovem, municipalista, conhece tudo sobre o Maranhão e traz solução para qualquer problema”.

Ao manifestar sua preferência pelo secretário de Assuntos Municipalistas, a chefe do Poder Legislativo não só abriu o jogo em relação a si própria, o que já constitui um fato político relevante, como reforçou fortemente a possibilidade de que o governador Carlos Brandão (PSB) cumpra seu mandato até o final, abrindo mão do Senado para apoiar Orleans Brandão como candidato à sua sucessão.

Iracema Vale foi enfática afirmando que “essa é a minha preferência”, mas ao mesmo tempo lembrando tratar-se de uma posição pessoal e que, por ser linha de frente na base liderada pelo governador Carlos Brandão, considera que o debate sucessório está muito antecipado, o que não a impediu de abrir uma janela para outras alternativas: “Eu sou aliada de primeira hora do governador Carlos Brandão. O candidato que o governador Carlos Brandão apoiar, esse será o meu candidato”.

O dado diferenciado é que nesse contexto de incertezas a presidente da Assembleia Legislativa pode vir a ser a solução para um eventual impasse.

Defasada em um mês, pesquisa confirma liderança de Braide

Eduardo Braide lidera com Lahesio Bonfim,
Felipe Camarão e Orleans Brandão na sequência

Mesmo divulgada com defasagem de um mês, período em que a corrida sucessória avançou expressivamente, a pesquisa do instituto VOX chega ao público como um registro desgastado da corrida eleitoral. Isso porque nesse período o prefeito Eduardo Braide (PSD) intensificou o seu programa de obras e iniciou os preparativos para o São João; o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo) permanece diuturnamente em campanha aberta. No mesmo cenário, o vice-governador Felipe Camarão (PT) ganhou fôlego está saindo do caso do print explosivo, e o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), se movimentou fortemente como candidato a candidato.

Nos dias 3 e 7 de maio – mais de um mês atrás, portanto, Eduardo Braide recebeu 29,29% das intenções de voto, seguido de Lahesio Bonfim, que aparece com 22,09%, tendo Felipe Camarão na terceira posição com 13,04%, e Orleans Brandão com 6,98%. Naquele momento os indecisos somaram 27,70%.

Só divulgado ontem, no blog do jornalista Jorge Aragão, o levantamento do VOX repete a sequência de outras investigações, com o quarteto Braide/Bonfim/Camarão/Brandão na mesma escalação, com o prefeito de São Luís um pouco mais tímido e o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes se manteve no mesmo patamar. No bloco seguinte, Felipe Camarão colocando mais de seis pontos sobre Orleans Brandão, que aparece na quarta colocação.

E uma situação já registrada pela Coluna em relação a outras pesquisas: a não inclusão do ex-senador Roberto Rocha (sem partido), pré-candidato assumido e em ação na lista dos candidatáveis

Em Tempo: a pesquisa VOX ouviu 874 eleitores em 27 municípios de todas as regiões do Maranhão entre os dias 03 e 07 de maio, e a margem de erro da pesquisa é de 4,7%.

São Luís, 10 de Junho de 2025.

Camarão cumpre intensa agenda administrativa e fez fortes movimentos políticos na interinidade

Foto 1: Felipe Camarão vistoria a obra de extensão da Avenida Litorânea; foto 2: governador em exercício recebe a cúpula do PL no Palácio dos Leões

Quem apostou na inibição política do vice-governador Felipe Camarão (PT) por conta das agruras que ele enfrentou em tempos recentes, perdeu. Na última semana, na condição de governador em exercício, ele deu uma guinada arrojada na sua trajetória, não só cumprindo uma agenda de trabalho intensa como chefe interino da máquina pública estadual, como também deu passos políticos importantes para consolidar o seu projeto de candidatura ao Governo do Estado nas eleições do ano que vem. Essa movimentação se deu em meio aos duros embates entre dinistas, seus aliados, e brandonistas, que são aliados do governador Carlos Brandão (PSB) e simpáticos à pré-candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB). E a impressão geral é a de que, independente de qual venha ser o desfecho da crise com o governador Carlos Brandão, o vice-governador Felipe Camarão será candidato a governador de qualquer maneira.

Felipe Camarão cumpriu a interinidade com inteligência política. Como governador em exercício, despachou com secretários, sancionou leis – como a de autoria da deputada Ana do Gás (PCdoB) em defesa das mulheres -, inspecionou obras, entre elas o canteiro da extensão da Avenida Litorânea -, fez visitas ao interior, que incluiu participação na festa de aniversário de Açailândia, onde inaugurou e inspecionou obras do Governo do Estado –, e participou de almoço que lhe foi oferecido pela Fecomércio, com a presença de líderes empresariais, especialmente os ligados ao comércio.

No campo político, Felipe Camarão foi igualmente ativo. Começou a semana participando de um almoço com a bancada dinista na Assembleia Legislativa, organizado pelo líder desse grupo, o deputado Carlos Lula (ainda no PSB). No dia seguinte, recebeu no Palácio dos Leões o comando estadual do PL, liderado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho – que representa quatro deputados federais, seis deputados estaduais, cerca de 40 prefeitos e uma penca graúda de vereadores -, grupo esse que está praticamente rompido com o governador Carlos Brandão. A visita de Josimar de Maranhãozinho repercutiu no campo político porque, mesmo enfrentando problemas sérios na Justiça, o chefe do PL e seu grupo têm força política e eleitoral capaz de desequilibrar uma eleição majoritária no Maranhão.

Numa verdadeira maratona, Felipe Camarão foi à Brasília, onde cumpriu uma pauta administrativa, reunindo-se com ministros – como Alexandre Padilha (Saúde), com quem acertou a liberação de ambulâncias para o Samu em vários municípios –, e na seara política, tendo conversado com a cúpula nacional do PT, à qual reafirmou o seu projeto de candidatura à sucessão estadual. Pelo que circulou nos bastidores, o governador em exercício recebeu mais uma vez o aval do comando petista, expressado pela ministra da Articulação Institucional e presidente nacional da agremiação Gleice Hoffmann.

Ao longo da semana e na condição de governador em exercício, Felipe Camarão reafirmou, em pelo menos duas entrevistas, que é pré-candidato à sucessão do governador Carlos Brandão. E quando perguntado sobre a possibilidade, cada vez mais concreta, de o governador permanecer no Governo e apoiar a candidatura do secretário Orleans Brandão, o governador em exercício respondeu que ainda acredita numa composição tendo o governador Carlos Brandão como candidato ao Senado, deixando claro, porém, que se isso não for possível, ele será candidato ao Palácio dos Leões de qualquer maneira, independentemente da situação política do momento. Mas alertou que ainda há tempo para que a aliança seja recomposta.

Felipe Camarão sabe que, mesmo levando em conta as surpresas que a política costuma produzir, dificilmente será candidato ao Palácio dos Leões numa aliança com o governador Carlos Brandão. Essa certeza domina hoje os bastidores políticos, onde a informação corrente é a de que o governador Carlos Brandão estaria decidido a permanecer no cargo e cumprir seu mandato até o final, para apoiar a provável candidatura de Orleans Brandão.

E pelo que ficou evidenciado nos últimos dias, o vice-governador vai intensificar a sua pauta política.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão cumpriu agenda com bons resultados na França e na Suécia

Foto 1: Carlos Brandão com Lula da Silva; foto 2: Carlos
Brandão, Jyoti Hosagrahar e Larissa Brandão na Unesco

O governador Carlos Brandão (PSB) encerrou sábado, em Paris, o que pode ter sido a sua mais produtiva viagem ao exterior ao longo dos seus três anos de governo. Tratada com certo desdém por alguns adversários, a incursão por França e Suécia produziu resultados que fortalecem a cultura popular, a riqueza natural e a economia do Maranhão.

Em Paris, o governador Carlos Brandão iniciou sua agenda na terça-feira, quando desembarcou na sede mundial da Unesco, onde se reuniu com a diretora-adjunta do Centro do Patrimônio da Unesco, Jyoti Hosagrahar, a quem formalizou o convite para que a instituição cultural da ONU participe, no dia 26 deste mês, em Barreirinhas, da cerimônia comemorativa do título de Patrimônio Natural da Humanidade aos Lençóis Maranhenses, e no dia 27, em São Luís, do ato em que será entregue o título de Patrimônio Cultural da Humanidade ao Bumba Meu Boi. Esses títulos se somam ao de Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade concedido a São Luís em dezembro de 1997.

Horas depois de deixar a Unesco, o governador maranhense se reuniu com a cúpula da Axens, que atua no refino de petróleo, no setor petroquímico e na exploração e distribuição de gás natural. Durante a reunião, o governador reforçou as tratativas para a implantação de uma refinaria modular com capacidade para produzir 50 mil barris de combustível a cada dia, na Zona de Processamento e Exportação (ZPE), em Bacabeira. Trata-se de um investimento aproximado de R$ 1,5 bilhão que deve gerar mais de 300 empregos. O governador Carlos Brandão e o executivo-chefe da Axens, Romain Roux confirmaram que o processo de implantação está na fase de elaboração de projeto.

Na quarta-feira, o governador iniciou sua agenda na França com uma reunião com representantes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes e do setor de frigoríficos e de empresas exportadoras de bovinos vivos, que foram a Paris participar da certificação do Brasil como país livre da aftosa sem vacinação.

Carlos Brandão desembarcou quinta-feira na Suécia, e se reuniu, em Estocolmo, com o comando executivo da Stegra, para reforçar o projeto de implantação de um complexo industrial de hidrogênio verde e HBI (ferro briquetado a quente). Na sede da empresa, Carlos Brandão reforçou o interesse do Maranhão no projeto, ouvindo do gerente de Projetos de Crescimento Global e Unidade de Negócios de Hidrogênio da Stegra, Christoffer Routledge, que os estudos de viabilidade estão avançados e preveem investimentos de U$ 3 bilhões. A unidade da Stegra deverá ser instalada na ZPE de Bacabeira e terá o Complexo do Itaqui como base para exportação.

O ponto alto da agenda do governador Carlos Brandão na França foi a sua participação na cerimônia em que a Organização Mundial de Saúde Animal, da ONU, entregou ao presidente Lula da Silva (PT) do certificado que declara o Brasil como país livre da aftosa sem vacinação. O Maranhão, que abriga um rebanho de 10,9 milhões de cabeças de gado bovino, o segundo maior do Nordeste, já estava certificado. Mas a certificação do Brasil como um todo abre para estado uma grande janela para a exportação de carne bovina, reforçando expressivamente a economia maranhense.

Governador em exercício sanciona lei que valoriza e protege o idoso de preconceito no trabalho

Felipe Camarão exibe Lei Valoriza 60+ entre Edwiges
Bretrand, Tatiana Costa, Kaio Saraiva e Rodrigo Lago

Os idosos do Maranhão ganharam, na sexta-feira, um suporte importante para a manutenção da sua dignidade como cidadãos, principalmente no que respeita ao seu acesso ao mercado de trabalho, onde é forte o preconceito etário. A garantia dessa conquista é a Lei nº 12.581/2025, batizada “Lei Valoriza 60+”, sancionada sexta-feira (06) pelo governador em exercício Felipe Camarão (PT). A sanção da nova lei ocorreu na presença do autor, deputado Rodrigo Lago (PCdoB), da coautora, a advogada Edwiges Bertrand, presidente da Comissão Estadual de Direito da Pessoa Idosa da OAB-MA, do presidente da OAB-MA, Kaio Saraiva, e da vice-presidente, Tatiana Costa.

A Lei Valoriza 60+ é um oportuno instrumento para incentivar a participação ativa de pessoas idosas no mercado de trabalho, combatendo o preconceito etário e promovendo a sua inclusão social e econômica, visando a garantia de direitos fundamentais, como o direito à dignidade, à autonomia, à proteção contra abusos e discriminação à pessoa idosa.

“Para nós é motivo de grande alegria, ver a concretização dessa proposta que visa melhorar a sociedade. Agradeço e parabenizo o deputado Rodrigo Lago, a Comissão Estadual de Direito da Pessoa Idosa da Ordem dos Advogados do Brasil – MA e a OAB-MA, por essa inciativa tão louvável”, destacou o governador em exercício Felipe Camarão.

“A pretensão é garantir a inclusão de pessoas idosas no mercado de trabalho, incentivar o empreendedorismo para esse público cada vez mais presente e já que a expectativa de vida está aumentando, nós precisamos garantir que essas pessoas estejam inseridas no mercado de trabalho, declarou o deputado Rodrigo Lago. Enquanto a advogada Edwiges Bertrand foi direto ao ponto, para justificar a iniciativa: “Envelhecer não é um sinônimo de exclusão”.

É isso aí. São Luís, 08 de Junho de 2025.

Bancada de apoio ao Governo ganha mais força na Assembleia e reduz a banda silenciosa

Glaubert Cutrim e Catulé Júnior na defesa
do Governo no parlamento estadual

Dois fatos chamaram a atenção na sessão de ontem da Assembleia Legislativa, que nos últimos meses foi transformada em espaço de confrontos entre as bancadas dinista e brandonista, ampliando, a cada dia, o racha na base governista. O primeiro foi a linha de defesa do governador Carlos Brandão (PSB) formada por deputados alinhados com o Palácio dos Leões em defesa do Governo. E o segundo: mais parlamentares entraram nos embates em favor do Governo como um todo e do governador em particular, pressionando a bancada dinista e reduzindo à condição de minoritária a “maioria silenciosa” que só assistia aos embates entre oposição e situação, preferindo se manter fora do confronto. Os deputados governistas também destacaram a parceria do governador Carlos Brandão com o presidente Lula da Silva (PT), que tem produzido bons resultados. Agora, o Palácio dos Leões já conta com os deputados Glaubert Cutrim (PDT) e Catulé Júnior (PP), que vinham se mantendo discretos, mas resolveram assumir a posição de governistas.

O embate de ontem começou com a viagem do governador Carlos Brandão à Europa, com escalas na França e na Suécia. Hoje, por exemplo, o governador participa, em Paris, da cerimônia oficial na qual a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconhecerá o Brasil como País Livre de Febre Aftosa sem Vacinação. Na Suécia, Carlos Brandão se reuniu com executivos da área de energia e biocombustíveis em busca de investimentos para o estado. No seu discurso no dia anterior, o deputado Othelino Neto (SD) desdenhou da viagem, insinuando que o chefe do Executivo estaria passeando. Ontem, cinco deputados governistas, entre eles Glaubert Cutrim e Catulé Júnior, se sucederam na tribuna para defender o governador, mostrando a importância da agenda, tanto na França quanto na Suécia.  

Com a autoridade de quem foi secretário de Turismo no Governo Flávio Dino, o deputado Catulé Júnior fez uma densa defesa da ida do governador Carlos Brandão à França, destacando a agenda na Unesco, relacionada com a elevação dos Lençóis Maranhenses à condição de Patrimônio Natural da Humanidade, títulos que avaliou como de extrema importância para o turismo no Maranhão E avançou destacando a produtiva parceria firmada pelo governador Carlos Brandão com o presidente Lula da Silva. “Nunca na história do Maranhão nós assistimos uma parceria entre o Governo Federal e o Governo Estadual tão frutífera”, assinalou o parlamentar caxiense.

Os deputados Glaubert Cutrim (PDT), Osmar Filho (PDT), Ricardo Arruda (MDB) e o líder governista Neto Evangelista (União) se revezaram defendendo a agenda do governador na Europa, mostrando o programa de obras do Governo em todo o estado, incluindo as muitas obras frutos de parcerias com o Governo Federal, a começar pela extensão da Avenida Litorânea, que tem sido mostrada como o melhor exemplo do entendimento do governador com o presidente da República. O bombardeio governista fez com que a bancada dinista tomasse uma posição mais discreta, preferindo não dar combate às falas governistas.

O destaque de ontem foi que a bancada governista tomou a iniciativa do debate, não aguardando as provocações da oposição para se manifestar. Numa atuação articulada, Glaubert Cutrim, Catulé Júnior, Osmar Filho, Ricardo Arruda e Neto Evangelista levaram ao plenário ações diversas do Governo, que foram alvos de estocadas oposicionistas em sessões anteriores. A ação da “frente” alinhada ao Palácio dos Leões sinalizou com clareza que o Governo está decidido a rebater, com artilharias pesada, todo e qualquer ataque da “bancada” dinista, que via de regra atua em bloco.

Com a nova postura e com um contingente maior de deputados aliados, o Palácio dos Leões restringe o espaço de a atuação da bancada dinista, que por sua vez tem dito que se manterá no que chama de “posição crítica” ao Governo Brandão.

PONTO & CONTRAPONTO

Felipe Camarão cumpre agenda administrativa e política em Brasília

Alexandre Padilha e Felipe Camarão

O governador em exercício Felipe Camarão cumpriu ontem agenda em Brasília, que teve dois momentos, um institucional, que começou com uma visita de trabalho ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o outro político, quando conversou com a cúpula do PT, com a qual tratou da sua pré-candidatura ao Governo do Estado.

 Com o ministro da Saúde, o governador em exercício acertou que o Maranhão vai receber mais 18 ambulâncias, para reforçar o trabalho do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em 13 municípios. Com essa entrega, o estado totaliza 67 novas ambulâncias do Governo Federal.

Na conversa com o líder do PT, Felipe Camarão defendeu o seu projeto de candidatura e recebeu o aval da presidente do partido, ministra da Articulação Institucional Gleice Hoffmann, quando ela reafirmou que a conquista do Governo do Maranhão é uma das prioridades do PT no roteiro das sucessões estaduais.

Nas conversas, Felipe Camarão confirmou sua disposição de encontrar o caminho da conciliação com o governador Carlos Brandão, defendendo como ideal sua candidatura ao Governo numa chapa em que o atual governador seja candidato ao Senado.

Yglésio Moises comete injustiça ao atacar o vereador André Campos

Yglésio Moises e André Campos

O deputado Yglésio Moises (PRTB) cometeu ao mesmo tempo um erro de avaliação e uma injustiça ao apontar o vereador André Campos (PP) como “puxa-saco”, por haver ele permitido a colocação de um balão com a esfinge do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão num dos balões que enfeitam um arraial por ele organizado num bairro de São Luís. O ataque do deputado ao vereador se deu na defesa que Yglésio Moises fez do uso do balão, criticado pela oposição, alegando que a alegoria foi colocada num arraial organizado pelo vereador, sem participação do Governo.

Na sua ânsia de atacar a oposição e defender o secretário, o deputado do PRTB não se deu conta de que, muito embora tenha sido eleito pelo PP por uma circunstância eleitoral, o vereador André Campos é membro-raiz do MDB, integrante da aguerrida ala jovem do partido ao qual Orleans Brandão é filiado e pelo qual poderá ser candidato ao Governo do Estado.

Político sério, que atua com civilidade, o vereador momentaneamente no PP, tem tido papel importante no grupo liderado pelo prefeito de Bacabal, Roberto Costa, dentro do MDB, sendo um dos principais incentivadores da pré-candidatura do secretário pelo partido.

Quem conhece o vereador André Campos sabe que ele é fiel e leal ao grupo político ao qual pertence, o que significa dizer que a colocação do tal balão no arraial por ele organizado pode ser visto como um gesto de apoio partidário, e não como rasgo de puxa-saquismo, como interpretou o deputado Yglésio Moises.

São Luís, 06 de Junho de 2025.

De olho na reeleição, Weverton rebate no Supremo acusação de envolvimento na fraude do INSS

Weverton Rocha tem rebatido tentativas de ligá-lo
ao escândalo dos descontos no INSS

O senador Weverton Rocha (PDT) bateu às portas do Supremo Tribunal Federal para protocolar queixa-crime contra o deputado paulista Kim Kataguiri (União), que divulgou nas redes sociais um vídeo em que liga o parlamentar maranhense ao escândalo dos descontos criminosos a aposentados do INSS. Weverton Rocha fundamenta a ação afirmando que Kim Kataguiri criou no vídeo “uma narrativa falsa, comprometedora, sensacionalista, baseada tão somente numa teia de relações e fatos sem conexão temporal ou lógica”. O imbróglio judicial reflete com exatidão a tendência inicial de que, por conta das suas relações com a cúpula do Ministério da Previdência e do INSS, que estava, e continua, sob o controle do PDT, acabaria por alcançar o senador por tabela. Não é segredo que, por conta da sua condição partidária e da sua proximidade com o presidente Lula da Silva e com o PT, o senador Weverton Rocha sempre foi visto como o principal fiador da nomeação do presidente pedetista Carlos Lupi para o Ministério da Previdência.

Além de rebater uma acusação forte, a ação contra Kim Kataguiri é reveladora de que o senador Weverton Rocha está decidido a se defender de qualquer ataque que venha a sofrer com base no escândalo que abalou fortemente o PDT e está causando estragos devastadores no prestígio do Governo do presidente Lula da Silva, como mostram os números da pesquisa Quaest divulgados nesta quarta-feira. Para o senador, que lidera a bancada do PDT no Senado e atua como um dos articuladores do Palácio do Planalto no Congresso Nacional como um todo, é crucial estar fora da malha criminosa que vinha atacando vorazmente e criminosamente os salários dos aposentados numa máquina administrada por agentes pedetistas no Sistema Previdenciário.

Na nota em que noticia a queixa-crime contra o deputado paulista – que é conhecido pela linha de ação denuncista e pelos ataques à esquerda de modo geral -, o senador Weverton Rocha demonstra clara preocupação cm a sua imagem pessoal e política. O vídeo de Kim Kataguiri somado à informação mais recente de que Antônio Carlos Camilo Antunes, mais conhecido como “Careca do INSS”, frequentou o gabinete e a residência do senador aproximaram perigosamente Weverton Rocha do escândalo, embora não haja qualquer dado concreto que possa ser apontado como prova do seu envolvimento com a rede criminosa. A relação de Weverton Rocha com a Fetaema – que aparece como doadora da sua campanha – vem desde a sua militância no movimento estudantil.

O senador Weverton Rocha precisa mostrar, de maneira cabal e definitiva, que nada tem a ver com o escândalo, a não ser o fato de que ele foi facilitado por representantes do PDT no Governo. Isso porque ele se encontra em pré-campanha pela reeleição, e um imbróglio dessa dimensão pode comprometer seriamente a sua imagem de candidato e o seu discurso de campanha num contexto em que as pesquisas o apontaram como favorito para uma das vagas. A isso se soma o desafio que enfrenta de evitar a derrocada do braço maranhense do PDT, por ele liderado e que vem perdendo espaço a cada eleição.

Um dos mais importantes líderes políticos da sua geração e herdeiro da estrutura partidária por Jackson Lago, que o via como seu sucessor, Weverton Rocha vem construindo uma carreira como um militante de peso e um articulador inteligente, que o levaram à Câmara Federal (2014) e ao Senado (2018), com uma tentativa frustrada de chegar ao Palácio dos Leões (2022). O seu projeto de reeleição, que vinha se mostrando sólido e viável, está sendo colocado sob risco, num processo que pode ser estancado ou agravado, dependendo dos desdobramentos.

O senador Weverton Rocha tem o seu futuro nas próprias mãos, e com a vantagem de que tem crédito numa larga fatia do eleitorado.

PONTO & CONTRAPONTO

Iracema tem argumento para se dizer tranquila quanto ao julgamento do Supremo sobre sua reeleição

Iracema Vale se declara tranquila quanto ao julgamento da ADIN pelo Supremo

“Estou absolutamente tranquila e talvez essa minha tranquilidade incomode muitos. Mas eu realmente estou em paz e tendo a certeza e a confiança de que a justiça vai ser feita não comigo, mas com a Assembleia Legislativa, com a sua autonomia, principalmente em fazer o seu Regimento Interno, que é absolutamente dentro da lei”.

Foi assim que a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB) definiu o seu estado de ânimo em relação à inesperada, e para muitos sem qualquer sentido, decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, de interromper o julgamento da ADIN do Solidariedade questionando o critério de desempate pela maioridade em eleição para presidente ao Poder Legislativo, para o plenário físico, mesmo com oito dos 11 ministros já tendo votado a favor da legalidade do pleito e da constitucionalidade do critério.

A presidente da Assembleia Legislativa tem razões de sobra para manifestar esse estado de ânimo. E a principal delas é que o placar não foi “zerado” como andaram divulgando. Isso porque um ministro do Supremo não tem esse poder. Ele pode, sim, levar processo para o plenário presencial, provocar um debate, que pode até resultar na revisão de voto de um ou outro ministro. Mas a tradição na Corte Suprema é que são raríssimas as revisões de voto. E no caso, em que já está demonstrado que a eleição na Assembleia Legislativa foi o que os especialistas chamam de “ato jurídico perfeito”, a tendência é a de que os oito ministros, entre eles Flávio Dino, mantenham seus votos.

A tranquilidade da presidente da Assembleia Legislativa está principalmente no fato de que até aqui nenhum ministro, a começar pelos oitos que já votaram, fez qualquer questionamento a respeito do critério da maioridade, reconhecendo nele total legalidade, principalmente pelo fato de que a escolha do critério é uma prerrogativa exclusiva do Poder Legislativo, estadual ou federal, desde que não seja incompatível com a Constituição da República. O critério de desempate por maioridade está previsto na Constituição da República. E a conversa termina aí.

Estudioso do assunto, o deputado federal Rubens Jr. (PT) não tem dúvida: nada vai mudar na Assembleia Legislativa nesse quesito.

Felipe Camarão visita obras na Litorânea, destaca apoio de Lula e parabeniza equipe pelo andamento

Felipe Camarão visita Litorânea acompanhado de Francisco Nagib, Júlio Mendonça
e Ricardo Rios e ciceroneado por Aparício Bandeira, que recebeu elogios

Não fosse por detalhe – a presença de deputados hoje na oposição ao Governo e nenhum da base governista -, a visita de trabalho que o governador em exercício Felipe Camarão (PT) fez ontem às obras de prolongamento da Avenida Litorânea, em nada indicaria que a relação do governador Carlos Brandão (PSB), que se encontra na Europa a trabalho, e o vice-governador está estremecida, quase rompida, no campo político por conta da corrida sucessória.

Tudo transcorreu em total normalidade. Felipe Camarão foi recebido e ciceroneado na obra pelo secretário de Infraestrutura Aparício Bandeira, que lhe deu todas as informações sobre o andamento dos trabalhos, prevendo que os sete novos quilômetros da Avenida Litorânea, que alcançará o Araçagi, serão inaugurados no final deste ano ou, no máximo, no início do ano que vem. Atento, Felipe Camarão ouviu tudo com a maior atenção.

Acompanhado dos deputados dinistas Júlio Mendonça (PCdoB), Ricardo Rios (PCdoB) e Francisco Nagib (PSB), do secretário Aparício Bandeira e de técnicos e operários, o governador em exercício percorreu a pé parte da obra em andamento, e em seguida postou em suas redes sociais: “Manhã de vistoria em uma das maiores obras da história do Maranhão. Três pistas de cada lado, vai ter pista de caminhada, ciclovia, estacionamento, pista exclusiva para ônibus. Uma obra que vai concluir um anel viário importante e desafogará o trânsito de bairros centrais de São Luís”.

Entusiasmado com o que viu e com as informações que lhe foram repassadas pelo secretário de Infraestrutura, o governador em exercício Felipe Camarão parabenizou o bom andamento da obra, destacando que o projeto inovador é fruto de parceria entre os Governos federal e estadual e garantiu que o presidente Lula da Silva (PT), participará da festa de inauguração. 

Em tempo: a extensão do que está sendo chamada de Nova Litorânea será de sete quilômetros, ligando a Avenida São Carlos, no bairro do Olho d’Água, em São Luís, à Avenida Atlântica, no bairro Araçagi, em São José de Ribamar, alcançando 1,4 milhão de pessoas., a um custo de R$ 300 milhões, sendo R$ 200 bancados pelo Governo Federal, no Novo PAC, e R$100 milhões pelo Governo do Estado. O projeto inclui ciclovia, 10,2 quilômetros de calçadas amplas, 3 faixas de rolamento de cada lado, sendo 1 exclusiva para ônibus. A obra também prevê estacionamento e canteiro central, entre outros benefícios na sua infraestrutura.
São Luís, 05 de Junho de 2025.

Maioria silenciosa da Assembleia Legislativa assiste de longe o confronto entre dinistas e brandonistas

A oposição formada por Carlos Lula, Othelino Neto, Rodrigo Lago, Júlio Mendonça,
Ricardo Rios, Francisco Nagib, Leandro Bello e Wellington do Curso (Independente)
vem sendo rebatida pelos governistas Neto Evangelista, Ricardo Arruda, Yglésio
Moises, Antônio Pereira, Ana do Gás, Florêncio Neto, Cláudia Coutinho, Davi
Brandão, Viviane Silva e Adelmo Soares na Assembleia Legislativa

Os embates entre dinistas e brandonistas na Assembleia Legislativa, como o que aconteceu ontem, em que os primeiros atacaram forte, mas foram rebatidos com chumbo grosso por um batalhão de brandonistas, que contra-atacou apresentando uma série robusta de resultados do Governo Brandão, num movimento bem sincronizado.  Esses confrontos verbais se intensificaram nas últimas semanas, com os dinistas coordenados pelo deputado Carlos Lula (ainda no PSB) e estimulados pelo deputado Othelino Neto (Solidariedade) fazendo uma série de ataques ao Governo e ao governador Carlos Brandão (PSB); e os brandonistas, comandados pelo líder governista Neto Evangelista (União), rebatendo as investidas. Esse “bateu, levou” revelou uma situação além das diferenças entre dissidentes e governistas: o silêncio da maioria, que não toma partido. Ali, enquanto oito vozes dissidentes formam o batalhão que critica o Governo, entre sete e dez governistas se revezam na defesa, às vezes atuando em bloco, como ontem, sem que outros deputados entrem no embate. Cerca de 25 parlamentares permanecem distantes dos confrontos.

Na linha de ataque, além de Carlos Lula e Francisco Nagib do PSB, estão Rodrigo Lago, Júlio Mendonça e Ricardo Rios, do PCdoB, e Leandro Bello, do Podemos, que também o grupo dinista. O campo de defesa é liderado por Neto Evangelista, do União Brasil, que faz parte da base alinhada ao Palácio dos Leões, além de Antônio Pereira (PSB), Ricardo Arruda (MDB), Florêncio Neto, Davi Brandão e Adelmo Soares, do PSB governista; e um grupo disperso, sem liderança, formado por Yglésio Moises (PRTB), Mical Damasceno (PSD), Cláudia Coutinho (PDT) e Ana do Gás (PCdoB). Entre os dois grupos, o deputado Wellington do Curso (Novo) faz uma oposição meramente crítica ao Governo.

O plenário da Assembleia Legislativa é dominado por uma maioria silenciosa, que reúne deputados de diferentes grupos e orientações políticas, uns fazendo oposição pontual, como Fabiana Vilar, que comanda a bancada do PL, e outros declarando eventualmente apoio ao Governo, caso do deputado Osmar Filho (PDT). Essa maioria, na qual estão os parlamentares mais experientes – alguns nitidamente simpáticos ao Governo e outros nem tanto -, constitui um grupão que, agindo no todo ou em parte, pode formar maiorias inesperadas e tomar decisões absolutamente surpreendentes. Essas maiorias avassaladoras geralmente se formam na aprovação de projetos de interesse do Governo, mas também pode atuar em sentido contrário. 

O melhor e mais contundente exemplo dessa maioria silenciosa foi a eleição para a presidência da Casa realizada em 13 de novembro do ano passado, numa disputa entre a presidente Iracema Vale (PSB) e o deputado Othelino Neto (SD), que resultou num inesperado e espantoso empate de 21 votos a 21, quando a expectativa era a de que a presidente seria reeleita com maioria folgada de pelo menos uma dezena de votos. A presidente foi reeleita pelo critério regimental da maior idade.

O resultado da eleição presidencial, no qual a maioria silenciosa da Casa se dividiu, se deu em dois escrutínios, e o resultado foi o mesmo, mostrando que a maioria silenciosa da Assembleia Legislativa pode até se dividir em grupos rigidamente posicionados. E essa indefinição nada garante, embora a maioria formal dos 42 deputados se diga posicionada em alinhamento total com o Palácio dos Leões.

O confronto diário, e cada vez mais acirrado, como o desta terça-feira, entre dissidentes e governistas, sem que o número de deputados envolvidos permaneça o mesmo, indica que a maioria silenciosa da Assembleia Legislativa ainda não se posicionou. Alguns dos deputados dessa maioria podem até jurar alinhamento com o Governo, mas não há garantia de que esse apoio se confirmará numa situação política extrema, como a corrida prévia à sucessão entre o vice-governador Felipe Camarão (PT) e o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB). Nenhuma lista de deputados aliados e adversários de um ou de outro será rigorosamente fiel.

O confronto aberto entre dissidentes e governistas até aqui não revelou o que pensa a maioria da Assembleia Legislativa sobre essa situação. Mas em algum momento de agora por diante ela se manifestará, direta ou indiretamente.

PONTO & CONTRAPONTO

Visita de cortesia do comando do PL a Felipe Camarão foi gesto de apoio político

Felipe Camarão entre Aldir Júnior, Aluízio Santos, Fabiana Vilar, Detinha, Josimar
de Maranhãozinho e Hélio Soares

No intenso e surpreendente jogo de demonstração de força política que acontece nas duas bandas da base partidária agora dividida entre dinistas e brandonistas, o governador em exercício Felipe Camarão (PT) mostrou ontem que começa, de fato, a montar o lastro da sua pré-candidatura ao receber, no Palácio dos Leões, a visita da cúpula estadual do PL, comandada pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho.

À frente de uma das maiores forças políticas e eleitorais do Maranhão, o grupo que foi ao encontro do governador em exercício expressou sua posição no cenário estadual.

Acompanharam Josimar de Maranhãozinho a deputada federal Detinha, os deputados estaduais Fabiana Vilar – que lidera o PL na Assembleia Legislativa – e Aluízio Santos, consorte da prefeita de Chapadinha, Belezinha (PL), o líder do PL na Câmara Municipal de São Luís, vereador Almir Júnior, e o presidente estadual do PL, ex-deputado estadual Hélio Soares.

 O governador em exercício expressou clara satisfação com o encontro. “Dialogamos sobre políticas públicas e parcerias para o Maranhão, especialmente nas áreas de infraestrutura e saúde pública. Agradeço a visita”, declarou Felipe Camarão.

Num momento delicado e complicado da sua vida política e do seu projeto de candidatura à sucessão do governador Carlos Brandão (PSB), receber um gesto de apoio do comando do PL foi uma injeção de ânimo político.

E a explicação é simples: Josimar de Maranhãozinho e seu grupo representam quatro deputados federais, seis deputados estaduais, 40 prefeitos e um batalhão de vereadores espalhados nas mais diversas regiões do Maranhão.

Problemas municipais poderão ser debatidos com lastro na futura Assembleia Legislativa

Edivaldo Jr., Sebastião Madeira e Luciano Leitoa
em pré-campanha para a Assembleia Legislativa

A Assembleia Legislativa a ser eleita em 2026 poderá ter como um dos seus principais focos os problemas das grandes cidades do Maranhão. Isso porque o horizonte da disputa pelas cadeiras do parlamento estadual indica que ex-prefeitos de grandes municípios estão se preparando para brigar por elas.

Começa com o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (sem partido), que revelou na semana passada o seu projeto de ser deputado estadual, contando com prestígio da sua boa gestão de oito anos no comando da Capital.

Sebastião Madeira (PSDB), atual chefe da Casa Civil, pretende levar para a Assembleia Legislativa toda a experiência que acumulou ao comandar Imperatriz por dois mandatos, e tem na ponta da língua as respostas para os grandes problemas de uma cidade como a Princesa do Tocantins.

E Luciano Leitoa (PDT), que governou Timon também por dois mandatos consecutivos, conhece a fundo os principais problemas e sabe o que deve pleitear para o bem da cidade.

Vale acrescentar um detalhe importante: Holanda Jr., Sebastião Madeira e Luciano Leitoa foram deputados federais, sendo, portanto, conhecedores do que deve ser feito para chegar às fontes de recursos para os municípios.

São Luís, 04 de Junho de 2025.

Felipe Camarão cumpre interinidade no Governo, mas se movimenta também no campo político

Felipe Camarão e Thaynah Camarão entre Rodrigo Lago, Leandro
Bello, Júlio Mendonça, Ana Paula Lobato, Othelino Neto,
Carlos Lula, Márcio Jerry e Ricardo Rios, em encontro, ontem

Felipe Camarão está vivendo duas situações ao longo da semana em que se encontra na condição de governador interino. Primeiro cumpre rigorosamente suas obrigações institucionais como chefe do Poder Executivo em exercício, cuidando de todos os procedimentos em que a presença do governador se faz necessária, incluindo tomada de decisões administrativas e despachos com secretários de Estado. E depois, se movimenta como pré-candidato ao Governo do Estado, devendo se deslocar para Brasília, onde além de assuntos administrativos se reunirá com a cúpula nacional do PT, para reforçar o projeto de candidatura ao Palácio dos Leões. O almoço de ontem com os parlamentares dinista, organizado pelo deputado estadual Carlos Lula (ainda no PSB), foi um gesto de aliados no sentido de prestigiá-lo, mas foi também uma demonstração calculada de que o grupo está e vai continuar unido.

Institucionalmente, o Maranhão está dando uma aula de estabilidade republicana, à medida que o governador Carlos Brandão (PSB) cumpre agenda no Velho Mundo (França e Suécia), por uma semana, deixando no comando do Estado e do Governo um aliado que o seu entorno já enxerga como adversário. A julgar pelo turbulento histórico dos vice-governadores nas últimas cinco décadas,  Felipe Camarão assim como Carlos Brandão, tem sido exemplo de correção, atuando nos limites constitucionais e éticos da condição de vice-governador, sem emitir qualquer sinal de que pretenda confrontar com o chefe do poder executivo, fazendo, ao contrário, gestos de boa vontade, como a mensagem em que o saúda pela passagem do seu aniversário, desejando “felicidades e muitas bênçãos nesse novo ciclo de vida ao governador Carlos Brandão”. E completa: “Paz e bem!”

Por outro lado, o governador em exercício está ativo no plano político, no qual vive uma situação de afastamento do chefe do Executivo. O almoço na residência do deputado Carlos Lula, com a participação da senadora Ana Paula Lobato (PDT), do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) e dos deputados estaduais Othelino Neto (SD), Rodrigo Lago (PCdoB), Júlio Mendonça (PCdoB), Ricardo Rios (PCdoB) e Leandro Bello (Podemos), foi uma demonstração de que o grupo dinista, do qual faz parte, está coeso.

Segundo um dos presentes, na conversa informal durante o encontro, Felipe Camarão reafirmou o seu projeto de candidatura, de preferência numa chapa tendo o governador Carlos Brandão como candidato ao Senado e com um vice de consenso, e na impossibilidade de adoção desse formato, sairá candidato numa outra composição. Tanto que nas próximas horas desembarcará em Brasília, onde se reunirá com a cúpula do PT para reforçar o projeto e definir os próximos passos, mas sem a intensão de “passar o carro na frente dos bois”. Uma das suas reuniões será com a ministra da Articulação, Gleice Hoffman, que também preside o partido, e que, até onde se sabe, aposta no projeto.

A verdade é que, na visão de dinistas, a relação do grupo com o governador Carlos Brandão chegou no limite do desgaste, com remota possibilidade de retorno. Nesse contexto, o vice-governador trabalha com essa remota possibilidade, atuando pela recomposição e devolvendo o formato original da aliança governista. É o que Felipe Camarão tem dito em todas as entrevistas que concedeu nos últimos tempos, mesmo nos momentos mais tensos da relação do seu grupo com os aliados do governador Carlos Brandão.

Felipe Camarão demonstra ter plena consciência das dificuldades que foram criadas na relação do grupo dinista com o governador Carlos Brandão. Sabe que são mínimas as chances de recomposição, como tem sido demonstrado pelo movimento em torno da pré-candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), que conta com o apoio do Palácio dos Leões. Mas aposta no fator tempo e acredita que “em política tudo pode acontecer”. Há quem pense assim entre os aliados do governador Carlos Brandão, incluindo ele próprio, para quem nada é impossível na política.

PONTO & CONTRAPONTO

Reviravolta: ministro muda rota da ADIN do Solidariedade e zera jogo sobre eleição na Alema

Luiz Fux mudou a rota da ADIN

Dois dias depois que oito – entre eles o ministro Flávio Dino – dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal validaram a eleição da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), pelo critério da maioridade em face do empate (21 votos a 21), a tensão e a instabilidade voltaram a contaminar a rotina do Poder Legislativo do Maranhão.

Isso porque o ministro Luiz Fux, que anulara a eleição realizada no início de 2023 e determinou a eleição realizada em 13 de novembro de 2024, pediu que o julgamento da ADIN do Solidariedade, partido do deputado Othelino Neto, seja realizado com o voto presencial, no plenário da Corte.

A medida determinada por Luiz Fux, tomada depois que oito ministros já haviam votado no plenário virtual, todos validando o critério da maioridade como desempate e, consequentemente, a eleição que deu novo mandato presidencial à deputada Iracema Vale, surpreendeu o Legislativo estadual, reinstalando ali o clima de instabilidade e de tensão.

Na avaliação de um especialista ouvido pela Coluna, dificilmente haverá uma reviravolta no caso, já que a tendência natural dos ministros é confirmarem seus votos do plenário virtual.

Mas a mudança no procedimento, tirando o julgamento do plenário virtual e levando para a votação presencial em plenário, forçando um debate imprevisto, causa um mal-estar na Mesa Diretora e no plenário do parlamento estadual, que iniciou a semana tendo a rejeição da ADIN como fato consumado.

Agora é aguardar a explicação do ministro Luiz Fux e o que os seus colegas dirão nos seus novos votos, já que, pela regra, com a medida, a votação do plenário virtual está “zerada”.

Prefeitos do MDB fazem manifestação de apoio à pré-candidatura a Orleans Brandão

Orleans Brandão ao centro, com Marcus Brandão à esquerda,
de paletó azul, e o deputado federal Hildo Rocha
e o deputado estadual Ricardo Arruda à direita, entre prefeitos do MDB

Se a eleição para governador do Maranhão fosse agora e o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão fosse candidato, 27 prefeitos do seu partido, o MDB, que é comandado no estado por seu pai, o empresário Marcus Brandão, apoiariam sua candidatura. Essa posição partidária foi demonstrada ontem, num encontro realizado dentro da programação comemorativa dos 60 anos da fundação do partido.

Orleans Brandão vem atuando fortemente na construção do seu projeto de candidatura, que conta com o apoio declarado do presidente emedebista e a simpatia pública do governador Carlos Brandão (PSB), contando ainda com o aval expresso da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB).

Com o suporte do governador Carlos Brandão, Orleans Brandão se transformou no principal elo entre o Palácio dos Leões e prefeitos e vereadores. Ele tem percorrido o estado inaugurando e anunciando obras, viabilizando os convênios firmados com os dirigentes municipais pelo chefe do Governo.

Recentemente, o presidente emedebista Marcus brandão declarou publicamente o seu apoio ao projeto de candidatura, justificando a manifestação com um perfil do jovem secretário, e fazendo a clássica pergunta: “Por que não ele?”

A manifestação de 27 dos 37 prefeitos do MDB lhe declarando apoio reforça um projeto que conta também com parte da Assembleia Legislativa.

São Luís, 03 de Junho de 2025.

Maioria do Supremo confirma Iracema e fortalece o grupo liderado por Brandão no cenário político

O sorriso largo de Iracema Vale explica a importância pessoal e política
da decisão do Supremo confirmando a legalidade da sua reeleição
para o comando da Assembleia Legislativa

A maioria de votos formada no Supremo Tribunal Federal confirmando a legalidade da reeleição da deputada Iracema vale (PSB) para a presidência da Assembleia Legislativa, validando o critério da maioridade para caso de empate, não apenas resolve de vez uma situação de incômoda instabilidade no comando da Mesa Diretora, mas desencadeia uma série de desdobramentos com reflexos diretos na corrida para o Palácio dos Leões, reforçando a posição do grupo liderado pelo governador Carlos Brandão (PSB). A confirmação veio com os votos do ministro Alexandre Moraes – que consertou o confuso voto inicial – e do ministro André Mendonça, que seguiram a relatora Cármen Lúcia e os ministros Dias Tofolli, Gilmar Mendes e Nunes Marques, tornando irreversível o atual mandato da presidente Iracema Vale, ainda que os outros cinco ministros venham a votar contra, o que é rigorosamente improvável.

À primeira vista, a decisão da Suprema Corte apenas confirma a eleição e o mandato presidencial. Mas, se colocada uma lupa sobre esse cenário, a confirmação tem desdobramentos políticos de largo alcance e importância para a corrida pré-eleitoral que está em curso e o que pode acontecer no ano que vem no que respeita à corrida ao Palácio dos Leões.

Para começar, a confirmação de Iracema Vale assegura a corrente ligada ao governador Carlos Brandão (PSB) no comando do Poder Legislativo, o que afasta uma série de especulações relacionadas com o seu mandato. Aliados do Governo, como o deputado Yglésio Moises (PRTB), por exemplo, têm previsto tentativas de afastar o governador Carlos Brandão pela via legislativa, situação que se torna absolutamente inviável com uma aliada do porte de Iracema Vale no comando do Poder.

Confirmada no comando da Assembleia Legislativa, Iracema Vale está formalizada como terceira na linha sucessória do Governo estadual. Nessa condição, se o governador Carlos Brandão renunciar para disputar o Senado, ela acumulará a presidência da Assembleia Legislativa com a condição de vice-governadora. E, se o vice-governador também renunciar, como querem os brandonista, numa hipótese muito remota, mas possível, ela assumirá o Governo e comandará o processo eleitoral, que será uma situação absolutamente inusitada e extremamente favorável ao grupo ligado ao governador Carlos Brandão.

Se a decisão da Suprema Corte tivesse sido favorável ao pleito do deputado Othelino Neto (Solidariedade), a Assembleia Legislativa poderia sofrer uma reviravolta sem precedentes, que seria iniciada com uma nova eleição para a Mesa, com sérios riscos à sua não reeleição e a eleição do adversário, sendo ele Othelino Neto ou não, como aconteceu no pleito de 13 de novembro de 2024, cujo resultado foi um espantoso e inesperado empate de 21 votos a 21. Com um adversário no comando da Casa, o Governo Brandão entraria numa situação de instabilidade institucional. O tom do deputado Othelino Neto como voz de oposição indica claramente como seria a relação.

Visivelmente aliviada, a deputada Iracema Vale reagiu com o discurso politicamente afiado: “Meu sentimento é de que foi feita justiça, não só comigo, mas com a Assembleia, com o Regimento da Casa, com o processo eleitoral que foi realizado com toda lisura e transparência. É um momento de gratidão a Deus, às pessoas que votaram em mim e me fizeram deputada estadual, gratidão aos 20 deputados que confiaram no meu trabalho, ao governador Carlos Brandão (PSB), e a todo mundo que esteve comigo nessa caminhada”.

A dissidência dinista, que apostou alto na articulação que lhe dera 21 votos e em seguida na ADIN do Solidariedade, por meio da qual o deputado Othelino Neto tentou reverter a eleição questionando o critério da maioridade, sabe que perdeu uma batalha decisiva na guerra pelo poder. Sabe também que irá para as próximas batalhas com seu poder de fogo reduzido e que o grupo liderado pelo governador Carlos Brandão seguirá em frente com seu arsenal mantido.

Está definido, portanto, o roteiro cujo desfecho pode ser a conciliação por meio de um amplo entendimento, ou uma guerra com desfecho absolutamente imprevisível.

PONTO & CONTRAPONTO

Relação com “Careca do INSS” leva Weverton a ser ouvido pela PF na fraude dos descontos criminosos

Weverton Rocha em situação delicada por
conta da turma que bancou na Previdência

O líder do PDT no Senado, Weverton Rocha “não conhece e nunca tratou com qualquer que seja tais associações investigadas”. É o que diz nota emitida pela assessoria do senador contestando, em tom indignado, classificando como “levianas” tentativas de associar o nome dele ao escândalo de corrupção no INSS, na gestão do partido, que permitiu o roubo a milhões de aposentados por associações corporativas criminosas.

As investigações da PF apuraram que Antonio Carlos Camilo Antunes, vulgo “Careca do INSS”, apontado como um dos principais operadores da quadrilha que lesou milhões de aposentados com descontos fajutos por associações corporativas que agiam criminosamente, se relacionava com o senador maranhense, tendo frequentado o seu gabinete no Senado e sua residência em Brasília.  

A assessoria do senado emitiu nota confirmando os encontros, mas afirmando que esses foram institucionais, tendo “Careca do INSS” se apresentado como representante farmacêutico.

O senador Weverton Rocha não é formalmente investigado no escândalo dos descontos criminosos, mas as suas relações com o ex-ministro Carlos Lupi, com a direção do Ministério da Previdência e do INSS e os seus encontros, no gabinete e na residência, com “Careca do INSS” o obrigam a prestar depoimento. Nele, o senador deverá esclarecer também a sua relação com a Contag, entidade envolvida no escândalo e que ajudou no financiamento da campanha dele para o Governo do Estado em 2022.

Logo após a eclosão do escândalo no INSS, a Coluna previu que, por conta das suas relações com a turma que comandava o Ministério da Previdência e o INSS, o senador maranhense seria colocado, como está sendo, numa situação incômoda e delicada.

Destaque

Roberto Costa vai distribuir 18 mil fardamentos escolares produzidos por presidiários

Roberto Costa exibe camiseta
do fardamento que entregará
aos estudantes bacabalenses

O prefeito de Bacabal, Roberto Costa (MDB), comanda um processo que traduzirá uma relação saudável entre uma Prefeitura e uma Penitenciária, dois entes extremamente diferentes e distantes na estrutura do poder público, mas que nesse caso construíram uma parceria exemplar: a Prefeitura de Bacabal iniciará, nesta segunda-feira (02), a entrega de 18 mil fardamentos escolares aos alunos da rede municipal de ensino, confeccionados por detentos da Penitenciária Regional de Bacabal.

A produção de fardamento escolar em Bacabal envolve 20 detentos, que trabalham por meio de convênio firmado com a Prefeitura. A ação atende a duas situações absolutamente distintas. A primeira é a produção do fardamento a um custo menor e sem os problemas comuns na relação de prefeituras com malharias, o que permite à gestão municipal fornece-lo gratuitamente aos estudantes. Em qualquer lugar do Maranhão, assim como o material escolar, a merenda e o ensino em si, o fardamento é um item de extrema importância para o estudante do ensino básico da rede pública municipal.

O outro aspecto de extrema importância é o trabalho assegurado a detentos da Penitenciária Regional, que segue uma diretriz já em andamento no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. A ocupação de detentos com trabalho digno e remunerado, garantindo o sustento das suas famílias ou uma poupança para ser usada ao final do cumprimento da pena, é fator reconhecido mundialmente como item de segurança e estabilidade nos presídios.

E o ponto decisivo desse processo é o fato de que o convênio entre a Prefeitura de Bacabal e a Penitenciária Regional para a produção do fardamento escolar por detentos foi garantido por um projeto de lei de autoria do então deputado Roberto Costa e aprovado pela Assembleia Legislativa. Não há dúvida de que quando propôs o projeto aos seus colegas deputados, ele já tinha em mente a possibilidade de vir a comandar a Prefeitura de Bacabal.

Roberto Costa inicia, com esse ganho, o sexto mês no comando da gestão de Bacabal, município com 103 mil habitantes, que tem a condição de polo da Região do Médio Mearim e que figura entre os 10 mais importantes do Maranhão.  E com a possibilidade de disseminar essa política para todo o estado na condição de presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem).

São Luís, 01 de Junho de 2025.

Encontro de mulheres legisladoras discutiu questões de gênero e teve fortes marcas políticas

Iracema Vale comanda a abertura com Orleans Brandão
e aliados, com a participação de Eliziane Gama,
Thay Evangelista, Andreia Rezende, Viviane Silva,
o humor do Pão com Ovo e as legisladoras

O 1º Encontro de Mulheres Legisladoras do Maranhão, realizado ontem na Assembleia Legislativa, sob o comando da presidente Iracema Vale (PSB) e a coordenação da procuradora da Mulher, deputada Viviane Silva (PDT), cumpriu o seu objetivo formal de discutir o papel da mulher na sociedade e na política e, ao mesmo tempo, se transformou num fórum em que o tema dominante foi a violência política de gênero.  O evento ganhou forte tintura política por conta da presença do secretário de Estado de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), que representou o governador Carlos Brandão (PSB), e por causa da deputada Mical Damasceno (PSD), que aproveitou o ambiente para atacar duramente o vice-governador Felipe Camarão (PT), pedido às vereadoras presentes que lhe façam uma corrente de apoio.

No discurso de abertura, feito com o lastro de ser a primeira mulher a presidir o parlamento maranhense uma em 200 anos, a presidente Iracema Vale abordou, em tom crítico, o questionamento da sua reeleição, fazendo uma crítica indireta ao deputado Othelino Filho (Solidariedade), vendo na ação uma manifestação de preconceito à sua condição de mulher. Ela fez também, uma ampla e bem construída da participação da mulher na vida política do País, assinalando que essa participação ainda é tímida devido ao preconceito machista ainda reinante no país. “As mulheres precisam ser fortes, atuantes e seguras do seu trabalho. Nunca devem ser vítimas quando não o são, mas precisam ser protagonistas de sua história”, declarou, entusiasmando as participantes do Encontro. Além da presidente, o único orador no ato da abertura foi o secretário Orleans Brandão, que não perdeu a oportunidade fez um discurso rápido, mas fortemente político, promovendo Governo e destacando o seu papel nele, reforçando o seu projeto de candidatura ao Palácio dos Leões.

Na série de palestras, o tema dominante foi a violência política de gênero. A senadora Eliziane Gama (PSD), que representa a bancada feminina na Câmara Alta, fez uma contundente defesa do papel da mulher na vida pública, que fechou afirmando que “o lugar da mulher é onde ela quiser”. Bateram na tecla a vereadora Concita Pinto (PSB), 2ª vice-presidente da Câmara Municipal de São Luís, e a vereadora Thay Evangelista, procuradora da Mulher no parlamento ludovicense, que seguindo a linha a presidente Iracema Vale, falaram das dificuldades que a mulher enfrenta na política.

Foi a deputada Andreia Rezende (PSB), que é cadeirante, após uma contundente, comovente e realista manifestação sobre as agruras da mulher com deficiência, cobrou das mulheres presentes uma manifestação de solidariedade à deputada Mical Damasceno, que sofreu violência de gênero em um print ofensivo e atribuído ao vice-governador Felipe Camarão, que tem negado a autoria. Sem citar o vice-governador, Andreia Rezende cobrou punição severa para o ou os autores da agressão. A deputada Mical Damasceno, que não estava no auditório quando Andreia Rezende falou, reapareceu e fez duro ataque ao vice-governador e pediu que as vereadoras presentes façam uma correte de apoio a ela. Provavelmente por não saberem direito do que se trata, as participantes do encontro reagiram com certa cautela. E ninguém mais falou no assunto.

Chamou a atenção o fato de das 11 deputadas estaduais no exercício do mandato, sete participaram do evento – Iracema Vale (PSB), Viviane Silva (PDT), Andreia Rezende (PSB), Cláudia Coutinho (PDT), Janaína Ramos (Republicanos), Mical Damasceno (PSD) e Solange Almeida (PL), todas da base governista, enquanto quatro – Ana do Gás (PCdoB), Daniella Gidão (PSB), da base governista Fabiana Vilar (PL) e Edna Silva (PRD), independentes, por razões diversas não participaram. Abigail Teles participou como de Estado Secretária da Mulher, mostrando as ações do Governo nessa área. Da bancada federal, apenas a senadora Eliziane Gama participou – a ausências da senadora Ana Paula Lobato (PDT) é autoexplicativa. Por outro lado, apenas nove dos 31 deputados prestigiaram o evento, sendo oito da base governista e apenas um, Wellington do Curso (Novo), da oposição – nenhum dinista compareceu. Um dos presentes, o deputado Antônio Pereira, que é 1º vice-presidente da Casa, acompanhava a esposa, Carol Duailibe (PSB), que é vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento Social de Imperatriz.

O Encontro valeu por tudo o que representou na cruzada pelo fortalecimento das mulheres em todos os aspectos, e também pela forte conotação política que o movimentou.

PONTO & CONTRAPONTO

Iracema faz um relato da sua vida política e diz que vive conquistas e decepções

Entre Orleans Brandão, Janaina Ramos, Wellington
do Curso e Viviane Silva, Iracema Vale
conta a sua história política

De longe a participante mais destacada e mais ativa do 1º Encontro de Mulheres Legisladoras do Maranhão, realizado por sua iniciativa, a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB) transformou sua fala numa espécie de memorial da sua trajetória política. Ela fez um relato das conquistas e tropeços, mostrando às deputadas e vereadoras.

Está há 30 anos na vida pública. Formou-se enfermeira e foi trabalhar em Urbano Santos, onde, em contato com a base social, descobriu o sentido da política, “que é cuidar das pessoas”. Motivada, candidatou-se a vareadora, foi eleita com a menor votação. Na eleição seguinte, se reelegeu com a maior votação. Na eleição seguinte, tentou a prefeitura, mas não deu e ficou sem mandato. Candidatou-se de novo à Prefeitura e foi eleita e reeleita.

Deixou o segundo mandado de prefeita pelo meio e se candidatou à Assembleia Legislativa em 2022, tendo sido eleita com a maior votação: 104 mil votos, e antes de assumir entrou na briga pela presidência da Assembleia Legislativa, conseguindo o apoio do governador Carlos Brandão, tendo sido reeleita.

Relatando que nenhum desses mandatos foi fácil, tendo enfrentado muitos obstáculos e decepções, mas sem desistir, inspirada numa lição do seu pai.

No quesito presidência da Assembleia Legislativa, revelou os bastidores da disputa após as eleições de 2022, quatro meses antes do início do mandato. Conseguiu “dobrar” na conversa vários colegas a desistirem das suas candidaturas, tornando-se quase uma unanimidade.

Parte das suas mágoas políticas estão relacionadas com a sua reeleição de presidente, que foi derrubada na Justiça por ação questionando a antecipação de mais de um ano e meio. Submeteu-se ao segundo pleito, em 13 de novembro de 2024. Foi surpreendida pelo histórico e desconcertante empate de 21 1 21 na disputa com o deputado Othelino Neto (SD). Venceu pelo critério da maior idade, que é regra regimental há três décadas. Esse critério foi questionado pelo deputado Othelino Neto na Suprema Corte, que ainda não fez o julgamento completo, mas já tem quatro votos a favor da legalidade do pleito.

Nesse relato, ela admitiu ter se decepcionado com “alguns”, e disse que “é assim na política”. E orientou às legisladoras presentes, que “não se dobrem, lutem pelos seus direitos”.

Deixou no ar um aviso: está e pretende continuar firme no cargo.

Se Duarte Jr. migrar para o União Brasil, o PSB perderá um quadro de excelência

Duarte Jr. pode migrar do PSB para o União

 Se bater martelo, deixar o PSB e migrar para o União Brasil, como está sendo previsto, tendo ele próprio admitido a negociação, o deputado federal Duarte Jr., a legenda socialista perderá mais um bom quadro

Se entrar para o União Brasil atendendo a convite do líder da bancada federal Pedro Lucas, pode ser que encontre na legenda o seu pouso partidário definitivo. Mas sabe que terá de optar por uma das correntes que formam o partido, que é o resultado de uma fusão do antigo DEM, comandado pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto, à qual pertence o deputado federal Juscelino Filho, e pelo grupo formado pelos os restos do PSL não bolsonarista com o que sobrou da banda mais sadia do antigo PTB, liderada por Antônio Rueda, atual presidente nacional do União, a quem Pedro Lucas Fernandes é ligado.

Se de fato migrar para o União Brasil, Duarte Jr. fragilizará o PSB, que já está perdendo o deputado Carlos Lula e deve perder outros quadros importantes por conta da crise entre dinistas e brandonistas.

Vale destacar que Duarte Jr. é hoje um nome muito respeitado na Câmara Federal, principalmente pela qualidade do mandato que exerce como defensor de causas nobres, como os direitos das pessoas deficientes, com bom desempenho também nos direitos do consumidor, questões de cidadania e temas relacionados com a cultura, a educação e o urbanismo.

Nos últimos cinco anos, ele já esteve no Republicanos, partido assumidamente conservador pelo qual disputou a Prefeitura de São Luís em 2020; esteve no PCdoB, pelo qual disputou o seu primeiro mandato federal; e finalmente desembarcou no PSB, integrando o movimento migratório liderado pelo então governador Flávio Dino, que deixou o PCdoB para se converter ao socialismo moderado.

São Luís, 30 de maio de 2025.

Camarão permanece no jogo sucessório e Brandão reforça poder político para fazer sucessor

Felipe Camarão está no jogo em que Carlos Brandão
é forte e pode lançar candidato Orleans Brandão
ou Iracema Vale no jogo da sua sucessão sucessor

O vice-governador Felipe Camarão (PT) está fora do jogo sucessório? Não está. A cúpula nacional do seu partido o tem como um projeto político e eleitoral viável, e o caso do print ofensivo à deputada Mical Damasceno (PSD) é uma bomba em potencial, mas por enquanto é ainda um caso de polícia, que deve ter desdobramentos. Difícil, portanto, supor que esse caso o retire da vida política, ainda que possa lhe arranhar o prestígio. Felipe Camarão já sabe o que é a guerra pelo poder. Tem plena consciência de que se encontra no olho do furacão em que se transformou a disputa sucessória com a decisão de Flávio Dino de renunciar ao mandato de senador para ser ministro da Suprema Corte.

O vice-governador quer ser governador e tem o apoio incondicional do grupo dinista, que teve muito poder, mas perdeu quase tudo com a ascensão do governador Carlos Brandão (PSB), que por conta do rasgo de independência, encarou o rompimento com seu antecessor Flávio Dino, fazendo o que há de mais natural na política:  decidiu seguir caminho próprio e nele tentar manter o poder. No seu projeto, definiu que a peça-chave é o secretário Orleans Brandão (MDB), de Assuntos Municipalistas, seu sobrinho e braço direito na política, contando com o aval de um batalhão de prefeitos, a começar pelo de Bacabal, Roberto Costa (MDB), que preside a poderosa e influente Famem. Seu cacife político é enorme, e pode ser transformado em ativo eleitoral.

Os bastidores da política estão tensos, e nesse ambiente se avalia que só existem três situações capazes de impedir o confronto entre essas duas correntes.

A primeira: o governador Carlos Brandão sai para o Senado, o vice Felipe Camarão assume e disputa a reeleição, continuando tudo como previsto quando ainda havia diálogo entre Carlos Brandão e Flávio Dino. É o projeto defendido por dinistas, mas hoje ferreamente rejeitado por brandonistas. A segunda situação: Felipe Camarão renuncia e disputa vaga na Câmara Federal e Carlos Brandão sai para concorrer ao Senado, abrindo caminho para a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), que, sem poder disputar a reeleição, articula a escolha de um candidato. É um projeto que agrada e desagrada aos dois lados. E a terceira situação: Carlos Brandão permanece no Governo e lança Orleans Brandão, obrigando Felipe Camarão a permanecer vice-governador até o fim. É o sonho do grupo brandonista, fortemente rejeitado por dinistas.

A verdade é que, assim como Felipe Camarão precisa que Carlos Brandão renuncie para que ele possa ser governador e candidato à reeleição, Carlos Brandão precisa que Felipe Camarão renuncie, para que ele possa também renunciar, emplacar Iracema Vale, lançar um candidato leal e disputar o Senado. A grande vantagem do governador Carlos Brandão é que ele está politicamente forte, o que lhe dá cacife para estimular o projeto de candidatura de Orleans Brandão, caso consiga isolar Felipe Camarão permanecendo no Governo para ficar sem mandato a partir de 1º de janeiro de 2027, elegendo ou não o seu sucessor. Muitos brandonistas perguntam se vale o risco.

A julgar pelo que está acontecendo nesse momento, sem um grande acordo, esses três cenários são absolutamente inviáveis. Nos bastidores, corre a informação, não confirmada, de que o governador Carlos Brandão topa sentar e até deixar o Governo em favor de um candidato de consenso, desde que o seu sucessor não seja Felipe Camarão. E também que o vice-governador não admite abrir mão de assumir o Governo se o governador renunciar. Assim, a única alternativa que Carlos Brandão tem é permanecer no cargo e lançar o seu candidato, no caso Orleans Brandão, projeto que está em andamento.

Sem portas abertas para uma grande negociação, Felipe Camarão e Carlos Brandão vão, cada um a seu modo, mantendo os seus espaços e seus trunfos, e administrando o cenário até o dia 3 de abril do ano que vem.

PONTO & CONTRAPONTO

Bom exemplo: apesar da tensão política, Brandão passará Governo para Camarão por uma semana

Em meio aos confrontos da guerra pelo poder, o governador Carlos Brandão (PSB) dá uma demonstração surpreendente da ampla compreensão que tem do que sejam relações institucionais. Na próxima semana, ele embarcará para cumprir uma agenda na Europa, passará uma semana fora, deixando, como manda a lei e a civilidade republicana, o Governo e o Estado sob o comando do vice-governador Felipe Camarão (PT).

Provavelmente inspirado na saudável relação que manteve durante sete anos e três meses como vice no Governo Flávio Dino, tempo em que foi escalado para inúmeras missões dentro e fora do Brasil, incluindo cinco viagens à China em busca de acordos comerciais, Carlos Brandão não restringe o papel institucional do vice-governador Felipe Camarão.

Naturalmente, existe um pacto não declarado de que, na interinidade como governador, o vice não vai interferir nas ações do Governo, salvo em situações em que a atuação do chefe do Poder Executivo, titular ou interino, seja exigida, como um problema grave de segurança, uma catástrofe ou coisa parecida.

O governador Carlos Brandão (PSB) embarca na próxima semana para a Europa onde cumprirá missão oficial em Paris (França) e Estocolmo (Suécia). Será a segunda vez em 2025 que Felipe Camarão assumirá o Governo interinamente. E a julgar pelos antecedentes dessa convivência institucional, Felipe Camarão deverá cumprir o mandato interino sem atropelos, ao tempo em que o governador Carlos Brandão fará a sua parte no Velho Mundo.

Clima na Assembleia é amenizado; Iracema trabalha para evitar excessos

Iracema Vale administra bem o clima
de tensão na Assembleia Legislativa

O clima de tensão no plenário da Assembleia Legislativa foi amenizado ontem. Deputados dinistas continuaram criticando o Governo, mas num tom mais ameno. Os deputados governistas também reagiram sem muita ênfase. A exceção foi o deputado Carlos Lula (ainda no PSB), que abriu a metralha oposicionista acusando o Governo de ter anunciado e não realizado a duplicação da MA-320.

O amortecimento da tensão teria sido em parte o resultado de uma movimentação da presidente da Casa, Iracema Vale (PSB), que vem administrando com cuidado e eficácia o jogo pesado entre dinistas e brandonistas. Sem interferir nos debates, a presidente tem sido dura na administração do tempo de tribuna, pedindo cautela no uso de termos fortes e orientando para que agressões pessoais sejam evitadas.

Mesmo sendo parte importante do jogo político em curso, partidária assumida do governador Carlos Brandão, manifestando também simpatia ao projeto de candidatura do secretário Orleans Brandão, a presidente Iracema Vale mantém linha aberta com todas as correntes, atuando plenamente como chefe de Poder.

A maneira como vem conduzindo o plenário e os bastidores nessa crise tem mostrado isso com clareza.

São Luís, 29 de Maio de 2025.