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Federação PP/União nasce com força para ocupar espaço amplo na política do Maranhão

André Fufuca, Pedro Lucas Fernandes, Juscelino Filho,
Amanda Gentil e Allan Garcez integram a
Federação PP/União Brasil criada ontem

Se nasceu para redesenhar o mapa político-partidário brasileiro, alterando fortemente o equilíbrio das forças no Congresso Nacional, com 109 deputados federais e 33 senadores, a Federação PP/União Brasil, formalizada nesta terça-feira em Brasília, chega para impactar expressivamente o cenário político do Maranhão. Para começar, tem quatro deputados federais – Pedro Lucas Fernandes (UB), que é o líder da bancada do União na Câmara Federal; Juscelino Filho (UB), Amanda Gentil (PP) e Allan Garcez (PP) -, o ministro do Esporte – André Fufuca, que é deputado federal pelo PP -, cinco deputados estaduais, um do União Brasil, Neto Evangelista, e quatro do PP Arnaldo Melo, Catulé Jr. (PP), Júnior França (PP),  e Hemetério Weba (PP) -, 46 prefeitos – entre eles os de Imperatriz, Rildo Amaral (PP), de Caxias, Gentil Neto (PP), e o de Santa Inês, Felipe dos Pneus (PP) -, além de pelo menos três centenas de vereadores. Trata-se, portanto, de uma força com poder de fogo para influenciar os rumos da política maranhense a partir desse momento.

Essa massa partidária potencialmente poderosa vai precisar, primeiro, de um líder. Os nomes mais destacados no momento são André Fufuca (PP) e Pedro Lucas Fernandes, que se encontram mergulhados em agendas que quase não lhes deixam tempo para cuidar das suas bases. O primeiro é ministro do Esporte e pré-candidato a senador, enfrentando agora a dúvida sobre a sua permanência ou não no Governo – ele disse à Coluna que vai defender a permanência no Governo, mesmo sabendo que parte dessa Federação quer se posicionar na Oposição. Sua permanência no Ministério do Esporte vai depender da posição que a Federação vai tomar nas próximas semanas em relação ao Palácio do Planalto.

Por seu turno, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes, que há duas semanas abriu mão de ser ministro das Comunicações para continuar na liderança do União na Câmara Federal, estancando uma crise que poderia desmontar de vez o partido já marcado por uma profunda divisão interna. Dificilmente terá tempo para se dedicar à organização do partido e da Federação no Maranhão. A deputada Amanda Gentil é jovem e ativa, mas lhe falta a experiência necessária, ainda que ela tenha como mentor o competente ex-prefeito de Caxias, Fábio Gentil (PP), atual secretário de Estado da Agricultura.

Essa tarefa deverá sobrar para o deputado federal Juscelino Filho, ex-ministro das Comunicações. O seu único “porém” é não ter alinhamento com o Palácio dos Leões, embora pregue a unidade política defendendo as candidaturas do vice-governador Felipe Camarão (PT) ao Governo e a do governador Carlos Brandão ao Senado

Para atuar como um partido, a Federação PP/União vai precisar alinhar o discurso dos seus representantes na Assembleia Legislativa, que atualmente se movimenta na base do “cada um por si”, não havendo sintonia partidária nos deputados do PP – Arnaldo Melo, Catulé Jr., Júnior França e Hemetério Weba – que, vale lembrar, está com o mandato cassado e deverá ser substituído nos próximos dias pela suplente Helena Duailibe (PP). Além disso, os três deputados do PP devem criar também uma sintonia com o representante do União, o deputado Neto Evangelista, atual líder do Governo no parlamento estadual.

Mesmo que quase todos os seus integrantes sejam afinados com o governador Carlos Brandão, à medida que os dois partidos integram a base de sustentação do Governo, existe divergência em relação ao Senado. O ministro André Fufuca, a deputada Amanda Gentil e o líder Pedro Lucas Fernandes mantêm sintonia fina com o Palácio dos Leões, enquanto o agora ex-ministro das Comunicações, deputado Juscelino Filho, embora não faça oposição ostensiva, não tem o mesmo alinhamento com o Governo, caso também do deputado Allan Garcês, bolsonarista roxo, e que mantém relações cautelosas e nada efusivas com o Palácio dos Leões.

O fato é que, a exemplo do que acontece no plano nacional, o Maranhão político está vendo o nascimento de um gigante partidário, que primeiro terá de se organizar e definir um perfil bem nítido, para depois dizer a que veio. E o primeiro passo será se posicionar com clareza suficiente. Afinal, além de quatro deputados federais para reeleger, terá o desafio de emplacar um representante na bancada maranhense no Senado.

PONTO & CONTRAPONTO

Bancada da Federação terá de se alinhar por candidatura ao Senado

André Fufuca espera o apoio Juscelino Filho
e Pedro Lucas Fernandes para o Senado

Na vasta e desafiadora pauta que vai enfrentar no Maranhão, a Federação PP/União terá de fazer um esforço muito grande para chegar a um consenso interno em relação à disputa para o Senado.

Por tudo o que foi dito até agora, os quatro deputados federais titulares – André Fufuca, Pedro Lucas Fernandes, Juscelino Filho e Amanda Gentil – fecham com a quase certa candidatura do governador Carlos Brandão a uma das vagas na Câmara Alta.

Mas em relação à segunda vaga, o nó está dado dentro da Federação, e precisa ser desatado. É que o deputado e atual ministro André Fufuca caminha para ser candidato da Federação a senador, já tendo de cara o apoio incondicional da colega dele Amanda Gentil.

A pergunta que se faz é a seguinte: os deputados Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes, que são do União Brasil, apoiarão a candidatura de André Fufuca para a segunda vaga?

Não é segredo para ninguém que até agora o deputado Juscelino Filho, que integra a ala oriunda do DEM no União Brasil, que tem um alinhamento antigo com o PDT, tende claramente a apoiar a candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) à reeleição.

Os próximos movimentos dirão como essa equação será resolvida, inclusive com o posicionamento do deputado Pedro Lucas Fernandes em relação à vaga de senador pleiteada por André Fufuca.

Cassação de Hemetério Weba começa a causar tensão e constrangimento na Alema

A situação do deputado Hemetério Weba (PP) está criando um foco de tensão e constrangimento na Assembleia Legislativa. Ele está judicialmente cassado, sem nenhuma brecha para recorrer com alguma possibilidade de salvar o mandato. E decidiu se licenciar para tratamento de saúde.

Ontem, a deputada, Fabiana Vilar (PL), cobrou, da tribuna, a declaração de vacância da cadeira ocupada pelo parlamentar, para permitir a posse da 1ª suplente, Helena Duailibe. Ela inclusive reclamou da influência que Hemetério Weba está mantendo num hospital na região do Turi, cobrando providências do Palácio dos Leões.

Fabiana Vilar, do PL, criticou duramente Hemetério Weba

Hemetério Weba foi criticado por
Fabiana Vilar; Yglésio Moises fez ponderação

O deputado Yglésio Moises (PRTB), por sua vez, foi buscar na ética argumentos para criticar deputados que estão cobrando providências da Mesa da Assembleia Legislativa no sentido de resolver, de uma vez por todas, o imbróglio criado na Casa com a cassação do parlamentar. Para ele, deputado não deve agir contra mandato de colega.

Diante do quadro de tensão, que já se torna constrangimento, uma vez que a cassação do deputado Hemetério Weba já é fato consumado na Justiça, a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), fez um pronunciamento defendendo a posição da Mesa Diretora e esclarecendo que todas as providências em relação ao caso estão sendo tomadas. A presidente pediu calma e cautela, assegurando que a Mesa cumprirá as decisões judiciais, mas sem açodamento e rigorosamente dentro das regras.

São Luís, 30 de Abril de 2025.

Pesquisa: Braide lidera com folga na Grande Ilha, com pouco espaço para adversários

Eduardo Braide lidera seguido de Felipe
Camarão, Orleans Brandão e Lahesio Bonfim

A pesquisa do instituto Prever sobre a corrida ao Palácio dos Leões na Ilha de Upaon Açu – São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa -, que concentra quase um milhão de eleitores pode ter sido até aqui o mais contundente recado do eleitorado dessa região sobre suas intenções para as eleições do ano que vem. A opção de 74,7% dos entrevistados pelo prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), contra 7,1% pelo vice-governador Felipe Camarão (PT), 5,7% pelo secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB) e 2,7% pelo ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo) é um forte indicador de que, mesmo que venha a perder parte expressiva desse cacife ao longo da campanha, o prefeito da Capital reúne as condições políticas necessárias para sair da Ilha com força suficiente para sustentar o seu projeto. Os números da pesquisa – que foi realizada no período de 8 a 17 de abril, ouviu 1003 eleitores e tem margem de erro de 3%, – são muito expressivos.

Uma avaliação dos percentuais de um levantamento feito na Ilha de Upaon Açu neste momento exige alguns cuidados e não pode ser visto como sendo o cenário de outubro de 2026, daqui a 16 meses, portanto. Mas também não se pode estimar que a opção nítida pelo prefeito de São Luís não se mantenha. Eduardo Braide surfa na crista da onda de prestígio que angariou com uma boa gestão e com uma reeleição acachapante em turno único, que o arremessou naturalmente para a linha de frente da corrida ao Palácio dos Leões. Assim, ele não precisará fazer grande esforço para ter a maioria do eleitorado da região metropolitana. O que lhe interessa agora é o que os demais concorrentes, a começar pelo vice-governador Felipe Camarão, farão para reverter esse cenário.

Essa equação começa com o fato de que, embora o prefeito de São Luís não tenha dito até aqui uma palavra afirmativa de que está na disputa, não existe, no meio político ou fora dele, quem duvide da sua candidatura. Ou seja, ser ou não candidato só depende dele próprio, porque até o comando nacional do seu partido já bateu martelo determinando que ele será candidato. E ele vem mantendo silêncio sobre o assunto – não diz que é candidato, mas também não diz que não é -, alimentando uma estratégia eficiente, à medida que nesse momento comporta-se com “indiferença” em relação ao tema o que é bem mais produtivo do que baixar a guarda e entrar no tiroteio da guerra prévia.

A situação do vice-governador Felipe Camarão é exatamente o oposto. Ele quer ser candidato e já manifestou essa intenção várias vezes. O problema é que, mesmo sendo um produto político de São Luís, não pode afirmar-se candidato sem que o governador Carlos Brandão (PSB) anuncie que vai mesmo pleitear uma cadeira no Senado. Sem esse anúncio, feito de maneira categórica e irreversível, o vice-governador permanecerá com seus movimentos limitados, sem a tração política necessária para entrar de cabeça na corrida pelo voto. Até porque as pesquisas têm mantido o emedebista Orleans Brandão como opção, alimentando ainda a possibilidade – que a Coluna considera inexistente – de o governador Carlos Brandão permanecer no cargo até o final do mandato e faça a opção pelo sobrinho. Ou seja, o vice-governador só poderá agir para tentar virar o jogo quando esse nó for inteiramente desatado.

O ex-prefeito Lahesio Bonfim dificilmente avançará no eleitorado da Ilha de Upaon Açu, como vem sendo demonstrado nos diferentes levantamentos feitos até aqui, que o apontam com poder de fogo na região central do estado.

Em resumo, o levantamento do instituto Prever, indica com clareza uma tendência que tem tudo para ser mantida, mesmo que venha a sofrer forte desidratação num duro embate do prefeito de São Luís com o vice-governador – que será governador em busca da reeleição –  durante a campanha.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão tem vantagem na corrida ao Senado na região metropolitana de São Luís

Carlos Brandão lidera disputa ao Senado
com Weverton Rocha e Eliziane Gama

Ao investigar a corrida ao Senado na Região Metropolitana de São Luís, ou seja, na Ilha de Upaon Açu, o instituto Prever encontrou uma realidade muito clara.  Numa série de simulações, incluindo nomes que não serão candidatos, como o deputado estadual Yglésio Moises (PRTB) e o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União), três nomes se destacaram como os que de fato têm condições de disputar as duas cadeiras: o governador Carlos Brandão (PSB), o senador Weverton Rocha (PDT) e a senadora Eliziane Gama (PSD).

Estimulado a optar por dois nomes em quatro simulações, o eleitor metropolitano ouvido na pesquisa escolheu o governador Carlos Brandão em três delas (26,2%, 24,5% e 29,5%), em três dobradinhas com o senador Weverton Rocha (27,1%, 26,7% e 33%). A senadora Eliziane Gama, que estranhamente só foi incluída em apenas uma simulação – enquanto o deputado Yglésio Moises foi incluído nas quatro – apareceu na liderança (23,5%), à frente do senador Weverton Rocha (22,8).

Ou seja, se nada mudar, e dificilmente mudará, o governador Carlos Brandão tem cacife para sair da Grande Ilha como forte candidato a uma das vagas na Câmara Alta.

Ana Paula entrega equipamento em Pedro do Rosário

Ana Paula Lobato e Toca Serra testando
escavadeira em Pedro do Rosário

Aparentemente afastada da área de conflito em que o seu marido, deputado estadual Othelino Neto (Solidariedade) mantém guerra aberta contra o governador Carlos Brandão (PSB), a senadora Ana Paula Lobato (PDT) vai se movimentando discretamente no cenário político estadual.

A senadora pedetista desembarcou domingo em Pedro do Rosário – um dos menores municípios do Maranhão – onde entregou ao prefeito Toca Serra (PCdoB) uma retroescavadeira, equipamento muito utilizado em obras de infraestrutura em áreas urbanas.

Numa fala direta, Ana Paula Lobato explicou que o equipamento é o resultado de uma articulação feita por ela no Governo da União. “Esta retroescavadeira representa uma conquista do nosso mandato com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Regional”, declarou a senadora  

E sem esconder o entusiasmo, prometeu ao prefeito Toca Serra que vai continuar articulando para beneficiar o município na Esplanada dos Ministérios, onde tem bom trânsito como senadora que integra a base de apoio do Governo Lula da Silva (PT).

São Luís, 29 de Abril de 2025.

PSB consolida Brandão no seu comando para definir os rumos da aliança nas eleições de 26

Carlos Brandão confraterniza com lideranças e
convidados, fala aos militantes e incentiva
Eliziane Gama e André Fufuca na corrida ao Senado

Com a força política de partido que tem o governador do Estado, a presidente das Assembleia Legislativa, um deputado federal, 10 deputados estaduais, 19 prefeitos e mais de 250 vereadores, o braço maranhense do Partido Socialista Brasileiro (PSB) realizou, neste sábado (26), o seu XVI Congresso Estadual, no qual o seu comando saiu da condição de Comissão Provisória para se tornar Diretório Estadual, com todos os poderes e prerrogativas. O governador Carlos Brandão, que já presidia a Comissão Provisória, foi eleito presidente do Diretório Estadual, o que lhe assegura pleno controle sobre os destinos da legenda no Maranhão. Realizado no Auditório Fernando Falcão, da Assembleia Legislativa, o XVI Congresso Estadual do PSB foi marcado pela presença de representantes do MDB, PP, PSD, PRD, PSDB, Podemos, entre outros partidos que integram a aliança que dá sustentação ao Governo do Maranhão.

Ao formalizar o Diretório Estadual do PSB e assumir o seu comando como presidente, o governador Carlos Brandão pode ter colocado ponto final na especulação segundo a qual ele estaria avaliando a possibilidade de migrar com seu grupo para outro partido, provavelmente o MDB, hoje comandado pelo seu irmão, Marcus Brandão, e ao qual pertence o seu braço direito na política municipalista, Orleans Brandão, apontado por muitos como seu candidato ao Governo no caso de uma ruptura que o leve a cumprir o seu mandato até o final, abrindo mão de disputar o Senado na condição de favorito a uma das cadeiras.

“Juntos, vamos construir um partido não focado na quantidade, mas na qualidade, com bons gestores e lideranças que estejam determinados a caminhar conosco buscando melhores índices, melhores políticas e melhor qualidade de vida para nosso povo”, declarou o governador no seu discurso, no qual defendeu também a manutenção da aliança partidária que lidera, tendo sido fortemente aplaudido pelo deputado federal socialista Duarte Jr.

A consolidação do seu comando no PSB e o seu discurso no sentido de preservar a aliança foi muito aplaudida pelos presentes, em especial por aliados como o prefeito de Bacabal e presidente da Famem Roberto Costa, que é voz de peso no MDB; pelo ministro do Esporte, André Fufuca, que representou o PP focando sua candidatura ao Senado; pela senadora Eliziane Gama (PSD), que vem trabalhando para fortalecer sua posição no grupo em busca da reeleição, entre outros nomes de peso da política estadual.

Aliada de primeira hora no projeto partidário, a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale, que no auge das tensões dentro do grupo chegou a flertar com o MDB, se posicionou definitivamente como quadro de ponta da agremiação socialista. E na sua fala destacou a força do partido sob o comando do governador Carlos Brandão: “Sob a liderança do nosso presidente do partido e governador Carlos Brandão temos o compromisso com a construção de um Maranhão mais justo, participativo e alinhado pelo bem do nosso estado. Vamos caminhar juntos, com união, força e harmonia em prol do nosso objetivo”.

A consolidação do governador Carlos Brandão e seu grupo no PSB reafirma a sua posição em relação ao Governo do presidente Lula da Silva (PT), podendo favorecer a aliança com o PT em torno da candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT) à sucessão estadual em 2026, numa chapa em que o chefe do Executivo e do PSB seja candidato ao Senado. Nos bastidores do Congresso, muitas conversas faziam circular a certeza de que, ao contrário do que muitos imaginaram há até pouco tempo, o governador Carlos Brandão teria decidido se desincompatibilizar em abril do ano que vem, passando o Governo para o vice Felipe Camarão.

O que ficou claro mesmo durante o evento foi que, independentemente de qualquer especulação quanto ao seu futuro, o governador Carlos Brandão tem agora o comando efetivo do PSB, o que lhe dá segurança para traçar os rumos do grupo em relação às eleições gerais de 2026. 

Em Tempo: o Congresso Estadual é preparatório ao Congresso Nacional, que será realizado em outubro, em Brasília.

PONTO & CONTRAPONTO

Juscelino Filho mostra desenvoltura, foca na reeleição e na sua defesa na Justiça

Juscelino Filho entre Froz Sobrinho (TJ),
José Sarney e Carlos Brandão na
homenagem ao ex-presidente

Quem pensa que a saída do Ministério das Comunicações e a condição de réu que lhe foi imposta pela Justiça por suposto desvio de emendas por ele enviadas a Vitorino Freire, fragilizou o deputado federal Juscelino Filho (União), está redondamente enganado.

Depois de participar intensamente das articulações para se tornar líder da bancada da agremiação na Câmara Federal – só não se tornou líder porque o deputado Pedro Lucas Fernandes abriu mão do ministério para permanecer na liderança -, o parlamentar participou na linha de frente da festa de aniversário (95 anos) do ex-presidente Jose Sarney (MDB), na última quinta-feira (24).

Coube a ele conduzir o ato de lançamento do selo dos Correios comemorativo aos 40 anos da redemocratização do Brasil, sob o comando do então presidente José Sarney. A decisão de editar o selo foi dele no período em que foi ministro das Comunicações.

Aos amigos mais próximos, Juscelino Filho lamentou ter de deixar o Ministério das Comunicações, onde vinha se conduzindo bem. Mas disse que como deputado terá tempo de intensificar seu trabalho parlamentar, de olho na reeleição, e cuidar da sua defesa, manifestando convicção de que será inocentado.

Tem agora tempo de sobra para fazer as duas coisas.

Aluísio Mendes esclarece que Roberto Rocha não está no Republicanos, como foi especulado

Roberto Rocha

Recentemente, durante alguns dias, o ex-senador Roberto Rocha, que é pré-candidato declarado ao Governo do Estado, foi dado como filiado ao Republicanos. A Coluna tentou esclarecer o assunto com o próprio ex-senador, mas não conseguiu contata-lo, e acabou embarcando na informação de terceiros.

No sábado, ao conferir que Roberto Rocha não participou da festa de aniversário do partido, como seria natural com um filiado da sua estatura, a Coluna indagou sobre o assunto com o presidente regional da agremiação, deputado federal Aluísio Mendes.

O presidente do Republicanos disse desconhecer tal informação, e emendou: “Nesse momento essa filiação não existe”. E completou afirmando que ela não tem a mínima condição de vir a existir. Isso confirma que a informação era falsa.

Diante disso, o ex-senador Roberto Rocha, que vem aparecendo em quarto lugar nas pesquisas que incluem seu nome para o Governo do Estado – não será candidato pelo Republicanos.

São Luís, 27 de Abril de 2025.

Republicanos faz aniversário sinalizando apoio a Braide, Brandão e Fufuca em 26

Eduardo Braide, André Fufuca e Iracema Vale: a direita, o centro e a esquerda
bem recebidos por Marcos Pereira e Aluísio Mendes na festa do Republicanos

Autoproclamado o “verdadeiro partido conservador” no atual painel partidário maranhense, repetindo fielmente a linha pregada pelo seu comando nacional, o braço do Republicanos no Maranhão, hoje comandado pelo deputado federal Aluísio Mendes fez uma festa para comemorar os seus 20 anos de existência. Com a presença do presidente Marcos Pereira, o evento reuniu representantes das principais forças políticas do estado, como a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), que representou o governador Carlos Brandão (PSB); o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que lidera as intenções de voto na corrida ao Governo do Estado, e o ministro do Esporte, André Fufuca (PP), nome forte na disputa por uma das cadeiras no Senado em 2026.

Com um deputado federal, uma deputada estadual, 19 prefeitos e uma penca de vereadores espalhados pelo estado, o Republicanos no Maranhão vem se movimentando para se firmar como um segmento mais light da direita, declarando-se conservador, mas tentando se afastar da turma que prega retrocessos institucionais. Trilha, assim, na linha do PP, do PSD e do União Brasil, integrando a banda mais democrática do Centrão. O deputado Aluísio Mendes, que não esconde que tem um pé no bolsonarismo, mas tem mostrado que não pertence à ala mais radical da corrente comandada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na sua linha de ação para consolidar o partido no Maranhão, o presidente do Republicanos faz o contraponto natural ao PT, mas mantém diálogo permanente com o PSB, podendo apoiar a candidatura do governador Carlos Brandão ao Senado, caso ele venha a ser candidato. O melhor exemplo foi a participação da deputada-presidente Iracema Vale na festa do partido representando o governador e, nesse sentido, o próprio partido. “É uma alegria prestigiar esse momento ao lado do deputado Aluísio Mendes, grande parceiro dos municípios da minha região e de todo o Maranhão. O partido Republicanos tem cumprido um papel fundamental na construção de pautas que aproximam a política das necessidades reais da população”, declarou Iracema Vale.

Nas suas manifestações, o prefeito Eduardo Braide fez elogios à ação do partido, que tem como parceiro político, e pelo que está rascunhado até aqui, o terá como aliado na corrida ao Governo do Estado. O deputado Aluízio Mendes já declarou várias vezes que o Republicanos poderá ser um dos aliados do virtual candidato do PSD ao Palácio dos Leões. O vínculo do PSD com o Republicanos em São Luís ficou mais forte na corrida à prefeitura, na qual se posicionou em apoio à bem-sucedida candidatura do prefeito à reeleição.  

E nesse contexto, todos os sinais emitidos até agora, incluindo as manifestações feitas na festa de aniversário do partido, indicam que, numa aliança com o PP, a exemplo do que acontece no plano nacional, o braço do Republicanos no Maranhão deverá apoiar a candidatura do ministro André Fufuca a uma cadeira no Senado da República. O ministro participou da festa de aniversário da legenda, sendo festivamente recebido pelos presidentes regional e nacional.

Se não foi um evento massivo, a festa de 20 anos do Republicanos mostrou que, sob o comando do deputado federal Aluísio Mendes, o partido se movimenta para ocupar um espaço politicamente seguro no ambiente partidário maranhense – espaço que perdeu, por exemplo, com a saída do grupo liderado pelo ex-prefeito de Caxias, Fábio Gentil, que levou junto a deputada federal Amanda Gentil, mas que o deputado Aluísio Mendes se desdobra para recuperar, levando em frente a estratégia de fortalecimento da legenda. E tudo indica que tem sinal verde do presidente nacional, Marcos Pereira, que fez questão de participar do ato comemorativo dos 20 anos do partido.

Em meio a uma série de fatos isolados ocorridos na festa, uma coisa ficou muito clara: o deputado Aluísio Mendes tem o aval integral do presidente Marcos Pereira.

PONTO & CONTRAPONTO

Depois de recusar o convite de Lula, Pedro Lucas diz que apoio do União em 26 não é certo

Pedro Lucas Fernandes

O pesado jogo de pressões que está em curso dentro do União Brasil fez o deputado federal Pedro Lucas Fernandes, que lidera a bancada na Câmara Federal, desse uma guinada expressiva na sua posição em relação ao Governo do presidente Lula da Silva (PT).

Primeiro, aceitou o convite do presidente para assumir o Ministério das Comunicações no lugar do colega de partido, Juscelino Filho. Mas imediatamente condicionou a aceitação do convite à escolha do seu substituto na liderança da bancada.

Dias depois, comunicou ao presidente que declinava do convite, preferindo permanecer como líder do União na Câmara Federal, um cargo politicamente muito mais poderoso e influente do que o de ministro das Comunicações. Agradeceu e pediu desculpas ao presidente da República, deixando no ar sua posição em relação ao Governo.

O fechamento da guinada veio nesta sexta-feira, quando, em entrevista, disse não ter certeza se o União apoiará a candidatura do presidente Lula da Silva à reeleição.

Isso depois de o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, emplacar, em nome do União, o sucessor de Juscelino Filho no Ministério das Comunicações.

Vale anotar que Davi Alcolumbre representa a ala do antigo DEM no União Brasil, enquanto Pedro Lucas Fernandes segue a cartilha do presidente Antônio Rueda, que mede forças dentro da agremiação com os oriundos do DEM e do PSL bolsonarista.

Pedro Lucas Fernandes viveu momentos de constrangimento, mas teve de encarar os fatos em nome da sobrevivência partidária.

Faz parte.

Josimar de Maranhãozinho diz em propaganda do PL que denúncia contra ele é “fake news”

Josimar de Maranhãozinho

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho vem dando mostras de que vive uma situação judicialmente complicada e está usando o espaço de propaganda do seu partido, o PL, para quebrar o peso das informações que têm sido divulgadas a seu respeito desde que foi tornado réu, juntamente com o seu colega de partido, deputado Pastor Gildenemir.

Na inserção mais recente, o chefe absoluto do PL maranhense mostra obras em diversos municípios como fruto de emendas parlamentares por ele destinada àqueles municípios.

Ele afirma que ele e seu partido estão sendo vítimas de “fake news”, manifestando também a certeza de que nada vai atingi-lo. Pelo que sustenta, a denúncia da PGR que o tornou réu, acatada pelo Supremo Tribunal Federal, acusando-o e ao seu colega de partido de haver desviado e negociado emendas, não é verdadeira.

Em resumo: na versão de Josimar de Maranhãozinho, a denúncia feita pelo então prefeito de São José de Ribamar, a apuração e o relatório da Polícia Federal e o relatório da PGR formam um roteiro de invenções.

São Luís, 26 de Abril de 2025.

Encontro de prefeitos mostra força municipalista de Brandão

Carlos Brandão, Roberto Costa, Orleans Brandão,
Eliziane Gama, Iracema Vale e Felipe Camarão
foram destaques no Encontro de Prefeitas
e Prefeitos realizado ontem

“Somos um Governo municipalista. Percorremos o estado ouvindo, conhecendo de perto as demandas de cada cidade. Assim estamos conseguindo avançar em todos os setores. Sempre com diálogo e parceria”. Com essa afirmação e o anúncio de R$ 150 milhões em investimentos na seara municipal feitos ao longo de um discurso forte, o governador Carlos Brandão (PSB) abriu ontem o Encontro de Prefeitas e Prefeitos do Maranhão, que reuniu também secretários e técnicos graduados de quase duas centenas municípios. Produto institucional e político de uma ação conjunta do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Assuntos Municipalistas, com a Federação de Municípios do Maranhão (Famem), o evento lotou as dependências do Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana e mostrou o poder de articulação do presidente da entidade, Roberto Costa (MDB), prefeito de Bacabal, e do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão, que é o braço e a voz do Palácio dos Leões nesse campo da ação governista.

Administrativamente, o Encontro de Prefeitas e Prefeitos do Maranhão, que termina hoje, ofereceu às novas gestões municipais, bem como atualizou as gestões renovadas, informações sobre procedimentos na relação com o Estado e a União, indicando fontes de recursos, possibilidades de convênios e de acesso a financiamentos, bem como liberou instruções sobre o aspecto legal de todos os contratos e acordos firmados pelos municípios com as duas esferas. Daí a presença de secretários e assessores graduados das prefeituras.

Com o lastro de quem adotou o municipalismo como o principal viés do Governo desde o primeiro momento da gestão iniciada em janeiro de 2023, cumprindo um compromisso da campanha de 2022, o governador Carlos Brandão incluiu esses encontros como item essencial nas suas pautas anuais, complementando a relação estreita que ele vem mantendo com prefeitos de todas as regiões e cores políticas e partidárias. Essa articulação tem sido feita com eficiência pela Secretaria de Assuntos Municipalistas, comandada por Orleans Brandão, que ao longo da gestão se consolidou também como o braço político do Palácio dos Leões.

A base da relação Governo com prefeituras ganhou, recentemente, um ingrediente mais forte com a eleição do prefeito de Bacabal, Roberto Costa, para a presidência da Famem. Estreitamente alinhado ao governador Carlos Brandão, e atuando como articulador da base governista também nas outras esferas de poder, Roberto Costa estreia forte como líder da base municipalista do Governo, com o objetivo claro e declarado de fortalecer a Famem melhorando a convivência institucional e política das lideranças municipais com o Governo do Estado.

Em meio a prefeitos, deputados federais, estaduais, e vereadores, o vice-governador Felipe Camarão (PT), que não tem papel formal no evento, participa discretamente, e com liberdade de ação para conversar no sentido de fortalecer laços com prefeitos já conhecidos e estabelecer bases de convivência com os líderes municipais ainda fora do seu campo de ação política. Felipe Camarão se move também pela perspectiva de assumir o comando do Governo em abril do ano que vem, caso o governador Carlos Brandão renuncie para ser candidato ao Senado.

O Encontro, avalizado institucional e politicamente pela presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), foi marcado ontem por resultados concretos de importância vital para o futuro dos municípios. Além de parcerias nas áreas de saúde e educação, Governo e Prefeituras firmaram o que pode ser o ato mais importante do evento: um acordo de cooperação para a criação do Comitê Institucional para a gestão e destinação dos Resíduos Sólidos, com foco na extinção dos lixões que ainda são manchas na maioria dos municípios, de modo que o Maranhão possa entrar na lista dos estados que estão avançando na solução desse problema. O acordo foi articulado pela Secretaria de Meio Ambiente, sob a coordenação do secretário Pedro Chagas com o apoio do Ministério Público do Estado (MPE), das Secretarias de Transparência e Controle (STC), Fazenda (Sefaz), Indústria e Comércio (Seinc), e da Famem, que teve papel decisivo na formulação do acordo.

O Encontro de Prefeitas e Prefeitos do Maranhão pode ser o último com essa dimensão sob o comando do governador Carlos Brandão, caso ele esteja, de fato, alinhavando sua candidatura à Câmara Alta.

PONTO & CONTRAPONTO

Só faltam dois votos para Iracema ter sua eleição validada

Nunes Marques deu o quarto voto
favorável a Iracema Vale

A presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), participou ontem de dois eventos com ânimo renovado. Pela manhã, ela foi linha de frente no Encontro de Prefeitas e Prefeitas, e à noite se fez presente na reunião que comemorou os 95 anos do ex-presidente José Sarney (MDB).

Sua já conhecida desenvoltura foi mais visível devido ao fato de haver sido informada de que o ministro Cássio Nunes, do Supremo Tribunal Federal, fortaleceu a tendência a seu favor no julgamento da ADIN por meio da qual o ex-presidente Othelino Neto (Solidariedade) questiona, por intermédio do seu partido, o desfecho da eleição para presidente da Assembleia Legislativa.

O ministro seguiu o voto da ministra-relatora Cármem Lúcia e afirmou, categoricamente, que o critério de desempate pala maioridade é constitucional, o que confirma a legalidade da eleição na qual Iracema Vale renovou o mandato presidencial.

Decidido a refazer o seu voto ao mesmo tempo polêmico e confuso, o ministro Alexandre de Moraes, além de retirá-lo, pediu vistas, que pode durar 90 dias.

Com a retirada do voto por Alexandre de Moraes, faltam sete votos. Se dois deles confirmarem a tendência, a fatura será liquidada em favor da presidente, que poderá cumprir seu segundo mandato sem preocupação.

Escândalo no INSS causa desconforto para senador maranhense

Situação de Carlos Lupi causa
desconforto a Weverton Rocha

O escândalo dos descontos ilegais por entidades corporativas – sindicatos e associações – de salário de aposentados do INSS, que atingiu em cheio a gestão do chefão do PDT, Carlos Lupi, ministro da Previdência, está causando incômodo e certo constrangimento na política do Maranhão.

Explica-se: Carlos Lupi é ministro da Previdência com apoio integral do senador Weverton Rocha, que é hoje um dos cardeais do PDT, sendo, portanto, um dos principais avalistas da atual e agora combalida gestão do Sistema Previdenciário, abalado com a fraude milionária.

A demissão do presidente do INSS, Alexandre Stepanutto, foi um baque e tanto na posição de Carlos Lupi, que se declarou integralmente favorável pela nomeação, e não teve nenhuma condição de esboçar alguma reação. Além disso, o caso provocou o início de rumores de que o próprio Carlos Lupi estaria na corda bamba, o que, se for mesmo verdade, será uma situação desconfortável para o senador maranhense.

São Luís, 25 de Abril de 2025.

Pesquisa retrata o momento, mas margem de erro elevada joga dúvida sobre os números

Eduardo Braide, Lahesio Bonfim e
Felipe Camarão: percentuais sob dúvida

A Coluna tem como regra não questionar resultado de pesquisas sobre corrida eleitoral, mas não se furta de avaliar os números e as informações que elas trazem à tona sobre quem é quem na guerra pelo voto. O levantamento do instituto Vox Brasil Marketing e Pesquisa, divulgada na semana passada pelo respeitado e confiável blog do jornalista Diego Emir, apontando que, se a eleição para o Governo do Estado fosse agora, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), iria para as urnas com 31% das intenções de voto, seguido do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), com 22%, do vice-governador Felipe Camarão (PT) com 11%, do ex-senador Roberto Rocha com 9% e do secretário de Articulação com Municípios, Orleans Brandão (MDB) com 8%. Somados, ninguém, nulos e indecisos seriam 17%. Nesse contexto, chamaram a atenção a surpreendentemente elevada margem de erro de 4,5% e a reduzida abrangência geográfica do levantamento: 31 municípios.

Pelos números levantados, não há como negar que o prefeito Eduardo Braide – que não declarou ainda se será ou não candidato, e até por isso mesmo -, lidera a corrida até aqui com alguma folga, que já foi maior em levantamentos mais antigos.

Nas últimas pesquisas, o prefeito de São Luís oscilou para menos, chegando agora ao patamar de 31%, o que deverá funcionar como sinal de alerta. Mais ainda quando se observa que, conforme a margem de erro da Vox Brasil, ele pode chegar a 35%, mas também pode desabar para até 27%. Lahesio Bonfim, por sua vez, pode estar com até 27%, podendo também estar amargando até 17%. Simulações sobre a oscilação da margem de erro podem levar até um improvável empate técnico entre o prefeito e o ex-prefeito, ou separá-los por uma distância muito grande entre eles.

A mesma situação se dá entre Lahesio Bonfim e Felipe Camarão, se o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes chegar a 27% e o vice-governador cair para 7%, ou o contrário, com ex-prefeito de São Pedro dos Crentes caindo para 17% e Felipe Camarão subindo para 16%. Ou seja, a margem de erro elevada arranha a integridade da pesquisa por causa das situações politicamente curiosas e improváveis que ela rascunha com seus números. Num outro viés, Felipe Camarão pode estar a 6,5 pontos percentuais à frente de Roberto Rocha, como pode estar 3% atrás, se o ex-senador obtiver a margem de erro inteiramente a seu favor. O mesmo pode estar acontecendo em relação a Orleans Brandão.

Vale a indagação – que não é um questionamento! – sobre se 31 municípios sejam de fato representativos numa mostra em que foram ouvidos 1.050 eleitores. Afinal, está se falando de uma eleição para governador do Maranhão, na qual qualquer distorção do Vox Brasil pode valer o seu desfecho cujo prêmio é garantir ao eleito morar por quatro anos no Palácio dos Leões, com poder de vida ou morte sobre quase quatro mil empregos diretos na máquina pública e a gestão de um orçamento que já alcança R$ 30 bilhões.

Outra surpresa que causou estranhamento na pesquisa foi ter incluído o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal na lista dos “rejeitados”. Qualquer explicação não mudará o fato de que a inclusão significa uma tentativa de “queimar” o ministro, pois não tem a menor possibilidade de ele deixar o seu assento na Suprema Corte para tentar retornar ao Governo do Maranhão em 2026. Se o alvo da pesquisa Vox Brasil fosse a corrida ao Palácio do Planalto, a inclusão dele seria lógica, ainda que, mesmo sento citado aqui e ali como nome viável para o centro democrático e as esquerdas contra o centro conservador e os extratos radicais.

No mais, a pesquisa Vox Brasil fotografou corretamente um cenário prévio de uma corrida que só vai começar para valer depois do Carnaval do ano que vem.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão entrega 1ª etapa da Avenida Metropolitana, que vai mudar a mobilidade no interior da Ilha

Acompanhado de Felipe Camarão e diversos
políticos, Carlos Brandão
inaugura Avenida Metropolitana

O governador Carlos Brandão (PSB) entregou, na manhã de quarta-feira (23), uma das mais importantes das suas promessas de campanha: o primeiro trecho da Avenida Metropolitana, de 1,6 quilômetro, que liga a Vila Funil (BR-135) à Avenida Principal do Conjunto São Raimundo. A obra custou R$ 26,2 milhões e conta com três faixas de rolamento nos dois sentidos, abrigos para ônibus, calçadão em ambos os lados, ciclovia e canteiro central com iluminação. Esse trecho dará acesso a mais de 50 bairros.

No mesmo ato, o mandatário assinou ordem de serviço para o início da segunda-etapa, que ligará a Avenida Principal do São Raimundo ao Parque Independência, um trecho com 2,732 quilômetros; um segundo trecho, que ligará o Parque Independência à Uema, com 1,748 quilômetro; e da Avenida Guajajara ao Parque Independência, e o trecho final, de 3,397 quilômetros, que formarão um corredor viário de 10,8 quilômetros, a um custo de R$ 118 milhões.

A Avenida Metropolitana destrava de vez a limitação para a mobilidade de mais de 1 milhão de pessoas, como acentuou o próprio governador Carlos Brandão, que antes do ato público de inauguração, percorrer o primeiro trecho de bicicleta, acompanhado se auxiliares, avaliou a via como uma das obras estruturantes mais importantes do seu Governo.

Já em plena construção, a segunda etapa será concluída até meados do segundo semestre e o projeto inteiro estará concretizado até o início do ano que vem, segundo previsão do governador, confirmada tecnicamente pelo secretário de Infraestrutura, Aparício Bandeira.

Visivelmente entusiasmado com a obra, o governador Carlos Brandão comandou o ato de inauguração e foi acompanhado pelo vice-governador Felipe Camarão (PT), a senadora Eliziane Gama (PSD), deputados estaduais e federais e vereadores da Capital.

Sarney, 95 anos

José Sarney: caminhando para um século

Um dos números de telefone mais cobiçados pela classe política, num espectro que vai da direita à esquerda, o que leva a um contato com o ex-presidente José Sarney (MDB) não parou um segundo ontem desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira, todos para parabeniza-lo pelos seus 95 anos, comemorado em forma e perfeita lucidez.

Um dos políticos mais importantes do País no último século, José Sarney, que hoje é reconhecido por ter sido o presidente que conduziu, sem traumas, a transição do Brasil da ditadura militar para o Brasil da democracia plena, dando suporte decisivo para a Assembleia Nacional Constituinte, que lhe tirou um ano de mandato, mas entregou ao Brasil a Constituição Cidadã de 1988.

Hoje o decano da política brasileira, José Sarney é, de longe, o mais importante e sábio Conselheiro da Republica, a quem todos os políticos querem ouvir, principalmente nos momentos de crise.

Além do político, o ex-presidente é um dos expoentes da literatura brasileira contemporânea, sendo o decano das Academias Maranhense e Brasileira de Letras.

José Sarney será homenageado com uma reunião de amigos e familiares, à noite, no Convento das Mercês.

São Luís, 24 de Abril de 2025.

Ao recusar ministério, Pedro Lucas mantém força como líder do UB, mas o MA fica mais fraco no Planalto

Pedro Lucas continua líder do União,
mas o Maranhão perde força no Planalto

O deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil) ampliou ontem, expressivamente, o seu espaço na crônica política como o parlamentar que recusou convite do presidente Lula da Silva (PT) para assumir o ministério das Comunicações, depois de ter sido anunciado pelo próprio chefe da Nação como nome escolhido, convidado e que aceitou o convite, só tendo pedido um tempo, o período da Semana Santa, para acertar algumas coisas dentro do seu partido para, finalmente, deixar a liderança do União na Câmara Federal e se mudar para um dos prédios da Esplanada dos Ministérios. A decisão do deputado, sem paralelo em tempos recentes, revelou duas situações politicamente dramáticas: a completa bagunça que é o União Brasil, fruto de uma complicada fusão do DEM com o PSL, e a dramática fragilidade do Governo Lula da Silva na sua relação com o Congresso Nacional, onde é minoritário e depende de acordos com as feras do Centrão para sobreviver.

De quebra, a decisão do parlamentar reduziu o espaço político do Maranhão na máquina federal, que agora só conta com um ministro maranhense, o deputado federal André Fufuca (PP), titular da pasta do Esporte e que é pré-candidato a senador. No primeiro ano do Governo Lula da Silva, o Maranhão tinha três ministros: Flávio Dino (Justiça), Juscelino Filho (Comunicações) e André Fufuca (Esporte).

“Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula por não poder atender a esse convite. Recebo seu gesto com gratidão e reafirmo minha disposição para o diálogo institucional, sempre em favor do Brasil”, declarou Pedro Lucas Fernandes em nota divulgada ontem à noite, em que anuncia permanência como líder do União na Câmara Federal. A nota foi o desfecho constrangedor de uma articulação malsucedida dos articuladores governistas, marcada por decisões não amadurecidas, anúncios precipitados e falta de feeling dos articuladores do Governo e dos chefes do partido, para não enxergar o desastre anunciado.

Pedro Lucas Fernandes foi parte do imbróglio, se bem que a seu favor está o fato de que aceitou o convite do presidente Lula da Silva “pedindo um tempo” para ajustar as coisas dentro do partido, que ele sabia não seriam ajustadas. Começou com o fato de que o ex-ministro das Comunicações, deputado Juscelino Filho, se candidatou a assumir a liderança da bancada do União com a ida de Pedro Lucas, atual líder, para o ministério. O ex-ministro teve o apoio da turma do antigo DEM, na qual ele milita, mas foi rejeitado pela corrente de ex-bolsonaristas e pela maioria dos independentes, com a agravante de que o presidente Antonio Rueda não o queria na liderança.

Pedro Lucas Fernandes, que segue a linha do presidente Antonio Rueda, tentou articular um caminho alternativo, escolhendo um nome de consenso para substitui-lo na liderança, encontrou resistências poderosas dentro do partido, onde a situação ficou a seguinte: a maioria aprovou sua ida para o ministério. Mas, por conta das diferenças, a escolha do novo líder poderia mergulhar o partido numa guerra fratricida. Diante da tensão e da impossibilidade da escolha de um líder de consenso, Pedro Lucas Fernandes se dobrou às pressões para continuar na liderança e acabou recusando o convite para ser ministro, deixando o presidente Lula com uma tremenda bomba para desativar.

Ele queria ser ministro das Comunicações, substituindo ao deputado federal Juscelino Filho (União), mas a guerra nas entranhas do União Brasil, onde se debatem ex-bolsonaristas, comandados pelo ex-presidente do PSL, Luciano Bivar; os independentes, caso de Pedro Lucas Fernandes, que segue a orientação do presidente Antonio Rueda; e o grupo do DEM, controlado pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), a quem Juscelino Filho é ligado.

Além de um forte desgaste emocional pelos dias e noites ao telefone e nos enfrentamentos cara a cara dentro do União, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes saiu praticamente inteiro do imbróglio. Afinal, ser líder de um partido do tamanho do União Brasil na Câmara Federal lhe dá um invejável poder de fogo, formado pela visibilidade, pelo lugar cativo na mais importante mesa de negociações da República, além do controle sobre grande parte do bolo de emendas a bancada que seus integrantes têm direito.

Na avaliação de um profundo conhecedor dos bastidores de Brasília, é provável que um líder do União seja bem mais importante do que um ministro das Comunicações.

PONTO & CONTRAPONTO

Vox Brasil: Braide lidera, Lahesio é segundo e Camarão briga com Rocha e Orleans pela terceira posição

Eduardo Braide lidera seguido de Lahesio Bonfim,
Felipe Camarão, Roberto Rocha e Orloeans Brandão

Nova pesquisa do instituto Vox Brasil Pesquisa e Marketing sobre a corrida para o Governo do Maranhão, divulgada ontem com exclusividade pelo respeitado site de notícias comandado pelo jornalista Diego Emir, sacudiu os bastidores da política estadual. Os números confirmam a liderança isolada do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), com 31,90% das intenções de voto, tendo como segundo colocado o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo) com 22,20%, seguido do vice-governador Felipe Camarão (PT) com 11,16%, do ex-senador Roberto Rocha (Republicanos), com 9,04%, e o secretário Orleans Brandão (MDB) com 8,47%. O levantamento encontrou 9,62% de eleitores dispostos a anular o voto e 7,61% que não saberiam em quem votar.

De um modo geral, os números do Vox Brasil confirmam o panorama mostrado por outros levantamentos, o que reforça a impressão de que é esse o cenário da corrida nesse momento.

Eduardo Braide se mantém estável no patamar dos 30 pontos percentuais, podendo alcançar 36% ou cair para até 26%, conforme a margem de erro. Lahesio Bonfim surpreende reforçando sua posição de segundo colocado, podendo alcançar 27 pontos percentuais ou cair para 18 pontos, de acordo com a margem de erro.

Chama a atenção na pesquisa o fato de o vice-governador Felipe Camarão (11,16%) estar liderando a briga pela terceira colocação com o ex-senador Roberto Rocha (9,04%) e com Orleans Brandão (8,47%), o que desenha um empate técnico entre os três, se levada em conta a elevada margem de erro.

E vale registrar que o ex-senador Roberto Rocha lidera a rejeição, com 27%, seguido do ministro Flávio Dino (17%), Lahesio Bonfim (11%), Eduardo Braide com 9%. Roseana Sarney com 8% e Felipe Camarão (7%).

Os números dessa pesquisa sugerem que nenhum candidato tem estabilidade suficiente para deitar na cama e viver da fama. Eles apontam para uma corrida eleitoral dura, com altos e baixos, com muita movimentação à vista.

Em Tempo: a pesquisa Vox Brasil ouviu 1.050 eleitores em 31 municípios no período de 12 a 17 de abril e tem margem de erro de 4,5%, para mais ou para menos, e o intervalo de confiança é de 95%.

Beto Castro já conta com o seu e mais seis votos na corrida à presidência da Câmara de São Luís

Beto Castro lidera preferência
na Câmara de São Luís

Se não houver um retrocesso que inverta a lógica política que move a Câmara Municipal de São Luís, o vereador Beto Castro (Avante) pode comprar o paletó da posse como sucessor do vereador Paulo Victor na presidência da Casa.

Hoje de manhã, ele, que é o atual 2º vice-presidente da instituição parlamentar, contabilizou a sexta declaração de voto, desta vez por parte do vereador Antônio Garcês (PP), que, afirmando ser grato a gestos dele, anunciou que lhe dará o seu voto.

– Declaro aqui meu apoio com a certeza de estar contribuindo com um projeto sério e comprometido com a nossa cidade – disse o parlamentar, juntando-se ao presidente Paulo Victor, aos vereadores Marlon Botão (PSB), Daniel Oliveira (PSD), Marcos Castro, Cléber Filho (MDB).

Modesto, Beto Castro agradeceu o apoio fazendo a seguinte declaração: “Esse projeto não é do Beto Castro, é da Câmara Municipal de São Luís. Fico muito feliz com a confiança do vereador Antônio Garcês. Ele se junta a outros colegas que acreditam que podemos fazer um trabalho sério, transparente e voltado para o bem da nossa cidade”.

São candidatos ainda os vereadores Marquinhos (União) e Concita Pinto (PSB), que até agora não receberam manifestações de apoio.

São Luís, 23 de Abril de 2025.

Reportagem de O Globo resgata trajetória de Dino e sugere que ele pode deixar o Supremo e voltar à política

Flávio Dino durante o voto em que tornou réu o
ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa
de golpe de estado

Uma reportagem especial publicada na edição de ontem do jornal O Globo funcionou como um novo empurrão no ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, para o epicentro da vida política do País, reforçando a impressão de muitos observadores e o desejo de muitos aliados e apoiadores de que ele deixe mais uma vez a magistratura e mergulhe na busca do poder maior da República pelo caminho das urnas. Assinada pela respeitada jornalista Vera Magalhães, que conhece a fundo as entranhas do poder e os meandros da política brasileiros, a matéria do jornal fluminense – que conta resumidamente a trajetória do ex-líder estudantil, ex-juiz federal, ex-deputado federal, ex-governador do Maranhão, ex-senador da república, ex-ministro da Justiça e agora ministro da Suprema Corte, resume situação atual dele na visão de um aliado: “Flávio Dino no STF é um leão numa gaiola de passarinho”.

A exemplo de outras reportagens feitas por diferentes órgãos da elite da imprensa no País, o registro de O Globo contraria frontalmente a previsão de alguns de que, ao acatar a decisão do presidente Lula da Silva (PT) para ocupar uma cadeira na mais alta corte de justiça do País, abrindo mão de um mandato inteiro de senador da República, Flávio Dino estaria mandando para o espaço a possibilidade de vir a ser candidato a presidente da República, com potencial para ser eleito. Analistas diversos, entre eles alguns que não lhe são simpáticos, concordam num ponto: de longe o mais preparado e bem-sucedido político da sua geração, o líder maranhense conquistou estatura para ser presença obrigatória em qualquer lista de presidenciáveis para 2026 ou, no máximo, para 2030.

Quem acompanhou com atenção o confuso desenrolar do quadro político brasileiro de 2015 para cá viu a evolução do então governador do Maranhão no cenário nacional. Ele assumiu a defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff (PT), alertando a Nação de que o impeachment era uma armação política para apeá-la e o seu partido do poder. Os fatos logo mostraram que ele tinha razão. Depois de uma convivência sem maiores traumas com o presidente Michel Temer (MDB), o então governador enfrentou o poder de fogo do presidente Jair Bolsonaro (PL), que o elegeu como principal adversário, o que o levou ao “posto” de mais intenso e destemido enfrentador do presidente.

Ministro da Justiça no Governo Lula da Silva, Flávio Dino viveu e venceu o maior desafio da sua carreira ao comandar a reação ao 8 de Janeiro de 2023, quando o Brasil esteve, de fato, na iminência de sofrer um golpe de estado. Foi personagem central de uma situação dramática, marcada por atos decisivos – como o afastamento do governador de Brasília e a intervenção no Sistema de Segurança Pública da Capital da República – concretizados em meio a um forte clima de tensão, agora revelada na rica reportagem de Vera Magalhães. Numa abordagem mais ampla, a reportagem mostra que Flávio Dino foi, durante um ano, a face política do Governo Lula da Silva, principalmente no enfrentamento às forças da oposição bolsonaristas, por ele impiedosamente demolidas em audiências no Congresso Nacional.

O crescimento e ampliação da sua imagem na opinião pública fez com que aliados do PT, assim como adversários da oposição, tentassem minar sua credibilidade, para evitar que ele se tornasse o nome indicado pela frente de centro-esquerda para suceder o presidente Lula da Silva. Ele resistiu e driblou todas as ciladas, consolidando sua posição até se tornar ministro da Suprema Corte, em fevereiro de 2024. Ali, enfrentou o poder de fogo do Congresso Nacional ao fazer o inimaginável: romper a couraça que negava transparência ao uso dos recursos e emendas parlamentares, suspendendo a liberação de recursos até que regras, acentuando sobretudo a transparência, fossem votadas e implantadas. Essa guerra, por ele vencida, definiu o seu gigantismo como membro da Corte Suprema.

Com o formato de mais um registro da rica e emblemática trajetória do ministro, a reportagem de O Globo é o mais novo indicador que de Flávio Dino poderá mais uma vez deixar a magistratura para voltar ao desafiador tabuleiro da luta pelo poder.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão anuncia: Polícia Civil ganha mais 40 delegados, 20 investigadores e oito peritos

Carlos Brandão: reforço à Segurança

O Sistema Estadual de Segurança Pública foi fortalecido ontem, com o anúncio feito pelo governador Carlos Brandão (PSB), da nomeação de 40 novos delegados, 20 investigadores e oito peritos, bem como a promoção de delegados e a progressão dos demais policiais civis, o que reforçará expressivamente a atuação da Polícia Civil. No mesmo anúncio, o mandatário informou que estão em fase final estudos para atender a demandas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.

O anúncio foi feito na data em que se homenageia Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, patrono das instituições policiais brasileiras. E na sua fala, o governador agradeceu aos homens e mulheres que integram as instituições policiais do Maranhão.

Os esforços do atual Governo para fortalecer e melhorar a atuação do Sistema Estadual de Segurança Pública são traduzidos em números, como o programa de reformar 135 delegacias e batalhões de polícia nas mais diversas regiões do estado.

A Polícia maranhense ampliou sua eficiência com programas de inteligência, como o Meu Celular de Volta, que já recuperou e devolveu aos seus proprietários mais de mil aparelhos. O resultado foi a redução em 17% do roubo de celulares e 39% os roubos de veículos entre janeiro e março no Maranhão.

Esses reforços garantiram que no mesmo período 96% dos inquéritos foram concluídos pela Polícia Civil, resultado direto da convocação de 1.445 novos policiais civis, dos quais 826 estão devidamente formados, aos quais se somarão outros 389 recentemente nomeados.

 Além disso, o Governo investiu fortemente em armamentos – munição, coletes, drones e outros equipamentos para fortalecer o trabalho das forças de segurança – e na mobilidade da Polícia com a aquisição de 700 viaturas.

É isso aí.

Pedro Lucas decide hoje se será ministro das Comunicações ou continuará líder do União

Pedro Lucas Fernandes: decisão

Depois do fim de semana prolongado, que passou ao telefone tentando desatar os nós que impedem a superação da crise que sacode o União Brasil desde que o deputado federal Juscelino Filho deixou o Ministério das Comunicações, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes, que lidera a bancada do partido na Câmara Federal e foi convidado pelo presidente Lula da Silva para ministro das Comunicações, seguiu ontem para Brasília com uma decisão tomada, que será anunciada numa reunião, hoje à tarde, aos seus colegas de partido.

A decisão: vai comunicar ao presidente Lula da Silva que não aceita assumir o Ministério das Comunicações, optando por permanecer como líder da bancada do União Brasil na Câmara Federal.

A situação no União Brasil é complicada, uma vez que o partido é formado por uma banda que abandonou o bolsonarismo, caminhando para o centro, e por outra, formada pelo grupo oriundo do antigo DEM.

O primeiro grupo, ao qual Pedro Lucas Fernandes pertence, o quer no Ministério, desde que sua vaga na liderança seja preenchida por um integrante dessa corrente. O segundo grupo, ao qual Juscelino Filho é ligado, quer o ex-ministro das Comunicações como sucessor no comando da bancada na Câmara Federal.

O presidente do partido, Antonio Rueda, ao qual Pedro Lucas Fernandes é ligado, não quer Juscelino Filho na liderança do partido, alegando que o União Brasil pode sofrer desgastes se colocar um réu no comando da sua representação. Ocorre que a chamada “ala do DEM”, comandada pelo baiano ACM Neto, apoia Juscelino Filho para a liderança, formando um impasse.

Para evitar mais uma crise e mais desgastes ao partido, Pedro Lucas Fernandes viajou decidido a abrir mão do ministério e permanecer no comando da bancada.

O desfecho desse imbróglio deve acontecer até o início da noite.

Em Tempo: Vale lembrar que há exatos 525 anos o Brasil era descoberto por Pedro Álvares Cabral, que desembarcava onde hoje é Salvador, na Bahia, no comando da frota composta por 13 embarcações: nove naus, três caravelas e uma naveta de mantimentos. Essa frota levava cerca de 1500 homens, incluindo soldados, religiosos, e até mesmo condenados à morte que trocavam sua pena por exílio.

São Luís, 22 de Abril de 2025.

Candidatura de Brandão ao Senado começa a ser apontada como certa no cenário nacional

Carlos Brandão: agenda intensa de inaugurações
e contatos direto multidões no interior

A informação publicada ontem na coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, dando conta de que o governador Carlos Brandão (PSB) está entre os 13 governadores que renunciarão em abril do ano que vem para encarar as urnas na corrida ao Senado, é a confirmação de que a aliança governista está sendo recolocada nos eixos depois de meses de tensão, com ameaças de rompimentos e desmanche. A notícia, dada sem qualquer traço de dúvida, confirma também que brandonistas e dinistas caminham para ajustarem a relação e, assim, garantir o que está rascunhado desde o início de 2022, quando o então governador Flávio Dino (PSB) bateu martelo confirmando a candidatura do seu vice, Carlos Brandão (PSB), à sua sucessão, rifando a pretensão do senador Weverton Rocha (PDT).

Para divulgar uma informação como essa com esse teor de segurança, usando o “será candidato” ao invés do “poderá ser candidato”, o jornal paulista certamente se valeu de fonte segura, que lhe passou exatamente o que está decidido na agenda política do chefe do Executivo estadual. Isso significa dizer que, embora não haja anúncio oficial nem uma declaração pública do governador a respeito do assunto, o projeto senatorial é item prioritário no planejamento político e eleitoral do governador para os próximos anos. E anima os bastidores da corrida às urnas e reforça o projeto de uma chapa tendo o vice-governador Felipe Camarão (PT) como governador a partir de abril e, naturalmente, como candidato à reeleição.

Carlos Brandão tem usado a astúcia das raposas para conduzir esse processo, evitando o lançamento de uma chapa fechada com um ano e meio de antecedência, colocando os candidatos na rota do desgaste. À medida que vai montando, tijolo a tijolo, a chapa majoritária do seu campo, levando em conta também os movimentos de adversários e concorrentes, caminha com segurança para o 03 de abril do ano que vem, quando se verá, finalmente, diante da realidade nua e crua, que é sair para disputar uma cadeira no Senado ou permanecer no Governo para se tornar apenas um ex-mandatário sem poder, mesmo que venha a deixar um aliado no comando.

Política é uma atividade nobre, mas é também implacável, porque a essência dela é a busca permanente pelo poder, e quem o consegue e o deixa escapar costuma pagar um preço muito elevado. Daí não fazer qualquer sentido que um político na posição do atual governador do Maranhão abra mão de permanecer no epicentro do poder como senador da República.  E a julgar pela desenvoltura com quem vem movimentando seu Governo e se relacionando com a classe política, tudo indica que o governador seguirá a trilha indicada na informação publicada na prestigiada e bem informada coluna política da Folha de S. Paulo.

Salvo casos raríssimos, como o da senadora Ana Paula Lobato (PDT), que ganhou um mandato senatorial inteiro na condição de suplente do senador Flávio Dino (PSB), que renunciou para ser ministro da Corte Suprema, ninguém em outra condição ganha oito anos de estadia na Câmara Alta. E como político que conhece o caminho difícil, tortuoso e exigente que leva às urnas, Carlos Brandão sabe que, mesmo sendo detentor de prestígio político e poder, como é o seu caso, tem de sair a campo em busca do respaldo eleitoral. E isso exige muito trabalho, muita conversa e muito compromisso assumido.

As pesquisas têm dito que o governador é favorito para uma das duas vagas, sendo a segunda mirada por dois senadores em busca da reeleição, Eliziane Gama (PSD) e Weverton Rocha (PDT), e pelo deputado federal André Fufuca (PP), atual ministro do Esporte. Carlos Brandão tem experiência suficiente para saber que, independentemente do favoritismo apontado nas pesquisas, voto não cai do céu, por isso mesmo está trabalhando duro para preencher as expectativas do eleitorado.

Afinal, melhor do que ser eleito é ter uma eleição maiúscula.

PONTO & CONTRAPONTO

Iracema Vale e Othelino Neto aguardam atentos o desfecho da votação do Supremo

Iracema Vale mostra confiança;
Othelino Neto tem sido discreto

A presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), e o ex-presidente Othelino Neto (Solidariedade), passarão a Páscoa e entrarão na semana mergulhados em clima de expectativa por conta do julgamento virtual do Supremo Tribunal Federal, que dirá se o mandato de presidente que ela está exercendo, resultado da eleição realizada no dia 13 de novembro do ano passado, é legal ou não.

Iracema Vale tem demonstrado descontração em relação ao caso. Primeiro porque tem exibido convicção de que nada houve de errado na sua eleição. E segundo porque os quatro ministros que já votaram, três tem posições favoráveis a ela , e um deu voto mesclado com alguns questionamentos, mas confirmando a legalidade da eleição. Se tiver mais dois votos a favor e o quarto não for revisto, o assunto estará liquidado a seu favor.

Othelino Neto tem mantido certa discrição em relação ao julgamento desde que a ministra-relatora Cármen Lúcia anunciou seu voto não reconhecendo os argumentos da ação do seu partido contra a eleição. Andou reforçando sua argumentação, mas os advogados da Alema contra-atacaram fortalecendo ainda mais a tese segundo a qual se trata de assunto de prerrogativa do parlamento, não cabendo a intromissão da Justiça.

A expectativa dos dois interessados deve acabar a qualquer momento da semana que começa, com a manifestação de todos os integrantes da Corte Suprema.        

Lahesio perde espaço por conta dos seus movimentos de candidato assumido ao Governo

Lahesio Bonfim: perdas

Na sua estratégia belicista de se viabilizar como candidato da direita – aí incluindo todas as suas correntes – ao Governo do Estado, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), parece estar mais perdendo do que acrescentando cacife à sua candidatura já anunciada.

Fez gestos inadequados ao prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) e teve um estrondoso silêncio como resposta, traduzido por alguns observadores como um aviso de que não há qualquer chance de uma aliança.

Se movimentou também, com algum cuidado, na direção do grupo liderado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho, mas tudo o que teve como resposta foram recados de que não deve esperar o apoio do PL do Maranhão.

E, mais recentemente, foi duramente alvejado por petardos verbais disparados pela deputada estadual Mical Damasceno (PSD), que o apontou como alguém que “diz muita besteira” e aparenta ter “um parafuso frouxo”. O ataque da parlamentar pode significar que uma grande fatia da corrente evangélica da Assembleia de Deus não o seguirá como candidato.

Essas reações aos seus movimentos são suficientes para que o candidato assumido do Novo reveja sua estratégia, sob pena de mergulhar num isolamento que pode ser fatal ao seu projeto de ser governador. São Luís, 20 de Abril de 2025.