Candidatos de Oposição enfrentam dificuldades para formular propostas diante dos feitos do Governo

 

Discurso de Carlos Brandão inibe formulação de proposta por Weverton Rocha, Edivaldo Jr. e Lahesio Bonfim

A campanha para o Palácio dos Leões transcorre num contexto de muitas dificuldades para os candidatos de oposição. Eles não estão conseguindo formular um discurso crítico sobre o Governo Flávio Dino (PSB), agora continuado pelo governador Carlos Brandão (PSB). Os candidatos Weverton Rocha (PDT), Edivaldo Jr. (PSD), Lahesio Bonfim (PSC), que são os mais bem situados nas pesquisas, têm trepidado nas palavras e nas formulações, mas até agora nenhum conseguiu elaborar um discurso com propostas para as áreas de educação, saúde, segurança pública, segurança alimentar, que pudessem ser entendidas pelo eleitor como algo crível e que pudessem, pelo menos, aparecer como ações inovadoras dentro de ambientes já inovados. Daí a segurança com que o governador Carlos Brandão faz uma campanha serena, baseada principalmente em mostrar o que foi feito nos últimos anos nas áreas essenciais.

Quando o assunto é Educação, os candidatos adversários não conseguem apresentar algo que supere o programa Escola Digna, que levou escolas confortáveis e com ensino de padrão elevado em relação ao que havia ali, que pelo menos se aproxime das quase 100 escolas de tempo integral – que incluem três refeições diárias – espalhadas pelo estado, e que chegue pelo menos perto do que são os Iemas, que oferecem formação técnica, isso sem contar o fato de que o professor do Estado do Maranhão, além de qualificação, é o que tem a melhor remuneração básica em todo o País. Nenhum dos candidatos, mesmo se esforçando para pronunciar frases de efeito, conseguiu criticar o Governo passado e sua continuação fazendo uma crítica séria ao que foi feito na educação. Aqui e ali está acontecendo o contrário: numa das suas falas, Weverton Rocha se rendeu ao programa Escola Digna, por exemplo.

Quando falam em Saúde, os adversários do governador Carlos Brandão empacam e não conseguem formular um embrião de plano quando se defrontam com a realidade implantada no Maranhão nos últimos sete anos e meio. São 26 hospitais, dos quais seis são macrorregionais, 18 policlínicas, cerca de 400 leitos de hemodiálise – havia cerca de 40 em todo o estado em 2015 -, e serviços essenciais como o Hospital de Traumatologia e a revolucionária Casa de Ninar, instalada na antiga mansão de veraneio e festas do Governo do Estado, e o gigantesco e moderno Hospital de Urgência da Ilha de São Luís. Isso sem contar os vários hospitais de campanha instalados nas diversas regiões durante a pandemia do novo coronavírus, que tornaram o Maranhão o estado a perder proporcionalmente menos vidas para o Covid-19. Até agora, o único a falar de saúde com alguma propriedade foi Weverton Rocha, que mostra como esforço seu a implantação do Hospital do Amor – especializado em diagnósticos de câncer – em Imperatriz e outro em Pinheiro por meio de emendas parlamentares.

No campo da Segurança Pública, os discursos dos candidatos também não chegam perto do que o Governo apresenta como conquista: reestruturação das polícias (civil e militar) e aumento do efetivo (a meta de dobrar o número de policiais militares não foi cumprida, mas houve mais de 30% de aumento do número de PMs, por meio de concursos muito concorridos – justificando plenamente o discurso positivo governista). Além disso, o Sistema Penitenciário de Pedrinhas saiu da condição de inferno, onde presos eram decapitados na guerra de facções, e virou uma instituição bem avaliada, passando à condição de normalidade, cumprindo o seu mister.

Nesse contexto, os adversários do governador Carlos Brandão na corrida às urnas não têm como criticar, por exemplo, a política de segurança alimentar que tem como eixo uma rede de 160 restaurantes populares onde a refeição, de bom padrão, custa R$ 1,00. Além disso, faltam argumentos para contestar a política de investimentos na infraestrutura dos municípios, com pavimentação de rua, construção e reforma de praças, criação de parques, restauração de áreas residenciais, pontes, áreas de laser e outros equipamentos urbanos hoje encontrados em todos os municípios do Maranhão.

Tudo o que foi dito e proposto pelos candidatos aos Leões que fazem contraponto ao governador Carlos Brandão não é, nem de longe, suficiente para arranhar a solidez do discurso governista, feito pelo atual chefe do Executivo, candidato à reeleição, e pelo ex-governador Flávio Dino, que pede votos para ser senador. E a tendência é complicar ainda mais, à medida que na sua campanha o governador Carlos Brandão mostrar feitos em todas as áreas, o que deixará ainda mais vazio e inconsistente o discurso dos adversários.

O debate de hoje, no Sistema Mirante, vai dar uma mostra desse confronto discursivo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Apoio de Júnior Lourenço a Dino esvazia a base de Rocha

Júnior Lourenço declara apoio a Flávio Dino, articulado por Othelino Neto (na foto ao lado de Ana Paula Lobato, candidata a suplente de Flávio Dino). Embaixo, Marreca Filho declara apoio a Flávio Dino e Carlos Brandão

Se havia alguma dúvida de que a aliança que dá sustentação à candidatura do senador Roberto Rocha à reeleição, articulada pelo senador Weverton Rocha (PDT), candidato ao Governo do Estado, está ameaçada de desmanche, e foi para o espaço ontem, com a declaração de apoio do deputado federal Júnior Lourenço (PL) à candidatura do ex-governador Flávio Dino (PSB) para o Senado. Figura de proa do núcleo político comandado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), Júnior Lourenço foi prefeito de Miranda do Norte e pleiteia a renovação do seu mandato de deputado federal, para o qual se elegeu em 2018 com 117 mil votos, tendo sido o quarto mais votado. A declaração de apoio ao ex-governador Flávio Dino é mais um golpe na frouxa base de sustentação do senador Roberto Rocha (PTB), e que, mesmo que o parlamentar não tenha se manifestado em relação ao governador Carlos Brandão (PSB), o gesto abre mais uma fissura no suporte político da candidatura do senador Weverton Rocha ao Governo. A articulação que levou Júnior Lourenço a declarar apoio a Flávio Dino foi conduzida pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Othelino Neto (PCdoB), coordenador político da campanha do ex-governador ao Senado.

Vale registrar que Júnior Lourenço é o segundo integrante do grupo do deputado Josimar de Maranhãozinho que abandona Roberto Rocha e declara apoio ao ex-governador Flávio Dino. O primeiro foi Marreca Filho (Patriota), que em meados de julho deixou o grupo, abandonando as candidaturas de Roberto Rocha para o Senado e Weverton Rocha para o Governo e declarou apoio a Flávio Dino e ao governador Carlos Brandão.

 

Brandão quer fortalecer parceria econômica com a China

Ao contrário dos aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), que motivados por ele enxergam na China um inimigo perigoso, o governador Carlos Brandão vê no gigante asiático, que hoje movimenta a segunda maior economia do planeta, um parceiro potencial de grande importância para o Maranhão. Isso ficou claro ontem na TV Cidade, ao ser entrevistado no “Balanço Geral”, ao falar sobre economia: “Fui uma espécie de embaixador do Maranhão, visitando os portos da China e firmando parcerias importantes para o Porto do Itaqui, que hoje gera 16 mil empregos diretos e indiretos. Conseguimos ainda incluir o Maranhão na Nova Rota da Seda, e, hoje, temos um novo porto sendo construído com investimentos da China”.

Resta aguardar o que vem por aí.

São Luís, 01 de Setembro de 2022.

 

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