Brandão ainda sem previsão de alta, mas mostrando disposição para voltar à guerra pelo voto

 

Carlos Brandão na entrevista à TV Mirante: boa aparência e vontade de voltar ao MA

É verdade que na interinidade do desembargador Paulo Velten o Governo está em boas mãos, que pilotada pelos experientes ex-prefeitos Sebastião Madeira (Casa Civil) e Luís Fernando Silva (Planejamento) a máquina administrativa está funcionando a todo vapor, que o ex-governador Flávio Dino (PSB) está à frente da pré-campanha, dando suporte aos movimentos do pré-candidato a vice governado Felipe Camarão (PT), que seus apoiadores estão atuando forte nas redes sociais, e que a pesquisa mais recente, do Escutec, lhe dá uma vantagem razoável sobre o segundo colocado na corrida sucessória, o senador Weverton Rocha (PDT). Mas é verdade também que, por mais que seja justificado por se tratar de um problema de saúde já resolvido na essência, a prolongada não presença governador Carlos Brandão (PSB), na cena política, em carne e osso e ao vivo e a cores está lhe impondo certa lentidão no crescimento das intenções de voto, abrindo caminho para o aceleramento da pré-campanha do candidato pedetista, e o turbinamento do “fato novo” da corrida ao Palácio dos Leões, Lahesio Bonfim, que já está ganhando o status de ameaça ao senador Weverton Rocha.

Nas declarações que deu ontem à TV Mirante, o governador Carlos Brandão mostrou-se ciente da situação e disse que está usando todos os recursos ao seu alcance – telefone e internet, por exemplo – para se manter ativo na condução do Governo no contexto da corrida eleitoral. Sua aparência manda pelos ares qualquer nhenhenhém sobre sua saúde, fortalecendo a expectativa de que sua alta se dará em pouco tempo.

No que diz respeito ao Governo, nada indica a existência de problemas que possam retardar as ações em curso. Ao contrário, todas as evidências sugerem normalidade administrativa e fiscal, com o cumprimento do vasto cronograma que lhe tem permitido entregar obras em todo o território estadual numa intensa programação semanal. Na seara fiscal, o Governo tem cumprido à risca o rigoroso equilíbrio herdado do Governo Flávio Dino, segundo o qual só faz o que pode pagar. Essa regra, mantida com mão de ferro pelo então governador Flávio Dino, ao que tudo indica, sobrevive firme como a base da gestão de Carlos Brandão. Daí a informação oficial de que o Governo estadual se encontra com suas finanças e seus compromissos rigorosamente em dia.

Já no campo político-eleitoral a equação é bem mais complexa, a começar pelo desencontro de informações a respeito do andamento das pré-campanhas. Depois de um espaço de quase um mês, o instituto Exata sacudiu o meio político com a curiosa pesquisa informando que o pré-candidato do PDT, senador Weverton Rocha, após quase um ano estacionado no patamar de 20%, dera uma arrancada repentina colocando cinco pontos percentuais à frente do governador Carlos Brandão. Três dias depois, pesquisa do instituto Escutec informou o contrário: Carlos Brandão, que registrou crescimento lento e seguro desde o primeiro levantamento, aparece com quatro pontos de vantagem sobre Weverton Rocha, que também oscilou para mais. Ontem, surgiu a informação de que o instituto Econométrica está em campo e deve divulgar sua pesquisa no dia 24, em plena festança joanina, como uma espécie de tira-teima.

A julgar pelo que tem acontecido até aqui, é lícito e lógico avaliar que, apesar da forte intensidade da sua pré-campanha, que tem estrutura e roteiro de uma campanha propriamente dita e está sendo largamente beneficiada pelo afastamento temporário de Carlos Brandão, o senador Weverton Rocha perdeu a liderança da corrida para o governador. E para agravar mais ainda o cenário, o pedetista enxerga agora a ameaçadora silhueta de Lahesio Bonfim no seu retrovisor, o que o obrigará a acelerar sua corrida com dois objetivos: alcançar o governador Carlos Brandão para retomar a liderança e evitar a todo custo a aproximação do pré-candidato do PSC. Ao governador caberá acelerar ao máximo para se afastar de Weverton Rocha e não incluir o ex-prefeito de São Padro dos Crentes no seu leque de preocupações.

Pelo que demonstrou na entrevista à TV Mirante, o governador Carlos Brandão retornará de São Paulo “com sangue nos olhos e faca nos dentes”.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Othelino Neto usa senso de responsabilidade e anula concurso com falhas de segurança e fiscalização

Othelino Neto: senso de responsabilidade

Numa decisão em que usou o senso de responsabilidade que cabe a um chefe de Poder do Estado, o presidente licenciado da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), anunciou ontem a anulação da primeira etapa do concurso para vagas de servidor da instituição parlamentar. Por meio de suas redes sociais, o deputado-presidente disse o seguinte: “Em função dos registros de falhas de execução e segurança na aplicação da prova objetiva, bem como sobre a correta interpretação sobre a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), decidi anular a primeira etapa do concurso da Assembleia Legislativa. Nosso compromisso é com a transparência e a absoluta lisura de todos e quaisquer atos de gestão do Poder Legislativo”.

Com a decisão, que tomou após consultar o corpo técnico da Casa e a Mesa Diretora, o presidente do Poder Legislativo sana, de uma só vez, um problema que poderia arranhar o prestígio da instituição. A começar pelo fato de que as “falhas de execução, fiscalização e segurança na primeira etapa objetiva” do certame foram denunciadas pelo membro do Poder Legislativo, deputado Yglésio Moises (PSB).

 

Comando do PSD pode levar Edivaldo Jr. a mudar radicalmente sua pré-campanha

Edivaldo Jr.

Até pouco tempo empolgado com o desempenho do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. na corrida ao Governo do Estado, comando do PSD começa a mostrar insatisfação e preocupação como a posição do seu representante, depois de ele ter sido ultrapassado pelo ex- Lahesio Bonfim (PSC). Os chefes do partido estariam cobrando uma campanha e um discurso mais agressivos, mas o pré-candidato quer manter a linha de pré-campanha amena, inspiradas no seu papel de bom-moço, que condena “brigas políticas” e defende o “trabalho”, mostrando-se como exemplo dessa equação politicamente correta. Só que não está funcionando. A expectativa é de uma guinada radical se as coisas continuarem como estão. Uma das medidas previstas para logo é a escolha do pré-candidato a vice, que pode dar mais movimento e intensidade à pré-campanha.

São Luís, 21 de Junho de 2022.

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