
Popular, urbanização em Buritirana, pavimentação
em Imperatriz e na homenagem a José Sarney
Numa das suas declarações mais emblemáticas feitas no início do ano, mais precisamente no discurso que pronunciou na Assembleia Legislativa, na abertura do ano legislativo, no dia 2 de fevereiro, o governador Carlos Brandão (PSB) disse que 2025 será “o melhor ano do seu Governo”, porque será “o ano da colheita”. De lá para cá, decorridos quase dois meses, o governante maranhense tem cumprido uma agenda frenética de eventos e inaugurações nas mais diversas regiões do estado. A última semana, iniciada no sábado (15), na Região Tocantina, Carlos Brandão encarou uma maratona que incluiu a entrega de novos espaços e equipamentos científicos para a UemaSul, a festiva inauguração em Buritirana do 183º Restaurante Popular, avançando no compromisso de levar esse programa aos 217 municípios – hoje já alcançou 163. Acompanhado da primeira-dama Larissa Brandão, o governador participou das duas noites do Lava-Pratos de Imperatriz, que atraíram multidões na simbólica Avenida Bernardo Saião.
O dado a mais dessa agenda, que fez muita diferença no foco político da ação governamental, foi a presença de um animado vice-governador Felipe Camarão (PT) na comitiva, composta também pelo chefe da Casa Civil Sebastião Madeira (PSDB), o experiente ex-prefeito de Imperatriz, e do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), o mais ativo integrante do núcleo político do Governo, os quatro muito bem cotados para as eleições do ano que vem. Na sua maratona, o governador entregou parte da sua agenda ao vice-governador, que recebeu a incumbência de representa-lo em inaugurações importantes em Montes Altos, Campestre do Maranhão, Ribamar Fiquene e Davinópolis, numa relação que está turbinando o potencial político e eleitoral do virtual candidato à sua sucessão. Na sexta-feira, ainda em São Luís, Felipe Camarão fora escalado para inaugurar, em nome do governador, uma quadra esportiva e um auditório no Colégio Militar Tiradentes I, enquanto o mandatário entregava duas novas escolas na região da Estiva. Junto com o vice-governador estava o secretário de Assuntos Municipalistas.
Na segunda-feira, o governador desembarcou cedo em Barreirinhas, acompanhado da presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), e do prefeito Vinícius Vale (MDB), onde entregou um necessário e providencial Centro de Hemodiálise, reduzindo o vaivém de ambulâncias na região. Na terça-feira, depois de compromissos em São Luís, Carlos Brandão embarcou para Brasília, onde cumpriu compromissos políticos e administrativos, e participou, na Câmara Federal, como convidado especial, da homenagem ao ex-presidente José Sarney (MDB) como o grande condutor da transição do País da ditadura militar para a democracia, há 40 anos. Ainda em Brasília, cumpriu agenda em ministérios, e declarou apoio à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. De volta a São Luís, Carlos Brandão dedicou a sexta-feira a uma intensa agenda de audiências com prefeitos, que começou às 9h e terminou por volta das 21h, com rápido intervalo para o almoço.
O intenso trabalho do Governo nas mais diversas áreas e nas mais diversas regiões do estado tem uma associação lógica com as relações políticas, que têm como foco as eleições de 2026. O governador Carlos Brandão trabalha com um olho nos bons resultados administrativos e com outro nas urnas do ano que vem. E quando convoca o vice-governador Felipe Camarão, emite sinais de que está disposto a colocar em marcha a ideia original da chapa Camarão/Brandão, em sintonia com o presidente Lula da Silva (PT) e a fatia dinista do seu grupo, com a qual está estremecido, mas com nítida possibilidade de realinhamento.
Com as finanças ajustadas, sem maiores problemas de caixa, o governador Carlos Brandão está colocando em marcha uma locomotiva cuja primeira parada se se dará em 3 de abril do ano que vem, quando ele decidirá se passa ou não comando ao seu sucessor. Os primeiros movimentos indicam que ele pensa seriamente em passar oito anos em Brasília como senador da República. Tem cacife para isso.
PONTO & CONTRAPONTO
Nascimento iminente da Federação PP/União deve alterar o cenário partidário no Maranhão

Fernandes: mais força se Federação
PP/União for confirmada
O mundo político maranhense está fazendo as contas sobre o que pode vir a ser a Federação que deve unir eleitoralmente o PP e o União Brasil. E os números iniciais dão forma a uma potência partidária e eleitoral, que começa com uma brigada formada por três deputados federais (André Fufuca [ministro do Esporte], Juscelino Filho [ministro das Comunicações] e Pedro Lucas Fernandes [líder do União na Câmara Federal], cinco deputados estaduais, nada menos que 47 prefeitos e pelo menos três centenas de vereadores.
Como se vê, será uma máquina político-partidária para ninguém botar defeito, a começar pelo fato de que reúne nada menos que os três deputados federais mais bem-sucedidos da atual bancada, dois deles ministros de Estado e um responde por uma das bancadas mais influentes da Câmara Federal. Os três são jovens, ativos e ambiciosos e miram o Palácio dos Leões, com legitimidade suficiente para isso. André Fufuca deve encarar a disputa por uma cadeira no Senado, enquanto Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes, em princípio, vão tentar a reeleição.
Outro pilar que mostra a força dessa provável Federação são as prefeituras controladas por essas legendas. São 27 controladas pelo União, entre elas Santa Inês e Vitorino Freire, e 20 pelo PP, lista que começa por Imperatriz e segue por Caxias, para citar apenas as duas mais importantes. E os cinco deputados estaduais, se atuarem em sintonia política, formam uma bancada com respeitável poder de fogo.
Não é sem razão, portanto, que os ministros André Fufuca, que controla o PP estadual, e Juscelino Filho, que juntamente com o líder Pedro Lucas Fernandes, comanda o braço maranhense do União, não esconderam seu entusiasmo com a Federação cuja formação só depende de alguns detalhes.
Em princípio, se efetivamente montada, a nova máquina partidária fará parte da aliança comandada pelo governador Carlos Brandão (PSB).
Caxias será palco de uma disputa dura, mas tem cacife para fazer até três deputados estaduais e dois federais
A ascensão do suplente Catulé Júnior (PP) como deputado titular, ocupando a vaga aberta por Rildo Amaral (PP), eleito prefeito de Imperatriz, mas representando o grupo de oposição local, deve alterar expressivamente o eixo da disputa para a Assembleia Legislativa em Caxias, que está representada também pelas deputadas Cláudia Coutinho (PDT), que representa o Grupo Coutinho, e Daniella (PSB), que atua em nome do Grupo Gentil.
Na visão de alguns observadores, será uma luta titânica pelos pouco mais de 100 mil eleitores da Princesa do Sertão. Os três são políticos apoiados por grupos bem estruturados, sendo que os dois primeiros têm a vantagem de serem da terra e contam com bases capilarizadas por apoiadores, familiares e amigos, enquanto a terceira, natural de Presidente Dutra, conseguiu construir um espaço com o apoio decisivo do seu principal apoiador.
Se bem trabalhado, com discursos corretos e posições identificadas com a cidade, que é diferenciada pela intensidade da sua vida política, o tamanho do eleitorado é suficiente para eleger até três deputados estaduais, dando um lastro potencial de 30 mil sufrágios para cada um. É claro que essa conta não vale, servindo apenas para mostrar que a cidade tem peso político e eleitoral suficiente para ter uma representação como a de agora, com três deputados.
Além disso, se as campanhas forem bem articuladas e se voltarem para o município, Caxias poderá eleger dois deputados federais, um pela associação dos grupos Gentil e Coutinho, que pode lançar a deputada federal Amanda Gentil à reeleição, e outro pela Oposição, hoje concentrada no Grupo Marinho, cujo líder, Paulo Marinho Jr. (PL), disputou a eleição de prefeito voto a voto com o vencedor Gentil Neto (PP).
Os próximos tempos mostrarão quem vai ser quem na corrida às urnas.
São Luís, 23 de Março de 2025.