Ação da Rede tenta criar clima de instabilidade na candidatura de Edivaldo Jr. para reverter queda de Eliziane Gama

 

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Márlon Reis saiu da condição de paladino para jogar o jogo do poder nas eleições de São Luís

O que de fato motivou o ex-juiz estadual Márlon Reis, agora advogado da Rede Sustentabilidade, a protocolar na Justiça Eleitoral do Maranhão uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) com o objetivo de prejudicar e até mesmo retirar o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) da corrida às urnas? Certamente não foi o do paladino da moralidade política que ganhou justa projeção nacional e internacional como um dos autores da Lei da Ficha Limpa. O advogado Márlon Reis que foi ao Fórum Eleitoral da Capital formalizar a denúncia contra o prefeito de São Luís é agora um militante partidário motivado pela necessidade de abrir espaço político e eleitoral para a candidata do PPS à Prefeitura de São Luís, deputada federal Eliziane Gama, que ganhou o apoio da Rede Sustentabilidade. Ele saiu da planície do idealismo politicamente correto para o pantanoso e movediço campo do “vale tudo” para obter ganhos nas urnas. Nada contra o trabalho do advogado, que é lícito independentemente do que motivou a ação, mas não há como não franzir o cenho, em grau de perplexidade, ao vê-lo despido do purismo cidadão e coberto pela capa furta-cor dos que apostam alto no tapetão judicial.

Para começar, a Rede Sustentabilidade é ainda um simulacro de partido com boas intenções, mas sem suporte político para assumir a condição de protagonista no cenário político-partidário nacional, menos ainda no de São Luís neste momento. Formado por frações desgarradas do PV e outras siglas da esquerda e por aprendizes de militante da classe média alta que acham “linda” a luta pelo verde e exaltam à distância o sucesso da sobrevivente social e vencedora, e por isso emblemática, ex-senadora Marina Silva, cujo objetivo maior é chegar à Presidência da República. S Rede desembarcou na Ilha pelas mãos de agentes políticos pouco conhecidos, condicionando sua existência até aqui a uma curiosa incerteza: apoiar ou não apoiar Eliziane Gama. Declarou-lhe apoio depois de desgastantes marchas e contramarchas, ditos e desmentidos e vai-não-vai.

Chama atenção o fato de que até o anúncio feito por Márlon Reis na segunda-feira, não havia no tabuleiro sucessório da Capital qualquer questionamento sobre a conduta política do prefeito Edivaldo Jr.. A publicidade das ações do Governo Municipal tem se dado no limite do que é legal, e os releases divulgados pela Secretaria Municipal de Comunicação Social destacando gestos e palavras do chefe maior não chamaram a atenção de adversários a ponto de estimulá-los a bater às portas da Justiça Eleitoral com o propósito de fulminar a candidatura do prefeito à reeleição e, com isso, facilitar a vida da candidata do PPS.

A iniciativa do advogado da Rede acontece exatamente no momento em que as pesquisas apontam uma reviravolta nas preferências do eleitorado. Eliziane Gama, que vinha disparada na liderança da corrida, perdeu muito gás no último mês e na semana passada perdeu a ponta para o prefeito Edivaldo Jr., que fez o caminho inverso e agora lidera a peleja pelo voto.  Em meio a esse contexto, é lícito indagar: se a candidata Eliziane Gama estivesse liderando com alguma folga, como já esteve, a Rede acionaria seu prestigioso advogado para tentar eliminar o projeto de reeleição do prefeito de São Luís acusando-o de praticar conduta vedada? Não há como afirmar categoricamente que sim ou que não, mas avaliando a indagação pela via do pragmatismo que move o embate político, é muito provável que a denúncia não seria colocada no papel.

Não se discute aqui a legitimidade da Rede em fazer a tal denúncia, mas é desalentador que um partido sem lastro eleitoral nem um modesto cacife político inicie sua trajetória num colégio com mais de 600 mil eleitores atraindo holofotes na sessão de protocolo da Justiça Eleitoral, com o objetivo de criar um clima de instabilidade na candidatura mais consolidada até aqui. E também não se faz uma só réstia de restrição profissional ou ética à ação do advogado Márlon Reis, mas não há como não enxergar traços antipáticos e sem charme numa intervenção dessa natureza num roteiro em que o que está em evolução é a capacidade de cada um dos candidatos de convencer o eleitor de que é o melhor para São Luís.

E com um detalhe a mais: os candidatos à Prefeitura de São Luís são o que há de melhor na praça, exatamente porque ainda não sucumbiram – e torce-se para que não sucumbam – aos vícios com que a má política costuma contaminar os incautos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Braide vai à convenção sem revelar vice
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Braide definirá chapa hoje 

O deputado Eduardo Braide (PMN) vai para sua convenção carregando uma bolsa de mistério quanto a coligações e escolha de vice na chapa em que será candidato a prefeito de São Luís. Braide conversou com vários partidos e grupos, mas não definiu a montagem da chapa que vai liderar. Ele entrou com cuidado nesse terreno instável das negociações partidárias, preferindo não fazer alianças antes que os grandes realizassem as suas. Ciente de que não tem poder de fogo para jogar com o peso de uma aliança com PDT e PCdoB juntos, nem condições de construir uma coligação com o PMDB, Braide preferiu aguardar. Ele informou que vai fazer uma convenção “muito animada”, mas não revelou as alianças que vai confirmar com partidos que não se deixaram atrair pelos candidatos que aparecem melhor situados na corrida às urnas. O deputado espera surpreender.

 

Wellington deve firmar aliança com o PV
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Wellington: silêncio total

O deputado Wellington do Curso (PP), que aparece nas pesquisas como o terceiro colocado nas intenções de voto, realizará hoje sua convenção da qual deve sair com uma chapa definida. Nos bastidores da corrida eleitoral a informação corrente até ontem á noite era a de que o candidato do PP firmará uma aliança com o PV, que indicará o candidato a vice-prefeito. Wellington, porém, mantém silêncio obstinado sobre alianças e escolha de vice, informando apenas que tem conversa “com muita gente”, mas se nega a revelar quem foram os interlocutores, garantindo apenas que vai formar uma chapa “para vencer a eleição”. Aliás, de todos os candidatos, Wellington do Curso é o que exibe mais confiança de que vencerá a eleição.

José Joaquim deve ser o vice de Eliziane
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José Joaquim deve ser o vice de Eliziane

O PSDB realiza hoje sua convenção para confirmar seu rumo na corrida eleitoral de São Luís. O ponto alto da reunião dos tucanos será a confirmação do vereador José Joaquim como vice da candidata do PPS, Eliziane Gama, ratificando assim a aliança firmada pelos dois partidos com o aval dos cardeais de Brasília. Engenheiro por formação, José Joaquim é um dos mais importantes nomes da Câmara Municipal nas últimas décadas, exercendo sucessivos mandatos, e a cada um deles reafirmando sua competência como legislador municipal. Um dado que pesou na escolha é que o vereador tucano é um militante católico, com forte presença na Igreja e, assim, fazer um saudável contraponto com o evangelismo de Eliziane Gama. Além disso, José Joaquim é um dos políticos mais próximos do ex-prefeito João Castelo, que aprovou a escolha.

São Luís, 02 de Julho de 2016.

 

 

5 comentários sobre “Ação da Rede tenta criar clima de instabilidade na candidatura de Edivaldo Jr. para reverter queda de Eliziane Gama

  1. Isso foi pura jogada de Eliziane pa tentar tirar Edivaldo da disputa ou enfraquecê-lo. mas não deu certo! Ela continua a despencar, ainda mais agora!!

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