A crise global causada pelo desmatamento e pelas queimadas na Amazônia é responsabilidade direta e exclusiva do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que com suas declarações deu “sinal verde” para “grileiros e pecuaristas ilegais” queimarem ilegalmente a floresta. São declarações do ex-ministro e atual secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal, Sarney Filho (PV), para quem, “se o próprio presidente dá sinais de desconstrução da política ambiental, ele acaba incentivando o desmatamento, com todas as suas consequências”. No alerta, em tom de denúncia, feito em entrevista ao jornal Valor Econômico, publicada ontem (26), Sarney Filho bateu forte: “Bolsonaro prejudica mais a política ambiental pelas suas falas do que pelas ações. As ações são ruins, mas as falas são piores”. Além do presidente, Sarney Filho responsabilizou também conselheiros pela crise: “Bolsonaro está cercado de conselheiros atrasados, ignorantes e, alguns deles, com interesse na ilegalidade. Ele ouve opiniões e reproduz uma série de ideias malucas, colocando o Brasil em situação vexaminosa. São pessoas que não têm tradição na área ambiental. Querem tirar proveito imediato de tudo”. E arrematou: “Se continuar assim, será uma catástrofe absoluta”.
O secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal entrou no turbulento e fumacento cenário da crise ambiental como voz autorizada para se manifestar sobre o assunto no contexto atual. Falou com a autoridade de quem foi ministro de Meio Ambiente nos Governos Fernando Henrique (PSDB) e Michel Temer (MDB) nos quais atuou como representante do PV. Todos os avanços registrados na preservação da Amazônia nas duas últimas décadas tiveram participação direta do atual secretário de Meio Ambiente do DF, como ministro, como parlamentar ambientalista e como líder do PV na Câmara Federal, onde também presidiu a Comissão de Meio Ambiente. Na entrevista, ele desenhou a crise com precisão, com a segurança de quem deixou o cargo no ano passado respeitado por militantes, especialistas e ONGs.
Sarney Filho mostrou a raiz do problema, apontando o presidente da República como o responsável direto pela situação do momento, que preocupa brasileiros e alarma o mundo: “Já é difícil conter o desmatamento com todos os órgãos funcionando adequadamente. À medida que o presidente fragiliza esses órgãos, ele fortalece o grileiro, o pecuarista ilegal, dando sinal verde para que tudo isso possa acontecer”. E reforçou sua afirmação observado que, ao contrário do que muitos estão afirmando, o aumento de 50% das queimadas é fruto de desmatamento e não de uma estiagem fora do normal. “Neste ano as condições climáticas da Amazônia foram as melhores dos últimos quatro anos. Houve menos estiagem. O aumento dos focos de incêndio é responsabilidade do Governo. É lógico que nesta época há mais queimadas, mas o aumento de 50% entre o ano passado e este ano significa que não é questão climática, mas política”.
O alerta feito pelo ex-ministro do Meio Ambiente faz todo sentido. Para começar, o presidente Bolsonaro fragilizou violentamente o Ibama quando proibiu que caminhões e tratores sem origem usados por desmatadores e madeireiros criminosos fossem incendiados, obrigando o órgão também a afrouxar a fiscalização. O correto seria agir em sentido contrário, fortalecendo o órgão e fechando o cerco às quadrilhas que grilam, incendeiam, desmatam e praticam o garimpo ilegal. O ex-ministro acha que o caminho agora é redobrar esforços, unir todos os segmentos. Daí porque ele não vê sentido na posição do Governo, que insiste em manter o carro na frente dos bois. Isso porque, além de manter os absurdos que o presidente vem verbalizando, o presidente da República alimenta.
O ex-ministro do Meio Ambiente defendeu uma política severa de controle e fiscalização da floresta, ou deixar como está e transformar a Amazônia num grande problema.
PONTO & CONTRAPONTO
Flávio Dino proíbe por decreto uso de fogo para a limpeza de páreas até 30 de novembro
Fica proibido, de 27 de agosto até 30 de novembro de 2019, o uso de fogo para limpeza e manejo de áreas. A medida foi adotada pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), anunciada, para evitar queimadas criminosas no estado, a exemplo do que ocorre no momento em várias regiões da Amazônia. Ao mesmo tempo, o governador juntou o Maranhão aos estados que pediram ajuda do Governo Federal para combater a onda de incêndios para a limpeza de áreas griladas.
Flávio Dino anuncia a medida após o Maranhão ter sido excluído, juntamente com o Amapá, da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) determinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), para conter as queimadas. Até agora, o emprego dos militares já foi autorizado em sete estados: Rondônia, Roraima, Pará, Tocantins, Mato Grosso, Acre e Amazonas. O decreto que instituiu a GLO permite o reforço das Forças Armadas para os estados da Amazônia Legal desde que os governadores formalizem o pedido.
Ontem, o Corpo de Bombeiros do Maranhão e o Exército montaram uma “sala de situação” para fazer o monitoramento das queimadas no Estado. A sala tem um trabalho preventivo, já que a situação no Maranhão não está fora de controle.
Hoje, o governador Flávio Dino participará de uma reunião em Brasília, atendendo a convocação do Palácio do Planalto a todos os chefes de Estado da Região Amazônica, para discutir o problema e adotar medidas conjuntas para solucioná-lo, evitando o agravamento da situação que vem atraindo as atenções de todo o mundo para o Brasil e transformando o presidente Jair Bolsonaro em alvo de duras críticas, principalmente na Europa.
Othelino Neto diz que descaso do Governo Federal com a Amazônia afeta o planeta de forma irremediável
“Nos entristece saber que o planeta perde de forma irremediável. Olhar a Amazônia em chamas é algo que assusta a todos nós, independente de posição política ou ideológica. É um tema que ultrapassa as fronteiras do Brasil”, declarou ontem o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), na edição semanal do podcast “Conversando com Othelino”. Na sua avaliação, o presidente Jair Bolsonaro comete erros sucessivos, quando deve ser um agente aglutinador para buscar parceiros quem ajudem a resolver o problema.
– Os governadores da Amazônia Legal, não só os do Norte, mas incluindo o Maranhão, que é Nordeste, mas compõe a Amazônia Legal, estão mobilizados para ajudar, porém, é preciso que o governo federal lidere isso ao invés de ficar inventando culpados -, acentuou Othelino, citando o caso da demissão do diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), após divulgar o aumento do desmatamento no Brasil, que subiu 83% se comparado ao ano passado.
Na sua avaliação, lastreada por uma longa militância como ambientalista e como a experiência de quem foi secretário de Estado do Meio Ambiente do Maranhão, a retirada de 95% do recurso orçamentário voltado para o combate ao desmatamento e ao desequilíbrio do clima também trouxe consequências negativas para o Brasil. “Já começamos a ver nas redes sociais pessoas defendendo e organismos defendendo que produtos brasileiros não sejam comprados lá fora por conta da postura do governo brasileiro”, alertou.
“O que esperamos é que o presidente assuma suas responsabilidades, porque além dos prejuízos ambientais que o mundo vai ter em razão do desmatamento e dos diversos pontos de incêndio sem controle na Amazônia, vamos começar a ter problemas comerciais com diversos países, impondo barreiras comerciais ao Brasil por conta dos equívocos e das atrocidades ambientais cometidas pelo governo brasileiro”, reiterou o deputado Othelino Neto.
São Luís, 27 de Agosto de 2019.
Bom…,
Tem gente que adora falar mal de jornais e noticiários.
Se jornal (e se o jornalismo) são desonestos, é preciso provar.
O importante no entanto, no momento é o seguinte (hiper importante, primordial): Sr. Moro é HERÓI brasileiro. Nº 1.
O PT é Kitsch, picareta e vigarista. O PT é brega. O PT é Ersatz. Moro é elegante.
Nesse governo atual Sr. Moro é o mais brilhante de todos. E o mais PRI.MOR.DIAL.
Querem verdade? Eis aí uma verdade gritante!!
Esse Sarney acabado politicamente filho,esteve no Ministério de meio ambiente e era sabedor das demanda na Amazônia e por incompetência ou por corrupção não fez e nunca se posicionou contra ,abuso e perseguição aos índios,roubalheiras das Ongs, dinheiro para o MST na Amazônia,desmatamento para grandes industrias ,liberação de alvarás impróprios ,queimadas constantes no governo Lula e no Maranhão o Ibama sempre foi um órgão não confiável quando o assunto era a natureza e etc. Agora a criança nem nasceu,esta somente prematuro, com seis meses e esse mocinho quer culpa-lo dos seus erros quando pertencia aos governos corruptos .