A perda de força política do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e os movimentos recentes do PSB reanimaram o interesse pela vaga de vice na chapa com que o governador Flávio Dino (PCdoB) concorrerá à reeleição. Depois da saída do senador Roberto Rocha, que voltou ao ninho dos tucanos para candidato a governador, os líderes do PSB passaram a investir no projeto de viabilizar um nome do partido para compor chapa com o governador. Ontem, o bem informado blog Marrapá, atiçou os bastidores políticos ao informar que o comando do PSB já estaria trabalhando duas opções: Luciano Leitoa, prefeito de Timon e presidente estadual do partido, e o ex-prefeito de Imperatriz, empresário Ildon Marques. Além desses nomes, o PSB também conta com outro peso pesado da política estadual nos tempos atuais: Cleomar Tema, prefeito de Tuntum e presidente da influente Federação dos Municípios do Maranhão (Famem). Outros partidos, como o PDT e o PT têm manifestado interesse na vaga. Os pedetistas teriam como trunfo maior o prefeito de São Luís, Edivaldo Jr., hoje o seu quadro mais importante, e PT teria reservado a vaga para o deputado federal José Carlos Araújo, o Zé Carlos da Caixa, que estaria interessado no projeto, desde que seja uma ação do partido.
Afora o distanciamento do deputado federal José Reinaldo Tavares, que deve migrar para o DEM e sair candidato ao Senado, o PSB é o partido mais alinhado ao governador Flávio Dino. Todos os seus movimentos são no sentido de apoiar o Governo do PCdoB, e essa postura tem tido o reconhecimento do chefe do Executivo, que retribui o alinhamento com repetidas demonstrações de prestígio. Essa relação sólida autoriza o PSB a se movimentar para ocupar a vaga de candidato a vice-governador.
Dentro do partido há uma corrente que defende a indicação do prefeito Luciano Leitoa, um político jovem, um dos mais bem sucedido da sua geração e que já foi deputado estadual e deputado federal e que se encontra no segundo mandato de prefeito, e por isso não corre o risco de sofrer desgastes se tiver de deixar a Prefeitura de Timon. Até onde se sabe, não há qualquer restrições ao seu nome. O empresário e ex-prefeito de Imperatriz, Ildon Marques, mesmo recém chegado ao PSB, é nome de peso, principalmente por ser in dependente e por encarnar a Região Tocantina. Já Tema Cunha é prefeito de Tuntum pela quinta vez e presidente da Famem pela terceira, uma liderança em franca ascensão e com capilaridade e todas as regiões do estado. E sempre que indagado sobre o assunto, desconversa, e diz que esse é um assunto exclusivo do governador Flávio Dino. O PSB, além de membro destacado da aliança governista, dispõe, portanto, de cacife gordo para pleitear a vaga de vice.
O PDT, por sua vez, ainda não manifestou claramente seu interesse pela vaga de candidato a vice do governador Flávio Dino. Nos bastidores, porém, é corrente que o partido comandado pelo deputado federal Weverton Rocha, que deve entrar na chapa majoritária como candidato a senador, tem no bolso colete o nome do prefeito Edivaldo Jr. para colocar na mesa, se ele, o prefeito, consentir – e tudo indica que se for convocado deixa o posto de Número 1 de São Luís para encarar as urnas para se tornar o Número 2 do estado. Em outro contexto, e ao contrário dos outros partidos, o PT vem fazendo carga para emplacar o candidato a vice na chapa de Flávio Dino. E a pressão aumenta à medida que os outros partidos se posicionam e o governador Flávio Dino estreita relações com o ex-presidente Lula. O PT quer emplacar o deputado federal Zé Carlos da Caixa o companheiro de chapa do governador.
Os sinais emitidos até agora rascunham um cenário em que a vaga de candidato a vice do governador Flávio Dino está em aberto e que seu preenchimento será o resultado de muitas negociações dentro da aliança partidária por ele liderada. E nesse contexto, nenhum dos nomes relacionados pode ser descartado.
PONTO & CONTRAPONTO
Ação da Famem pode garantir reforço ao caixa das Prefeituras no ano que vem
Os municípios maranhenses poderão ganhar um reforço de R$ 157 milhões em receita do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) a partir de setembro do ano que vem. Esse reforço financeiro depende da aprovação, pelo Senado da República, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Nº 29/17, que aumenta de 24,5% para 25,5% o valor dos repasses para os municípios. A PEC será votada na quarta-feira (29) da próxima semana, segundo compromisso firmado ontem pelo presidente da CCJ, senador Edison Lobão (PMDB), com o presidente da Famem, Cleomar Tema, que foi a Brasília liderando uma caravana de prefeitos com o objetivo de agilizar a tramitação da matéria.
A PEC 29/17 garante aos municípios brasileiros, que enfrentam forte crise financeira ocasionada pela queda de recursos e das transferências constitucionais, o aumento em 1% do valor do Fundo de Participação dos Municípios, passando dos atuais 24,5% para 25,5% a partir de setembro do ano que vem. Sendo aprovada na CCJ, a PEC seguirá para apreciação do plenário do Senado, onde também deverá ter tramitação urgente. Se passar pelo crivo dos senadores, a PEC garantirá aos municípios aporte de R$ 3,7 bilhões no ano que vem. Nesse contexto, os 217 municípios maranhenses terão seus caixas reforçados com um incremento financeiro superior a R$ 157 milhões.
Articulador da ação municipalista no Senado, Cleomar Tema comemorou o resultado da investida com o acolhimento da “pressão” pelo senador Edison Lobão: “Avalio como mais um importante conquista política da municipalidade do estado do Maranhão. Recebemos do senador Lobão, presidente da CCJ, a garantia de que a PEC tramitará com urgência, uma vez que o Senado é ciente da crise financeira que se instalou nas Prefeituras. Estamos confiantes e acreditando em mais esta vitória”.
PSDB: extinção de Comissão foi burocrática; Rocha e Madeira terão comando
Foi-se tão rapidamente quanto chegara a euforia dos adversários do senador Roberto Rocha e do ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, com a decisão presidente nacional interino do PSDB, Alberto Goldman, de extinguir a Comissão Interventora por eles comandada para substituir a antiga Comissão Provisória do partido no Maranhão, dirigida pelo vice-governador Carlos Brandão. Não houve, como alguns divulgaram, intervenção nem destituição dos dirigentes tucanos. O que aconteceu foi uma medida burocrática absolutamente contextualizada. Sob a presidência interina do senador Tasso Jereissati, o comando nacional do PSDB decidiu intervir no diretório do Maranhão, uma medida destinada a tirar o partido do controle do vice-governador Carlos Brandão. Foi criada uma Comissão Interventora, comandada pelo senador Roberto Rocha (presidente) e o ex-prefeito Sebastião Madeira (secretário geral), com a finalidade exclusiva de realizar uma convenção e definir um novo comando que tire o PSDB da periferia e o coloque no centro das decisões políticas no Maranhão. Ocorre que por conta da crise que mexe com os tucanos no plano nacional, Roberto Rocha e Sebastião Madeira não realizaram a convenção, preferindo aguardar novas orientações do comando central. Só que, nesse meio tempo, o presidente afastado, senador mineiro Aécio Neves usou seu poder e destituiu da presidência o senador Tasso Jereissati, e nomeou presidente interino o ex-governador paulista Alberto Goldman. O novo presidente interino entendeu que, como a convenção no Maranhão não foi realizada pela Comissão Interventora, ele perdeu sentido. Diante dessa conclusão, ele extinguiu, ficando o PSDB maranhense absolutamente acéfalo até que na orientação seja dada pela cúpula. E é absolutamente certo que o partido permanecerá sob o comando de Roberto Rocha e Sebastião Madeira, não havendo a menor chance de o PSDB do Maranhão voltar ao comando do vice-governador Carlos Brandão.
São Luís, 22 de Novembro de 2017.
Nao sei porque ainda estao citando o prefeito Edivaldo, claro que ele nao vai