Sarney, João Alberto, Edson Lobão, Sarney Filho e Nicolao Dino são protagonistas da crise que abala a República

 

João Alberto, Edson Lobão, Sarney Filho e Nicolao Dino no centro da crise
João Alberto, Edson Lobão, Sarney Filho e Nicolao Dino no centro da crise política que abala os pilares da República

Visto por meio mundo como um estado pobre, que permanece entre os últimos em matéria de indicadores sociais e econômicos, ao mesmo tempo em que é reconhecido como território culturalmente forte –m tanto na vertente popular quanto na seara formal e erudita -, o Maranhão permanece como um estado politicamente muito ativo. Neste exato momento, não bastasse a influência do ex-presidente José Sarney (PMDB), o estado encontra-se no epicentro da crise política nacional, com seus com seus representantes políticos pontificando, como protagonistas, em várias frentes. O senador João Alberto (PMDB) está no olho do furacão que alcançou o Senado da República na forma de uma Representação protocolada no Conselho de Ética pedindo a cassação do senador mineiro afastado Aécio Neves (PSDB); o senador Edison Lobão (PMDB foi mais uma vez acusado de corrupção em diferentes frentes da Operação Lava Jato; o deputado federal Sarney Filho (PV), que é ministro de Meio Ambiente, acaba de retornar da Noruega – numa viagem que incluiu também a Rússia -, onde foi duramente criticado por conta dos elevados índices de desmatamento da Amazônia; e, finalmente, a bomba mais recente: Nicolau Dino, procurador da República e que atualmente é vice-procurador geral, foi o ontem o mais votado na eleição que escolheu os três nomes que serão levados ao presidente Michel Temer (PMDB) para que ele escolha o sucessor do atual procurador geral Rodrigo Janot.

Presidente do Conselho de Ética por seis mandatos consecutivos, o senador João Alberto usou suas prerrogativas e, argumentando que não encontrou provas que justificasse a abertura de um processo, ele decidiu monocraticamente, arquivar a Representação pedindo cassação do senador mineiro Aécio Neves, por corrupção ativa e formação de quadrilha. Ontem, três senadores, dois do Amapá – Randolfe Rodrigues (Rede) e João Capiberibe (PSB) – e um gaúcho, Lasier Martins (PSD) – decidiram recorrer da decisão e pediram ao Conselho para revogar a decisão do presidente João Alberto e abrir processo contra Aécio Neves. Sem que uma coisa nada tenha a ver com a outra, João Alberto foi internado às pressas, no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, para ser submetido a um procedimento cirúrgico cardíaco, para a implantação de um marca-passo no coração. Se o Conselho revogar a decisão do presidente, João Alberto será obrigado a dar prosseguimento ao que for decidido pela maioria do órgão. Nesse caso, o desfecho do caso será rigorosamente imprevisível.

O senador Edison Lobão trava uma guerra sem trégua com o Ministério Público e a Polícia Federal, que tentam, por meio de uma das frentes de investigação da Operação Lava Jato, fundamentar, com provas, as várias  acusações que o apontam como corrupto e chefe de quadrilha que praticou corrupção milionária na Petrobras, na Usina Nuclear de Angra 3 e na construção de gigantescas hidrelétricas. Ele teve sua casa vasculhada pela Polícia Federal, situação que aconteceu também com seu filho, Márcio Lobão, apontado como suspeito de participar de um esquema de corrupção em Furnas  Um dos cardeais do PMDB e com forte influência junto ao seus colegas senadores, Edison Lobão jura que é inocente, que as acusações em enfrentando barra pesada para se livrar das acusações, desafio que tenta vencer pela ação do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro. Tem mantido o seu prestigio entre os senadores, tendo recebido dele um presentão: a presidência da poderosa e influente Comissão de Constituição e Justiça, onde o novo procurador geral de Justiça.

O ministro Sarney Filho viveu na semana passada, em Oslo, capital da Noruega, uma situação de forte desconforto, juntamente com o presidente Michel Temer. Político experiente e respeitado nas comunidades verdes mundo a fora pelo bom trabalho que realizou como ministro do Meio Ambiente no Governo de Fernando Henrique Cardoso, tendo sido elogiado até pelo Greenpeace, Sarney Filho foi cobrado pelo ministro norueguês de Meio Ambiente, sobre a ineficiente política de controle e combate ao desmatamento criminoso que vem destruindo a selva amazônica e, assim, aumentando a fragilidade do planeta Terra. As críticas e as cobranças feitas pelas autoridades norueguesas foram reforçadas pela primeira-ministra  sobre meio ambiente no Brasil ganharam repercussão mundial. O ministro Sarney Filho, que é candidato ao Senado, minimizou o episódio, tentando evitar que a repercussão do que aconteceu na Noruega possa criar algum tipo de embaraço ao seu projeto senatorial. Parece que conseguiu, pelo menos, evitar o pior.

O procurador da República e atual vice-procurador geral da República Nicolao Dino, lançado para o centro da crise política no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que absolveu – seu parecer pedia a condenação – a chapa Dilma Rousseff (PT) – Michel Temer (PMDB), foi o mais votado, com 621 votos, contra Raques Dodge (587) e Mário Bonsaglia (564). Visto nos bastidores do meio político como candidato do procurador geral Rodrigo Janot corre solto desde que ele “ganhou, mas não vai levar”. A lista tríplice será encaminhada ao presidente Michel Temer, que para muitos atropelará o procurador maranhense para nomear a procuradora da República Raquel Dodge. São vários os motivos que podem levar o presidente Michel Temer a atropelar Nicolao Dino: além de aliado de Rodrigo Janot, investiga o presidente e é irmão do governador Flávio Dino (PCdoB), desafeto político do Grupo Sarney. Por conta dessas circunstâncias, políticos maranhenses apostam que Nicolao Dino não será nomeado procurador geral da República pelo presidente Michel Temer.

Como se vê, maranhenses estão mesmo pontificando no cenário político e institucional do País.

PONTO & CONTRAPONTO

Rigo Teles quer CPI para apurar irregularidades na FMF

que se passa na FMF
Rigo Teles quer sacudir a MFM

Conhecido pelos pronunciamento regionalizados, que falam sobretudo dos problemas das suas bases políticas e eleitorais e das ações dos Governos do Estado e da União, o deputado Rigo Teles (PV)soltou uma bomba numas das searas mais controversas, complicadas e sensíveis da vida do Maranhão: o futebol. Mostrando-se indignado com os problemas que vêm afetando o futebol maranhense só tendem a crescer o parlamentar cordense anunciou que pedirá a instalação de uma CPI para ouras suspeitas fortes de irregularidades na Federação Maranhense de Futebol (FMF). Sua iniciativa foi motivada pelas decisões suspeitas que afetara, principalmente, o Cordino, um dos clubes com melhor desempenho no futebol maranhenses nos dois últimos campeonatos. Rigo Teles levantou a suspeita de que estejam havendo graves irregularidades na Federação, hoje presidida pelo advogado Pedro Américo, que assumiu há quatro anos como interventor na crise que resultou na destituição do então presidente. O anúncio da CPI para investigar o futebol maranhense causou imediatamente forte repercussão  no meio futebolístico, mobilizando seus principais dirigentes. Ainda no plenário, Rigo Tales foi procurado pelo presidente do Sampaio Corrêa, deputado Sérgio Frota, cujo clube também foi prejudicado nas estranhas decisões tomadas pela Federação. O fato é que o discreto Rigo teles saltou ontem para o centro do gramado. Não para ser titular de um jogo de futebol, mas para comandar uma investigação que pode esclarecer muitas dúvidas, desvendar mistérios os mais diferentes e escancarar de vez os malfeitos e os benfeitos que por venturas estejam acontecendo ali com o guarda-chuva da Confederação Brasileira de Futebol, a famosa CBF.

 

César Pires pede proibição de corte de energia às sextas-feiras e véspera de feriados

César Pires quer evitar corte de energia vexatóoio
César Pires quer evitar corte de energia vexatório

Em meio a um forte debate sobre o aumento de 19% na tarifa de energia elétrica e que será tema central de uma audiência púbica a ser realizada nesta quarta-feira, o deputado César Pires (PEN) apresentou na Assembleia Legislativa um Projeto de Lei que proíbe a Companhia Energética do Maranhão (Cemar) de cortar o fornecimento de energia elétrica de consumidores residenciais às sextas-feiras e vésperas de feriados. Ele justifica que a proposta visa evitar que famílias carentes fiquem por longo período sem eletricidade em suas casas.

“Quando estava em uma reunião com vereadores de Santa Rita numa sexta-feira, uma senhora e um senhor chegaram com um bebê de 08 meses, que precisava de, no mínimo, um ventilador para se proteger dos insetos, mas a energia elétrica deles tinha sido cortada. Nada pudemos fazer porque os bancos e a casa lotérica estavam fechados, e a Cemar também não atendia. Então, eles tiveram de ficar todo o fim de semana às escuras”, justificou César Pires, lembrando que muitas pessoas acamadas necessitam aparelhos elétricos em seu dia-a-dia.

O deputado disse que, sem desrespeitar o direito discricionário da Cemar de suspender o fornecimento de energia aos consumidores, é preciso dar o mínimo de dignidade aos consumidores, efetivando a suspensão de segunda a quinta-feira, para que o usuário tenha tempo hábil para quitar seu débito e ter o pronto retorno da energia elétrica em sua residência.

“Faço um apelo aos meus pares para que aprovem esse projeto, que tem por base a Constituição Brasileira, sustentado numa decisão do Supremo Tribunal de Justiça que já determinou que depois de três meses também não pode mais haver suspensão do fornecimento de energia. Não quero tirar o direito da Cemar de fazer as suas cobranças, mas há outras formas além do corte, respeitando a dignidade das pessoas”, finalizou ele.

 

São Luís, 27 de Junho de 2017.

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