Edivaldo Jr. X Eduardo Braide: começa hoje a campanha no rádio e na TV, com tempos iguais, propostas e “faca nos dentes”

 

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Edivaldo Jr. e Eduardo Braide começam hoje a etapa decisiva da campanha eleitoral no rádio e na televisã

Edivaldo Jr. (PDT) e Eduardo Braide (PMN) chegam agora ao confronto direto. Eles iniciam hoje, no rádio e na TV, a etapa decisiva do 2º turno da corrida para a Prefeitura de São Luís. E o farão com o mérito de ter, por consciência e consenso e contrariando a lógica, aberto mão de 10 preciosos minutos diários de propaganda na telinha, por considerar que igual tempo, com duas parcelas diárias de cinco minutos – cinco às 13h e cinco às 20h30 – são suficientes para cada um dar o seu recado e suas bordoadas. Os dois candidatos a prefeito da maior e mais importante cidade do Maranhão vão para a batalha final perfeitamente conscientes de que devem estar preparados para dar as respostas que lhes serão cobradas e de que qualquer erro pode ser fatal. Os dois estão nas ruas desde a semana passada, realizando caminhadas, carreatas e reuniões, procurando extrair o máximo de apoio de cada movimento destinado a reforçar seus cacifes eleitorais. Os dois já se mediram o suficiente na primeira etapa e agora partirão para o embate franco, no qual não haverá segunda chance. Nesta etapa, o confronto pode ser de alto nível ou descer para as caneladas.

Com maior tempo de TV – três minutos -, o que lhe garantiu vender o seu peixe no 1º turno, e assegurar ampla vantagem sobre os demais candidatos, Edivaldo Jr. se esforçou para evitar o confronto direto na primeira volta, pois sabia que nesse tipo de embate com oito candidatos seria o alvo preferencial de todos, situação extremamente delicada para um prefeito candidato à reeleição. Os indícios são os de que, do alto dos 239 mil votos que recebeu no primeiro turno, vai se manter na linha da defesa do seu governo e na apresentação de propostas. Sabe que dificilmente esse rumo inibirá o adversário, por isso mesmo está sendo preparado para reagir em tom elevado provocação, acusação ou denúncia, seja no horário gratuito na TV, seja no debate do dia 27, na TV Mirante.

Com pouco tempo para se mostrar na TV na primeira volta, Eduardo Braide, ao contrário, tentou de todas as maneiras entrar no embate direto, tendo recorrido até à Justiça para entrar no debate da TV Difusora, pois sabia que só teria alguma chance se tivesse tempo para de expor seus planos, o que acabou conseguindo nos debates da TV Guará e da TV Mirante. Braide tem sinalizado que quer fazer uma campanha propositiva, mas tem avaliado também que essa linha não vai levá-lo muito longe. O candidato do PMN tem demonstrado disposição para o embate. Primeiro porque quer se mostrar, e segundo porque sabe que se não tentar descontruir a imagem politicamente correta que Edivaldo Jr. vem conseguindo passar com relativo sucesso ao longo da campanha. O candidato do PMN decidiu também colocar a faca nos dentes para o confronto que está em curso.

Edivaldo Jr. até aqui tem sido ele só. Mas nessa etapa, ele deverá mostrar que não está sozinho, e tudo indica que o fará abrindo espaço no seu programa para o governador Flávio Dino (PCdoB), que deverá reforçar a relação política do Governo municipal com o Governo estadual, que, todos reconhecem, tem produzido resultados consideráveis. “Quem acha que pode governar sem parcerias não conhece a gestão pública”disse, alfinetando o concorrente.

Por seu turno, Eduardo Braide não tem parcerias para mostrar, mas tenta compensar essa vantagem do prefeito mostrando-se preparado para comandar, ele próprio, a máquina que deve cuidar bem de 1,1 milhão de ludovicenses, dispensando qualquer manifestação de apoio que tenha por trás a expectativa de uma relação de troca. E devolve a alfinetada: “No meu Governo quem vai decidir sou eu, e mais ninguém”.

Muitos acreditam que essa disputa será decidida à ultima hora, no debate da TV Mirante. Pode ser, mas não devem descartar os efeitos positivos da campanha de rua, das caminhadas, das carreatas, dos bandeiraços, das reuniões abertas, ações que nenhum candidato, por mais forte que seja, pode relaxar.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Oposição age, mas Assembleia empréstimo com o FIDA
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Adriano Sarney obstruiu, mas Othelino Neto usou o Regimento e garantiu a votação

Num jogo de plenário destinado única e exclusivamente retardar a votação de projetos de interesses do Governo, a oposição, cuja força numérica é irrisória diante do poder de fogo da bancada governista, conseguiu adiar para hoje a votação de um projeto que autoriza o governador Flávio Dino a contrair empréstimo junto à Caixa para investimentos na área social. O processo foi o mesmo por meio do qual o grupo oposicionista liderado pelo deputado Adriano Sarney (PV) conseguiu segurar até ontem a votação de outro projeto que autoriza o governador Flávio Dino contrair empréstimo junto ao Fundo  Internacional para Desenvolvimento da Agricultura (FIDA), no valor de 14 milhões 313 mil SDR, uma moeda usada em operações do FMI e cujo valor em reais ninguém soube converte. A tática da oposição tem sido usar o mecanismo parlamentar da obstrução e uma série de pequenas manobras que acabam mesmo retardando a votação, já que a bancada governista só age depois que os oposicionistas criam a situação de embaraço. E o  empréstimo do FIDA só não ficou para hoje porque o presidente da sessão, deputado Othelino Neto (PCdoB), jogou pesado e garantiu a votação.

Josimar de Maranhãozinho protesta contra ação da polícia nas eleições
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Josimar de Maranhãozinho protestou contra a ação da polícia em Centro Novo 

O Governo do Estado tem sido fortemente criticado por suposto uso político e nada republicano da Polícia Militar em alguns municípios onde a disputa envolveu o PCdoB . Ontem, o deputado Josimar de Maranhãozinho (PR), líder do Bloco União Parlamentar na Assembleia Legislativa, que está em pé de guerra com o Palácio dos Leões, foi à tribuna e bateu forte. Disse que em alguns municípios o partido governista se deu bem nas urnas, não por mérito dos candidatos, mas do Palácio dos Leões. O líder do Bloco União Parlamentar apresentou sua versão para prisão do candidato do seu partido, o PR, em Centro Novo, por suposto crime eleitoral, na sexta-feira, antevéspera  das eleições, e que, mesmo tendo pago uma fianças de R$ 26 mil arbitrada pela Justiça, foi mantido atrás das grades até no dia da votação, o que comprometeu seu desempenho nas urnas. “A Polícia foi usada para mudar o resultado da eleição. A máquina administrativa foi usada; lá não só foi usada a máquina, como foi usado de força bruta”, protestou. Reclamou também da ação policial em Maracaçumé, que na sua avaliação, só serviu para ajudar o candidato do Governo. “Isso não pode acontecer mais no Maranhão”, pregou. Também o prefeito de Mirinzal, Amaury Almeida (PDT), que foi preso na véspera da eleição acusado também de cometer crime eleitoral, divulgou ontem nota em que afirma, com todas as letras, que sua prisão foi armada para que ele não ganhasse a eleição, o que de fato acabou acontecendo, pois venceu Joadilson (PSB), que estava atrás, segundo pesquisas. O prefeito foi também acusado de truculência com eleitores do grupo que lhe faz oposição. Amaury tinha sua reeleição como certa, mas acabou tropeçando em conflitos isolados com adversários, que resultou na sua prisão, que ele afirma ser arbitrária e que tudo não passou de uma ação orquestrada para lhe tirar a reeleição. Líderes governistas não deram importância à enfática reclamação de Josimar de Maranhãozinho nem à nota do prefeito de Mirinzal.

 

São Luís, 10 de Outubro de 2016.

 

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