
debate sucessório; Paulo Vitor reforça cenário
articulando grupo ligado a Carlos Brandão
Ao completar 413 anos, ou seja, 150.745 dias de existência, tempo em que foi palco de inúmeros embates políticos e eleitorais, ora como espaço central, ora como ambiente de segundo plano, São Luís aniversaria voltando a ser o epicentro de decisões políticas que poderão definir o curso da corrida ao Palácio dos Leões em 2026. Esse protagonismo da Capital está diretamente associado à definição do prefeito Eduardo Braide (PSD) de ser candidato ou não ao Governo do Estado e, de quebra, a participação que parcela da Câmara Municipal terá na disputa por vagas na Assembleia Legislativa e na bancada federal. Com 1,2 milhão de habitantes, dos quais quase 800 mil são eleitores, e um peso econômico e cultural, São Luís caminha para ser o grande diferencial nas eleições gerais do ano que vem no Maranhão.
O peso político de São Luís na sucessão estadual será maior ou menor dependendo da decisão a ser tomada pelo prefeito Eduardo Braide de ser ou não ser candidato ao Palácio dos Leões. Ele lidera todas as 28 pesquisas realizadas sobre a corrida ao Governo do Estado nos últimos dois anos, nas quais aparece com vantagem expressiva entre os eleitores de São Luís. Eduardo Braide até agora não disse que será candidato, mas também não descartou a possibilidade de vir a sê-lo. Ou seja, sua postura indica que ele está no jogo, aguardando apenas o momento adequado para anunciar o seu projeto de candidatura ou descartar de vez a existências de tal projeto.
Se vier a confirmar candidatura, Eduardo Braide consolidará o desenho de agora, no qual é líder inconteste. Nesse cenário, o prefeito de São Luís tem o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), apoiado pelo governador Carlos Brandão (por enquanto no PSB), como 2º colocado; o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), que corre em faixa própria, como 3º, e o vice-governador Felipe Camarão (PT), que tem o apoio do grupo dinista e do presidente Lula da Silva (PT), como 4º, conforme as pesquisas mais recentes de diversos institutos. Eles estão medindo forças para chegar com o prefeito a um decisivo segundo turno. E nesse ambiente, o eleitorado de São Luís poderá ser decisivo, seja votando em massa em Eduardo Braide, seja se pulverizando e assim deduzindo o peso político da Capital na disputa.
Se Eduardo Braide decidir não concorrer, o peso político de São Luís na sucessão estadual se dará de acordo com a posição que ele adotar. Pessoalmente fora da disputa, o prefeito de São Luís poderá mobilizar parte do eleitorado ludovicense costurando uma aliança em que venha a indicar o candidato a vice-governador numa das chapas, que tende ser a liderada por Felipe Camarão, já que está muito distante do grupo comandado pelo governador Carlos Brandão, e com baixa possibilidade de uma composição com Lahesio Bonfim. Nesse quadro, São Luís terá peso político importante, mas bem menor do que com uma eventual candidatura do prefeito. Um cenário bem diferente dos oito anos de governo do prefeito Edivaldo Holanda Jr., que sufocou a ação política da Capital durante seus dois mandatos.
Independentemente de qual venha ser a decisão do prefeito Eduardo Braide, a Câmara Municipal de São Luís vem ocupando um espaço de elevada importância no ambiente político da Capital, sob a liderança do presidente da casa, vereador Paulo Victor (PSB), cuja participação tem sido destacada na construção da base de apoio à pré-candidatura do emedebista Orleans Brandão, já tendo reunido mais de 20 vereadores em eventos com o secretário de Assuntos Municipalistas. E na avaliação de observadores, a Câmara Municipal da Capital poderá mandar de dois a três vereadores para a Assembleia Legislativa, entre eles o presidente, que já se declarou candidato ao um mandato estadual.
É nesse ambiente de intensa movimentação que aos 413 anos São Luís retoma, mais uma vez, o protagonismo político no cenário estadual.
PONTO & CONTRAPONTO
São Luís ganha muito com a “guerra” política entre Braide e Brandão

da Cidade, da Prefeitura de São Luís. e o
Elevado da Litorânea, do Governo do Estado
São Luís vive um dos seus melhores momentos em muitos anos. Mesmo ainda vivendo situações dramáticas como a que neste momento afeta o Centro comercial, a cidade vem evoluindo veloz e progressivamente na sua estrutura urbana, com obras estruturantes importantes, sobretudo ligadas à mobilidade dos seus mais de seiscentos mil veículos.
O ambiente de agora é fruto de uma saudável “guerra” entre o prefeito Eduardo Braide e o governador Carlos Brandão. No plano da infraestrutura viária, a cidade ganhou uma ampla e oportuna restruturação no trânsito, um projeto arrojado do prefeito Eduardo Braide, que modernizou e desmontou grandes e incômodos gargalos que infernizavam a cidade, como a reestruturação das Avenidas Colares Moreira e dos Holandeses, a repaginação da avenida que margeia o Aterro do Bacanga, o elevado do Tirirical e a readequação da avenida de acesso a São Luís naquele bairro. Além de muitas outras obras estruturantes.
O governador Carlos Brandão começou a resposta com a quarta alça alta do viaduto na Avenida Colares Moreira, e avançou muito com a construção do cruzamento de acesso à Avenida Litorânea, que não só melhorou o trânsito, mas também mudou definitivamente a paisagem daquele ponto intenso da cidade. O governador seguiu com a repaginação do Retorno do Olho D`Água, inaugurou os primeiros 15 quilômetros da chamada Avenida Metropolitana, que começa depois do Funil e vai interligar dezenas de bairros. E avança com as obras que resultarão na construção de mais sete quilômetros da Avenida Litorânea no sentido Araçagi.
Nessa guerra de obras, o prefeito Eduardo Braide tem consolidado o seu prestígio político e eleitoral, reforçando o seu cacife como eventual candidato ao Governo do Estado. Na mesma linha, o governador Carlos Brandão está dividindo o seu prestígio pessoal com o seu candidato a governador Orleans Brandão. Correndo por fora, o vice-governador Felipe Camarão se movimenta para se fazer beneficiário das obras que têm a participação do Governo Federal, destacando a boa-vontade do presidente Lula da Silva (PT) para com São Luís e o Maranhão como um todo.
Há 13 anos, um suplemento jornalístico mergulhou fundo na história e na alma de São Luís
Há 13 anos, quando São Luís completou 400 anos, o então jornal O Estado do Maranhão, ainda vivo, forte e lúcido, ofereceu aos seus leitores e à memória do Maranhão o mais completo suplemento jamais realizado sobre a trajetória urbana, social, econômica e cultural da Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade. Com 336 páginas, em formato de revista, “São Luís 400 Anos” documentou a cidade que, “nascida da mistura de povos, ergueu fortes e sobrados, fez história e hoje respira os ares da modernidade”, sem abrir mão das suas raízes culturais em todos os aspectos do que se entende por cultura.
Não há, até aqui, na história do jornalismo impresso do Maranhão, mesmo com o aniquilamento injustificado de O Estado, um documento sobre São Luís com o conteúdo tão abrangente e profundo como o suplemento com o qual o jornal brindou a elevação da Capital maranhense ao status de Senhora Quatrocentona.
Nas suas páginas estão registrados os mais variados traços que montam o roteiro da existência da Capital do Maranhão. Lembra do seu nascimento com DNA francês, a tentativa de domínio holandês e, finalmente, a tomada definitiva pelos portugueses, que lhe deu identidade definitiva.
Nesta revista histórica sobre São Luís está contada a evolução da sua feição urbana, o resgate da história dos bondes que moldaram a vida da cidade por décadas, da sua forte composição étnica, do seu mosaico social, painel religioso, dos seus folguedos ímpares, como o Bumba Meu Boi e o Tambor de Crioula, que só existem aqui; da sua literatura com Josué Montello e José Sarney, a sua poesia com Bandeira Tribuzi e Ferreira Gullar, e a sua música com Chico Maranhão, César Teixeira e Josias Sobrinho. Isso e muitos registros.
Na sua composição, o suplemento inteiramente produzido pela prata jornalística da casa de então sob a coordenação talentosa e eficiente da jornalista Paula Bouéri e a bela criação gráfica de Amanda Simões, estão registros ricos e oportunos de colaboradores – crônicas e poemas -, que deram ao documento um diferencial em qualidade por conta da embalagem de um conteúdo sem igual até agora. Inclusive pelo tamanho da resposta comercial, na qual muitos anúncios são verdadeiras joias publicitárias sobre a cidade.
Uma visita ou revisita ao suplemento é mergulhar na história e na alma de São Luís desde o seu marco zero até os seus quatrocentos anos de existência.
São Luís, 07 de Setembro de 2025.
