Arquivos mensais: março 2025

Camarão se movimenta para disputar o Governo em chapa com Brandão para o Senado

Felipe Camarão e Carlos Brandão, a chapa ideal
da aliança situacionista para 2026

Ao participar do Lava-Pratos de Imperatriz e realizar um périplo por municípios da Região Tocantina, fazendo contatos e conversando, o vice-governador Felipe Camarão (PT) produziu a sinalização mais recente e enfática de que está decidido a estabilizar a sua relação política com o governador Carlos Brandão (PSB) e, nessa toada, conquistar o seu apoio para chegar ao Governo do Estado. Parece ter compreendido que o caminho é a montagem de uma chapa na qual ele seja o candidato ao Palácio dos Leões e o atual chefe do Executivo concorra a uma cadeira no Senado. A julgar pelos seus movimentos, o vice-governador parece convencido de que ele próprio tem de brigar pelo seu espaço e que a linha do confronto e da pressão não vai funcionar.

A lógica que parece mover o vice-governador é simples: atualmente, o seu aliado ideal para sair do Palácio Henrique de la Rocque e chegar ao Palácio dos Leões é o governador Carlos Brandão, que tem todas as cartas nas mãos. A principal delas é a decisão de renunciar em abril do ano que vem para concorrer ao Senado e abrindo caminho para que o vice se torne governador. Se essa crise se agravar e o governador decidir permanecer no cargo até o final, o vice-governador terá seus movimentos travados e não sairá de onde está. Ou seja, a candidatura de Felipe Camarão ao Governo só existirá se Carlos Brandão deixar o Governo em abril do ano que vem. Isso independente de ele ser apoiado pelo presidente Lula.

O segundo ponto é também muito claro. O governador Carlos Brandão é quem tem hoje poder de fogo político para aproximar o vice-governador Felipe Camarão dos segmentos políticos que fazem a ponte dos candidatos majoritários com o eleitorado, sendo os prefeitos peças-chaves nesse processo. Se não houver um pacto político e eleitoral firme entre o governador e o vice-governador, boa parte, se não a maioria ampla dos prefeitos, seguirá a orientação do governador Carlos Brandão, principalmente se a aliança for inviabilizada e ele decidir permanecer no cargo. Nesse caso, os ventos poderão soprar favoravelmente em favor do candidato que ele vier a lançar.

Esse cenário parece óbvio, e tudo indica que o vice-governador decidiu se posicionar e viabilizar a sua candidatura, certo de que apenas ser politicamente situado no dinismo e pertencer à ordem dos cristãos novos do PT não serão suficientes para leva-lo ao comando do Estado. Jovem, inteligente, tecnicamente competente, já tendo sido testado e aprovado como gestor, e bem relacionado com os mais diversos segmentos da sociedade civil organizada, Felipe Camarão tem as credenciais para pleitear a governança do Maranhão pelas urnas de 2026. Só precisa de um suporte político sólido para ter seu nome capilarizado no eleitorado. E esse suporte se chama Carlos Brandão.

A força política e o potencial eleitoral do governador Carlos Brandão pode ser medida com dados cristalinos. É bem avaliado em São Luís e tem o apoio total dos prefeitos de Imperatriz, Timon, Caxias, Bacabal, Santa Inês, Coroatá, Chapadinha, Barreirinhas, Pedreiras, Barra do Corda, Grajaú, Balsas e Paço do Lumiar, para citar apenas uma dúzia de grandes municípios, E como ele próprio disse na entrevista a O Globo, tem boas relações com católicos e evangélicos e é “assim” com o pessoal ao agro. Ou seja, chega com facilidade onde o vice-governador Felipe Camarão teria alguma dificuldade para chegar.

Nesse contexto, os movimentos recentes do vice-governador indicam que ele está tomando a dose certa do pragmatismo que todo político arrojado precisa para chegar onde pretende. No caso, Felipe Camarão parece ter chegado à conclusão de que o seu caminho para o Palácio dos Leões será muito mais viável numa dobradinha em que o governador Carlos Brandão seja candidato ao Senado. É claro que todo acordo pressupõe condições e concessões de parte a parte, e isso se resolve com as cartas sobre a mesa. E sem esquecer que o grande adversário é o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que se fortalece a cada dia.

PONTO & CONTRAPONTO

Destaque

Sarney é homenageado no Senado como o grande condutor da transição para a democracia

José Sarney discursa na tribuna do Senado
e recebe placa de Davi Alcolumbre

O ex-presidente José Sarney (MDB) foi homenageado ontem pelo Senado da República em ato comemorativo dos 40 anos da volta do Brasil ao estado democrático de direito com o fim da ditadura militar, que infelicitara o país durante 21 anos. José Sarney se tornou presidente com a morte do presidente eleito Tancredo Neves, de quem era vice. Como o presidente, o líder maranhense conduziu, com habilidade e competência política, evitando conflitos que pudessem levar o país a um retrocesso. Hoje com 94 anos, o líder exibe um currículo que o tornou o político mais longevo entre os brasileiros, tendo sido deputado federal duas vezes, governador do Maranhão, senador da República por seis mandatos, tendo presidido a Casa por quatro períodos, e presidente da República por cinco anos. A homenagem do Senado o reconhece como o estadista que construiu as pontes que recolocaram o Brasil nos trilhos da democracia.

A homenagem ao ex-presidente da República lotou o plenário da Câmara Alta, com a presença de senadores, deputados federais e ministros de tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal. O senador-presidente Davi Alcolumbre (União/AP) entregou uma placa alusiva ao evento a José Sarney, que foi distinguido pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), autor do requerimento que originou o ato, e pelo deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), sobrinho de Tancredo Neves. Foi ainda saudado pelo ministro Dias Toffoli (Supremo) e pelos senadores Rodrigo Pacheco (União-MG), Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (MDB-AM) entre outros parlamentares que se manifestaram.

O que eles disseram sobre José Sarney:

Davi Alcolumbre: “Com serenidade e compromisso, garantiu a estabilidade do país, pavimentando o caminho para a Constituição de 1988 e consolidando as bases do Estado democrático de direito. O presidente José Sarney desempenhou um papel crucial em um dos períodos mais desafiadores e transformadores da história brasileira”.

Deputado federal Aécio Neves (PSDB): “À primeira vista, presidente Sarney, parece existirem dois Tancredo: um, extremamente ameno no trato e nas palavras; outro, corajosamente radical nas ações e nos gestos. A fusão dos dois fez um homem por inteiro, comprometido sempre com a ordem democrática, absolutamente leal aos compromissos assumidos. Honrando sempre a palavra empenhada, transformou-se num interlocutor necessário na cena política brasileira durante décadas”.

Senador Jorge Kajuru: “O então senador José Sarney foi peça-chave para a transição democrática e para o nascimento da Nova República. Ao romper com o extinto PDS, herdeiro da antiga Arena, partido que dera sustentação política ao regime militar, José Sarney se transformou no maior fiador da redemocratização, integrando a chapa presidencial de oposição ao lado de Tancredo Neves, outro homem público histórico, inesquecível e eterno. (…) Graças à sua apurada sensibilidade e incomparável experiência política, Sarney logrou realizar uma transição sem traumas para a vida democrática”.

Senador Renan Calheiros (MDB): “José Sarney, digo absolutamente sem hesitar, é o pai, o coração e os olhos da democracia brasileira moderna. Sem ele não teríamos chegado aqui com nossas instituições fortes, estáveis, que já foram testadas inúmeras vezes, esbanjando vitalidade. Sem ele, seríamos ainda uma republiqueta caótica e atrasada”.

Senador Rodrigo Pacheco: “Presidente Sarney, ao longo desses anos e dessas décadas, se confunde com esse processo de amadurecimento democrático que vai, repito, desde a interrupção do momento e da fase ditatorial, mas que passa por uma promulgação de Constituição, pela estabilidade monetária com o plano real, que passa por políticas sociais, para se conferir cidadania e o mínimo de dignidade à pessoa humana, de acordo com aquela Constituição que V. Exa. ajudou a conceber. Então, V. Exa., Presidente Sarney, pode ter o sentimento absoluto de dever cumprido pelo que prestou a esta nação ao longo dessas décadas.

Senador Eduardo Braga (MDB/AM): “Sua coragem e determinação, sem valentia, mas com perseverança, Presidente Sarney, nos garantiram a Constituição cidadã de 1988, consolidando não só a retomada das eleições diretas para todos os níveis em nosso país, como também os direitos e garantias individuais, abrindo o horizonte do país para outras conquistas”.

Ministro Dias Toffoli (Supremo): “Vossa Excelência foi esse condutor tão paciente, tão resiliente, tão tranquilo, mas ao mesmo tempo tão firme, porque V. Exa. não deixou morrer em suas mãos a democracia. Se a democracia não morreu é porque V. Exa. teve a capacidade de sofrer todos os tipos de ataques, todos os tipos de críticas e todos os tipos de agressões, de maneira calma, pacífica, sem jamais erguer a voz. V. Exa. merece todos os elogios”.

Em Tempo: com informações da Agência Senado.

São Luís, 19 de Março de 2025.

Brandão fala da relação com Dino, confirma afastamento, mas nega rompimento, e deixa 2026 em aberto

Carlos Brandão: jogo aberto e franqueza

Franca e oportuna a entrevista do governador Carlos Brandão (PSB) ao jornal O Globo, publicada na sua edição desta segunda-feira. Sem afetação nem traço de mágoa, apenas lamentando a situação política criada no Maranhão, ele descortinou a relação com o ministro Flávio Dino (STF), de quem foi parceiro a partir das eleições de 2006, vice por sete anos e três meses, alinhado nas eleições de 2022 e dele se afastou em 2024. O governador confirma que eles estão sem qualquer contato desde que Flávio Dino assumiu cadeira na Suprema Corte, em fevereiro do ano passado.

Em tom moderado, como o de quem não quer briga, mas que também não está disposto a ser tutelado, Carlos Brandão esclarece, sem entrar em detalhes e em definitivo, que o mal-estar foi gerado por insatisfação de deputados ligados ao ministro Flávio Dino por conta de espaço na sua gestão. Nesse ambiente de tensão, ele admite que o Senado seria seu caminho natural, mas que só vai tratar disso em 2026, deixando no ar também a possibilidade de permanecer no Governo até o final do mandato.

“Há alguma insatisfação por espaço, e acabam envolvendo o próprio ministro. Acho que, depois de governar, é preciso esquecer que foi governador”, declarou Carlos Brandão, acrescentando: “Quando tem muita interferência, começa a ter problema”. E logo em seguida, fazendo questão de afirmar que o cordão político que os liga ainda não foi inteiramente partido: “Estamos politicamente afastados, mas não rompidos”.

O governador reclama da judicialização de questões locais, que são levadas à apreciação da Suprema Corte, como a nomeação do advogado Flávio Costa para o Tribunal de Contas do Estado, que permanece emperrada no STF: “Tem um grupinho no estado ligado ao ministro que cria essa situação e leva a nível de Supremo. O que a gente esperava é que não tivesse interferência do Supremo, lamento muito isso. É muito ruim o Judiciário entrar nessa esfera. Espero que seja resolvido. Tentei algumas vezes (falar com o ministro), mas não prosperou”.

Carlos Brandão defende uma relação política sem ranço ideológico, como foi a sua reaproximação com o Grupo Sarney, do qual estava afastado desde as eleições de 2006: “Em 2022 eu me aproximei muito do grupo do presidente José Sarney. Foram nossos adversários por dois mandatos, mas hoje estamos muito próximos. Há pessoas do MDB que participam do meu governo, e eles entregaram a presidência do partido para o meu irmão (Marcus Brandão). Estamos alinhados. (…) O Flávio sempre foi muito ferrenho adversário dos Sarney, é uma pessoa mais ideológica. Eu não sou assim, tenho boa relação com os evangélicos, com o agro. Eles me adoram”.

Na entrevista, o governador Carlos Brandão comentou a situação do presidente Lula da Silva (PT) aos olhos da opinião pública e avaliou que a queda de popularidade do chefe da Nação e do Governo do PT é momentânea e que a situação pode ser revertida. Falou de ações do seu Governo, da redução do ICMS para a cesta básica, dos programas sociais. E afirmou que o Maranhão se encontra nos trilhos do equilíbrio fiscal e que tem um grande programa de obras para colocar em marcha. E avaliou o cenário político nacional e o futuro do seu partido, o PSB. E desenhou também o ambiente político do Maranhão para 2026, no qual é figura central:

Seu plano para 2026 é Senado?

“Existe uma condição natural de o governador se candidatar para o Senado, mas isso é algo que eu só vou discutir em 2026. Por mais que eu queira, preciso saber como pensam os 13 partidos da minha base. Se antecipar a discussão, as pessoas ficam focadas na política e não enxergam suas entregas”.

Em resumo: à sua maneira, o governador Carlos Brandão colocou as cartas na mesa e jogou aberto.

PONTO & CONTRAPONTO

Juscelino Filho vê chapa Camarão/Brandão como o caminho natural em 2026

Juscelino Filho defende
chapa Camarão/Brandão

Enquanto a entrevista do governador Carlos Brandão ecoava com forte repercussão no meio político, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, defendia o fim do conflito, propondo a candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT) ao Governo do Estado e a do governador Carlos Brandão (PSB) ao Senado, como o desdobramento natural da aliança político-partidária que ainda se mantém forte no Maranhão. Em relação a ele próprio, deixou no ar duas possibilidades: reeleger-se deputado federal, mas colocando-se também no cenário da disputa por uma vaga no Senado, dependendo, claro, das circunstâncias.

A manifestação do ministro das Comunicações se deu em resposta a uma oportuna provocação feita pelo jornalista Glauco Ericeira durante entrevista na qual Juscelino Filho apresentou um balanço das atividades do Ministério das Comunicações no Maranhão.

Nas respostas que deu sobre o cenário político do Maranhão, o ministro, que é deputado federal licenciado e hoje um dos nomes mais destacados do União Brasil no Congresso Nacional, fez questão de pontuar que não é aliado de proa do governador Carlos Brandão, mas que torce pelo sucesso do seu Governo e acha que ele deve ser candidato ao Senado na chapa em que o vice-governador Felipe Camarão, já na condição de governador, concorra à reeleição.

Manifestando nítido bom senso e reforçando sua posição de independência em relação ao Palácio dos Leões, o ministro não vê razão nem vantagem política no confronto alimentado por brandonistas e dinistas, avaliando que isso não beneficia ninguém. Para ele, os dois grupos devem buscar o entendimento em favor do que de fato importa, que são benefícios para a população.

Com esse posicionamento, o ministro mostra maturidade política e amplia o coro das vozes que defendem a chapa PT/PSB para Governo e Senado.  

Ex-deputado paulista comete erro grosseiro ao tentar diminuir o papel de Sarney na redemocratização

José Sarney foi injustiçado por Vilmar Rocha

O ex-deputado federal Vilmar Rocha (PSD/SP) está tumultuando o roteiro da redemocratização quando afirma que foi Aureliano Chaves, então vice de João Figueiredo, quem conduziu a redemocratização. Ele está confundindo as bolas, à medida que mistura redemocratização com transição para a democracia.

O ex-presidente José Sarney nunca disse que liderou a luta contra a ditadura, até porque do lado oposicionista, o grande timoneiro do processo foi o deputado Ulysses Guimarães. José Sarney fez a sua parte quando renunciou à presidência da Arena e, juntamente com o mineiro Aureliano Chaves e o pernambucano Marco Maciel, rompeu com o regime e formou a Frente Liberal contra Paulo Maluf e a favor de Tancredo Neves. Esse movimento levou José Sarney a ser o vice de Tancredo Neves e, com a morte deste, à presidência da República.

O que o ex-deputado Vilmar Rocha faz, portanto, é misturar alho com bugalho e tentar confundir luta pela redemocratização com a transição da ditadura para o regime democrático. Quando se tornou titular da presidência da República, José Sarney assumiu, efetivamente, o comando da transição, e foi ele quem, com habilidade, paciência e tolerância, administrando crises e rompantes de Ulysses Guimarães e sua turma, e também os brados dos generais insatisfeitos, conseguiu evitar confrontos e assim garantiu a instalação e o funcionamento da Assembleia Nacional Constituinte, acabou a censura, reabilitou sindicatos e tirou partidos de esquerda da clandestinidade, devolvendo ao país a democracia plena. E sem qualquer trauma, passou o bastão presidencial para Fernando Collor por eleição direta em 1989.

O ex-deputado Vilmar Rocha precisa repensar suas declarações, porque comete um erro grosseiro contra o ex-presidente José Sarney.

São Luís, 18 de Março de 2025.

Sarney celebra os 40 anos da posse como o presidente que fez a transição da ditadura para a democracia

José Sarney faz o juramento de posse no Congresso Nacional como o 30º presidente
da República e, já com a faixa, é cumprimentado pelo deputado Ulysses Guimarães

Folha: Como o sr. quer ser lembrado?

José Sarney: “Como o presidente que fez a transição democrática no Brasil, que conseguiu implantar um regime democrático duradouro, é o período mais longo da nossa história sem nenhum hiato (de autoritarismo). E isso graças ao desempenho que tive na Presidência, de conciliador, de homem do diálogo, que sempre acreditou nas instituições democráticas. Em resumo, eu diria que a democracia não morreu nas minhas mãos e continua de maneira extraordinária, sendo a segunda (maior) democracia no mundo ocidental”.

A aspiração do ex-presidente da República, José Sarney (MDB) é mais que justa. Isso porque, quando assumiu o cargo interinamente, na condição de vice-presidente eleito, com a doença do presidente eleito Tancredo Neves (MDB), na manhã do dia 15 de março de 1985, há 40 anos, portanto, parecia um mandatário fraco, controlável e, na visão de muitos, destinado a ser destituído a qualquer momento. Afinal, a tarefa principal do novo presidente da República era fazer a transição da ditadura militar para a democracia. Poucos acreditavam que, substituindo ao líder Tancredo Neves, em quem a Nação depositara suas esperanças, José Sarney teria condições e estatura para liderar essa passagem. Todos os que navegaram no pessimismo e na má vontade, morderam a língua, pois o político maranhense, testado nas lutas contra o coronelismo vitorinista, foi o presidente certo, no lugar certo e na hora certa para liderar o processo.

Não foi fácil. Durante os 37 dias de interinidade, José Sarney fez tudo o que Tancredo Neves havia planejado: nomeou ministros que não conhecia, teve de conviver com uma equipe na qual havia integrantes que o queriam ver pelas costas – até o general-chefe do SNI prestava contas ao deputado Ulysses Guimarães (MDB), que dava as cartas, ignorando o presidente da República. Mesmo assim, José Sarney usou toda a sua paciência e habilidade para conviver com uma situação quase irreal. Usou os recursos políticos e os contatos que tinha e começou a transição: devolveu liberdade aos partidos políticos, reabilitou sindicatos, recriou a UNE, tirou o Partido Comunista da clandestinidade e, meses mais tarde, convocou a Assembleia Nacional Constituinte.

A situação começou a mudar, sem pressa nem trauma, a partir de 22 de abril, com a morte do presidente eleito Tancredo Neves. Titularizado no cargo, José Sarney começou a dar passos de autonomia em relação ao mandonismo da casta emedebista liderada por Ulysses Guimarães, só que agora como o 30º presidente da República Federativa do Brasil, detentor, portanto, dos cordéis do poder, e não mais como um vice governando por algum tempo. E foi a partir dessa mudança ao mesmo tempo radical e dramática na situação política do País, que José Sarney começou, efetivamente, a trabalhar a transição, que consistiu, em primeiro lugar, em acalmar e enquadrar alguns segmentos fortes das Forças Armadas, a começar por generais contrários ao fim da ditadura. Com o apoio de líderes militares, como o ministro do Exército, general Leônidas Pires, já identificados com a volta da democracia, Sarney foi aos poucos desmontando a resistência da caserna, evitando, ao mesmo tempo, que vozes da situação acirrassem os ânimos.

– E sem nenhum levante, sem nenhum tiro – lembrou ele na célebre e esclarecedora entrevista que concedeu ao jornalista e historiador Benedito Buzar na virada do século.

Ao longo do seu mandato presidencial – que seria de seis ano, mas a Constituinte tirou um ano, e não tirou mais um porque ele reagiu -, José Sarney trilhou sobre duas linhas. Numa, a transição para a democracia –  a restauração do pleno estado democrático de direito, a abolição da censura, a confirmação da anistia – que muitos tentaram –rever, a volta das eleições diretas em todos os níveis e a consolidação das instituições criadas pela Constituição Cidadã de 1988 – suporte testado definitivamente nas maquinações golpista do presidente Jair Bolsonaro (PL), que culminaram com o trágico, mas corretamente reprimido, 8 de janeiro de 2023.

Na outra linha, José Sarney administrou o País, abrindo as portas para conectar o Brasil ao resto do mundo, usando a diplomacia como nenhum governante fez antes dele. No front interno, injetou gás na máquina pública, na criação dos programas sociais – como o Vale Transporte e o Programa do Leite, os dois mais abrangentes e mais célebres -, e buscando saídas para modernizar o País no campo econômico, o que levou à revolução do Plano Cruzado, em 1986, que mudou a face econômica do Brasil para sempre, gerando desdobramentos como o Plano Real, que norteia a economia do País há mais de duas décadas. Saiu deixando uma inflação galopante, mas com uma economia preparada para enfrentar os tempos que viriam, como o desastre que foi o governo do seu sucessor, Collor de Mello. Deixou ainda símbolos de desenvolvimento como a Ferrovia Norte-Sul e a Ferrovia Carajás, para citar dois exemplos.

O Senado da República realizará, nesta terça-feira (18), uma sessão solene para homenagear personalidades que lutaram pela democracia. José Sarney está no topo da lista. Isso porque cresce nos brasileiros a avaliação de que, mesmo não tendo sido eleito pelo voto direto, José Sarney foi um presidente em toda a sua plenitude, tendo sido o principal construtor e avalista da democracia reinante no Brasil atual.

PONTO & CONTRAPONTO

Orleans Brandão joga com habilidade ao falar sobre sucessão em 2026

Orleans Brandão: discurso
político inteligente

Politicamente inteligente o posicionamento do secretário extraordinário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), em relação à participação dele no processo eleitoral do ano que vem.

O mundo político inteiro sabe e comenta que ele é nome forte para ser lançado candidato ao Palácio dos Leões, caso o governador Carlos Brandão (PSB) resolva permanecer no cargo abrindo mão de disputar uma cadeira no Senado. Comenta também que suas chances são reduzidas se o governador renunciar em abril de 2026 para pleitear um mandato senatorial.

Entrevistado pelo blogueiro Carlinhos, em Trizidela do Vale, Orleans Brandão jogou no melhor estilo raposa. Primeiro, disse que seu rumo é brigar por uma cadeira na Câmara Federal. Mas, logo em seguida, completou dizendo que o comandante do processo é o governador Carlos Brandão e que a discussão sobre candidaturas majoritárias só será feita no ano que vem.

Ou seja, caminha para a Câmara Federal, mas poderá rever esse projeto, já que não se excluiu do processo.

Paulo Victor acertou com a iniciativa de interditar a Litorânea para a prática esportiva

Paulo Victor: acerto

O presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor (PSB) acertou em cheio com o projeto de interditar a Avenida Litorânea para veículos motorizados (ônibus, automóveis, caminhões motos), às segundas, quartas e sextas-feiras das 4h às 6h30, para permitir a práticas de esportes.

O governador Carlos Brandão (PSB) abraçou o projeto e decretou a regra, ele próprio fazendo questão de inaugurar a novidade.

Todas as evidências indicam que a iniciativa é um sucesso, principalmente para ciclistas, maratonistas, velocistas, que terão em três dias na semana, e nas manhãs de domingo, espaço garantido e seguro para fazer as suas práticas.

Na peça publicitária que divulga a interdição da Litorânea, o presidente Paulo Victor faz questão de expor uma logomarca da Câmara Municipal de São Luís, aludindo ser a iniciativa uma ação do Legislativo e não do vereador.

São Luís, 16 de março de 2025.

Senado: se entrar na disputa, Brandão é favorito, e mesmo fora, terá influência decisiva na corrida

Carlos Brandão: influência decisiva
sendo ou não candidato ao Senado

A movimentação em andamento vai aos poucos confirmando previsão feita meses atrás e segundo a qual a disputa para o Senado em 2026 será uma das mais renhidas dos últimos tempos. E a intensidade da guerra pelo voto para a Câmara Alta será maior ou menor se o governador Carlos Brandão (PSB) decidir renunciar em abril do ano que vem e pleitear uma cadeira numa chapa com o vice-governador Felipe Camarão (PT), ou permanecer no cargo e comandar o processo sucessório apoiando um candidato a governador e dois candidatos ao Senado. Se optar pela renúncia, Carlos Brandão entrará na corrida ao Senado como franco favorito para uma cadeira, ficando os senadores Eliziane Gama (PSD) e Weverton Rocha (PDT), candidatos à reeleição, e os demais aspirantes, entre eles o ministro do Esporte, André Fufuca (PP), brigando pela segunda cadeira, com desfecho imprevisível. Mas se a opção for pela permanência no cargo até a final do mandato, a guerra pelas duas cadeiras será mais aberta e menos tensa.

Não há dúvida de que no momento, e a julgar pelo cenário político visível, o governador Carlos Brandão é, de longe, o nome mais forte da corrida ao Senado desenhada até aqui. Além de comandar um Governo bem avaliado e de vir cumprindo os seus compromissos de campanha, o mandatário cultiva uma relação politicamente produtiva com lideranças municipais, a começar por prefeitos, o que lhe dá um cacife que nenhum outro aspirante ao Senado detém. Isso significa que com a sua participação, dificilmente um dos candidatos fará a opção de tê-lo como concorrente direto. Ao contrário, todos os movimentos feitos até agora são no sentido de formar dobradinha com o chefe do Executivo na corrida às urnas. Isso porque até agora Carlos Brandão não disse se será ou não candidato ao Senado.

Político experiente, tarimbado no jogo das montagens eleitorais, o governador Carlos Brandão sabe que em matéria eleitoral a indefinição tem um timing. Isso significa que ele ainda tem tempo para decidir sobre candidatar-se ou não, mas também que definições sobre pressão do tempo são mais difíceis e guardam riscos. Ou seja, se fechar o ano com essa decisão tomada e anunciada, sua caminhada para Brasília será bem mais segura. A conversa de ontem com a senadora Eliziane Gama, em Brasília, foi um sinal forte de que, embora não admita ainda, Carlos Brandão tende a entrar na disputa por uma vaga de senador.

Os movimentos do governador são atentamente acompanhados por Weverton Rocha, Eliziane Gama e André Fufuca, bem como pelo ex-prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (Mobiliza) e, segundo o que foi divulgado recentemente pelo bem informado blog Marrapá, Warllyson Fiúza (PL), nome baseado na Região Tocantina. Todos sabem que o governador Carlos Brandão é fator decisivo. Isso porque a equação política é simples: se ele for candidato a senador, além de entrar com o favorito para uma vaga, ele naturalmente escolherá um dos outros candidatos para formar dobradinha, o que certamente facilitará a vida do escolhido. Se permanecer no cargo até o final do mandato, colocará o seu poder de fogo a serviço de dois candidatos da sua preferência.

Na bolsa das apostas informais o governador vem crescendo rapidamente como pré-candidato a senador, com muitos observadores apostando que ele confirmará sua candidatura até outubro, um ano antes da eleição. Isso porque, dizem, ele precisa bater martelo em relação à sua própria sucessão, que vem sendo dominada pela indefinição, por conta das rusgas entre o seu grupo e aliados ligados ao ministro Flávio Dino (SFT). Nos bastidores, há quem diga que conversas estão em andamento e com perspectiva de recomposição, ao mesmo tempo em que há vozes ainda dominadas pelo pessimismo.

Independentemente de qualquer situação que venha a se estabelecer, o fato é que o governador Carlos Brandão reúne as condições necessárias para, se quiser, entrar na corrida senatorial como favorito. Ao mesmo tempo em que, se não entrar, terá poder de fogo para nortear a disputa.

 PONTO & CONTRAPONTO

Base começa a ter atuação mais intensa em defesa do Governo na Assembleia Legislativa

Neto Evangelista comanda
a base de apoio ao Governo

A base do Governo na Assembleia Legislativa vem mudando progressivamente sua postura, assumindo o apoio e a defesa do governador Carlos Brandão (PSB), quebrando um pouco a onda oposicionista formada principalmente por deputados do chamado grupo dinista.

Nas sessões mais recentes, vários deputados foram à tribuna para elogiar o Carnaval em São Luís, destacando os investimentos feitos e o retorno social e econômico da folia momesca. Os deputados Florêncio Neto (PSB), Cláudio Cunha (PL), Catulé Jr. (PP), David Brandão (PSB) e Yglésio Moises (PRTB), entre outros ocuparam a tribuna para destacar os resultados do reinado de Momo, não apenas no aspecto festivo, mas sobretudo no enfoque turístico e econômico.

 Deputados governistas também abordaram as ações na infraestrutura rodoviária do estado, recuperação de rodovias e ações de manutenção em pontes. Na linha de abordagens, membros da bancada governista destacaram a decisão do governador Carlos Brandão de reduzir a zero o ICMS sobre produtos da cesta básica num alinhamento com o presidente Lula da Silva (PT).

Ao mesmo tempo, a bancada governista tem votado em bloco de acordo com as lideranças credenciadas pelo Palácio dos Leões, a começar pelo líder do Governo, deputado Neto Evangelista (União). Isso pode indicar que a articulação feita pelo Palácio dos Leões está mudando para melhor no que respeita ao relacionamento do Governo com o parlamento estadual.

A atuação mais forte da bancada governista chega na hora em que a oposição entra numa linha mais moderada.

Depois de longos períodos de turbulências, Paço do Lumiar volta aos trilhos

Fred Campos está colocando
Paço do Lumiar de volta aos trilhos

Depois de um longo período de turbulência, que resultou na cassação da então prefeita Paula da Pindoba (PCdoB), Paço do Lumiar, o quinto maior município do Maranhão e que é parte essencial da região metropolitana de São Luís, voltou aos trilhos da normalidade sob o prefeito Fred Campos (PSB) e com o funcionamento da nova Câmara Municipal.

Município marcado pela ação de grupos políticos mais parecidos com quadrilhas, que durante anos a fio saquearam seus recursos e manipularam criminosamente a sua população, mas hoje parece viver uma realidade muito diferente, com a ironia de que o seu prefeito, eleito com uma das maiores votações do estado, fez sua campanha usando tornozeleira eletrônica, acusado de corrupção no escandaloso Caso da Operação 18 Minutos.

Todas as informações saídas de Paço do Lumiar dão conta de que o município vive numa nova realidade, com uma gestão que nos primeiros meses se mostra dinâmica, fazendo a coisa certa em matéria de gestão pública. O prefeito Fred Campos sabe que, por causa do seu envolvimento no caso de corrupção que abalou o Tribunal de Justiça, comanda uma das administrações mais “vigiadas” no Maranhão, o que significa dizer que ele não pode tropeçar. E pelo que vem mostrando, não vai tropeçar.

É quase unânime a torcida para que prossiga nessa linha.

São Luís, 14 de Março de 2025.

Governo e sociedade civil avançam no projeto de desenvolver o Maranhão até 2050

No centro, o secretário Vinícius Ferro e os deputados Arnaldo Melo e
Junior Cascaria, ladeados por técnicos e representantes da
iniciativa privada e da sociedade civil organizada

O Maranhão, representado por membros de órgãos públicos, entidades privadas e sociedade civil organizada, deu ontem o primeiro passo de 2025 para viabilizar o Plano Estratégico de Longo Prazo Maranhão 2050, lançado em 2024 pelo governador Carlos Brandão (PSB), destinado a promover o desenvolvimento socioeconômico integrado e reduzir as desigualdades sociais e regionais do estado. Sob a coordenação do secretário de Estado de Planejamento e Orçamento (Seplan), Vinícius Ferro, e do deputado Arnaldo Melo (PP), que presidente a Frente Parlamentar Contra a Pobreza, foi realizada a I Reunião da Comissão Maranhão 2025, cuja pauta foi o acompanhamento e a avaliação dos projetos já em andamento com o objetivo de viabilizar o Plano Estratégico de Longo Prazo Maranhão 2050.

Primeiro programa de planejamento de longo prazo do Maranhão, o Plano Estratégico de Longo Prazo Maranhão 2025, uma guinada radical na visão do Poder Público maranhense sempre voltado para o planejamento de ações imediatas e sem desdobramento de médio e longo o prazo. Na reunião, o titular da Seplan, Vinícius Ferro, responsável por dar formato técnico à arrojada decisão política tomada pelo governador Carlos Brandão, assinalou que os projetos priorizados para este ano são parte do Plano Anual de Metas (PAM) para 2025, por serem viáveis e dispor de suporte orçamentário.

Esses projetos se dividem em cinco eixos: educação, identidade e cultura transformadoras e estruturantes; economia próspera e inclusiva; meio ambiente valorizado e resiliente; sociedade saudável, segura e justa; e governança efetiva, conectada e inovadora. Nesse contexto, entram programas vitais como o combate à pobreza, saneamento básico nas áreas urbanas, construção e recuperação de rodovias estaduais e pesados investimentos na área de segurança pública. Os principais projetos serão realizados pelo Governo do Estado, com o diferencial de que a execução de cada um deles terá o acompanhamento das entidades privadas e da sociedade civil organizada, que formam a Comissão Maranhão 2025.

Ao longo da reunião na Assembleia Legislativa, o secretário de Planejamento explicou que já estão em andamento projetos de grande envergadura, como o Programa Maranhão Livre da Fome, a expansão da Escola em Tempo Integral, o Pacto Pela Paz, programa de recuperação de rodovias estaduais e vários programas sociais, como levar Restaurantes Populares a todos os municípios maranhenses. “O governador Carlos Brandão foca em diversas políticas públicas para atendermos cada vez mais maranhenses”, enfatizou o titular da Seplan.

O ponto alto da I Reunião da Comissão Maranhão 2050 em 2025 foi a apresentação da versão preliminar do sistema de acompanhamento on-line a que os membros terão acesso para monitorar o status de cada projeto de forma remota. O secretário Vinícius Ferro assinalou que a medida reforça o compromisso e a transparência das secretarias de estado com a execução de seus projetos. A realização dos projetos diretamente relacionados com as metas a serem alcançadas até 2050 serão tecnicamente acompanhadas pelo Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc).

O viés político da I Reunião da Comissão Maranhão 2050, que tem forte influência na consecução do megaprograma de planejamento e desenvolvimento foi expressado pelo deputado Arnaldo Melo, representante da Assembleia Legislativa na condição de presidente da Frente Parlamentar de Combate à Pobreza, lançada em 2023. Disse ele: “Essa ideia, que parecia um pouco abstrata, tem se consolidado a cada reunião, a cada dia. Os deputados estão acompanhando por meio da Comissão de Combate à Pobreza, para que possamos ter uma visão mais ampla das ações do Governo e levar essa informação boa para o povo do interior do estado”.

O ponto central do mega plano é o fato de que ele está sendo concebido e viabilizado democraticamente, por meio de uma saudável aliança do Poder Público com a sociedade civil, articulada pelo governador Carlos Brandão.

PONTO & CONTRAPONTO

Eliziane ganha força no PSD, mas terá de decidir a quem se aliará na sua corrida à reeleição

Eliziane Gama: posição
partidária delicada

A redefinição do comando do PSD no Maranhão, que passou a ser controlado pelo prefeito Eduardo Braide, colocou a senadora Eliziane Gama numa situação ao mesmo tempo importante e de risco.

Ela teve sua posição no partido reforçada ao ser alçada à vice-presidência nacional da legenda, mas, ao mesmo tempo, a instalou numa situação em que terá de optar entre aliar-se ao projeto de candidatura do prefeito Eduardo Braide ao Governo do Estado, ou permanecer no partido, mas disputar a reeleição apoiando o candidato da aliança liderada pelo governador Carlos Brandão (PSB), que pode ser o vice-governador Felipe Camarão (PT) ou o secretário Orleans Brandão (MDB). Por sua ligação com o governador Carlos Brandão, que pode ser candidato ao Senado.

Não é uma situação fácil de resolver. Primeiro porque a lógica aponta que, como membro do PSD, ela teria naturalmente de apoiar a candidatura do prefeito de São Luís ao Palácio dos Leões, e nesse nas o teria de romper com a sua base de origem. ,E segundo, se decidir permanecer no PSD e decidir concorrer à reeleição apoiada pela base de origem, passará um recibo de infidelidade partidária ao se colocar contra a candidatura do prefeito Eduardo Braide.

Se sua decisão for permanecer no PSD, o seu caminho natural será uma aliança eleitoral como prefeito Eduardo Braide. Mas se decidir continuar na aliança governista, terá a opção de mudar de partido na janela que será aberta em março do ano que vem.

Manutenção e derrubada de vetos mostram que vereadores mantêm autonomia na relação com Braide

Paulo Victor no comando da sessão extraordinária
que analisou, manteve e derrubou vetos

A Câmara Municipal de São Luís continua dando demonstrações de que não se submete às pressões do Palácio de la Ravardière, alimentando uma saudável queda de braço com o prefeito Eduardo Braide (PSD). Ontem, por exemplo, em sessão comandada pelo presidente Paulo Victor (PSB), o plenário analisou oito vetos aplicados pelo chefe do Poder Executivo a projetos de iniciativa de vereadores. E o resultado foi o seguinte: por maioria, a Câmara Municipal derrubou quatro vetos e manteve quatro.  

Pelas decisões do parlamento ludovicense, por iniciativa da vereadora Concita Pinto (PSB), a Prefeitura de São Luís terá de implantar um serviço para monitorar, por meio de análise química, a qualidade da água consumida pela população da Capital.

No contrapeso, os vereadores concordaram com o prefeito Eduardo Braide e mantiveram o seu veto a um projeto, absolutamente inócuo, que denomina “gari” trabalhadores da limpeza urbana, “joia” legislativa deixada pelo agora ex-vereador Pavão Filho (PSB).

Os vareadores mantiveram o veto do prefeito Eduardo Braide a um projeto da agora ex-vereadora Fátima Araújo (PCdoB), que propunha o licenciamento de áreas para vendedores ambulantes de São Luís. Da mesma forma, concordaram com o prefeito e mandaram para o arquivo o projeto de Pavão Filho alterando a legislação municipal. E mantiveram o veto aplicado ao projeto do agora ex-vereador Ribeiro Neto, que instituiria o Programa Escadas da Tabuada nas unidades da Rede Municipal de Ensino.

Na mesma linha, a maioria derrubou outros três vetos: um de Ribeiro Neto propondo alteração na legislação municipal para definir atividades de baixo risco”; um do agora ex-vereador Dr. Gutemberg (Novo|), que estabeleceria o Programa Educacional Edu-Catech em São Luís; e outro do ex-vereador Pavão Filho propondo a instituição de Teatro Educativo nas escolas da Capital.

A queda de braço, portanto, continua.

São Luís, 13 de Março de 2025.

Em posse de ministros, Sarney reafirma amizade com Lula e lembra o que viveu no Planalto

José Sarney recebe gesto carinhoso de Lula da Silva: amizade consolidada

A presença do ex-presidente José Sarney (MDB) na posse dos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), na segunda-feira, no Palácio do Planalto, atendendo a convite do presidente Lula da Silva (PT), teve uma forte carga simbólica, por dois motivos. O primeiro é que foi o ponto alto de um novo momento na relação de altos e baixos ligando os dois líderes e que agora parece ter entrado numa estabilidade definitiva, com manifestações carinhosas de parte a parte. E o segundo é que o evento aconteceu faltando cinco dias para completar 40 anos da posse do líder maranhense na presidência da República, substituindo a Tancredo Neves (MDB), o então presidente eleito.

Às vésperas de completar 95 anos – o que acontecerá no dia 24 de abril – em pleno estado de lucidez e ainda se movimentando com alguma desenvoltura, José Sarney chegou ao Palácio do Planalto por volta das 14h45, para o ato marcado para as 15h, alcançando o salão de atos por um elevador privativo. E antes e depois da posse dos ministros, o ex-presidente foi efusivamente cumprimentado pelo atual mandatário, pela primeira-dama Janja da Silva e por ministros e assessores do Governo petista.

Durante o ato, José Sarney certamente repassou os bons e os maus momentos da sua relação com o presidente Lula da Silva, de quem foi aliado do final dos anos 90 do século passado até 2016, quando houve o rompimento por causa do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), situação em que o principal interessado era o vice-presidente Michel Temer (MDB), e reatada quando Lula da Silva deixou a cadeia para se candidatar de novo a presidente da República e vencer a eleição em 2022. De lá para cá, a relação entre os mandatários entrou na esfera dos sábios, sem ranhuras, apesar do apoio incondicional de Lula da Silva a Flávio Dino, que tirou o Grupo Sarney do poder no Maranhão. Os dois líderes continuam conversando e dificilmente se estranharão novamente. Tanto que José Sarney prega aberta e frequentemente a reeleição de Lula da Silva, tentando fazer com que o MDB, do qual é presidente de honra, se alie ao PT com esse objetivo.

No plano da memória e da História, a ida de José Sarney ao Palácio do Planalto nesta segunda-feira certamente lhe revirou o baú das lembranças, que são muitas. Foi dali que, assumindo a presidência da República após a morte do presidente eleito Tancredo Neves (PMDB), José Sarney atuou decisivamente como o principal comandante da transição da ditadura militar para a democracia, assinando um dos decretos mais simbólicos da restauração democrática, o que devolveu existência legal ao PCdoB, depois de décadas de clandestinidade.  Naquele palácio, o presidente José Sarney foi também o grande avalista da Assembleia Nacional Constituinte, mesmo tendo os seus integrantes lhe subtraído um ano de mandato. Foi do Palácio do Planalto que ele contribuiu para que fosse entregue ao País uma Constituição moderna, que assegura a cidadania plena por meio do estado democrático de direito. Foi dali que o presidente José Sarney tomou decisões que mexeram profundamente com o Brasil, como o Plano Cruzado, por exemplo, o embrião dos planos econômicos que levou ao Plano Real anos mais tarde. Foi ali também que ele passou a faixa presidencial ao sucessor Fernando Collor (PRN), escolhido pelo voto direto, em clima de plenitude democrática. Foi de lá que ele desceu a rampa acenando com um lenço branco e sendo aplaudido por uma multidão, quando achavam que ele seria vaiado por todos.

Depois de amanhã, quando se completarem os 40 anos da sua posse como presidente do Brasil, José Sarney se lembrará que foi no Palácio do Planalto que ele viveu o ápice da sua longa e rica carreira de líder político.

PONTO & CONTRAPONTO

Presidência da Alema: Cármen Lúcia reconhece legalidade da eleição de Iracema Vale

Cármen Lúcia vota a favor de Iracema Vale na disputa com Otelhino Neto

“Voto no sentido de converter a apreciação da medida cautelar em julgamento de mérito, rejeitar as preliminares de não conhecimento da ação e julgar improcedente a presente ação direta de
inconstitucionalidade”.

É o que diz a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, na conclusão do seu voto como relatora da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) por meio da qual o Solidariedade, partido do deputado Othelino Neto, questionou o critério da maior idade como desempate em eleições para presidente da Assembleia Legislativa.

No seu voto, que tem o aval da Procuradoria Geral da República e da Advocacia Geral da União, a ministra reconhece, sem nenhum “porém”, a legalidade da eleição para a presidência da Alema realizada em novembro do ano passado, que terminou em empate (21×21) e da qual a deputada Iracema Vale (PSB) saiu vitoriosa por ser mais velha do que seu concorrente, o deputado Othelino Neto.

Ao reconhecer a constitucionalidade do critério etário e a legalidade da eleição, a ministra abriu a votação no plenário virtual da Suprema Corte, mas os demais ministros só poderão votar no período de 21 a 28.

O voto da ministra-relatora reforçou o clima de otimismo na presidente da Assembleia Legislativa, que já se encontra no exercício do mandato questionado pelo Solidariedade.

Com votos de Flávio Dino e Luiz Fux, Supremo torna réus Josimar de Maranhãozinho e Pastor Gil

Josimar de Maranhãozinho e Pastor Gil:
réus por unanimidade no Supremo

Os votos dos ministros Flávio Dino e Luiz Fux seguindo o ministro-relator Cristiano Zanin e os ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia, formaram unanimidade para o recebimento da denúncia pelo Supremo Tribunal Federal, e transformar em réus os deputados federais Josimar de Maranhãozinho (PL) e Pastor Gil (PL) sob a acusação de venda de emendas num esquema rejeitado pela Prefeitura de São José de Ribamar.

A denúncia é pesada e recheada de elementos de prova, segundo o ministro-relator, o que torna complicada a situação dos dois deputados maranhenses. Josimar de Maranhãozinho e Pastor Gil têm pela frente o desafio de provar que não tentaram extorquir a Prefeitura de São José de Ribamar em R$ 1,6 milhão, como pagamento por emendas no valor de R$ 6,5 milhões, conforme denúncia do então prefeito Eudes Sampaio (PTB) à Polícia Federal.

Se, ao final do processo, eles forem inocentados, seguirão em frente, apesar dos arranhões. Mas se forem considerados culpados, poderão parar na cadeia e perder a elegibilidade por um largo período.

São Luís, 12 de Março de 2025.

Braide assume o comando do PSD e ganha suporte para entrar na corrida aos Leões

Eduardo Braide ganha o comando estadual do PSD
e Eliziane Gama será vice-presidente nacional

O prefeito Eduardo Braide deu o passo que precisava para, se quiser – e tudo indica que quer -, lançar-se candidato ao Governo do Estado no ano que vem. Ele ganhou o comando do PSD no Maranhão, num grande acordo com a senadora Eliziane Gama, costurado pelo presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, e que lhe garantiu uma das vice-presidências nacionais da legenda. Com o acerto, o braço maranhense do PSD sai das mãos do ex-deputado federal Edilázio Jr., que parece definitivamente fora da política, e passa a ser inteiramente controlado pelo prefeito de São Luís. O acordo foi articulado amigavelmente, com a concordância plena da senadora Eliziane Gama, que saiu prestigiada, e a julgar pela importância que recebeu do presidente Gilberto Kassab, o PSD pode se tornar um partido forte no Maranhão.

Atualmente, o braço maranhense do PSD é formado por alguns pontos dispersos. Tem um único prefeito no estado, exatamente Eduardo Braide, que comanda o maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão; um senador (Eliziane Gama), um deputado federal (Josivaldo JP) e três deputados estaduais (Fernando Braide, Eric Costa e Mical Damasceno) e algumas dezenas de vereadores espalhados pelo Maranhão. Essas forças não são articuladas e não formam um bloco partidário. É o resultado da falta de um comando bem definido, situação que agora muda radicalmente com a ascensão do prefeito de São Luís ao seu comando estadual.

Eduardo Braide assume o controle do PSD numa situação especial. Ele tem a oportunidade de formar um partido perfeitamente identificado com a sua visão política e as suas convicções ideológicas, que são muito próximas das pregadas pelo PSD desde as suas origens. Trata-se de uma agremiação de centro-direita, de linha liberal e democrática, bem distante dos segmentos conservadores identificados com a extrema-direita. Os quadros que o formam hoje são perfeitamente identificados com a base ideológica do partido. A única exceção é a deputada Mical Damasceno, que é assumidamente de extrema-direita, alinhada aos extratos mais radicais do bolsonarismo evangélico.

No comando estadual do PSD, o prefeito Eduardo Braide poderá montar a sua plataforma político-partidária, com chapas para Governo, Senado, Câmara Federal e Assembleia Legislativa no ano que vem, ele próprio embalado pelas primeiras pesquisas, que o apontam como favorito entre os nomes com potencial para entrar na disputa. Eduardo Braide até agora não deu nenhuma declaração nesse sentido, porém, tanto no meio político como fora dele, já corre a certeza de que ele deixará a Prefeitura em abril do ano que vem. Essa certeza se amplia no momento em que ele assume o comando estadual de um partido que pode se tornar competitivo, como é o caso do PSD. Seus movimentos como comandante da agremiação revelarão em pouco tempo o objetivo do prefeito reeleito de São Luís em relação às eleições do ano que vem.

Por sua vez, a senadora Eliziane Gama, cujo mandato é muito bem avaliado, ganhou peso como vice-presidente nacional do PSD, mas, ao mesmo tempo, passou a viver um dilema: buscará a reeleição como candidata ao Senado numa provável chapa liderada por Eduardo Braide, ou deixará o partido para ser candidata na aliança governista, na qual já se movimentam o governador Carlos Brandão (PSB), o senador Weverton Rocha (PDT), que também busca a reeleição, e ainda o deputado federal e atual ministro do Esporte André Fufuca? Não será uma escolha fácil, mas esses são os cenários que estão se formando à sua frente.

Político hábil e de faro apurado, o presidente Gilberto Kassab, que se movimenta com um pé no Governo Lula da Silva (PT) e outro na seara bolsonarista, não entregou o PSD a Eduardo Braide por não ter outro caminho. Ao contrário, ele tem a exata noção do tamanho e do potencial político do prefeito de São Luís, que já é uma das grandes apostas do seu partido para a corrida eleitoral do ano que vem.

PONTO & CONTRAPONTO

Longe da onda de especulação, Felipe Camarão vira cidadão bacelarense em ritmo de pré-campanha

Felipe Camarão exibe o título de
Cidadão Bacelarense na Câmara Municipal

A últimas 48 horas foram marcadas por ditos e desmentidos sobre uma suposta reunião do presidente estadual do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, porta-voz credenciado do chamado grupo dinista, com o governador Carlos Brandão. Mas o fato é que nem o chefe dinista negou enfaticamente o encontro nem o governador se manifestou sobre o assunto, que teria tido a candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT) como tema principal no contexto de uma eventual reaproximação das duas correntes.

Aparentemente indiferente à onda de especulação, o vice-governador Felipe Camarão cuidou ontem do seu projeto de candidatura na pequena, mas politicamente ativa, Duque Bacelar, onde foi agraciado com o título de Cidadão Bacelarense concedido pela Câmara Municipal e participou da inauguração de uma creche com o prefeito Flávio Furtado (PDT).

Na Câmara Municipal, o autor da proposta, vereador Betim do Sacolão (PDT), justificou a concessão: “O que me fez propor esse título ao Felipe Camarão foi o seu trabalho pelo Maranhão, o seu jeito de ser, pela sua humildade, e por tudo que tem feito pelo nosso estado, principalmente pelo povo de Duque Bacelar”.

Ao agradecer a láurea, Felipe Camarão se manifestou como quem sabe o que quer: “Eu recebo este título com muita gratidão, humildade e muita responsabilidade. Compreendo que é uma forma da Câmara e da classe política me agradecer pelo que já fiz pela cidade, mas sei também que é uma forma de dizer: olha, agora queremos muito mais por Duque Bacelar, e eu, agora como conterrâneo, terei essa dupla responsabilidade”.

Usando calças jeans e camiseta com motivos do Maranhão, Felipe Camarão não deixou qualquer dúvida de que está em ritmo de pré-campanha ao Palácio dos Leões.  

Alema retoma o trabalho com as atenções voltadas para a Suprema Corte

Iracema Vale: confiante

A Assembleia Legislativa retoma hoje suas atividades em clima de expectativa em relação ao julgamento, no Supremo Tribunal Federal, da ADI por meio da qual o deputado Othelino Neto questionou, via Solidariedade, seu partido, o critério de maior idade que desempatou a eleição para a presidência do Poder Legislativo, realizada em novembro passado, que resultou empatada (21×21), e terminou com a vitória da presidente Iracema Vale (PSB), por ter mais idade. O critério está previsto no Regimento Interno da Casa.

Depois de receber as manifestações da Procuradoria Geral da República e da Advocacia Geral da União, ambas confirmando o critério e validando a eleição, a ministra-relatora Cármen Lúcia decidiu submeter o assunto ao plenário da Corte.

Na avaliação de especialistas, a Suprema Corte tem três caminhos a seguir: confirmar a validade do critério, por se tratar de assunto interno do Poder Legislativo; validar a eleição, mas recomendar que a Assembleia reveja o critério de desempate; ou, em caso extremo, considerar o critério inválido e anular a eleição.

O julgamento será realizado entre os dias 21 e 28 deste mês, e o desfecho desse caso vai nortear a Assembleia Legislativa nos próximos tempos.

São Luís, 11 de março de 2025.     

Agora réu acusado de corrupção, Josimar de Maranhãozinho pode perder o controle do PL

Josimar de Maranhãozinho pode perder o
ouro que exibe no dedo e nos pulsos

A condição de réu que começou a lhe pesar sobre os ombros na semana passada, quando a maioria de votos da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal – faltam ainda os votos dos ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin – entendeu que ele tentou extorquir a prefeitura de São José de Ribamar num esquema com emendas parlamentares no valor de R$ 6,5 milhões, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), um dos políticos mais poderosos e influentes do Maranhão, entrou numa rota com destino imprevisível. Junto com ele, o deputado federal Pastor Gil (PL) e um suplente Bosco Costa (PL-AL). Segundo o ministro-relator Edson Fachin, as provas contra o trio são robustas e muito difíceis de serem contestadas, porque têm por base a denúncia feita pelo então prefeito Eudes Sampaio (PTB), que não aceitou saquear a Prefeitura em R$ 1,6 milhão num esquema de corrupção e decidiu denunciá-lo à Polícia Federal.

Mesmo afirmando que não existem provas que o incriminem e que vai mostrar sua inocência durante o processo, Josimar de Maranhãozinho enfrenta o pior momento da sua carreira, que começou como prefeito de Maranhãozinho em 2004, tendo sido em seguida o deputado estadual mais votado em 2010, em 2014 e em 2018, e o segundo – o primeiro foi sua mulher, Detinha (PL) – mais votado em 2022. Comandou a eleição de dezenas de prefeitos em 2020 e em 2024, mantendo sólida a sua base de sustentação. Com capilaridade política e eleitoral em todo o território estadual, lidera atualmente uma minibancada de quatro deputados federais e outra de seis deputados estaduais, mais de 30 prefeitos e dezenas de vereadores, sendo, vez por outra, apontado como candidato forte a governador ou a senador.

Todo esse poder será mandado para o espaço se Josimar de Maranhãozinho for condenado por corrupção. Ele poderia continuar comandando seu grupo na surdina. Mas o seu problema é muito maior: o comando do PL, partido do qual é um dos chefes mais fortes em todo o País, como declarou, no final do ano passado em São Luís, o próprio presidente nacional, Waldemar Costa Neto, com quem Josimar de Maranhãozinho tem uma relação de “´pai e filho”, está dividido.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que mede forças com Waldemar Costa Neto na briga pelo comando do PL, declarou guerra a Josimar de Maranhãozinho com dois objetivos: tira-lo do comando regional da legenda para repassá-lo a um bolsonarista fiel. Jair Bolsonaro não aceita o fato de Josimar de Maranhãozinho não se empenhar nas suas campanhas no Maranhão, como se não entendesse que o PL sem o parlamentar seria um nanico como qualquer outro, sem nada no estado. Isso porque o seu grupo segue sua orientação, e a esmagadora maioria o seguiria para qualquer partido para o qual ele migrasse – ou venha a migrar.

O processo que passa a responder por corrupção, além do incômodo pessoal, coloca o seu poder de fogo político sob uma densa e cinzenta nuvem de riscos. Sim, porque se conseguir provar inocência – o que parece muito difícil a julgar pelo que já se sabe sobre a denúncia -, ele poderá prosseguir no comando do partido e manter o seu grupo. Mas se for condenado, poderá perder o controle sobre o grupo e, o que é pior, o comando da legenda, que pode cair nas mãos de aliados de Jair Bolsonaro, como o ex-senador Roberto Rocha, que está sem partido, ou pode ser entregue ao deputado estadual Yglésio Moises, que está filiado ao PRTB, um nanico de aluguel sem qualquer futuro. O fato é que a condição de réu de Josimar de Maranhãozinho assanhou nichos bolsonaristas que estão olho no PL.

Depois de muitas idas e vindas sob a suspeita de comandar um esquema de desvio milionário com emendas parlamentares, o deputado Josimar de Maranhãozinho caiu de vez na malha da Justiça, e com o enorme desafio de contestar provas robustas que o atingem.

PONTO & CONTRAPONTO

Mulheres

Elas estão avançando na representação política, algumas com destaque

Não há dúvida de que as mulheres estão, de fato, avançando na política maranhense. Os números estão aí mesmo para comprovar essa avaliação.

Elas ocupam hoje duas das três cadeiras maranhenses no Senado da República – Eliziane Gama (PSD) e Ana Paula Lobato (PDT); já são três na bancada na Câmara Federal Detinha (PL), Roseana Sarney (MDB) e Amanda Gentil (PP) – não havia nenhuma na bancada anterior; formaram uma bancada com 12 assentos na Assembleia Legislativa, liderada hoje pela presidente Iracema Vale; e saíram das urnas das eleições municipais de 2024 com 42 eleitas prefeitas, o equivalente a quase 20% dos 217 municípios, com destaque para a reeleição de Maura Jorge (PSDB) em Lago da Pedra. Além delas, várias vice-prefeitas – a exemplo da vice-prefeita reeleita de São Luís – Esmênia Miranda (PSD) – e um expressivo número de vereadoras foram eleitas, como aconteceu na Câmara Municipal de São Luís, hoje com seis mulheres exercendo mandatos, como a vereadora Clara Gomes (PSD), da novíssima geração e integra a bancada feminina formada por Concita Pinta (PSB), Thay Evangelista (União), Professora Magnólia (União), Rosana da Saúde (Republicanos) e Flávia Berthier (PL) plenos e três co-vereadoras do Coletivo Nós.

Não é pouca coisa, ainda que os números estejam ainda muito, mas muito mesmo, longe da tão sonhada paridade, uma vez que a política era uma espécie de Clube, no qual a presença de mulheres era, se não uma heresia, uma “coisa” estranha. Isso quer dizer que a barreira foi removida e que o caminho está finalmente aberto, apesar dos ataques via preconceito de gênero, cujo o pior deles e a misoginia.

Mas mulheres como Roseana Sarney (primeira  mulher a governar um estado na América Latina e primeira maranhense a chegar ao Senado), Iracema Vale (pioneira na presidência da Assembleia Legislativa) e Gardênia Castelo (primeira mulher a chegar à Prefeitura de São Luís), para citar os exemplos mais destacados.

A Assembleia Legislkativa conta com as deputadas: Iracema Vale (PSB), Fabiana Vilar (PL), Solange Almeida (PL), Mical Damasceno (PSD), Dra. Vivianne (PDT), Andreia Martins Rezende (PSB), Abigail (PL), Daniella (PSB), Edna Silva (Patriota), Janaina Ramos (Republicanos), Claudia Coutinho (PDT) e Ana do Gás (PCdoB): 27.425.

E o municipalismo ganhou cuidados femininos em Água Doce do Maranhão — Eliane Dias, Alto Alegre — Nillsilene do Liorne, Amapá do Maranhão — Nelene Gomes, Amarante do Maranhão — Vanderly, Arari – Simplesmente Maria, Axixá — Roberta Barreto, Bacabeira — Naila Gonçalo, Bacurituba — Letícia de Sibá, Boa Vista do Gurupi — Dilcilene Oliveira, Bom Jardim – Cristiane Varão, Bom Lugar – Marlene Miranda, Brejo – Thâmara Castro, Brejo de Areia – Geyse Costa, Buriti-Bravo — Luciana Leocádio, Chapadinha — Belezinha, Central do Maranhão — Fechinha, Conceição de Lago Açu — Professora Cici, Esperantinópolis – Simone Carneiro, Feira Nova do Maranhão — Luiza Coutinho, Fernando Falcão — Raimunda do Josemar, Formosa da Serra Negra — Juceni, Fortaleza dos Nogueiras — Dr.ᵃ Fernanda, Gonçalves Dias — Suane Dias, Governador Archer — Professora Leide, Igarapé do Meio — Aldenira, Itinga do Maranhão — Paula do Quininha, Lago da Pedra — Maura Jorge, Maranhãozinho — Deusinha, Monção — Dr. Bárbara, Nova Colinas — Dr. Mariana, Paraibano — Vanessa Furtado, Pedreiras — Vanessa Maia, Presidente Vargas: Fabiana Mendes, Riachão — Paula Coelho, Sambaíba — Fátima Dantas, Santa Quitéria do Maranhão — Sâmia Moreira, Santo Antônio dos Lopes — Cibelle Napoleão, São Francisco do Brejão — Ednalva Brandão, São Roberto — Danielly Trabuci, São João do Soter — Lacerda, Serrano do Maranhão — Val Cunha e Zé Doca — Flavinha Cunha

Sarney dá lição de experiência política em entrevista a O Globo, mas não trata de mudanças no Maranhão

José Sarney, quase centenário,
dando lições de política

Todo político de bom senso e todo brasileiro mergulhado em dúvida sobre a radicalização política em que o País está mergulhado deveria ler a entrevista do ex-presidente José Sarney (PMDB), prestes a completar 95 anos, publicada na edição deste domingo do jornal O Globo.

Ao mesmo tempo em que é uma aula de sobriedade e inteligência política, a entrevista chama a atenção pelo fato de o ex-presidente não fazer qualquer referência ao cenário político do Maranhão, onde ele continua sendo uma das vozes mais influentes, com o diferencial de que o sarneysismo, que pontificou no estado por décadas, ter perdido o poder para o dinismo, um movimento liderado por Flávio Dino, que hoje é ministro do Supremo Tribunal Federal.

Na entrevista, o ex-presidente diz que teve adversários e inimigos na política, e manifesta preocupação com a radicalização ideológica que divide o Brasil, criando um cenário em que adversário político é visto como inimigo político. Diz que a era da política de inimigos ficou para trás e que o tempo é o da política de adversários. Diante dessa declaração, é legítimo supor que o ex-presidente tenha o ex-governador e atual ministro da Suprema Corte apenas como adversário.

José Sarney defende enfaticamente que o MDB, do qual é presidente de honra, se alie ao PT para reforçar a base política do presidente Lula da Silva (PT). É como acontece no Maranhão, onde o MDB é aliado do governador Carlos Brandão (PSB), que foi linha de frente do movimento dinista, mas decidiu seguir seu próprio caminho, tendo o que restou do Grupo Sarney como aliado.

Atendo-se a temas nacionais, as declarações do ex-presidente são verdadeiros ensinamentos políticos.

São Luís, 09 de Março de 2025.

Aspirantes aos Leões se movimentaram no Carnaval para consolidar os seus projetos de candidatura

Felipe Camarão, Orleans Brandão, Eduardo Braide, Lahesio Bonfim e Roberto
Rocha: pré-candidatos ao Governo se movimentaram durante o Carnaval

O período carnavalesco serviu para mostrar que a corrida à sucessão do governador Carlos Brandão (PSB) no âmbito da base governista continua rigorosamente indefinida em matéria de candidatura, situação já superada por parte da oposição. Em meio à folia, os dois nomes efetivamente cotados para ser o candidato da aliança situacionista, o vice-governador Felipe Camarão (PT) e o secretário de Articulação com Municípios Orleans Brandão (MDB), mergulharam em conversas e cuidaram de ampliar os espaços que já ocupavam. Ao passo que na seara da oposição, o prefeito Eduardo Braide (PSD), o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Novo) e o ex-senador Roberto Rocha (sem partido) cuidaram de se movimentar para dar sentido aos seus projetos de candidatura.

O vice-governador Felipe Camarão passou o reinado de Momo embalado pelos fluídos que recebera em Brasília, uma semana antes, durante o aniversário do PT, quando foi celebrado como pré-candidato a governador apoiado pelo presidente Lula da Silva e pela cúpula do partido. Em meio às festas carnavalescas, conversou muito e manteve animada a sua base de apoio dentro da aliança, de modo que chegou na Quarta-de-Cinzas embalado pela certeza de que vai conseguir superar as divergências e se consolidar como candidato do grupo numa chapa em que o governador Carlos Brandão seja o candidato ao Senado.

Orleans Brandão não perdeu tempo e, além da movimentação que fez em São Luís, confirmou o seu projeto de candidatura em Timon, onde foi tratado como pré-candidato pelo prefeito Rafael Brito (PSB), que não esconde que nessa seara seguirá junto com o secretário. Outra manifestação expressiva a seu favor ocorreu em Codó, onde o ex-prefeito Zé Francisco (PSDB) discursou anunciando apoio ao seu projeto de candidatura, fazendo contrapeso ao prefeito Chiquinho da FC (PT), que está alinhado ao vice-governador Felipe Camarão. Cuidadoso, Orleans Brandão tem dito que está em busca de um mandato de deputado federal, mas não desautoriza nenhuma manifestação apontando-o como pré-candidato a governador.

No campo oposicionista, o nome principal é o prefeito de São Luís Eduardo Braide, que passou a folia momesca numa saudável queda-de-braço com o governador Carlos Brandão disputando quem fez o melhor Carnaval. As multidões concentradas na Avenida Litorânea e na Madre Deus deram vantagem nítida ao Governo do Estado, mas a festança organizada pela Prefeitura no Aterro do Bacanga atraiu milhares. Eduardo Braide não fala sobre o assunto, faz de conta que não tem interesse nessa corrida, mas quem com ele convive aposta alto na sua candidatura, prevendo que, embalado pelas pesquisas, o prefeito está se preparando para sair em abril do ano que vem.

O ex-senador Roberto Rocha já anunciou que é candidato, tem reafirmado isso em declarações eventuais, mas não resolveu ainda o seu maior problema, um partido pelo qual possa ser candidato como a voz do bolsonarismo no Maranhão.  O problema é que não existe partido disponível nessa linha, uma vez que todos estão controlados com mão de ferro. Já Lahesio Bonfim tem um partido e está em plena pré-campanha, discursando onde pode e xingando adversários numa virulência desmedida. Seu maior lance aconteceu no pré-Carnaval, quando pediu a primeira-dama de São Luís para ser sua vice, mas o prefeito Eduardo Braide não lhe deu confiança.

As águas de março devem tornar mais clara a movimentação dos aspirantes ao Palácio dos Leões.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão fecha Litorânea para veículos em favor do esporte, atende Paulo Victor e estreita laços com a Câmara

Avenida Litorânea será fechada na madrugada, em decisão tomada por
Carlos Brandão a pedido de Paulo Victor em favor das práticas esportivas

O governador Carlos Brandão (PSB) decidiu, via decreto, que a Avenida Litorânea será fechada para veículos das 04h às 6h30, às segundas, quartas e sextas-feiras, para permitir a práticas esportivas pela população – caminhar, correr, pedalar em segurança – atendendo a uma proposta do presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor (PSB).

A medida, em geral bem recebida por muitos, foi uma demonstração de que a relação do Governo estadual com a Câmara Municipal de São Luís tende a se estreitar cada vez mais, num forte contraponto político ao prefeito Eduardo Braide (PSD).

Numa espécie de contradição política, enquanto o prefeito Eduardo Braide não conta com mais de uma dezena dos 31 vereadores como aliados fiéis, o governador Carlos Brandão tem relação próxima com pelo menos 15 integrantes do parlamento ludovicense.

Esse grupo é liderado pelo presidente da Casa, Paulo Victor, que além de pertencer ao PSB, é aliado de primeira linha do chefe do Executivo estadual.

Justiça Eleitoral vai decidir o futuro de Carlos Lula em relação ao PSB

Carlos Lula: decisão de sair do PSB
vai depender da Justiça Eleitoral

É rigorosamente incerto o futuro do deputado estadual Carlos Lula em relação ao PSB, do qual está em processo de desfiliação. O problema é que, ao que tudo indica, o comando estadual do partido não está disposto a autorizar a saída do parlamentar, já tendo batido martelo para negar a desfiliação.

Conflitado como o comando estadual do PSB, que é presidido pelo governador Carlos Brandão, o deputado Carlos Lula decidiu deixar a legenda, alegando que não se sente mais à vontade como seu filiado, uma vez que, para ele, sua posição ali ficou insustentável.

Só que o PSB reagiu e colocou as cartas na mesa: em vez de concordar com a saída, a cúpula partidária avisou que, se sair, o parlamentar terá de abrir mão do mandato, que pertence ao partido. E se isso acontecer, o 1° suplemente será convocado para assumir como titular.

Diante do que ganhou a forma de um impasse, a Justiça Eleitoral decidiu convocar Carlos Lula e a direção do PSB para uma audiência, cuja data ainda será definida. Será com base nas razões apresentadas pelo deputado, nas contrarrazões do partido e no que for tratado na audiência que a Justiça Eleitoral autorizará, ou não, a saída do parlamentar.

Se conseguir um acordo para sua desfiliação, Carlos Lula procurará outra legenda. Mas se não conseguir, permanecerá nos quadros da agremiação até a janela partidária que será aberta em março de 2026, para fazer a migração partidária.

São Luís, 07 de Março de 2025.

Carnaval 2025 levou 3 milhões à Litorânea e à Madre Deus e pode ter sido o maior até agora

Multidão na Litorânea, fofão na Madre Deus, Carlos Brandão e Larissa Brandão
e brincantes entusiasmados

Pelo menos três milhões de pessoas, entre elas um grande contingente de turistas, festejaram o reinado de Momo nos dois circuitos organizados pelo Governo do Estado em São Luís, o “Vem Pro Mar”, na Avenida Litorânea, e o “Vem Pra Madre”, no Centro Histórico e na Madre Deus. O primeiro valorizou o novo formato das grandes concentrações carnavalescas, com gigantescos trios elétricos, comandados por artistas de renome, como o baiano Durval Lelys e a carioca Anita, com a participação de artistas locais, e de grupos como os blocos Jegue Folia e Máquina de Descascar`alho. O segundo, no circuito São Pantaleão, transformou mais uma vez a Madre Deus e adjacências em território do Carnaval tradicional de São Luís, dominado por fofões e blocos de rua, blocos organizados e blocos tradicionais, como Bicho Terra e Fuzileiros da Fuzarca e dezenas de blocos menores. Durante os quatro dias de folia, os dois circuitos levaram para a Avenida Litorânea e para o Centro tradicional da Capital, em especial para a Madre Deus, mais de três milhões de pessoas, no que pode ter sido o maior Carnaval já organizado pelo Governo do Estado em São Luís.

A dimensão do Carnaval de São Luís pode ser medida pelas entusiasmadas palavras do governador Carlos Brandão (PSB), o grande responsável pela apoteose carnavalesca ludovicense, ditas na noite de terça-feira: “Para fazer um Carnaval dessa magnitude fizemos um grande investimento em todos os setores, encorajamos a parceria (público/privada) e hoje o nosso Carnaval entrou no cenário nacional. Isso não vai parar mais. Nós estamos aprimorando. Ano passado foi bom e este ano foi excelente”.

Quando fala do sucesso do Carnaval de São Luís, o governador destaca as grandes concentrações de foliões, o elenco de artistas nacionais e locais nos circuitos “Vem Pro Mar” e “Vem Pra Madre”. A festa momesca, porém, foi muito além disso quando mostrada por outros ângulos. O primeira deles é o resultado econômico, uma vez que o Reinado de Momo lotou hotéis e pousadas, que tiveram, em média, 90% de ocupação, movimentou intensamente restaurantes e lanchonetes, ocupou taxistas e veículos por aplicativos e abriu oportunidades para um grande número de vendedores ambulantes, a maioria deles beneficiados com o programa “Mais Renda”, do Governo do Estado, que vem dando vida à microeconomia. Nas contas de alguns observadores, o Carnaval de São Luís movimentou pelo menos R$ 300 milhões, se levados em conta as festas pré-carnavalescas.

O envolvimento direto do Governo na realização do Carnaval levou para os dois circuitos um grande suporte, a começar pela garantia da segurança, que foi assegurada com o trabalho planejado e alentado de centenas e centenas de policiais. O item segurança foi reforçado com a presença ativa do Corpo de Bombeiros na Avenida Litorânea e no Circuito Madre Deus – eles fizeram mais de 500 atendimentos. No balanço que fez ontem, a Secretaria de Segurança Pública mostrou que o resultado foi bem melhor do que era esperado: nenhuma situação fora de controle, poucos roubos de celular, poucas agressões a mão armada, e sem registro de descontrole policial, etc… E nesse sentido, foi importante o suporte de equipes da área de saúde prontas para fazer atendimentos de primeiros socorros.

Nada faltou nos dois circuitos em matéria de estrutura – camarotes, banheiros químicos, ambulâncias, etc. E esse foi exatamente um dos pontos que chamaram a atenção da imprensa nacional. As milhares e milhares de pessoas, maranhenses e visitantes, brincaram um Carnaval animado e com segurança. E com a presença ao mesmo tempo festiva e vigilante do governador Carlos Brandão, seus familiares e amigos, assessores e auxiliares. Nada escapou da vigilância, e tudo acabou dando certo, justificando o investimento e a avaliação do governador Carlos Brandão segundo a qual o Carnaval de São Luís ganhou projeção nacional definitiva porque a edição de 2025 foi melhor do que a de 2024, e com a previsão de que em 2026 será melhor ainda.

O tamanho do Carnaval de São Luís neste ano pode ser medido por duas declarações de artistas famosos. Wesley Safadão, por exemplo, declarou: “A gente passou pela Bahia, a gente passou por São Paulo e os caras de lá falando do Carnaval do Maranhão. Eu acho que a energia do público de São Luís, do público maranhense, é fora do normal”. Durval Lelys, por sua vez, declarou, ao alto do trio elétrico:  “Obrigado por estar aqui nesta terça-feira. O Carnaval do Maranhão é 10”.

PONTO & CONTRAPONTO

André Fufuca e Juscelino Filho são pressionados a desembarcar do Governo Lula

André Fufuca e Juscelino Filho: sob pressão

Os ministros do Esporte André Fufuca (PP) e das Comunicações Juscelino Filho (União) estão sendo fortemente pressionados por uma ala do centro-direita a deixarem seus cargos e retirar seu apoio ao Governo do presidente Lula da Silva (PT). A pressão está sendo liderada pelo presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), com o apoio de parlamentares que querem os partidos de centro rompidos com o Palácio do Planalto.

A situação do ministro André Fufuca é delicada. Primeiro porque ele vem tendo um bom desempenho no Ministério do Esporte, pavimentando com segurança o caminho que o levará a sair candidato a senador em 2026. Se a estratégia de fragilizar o Governo do presidente Lula da Silva for lavada a cabo, André Fufuca perderá parte expressiva do gás que embala o seu projeto de candidatura, tendo de se conformar em lutar pela renovação do mandato de deputado federal.

A situação do ministro Juscelino Filho é bem mais complicada. A pressão que ele vem sofrendo para deixar o Ministério ganhou força na semana passada diante da informação de que ele mais uma vez teria usado indevidamente os aviões do Governo Federal. A investida do presidente do PP para que o União Brasil obrigue Juscelino Filho a entregar o cargo estaria ganhando força dentro do partido.

André Fufuca e Juscelino Filho têm força dentro dos seus partidos, mas não o suficiente de peitar uma decisão de maioria das cúpulas dessas legendas.

Justiça derruba tentativa da Câmara de reduzir a autonomia de Braide no manejo do Orçamento

Eduardo Braide retoma
controle do Orçamento

O prefeito Eduardo Braide (PSD) sabia o que estava fazendo quando se negou a participar de uma audiência de conciliação para resolver na Justiça o imbróglio criado pela emenda emplacada na Lei Orçamentária Anual reduzindo de 25% para 5% a sua autonomia para movimentar recursos entre as áreas de atuação da Prefeitura de São Luís. Ontem, o juiz Marcelo Carvalho lhe deu ganho de causa, restabelecendo o percentual de 25%, devolvendo a autonomia plena do prefeito.

De autoria do vereador Raimundo Penha (PDT), a emenda pretendeu reduzir a autonomia do prefeito da Capital no manejo de recursos orçamentários, conseguindo apoio no plenário para fixar essa margem em apenas 5%, praticamente engessando o Orçamento.

Tarimbado nesse jogo, o prefeito Eduardo Braide fez o que prometeu: bateu às portas da Justiça alegando a inconstitucionalidade da emenda. Antes de bater o martelo, o juiz Marcelo Carvalho convocou a Câmara Municipal e o prefeito para uma audiência de conciliação. Eduardo Braide recusou a conciliação sob o argumento de que o erro estava na emenda.

E não deu outra: o juiz Marcelo Carvalho concedeu limiar favorável ao prefeito Eduardo Braide, derrubando a decisão e restabelecendo a regra por meio da qual o chefe do Executivo municipal pode remanejar até 25% dos recursos orçamentários.

A decisão aumenta a série de medidas por meio da qual parte da Câmara Municipal tenta, sem sucesso, desestabilizar o prefeito de São Luís.

São Luís, 06 de Março de 2025.