Arquivos mensais: outubro 2023

Governo do Estado decreta corte profundo nos gastos para equilibrar as contas

Felipe Camarão reunido com representante do Sindicato dos Professores para
discutir plano de ação; durante a reunião ele desfez a notícia falsa de que
professores contratados seriam demitidos pelo Governo

O Poder Executivo estadual iniciou ontem um amplo e duro ajuste para equilibrar as suas contas, cortando despesas e proibindo um amplo leque de procedimentos cujos custos podem gerar novos gastos. Todas as proibições e restrições estão relacionadas nas quatro páginas draconianas do Decreto Nº 38.565 de 02/10/2023, com cinco “considerando”, sete artigos, cinco parágrafos e 18 incisos, editado pelo governador em exercício Felipe Camarão (PT). O corte nas despesas é abrangente e implacável, uma vez que o leque de proibições vai da liberação de diárias e passagens aéreas para servidores até a concessão de aditamentos em contratos de prestação já existentes, assim como a contratação de novos serviços em todas as áreas da administração. Os cortes variam de 17% a 25%, dependendo da área e da natureza da despesa, e alcança todas as áreas da máquina pública estadual. O pacote não mexe com a prestação de serviços essenciais, como educação, saúde, segurança pública, entre outros.

Com o Decreto editado ontem, o Governo do Estado esperar ajustar suas contas neste final de ano. Elas mergulharam no desequilíbrio entre receita e despesa ao longo do ano, período em que o Governo do Maranhão perdeu nada menos que R$ 400 milhões em arrecadação do ICMS, principalmente com a redução das alíquotas para combustíveis, que caiu de 35% para 18%, imposta pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) através do Congresso Nacional, numa jogada eleitoreira fracassada. Para se ter uma ideia da perda, em outubro de 2022, o Estado arrecadou R$ 1,2 bilhão em ICMS; já neste ano, a previsão é de que a receita de ICMS em outubro não ultrapassará R$ 1,1 bilhão, o que significa uma perda de R$ 100 milhões, quando a lógica seria um aumento, ainda que leve, mas real. O Maranhão, como os demais estados, sofreu também com a queda de arrecadação do Fundo de Participação dos Estados (FPE), que até o final do ano poderá alcançar cerca de R$ 200 milhões.

Nos “considerando” do Decreto Nº 38.565, o governador em exercício Felipe Camarão justifica a medida fundamentado na Lei de Responsabilidade, argumentando que “a responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e se corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas (…)”. E avisa as medidas de contenção de gastos e as proibições elencadas serão intensamente fiscalizadas pela Secretaria de Monitoramento de Ações Governamentais, criada há alguns meses e cujo titular, Alberto Bastos, ganhou poder e estatura para atuar como uma espécie de xerife da administração estadual. O Decreto determina que em um mês o titular da Semag deve apresentar ao governador do Estado o primeiro relatório de acompanhamento da execução das medidas.

O anúncio das medidas produziu um frisson nos gabinetes e corredores da máquina pública estadual, gerando inclusive notícias falsas, como demissões e coisa parecida. Ao explicar a medida, o governador em exercício Felipe Camarão colocou a casa em ordem ao deixar claro que nenhum servidor, do quadro ou temporário, perderá seu emprego, esclarecendo também que tudo continuará funcionando normalmente, sem qualquer alteração. Felipe Camarão foi enfático para informar que o pacote de medidas tem por objetivo encontrar o equilíbrio entre receita e  despesa numa situação em que o Governo foi duramente afetado pela perda de arrecadação. E enfatizou, por outro lado, que a iniciativa deverá ser bem-sucedida, a começar pelo fato de que todos os integrantes do Governo estão conscientes das dificuldades financeiras. E esse papel fiscalizador será da Semag, que foi criada exatamente para atuar nesse campo, no caso seguindo rigorosamente dito no Decreto editado ontem.

Além do corte de gastos, o Governo do Estado poderá ter essa situação fortemente atenuada com a contratação de um empréstimo no valor de R$ 4 bilhões e cujo pleito está em andamento em Brasília, mais especificamente no Senado, onde as negociações, que envolvem técnicos da Secretaria do Tesouro Nacional, estão avançadas.

Pelo ânimo que demonstrou ontem ao falar do assunto, o governador em exercício Felipe Camarão mostrou que aposta alto de que o Governo fechará o ano com seus compromissos em dia, a começar pelos salários, que formam a base da grade de despesas fixas da máquina pública, serão pagos rigorosamente em dia.

PONTO & CONTRAPONTO

Frente Parlamentar quer resgatar os 20% de maranhenses que vivem em extrema pobreza

Deputados e técnicos do IBGE avaliam a situação da extrema pobreza no Maranhão

O Maranhão tem nada menos que 20% da sua população, o que equivale a 1,5 milhão de pessoas, na condição de extrema pobreza, uma vez que vivem com renda familiar na faixa de R$ 70,00. Esse diagnóstico foi apresentado ontem por técnicos do IBGE em reunião da Frente Parlamentar de Combate à Pobreza, da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Arnaldo Melo (PP) e da qual participaram como integrantes os deputados Eric Costa (PSD), Fernando Braide (PSD), Ricardo Arruda (MDB) e Florêncio Neto (PSB).

Na reunião, o analista de planejamento do IBGE João Ricardo Costa e Silva deu uma explicação técnica ampla e detalhada a respeito do que é e como é formado o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), indicador que revela com mais precisão as condições sociais e econômica de uma sociedade. Na reunião foi apresentado o IDH do Maranhão desde 1991, ficando demonstrado que o desempenho do estado evoluiu em expectativa de vida, educação e renda. Ao mesmo tempo, esses indicadores mostraram que 20% dos maranhenses ainda vivem na extrema pobreza.

O presidente Arnaldo Melo avaliou a reunião como muito produtiva: “Os indicadores de longevidade, educação e renda vão conformar melhor o nosso diagnóstico que diz quais são as causas essenciais do índice de pobreza do Maranhão. Isto poderá nos dar a luz necessária para que possamos propor aos governos municipais, estadual e federal as políticas que deveremos introduzir no Maranhão, e anos futuros, para amenizar esse quadro”.

A reunião de ontem foi um passo expressivo da Frente Parlamentar, que passou algum tempo sem se manifestar. Na avaliação dos deputados Eric Costa, Florêncio Neto, Ricardo Arruda e Fernando Braide, um grande passo foi dado. Agora é montar um diagnóstico preciso e provocar o debate e produzir ações com os governos municipais, estadual e federal.  

Ao final da reunião foi deliberado que a Frente Parlamentar de Combate à Pobreza se reunirá todas as quartas-feiras para debater os indicadores do IDH no Maranhão e propor políticas que possam melhorar os índices de pobreza do estado.

Câmara aprova LDO de São Luís com 41 emendas

Paulo Victor preside a sessão em que os
vereadores aprovaram a LDO com 41 emendas

Depois de seis meses de análises e discussões, a Câmara Municipal, em sessão comandada pelo presidente Paulo Victor (PSDB), aprovou ontem a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) da Prefeitura da Capital para o exercício de 2024, quando, de acordo com a previsão do prefeito Eduardo Braide (PSD), o maior município do Maranhão movimentará R$ 4,9 bilhões no ano que vem. O texto aprovado foi o do relator, vereador Marquinhos Silva (Podemos), que foi respaldado por 22 votos contra sete.

O Projeto de Lei nº 0091/2023 foi aprovado com 41 emendas, sendo 17 modificativas, 23 aditivas e uma supressiva. Na análise do projeto prevaleceu a visão de vereadores de oposição, já que, conforme ficou demonstrado na votação, o prefeito Eduardo Braide conta apenas com sete votos aliados. E foram exatamente esses que votaram contra o relatório do vereador Marquinhos Silva.

Após a votação, vareadores diversos comemoraram a autonomia da Câmara Municipal, mas vários deles manifestaram preocupação de que o prefeito Eduardo Braide vete grande parte, o que ele certamente o fará se houver algum indício de inconstitucionalidade.

Após a votação, o presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Victor declarou: “A Câmara é o nosso guardião. O nosso poder é dado, sobretudo, por Deus e garantido na nossa Constituição. No final da história, o que valerá é o mandato de cada colega”.

São Luís, 05 de Outubro de 2023.

Pesquisa mostra consistência no favoritismo de Braide, que tem gestão aprovada por 65%

Eduardo Braide lidera com Duarte Jr. em segundo, Edivaldo Jr,
em terceiro e Neto Evangelista em quarto lugar em São Luís

Mais uma pesquisa confiável, essa feita pela empresa Paraná Pesquisas, mostra que, há um ano da corrida às urnas, o prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD) tem 65,5% de aprovação, e que no principal cenário da disputa de 2024 pelo comando da Prefeitura, ele lidera com 34,8% das intenções de voto. Isso representa nada menos que 13 pontos percentuais à frente do segundo colocado, o deputado federal Duarte Jr. (PSB), que tem 22,6%, e que é de 26 pontos percentuais distante do terceiro colocado, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (sem partido), que tem 11,4%. Em seguida, a pesquisa mostra que o deputado estadual Neto Evangelista (União) tem 6,2% das intenções de voto, e que atrás dele estão o deputado Wellington do Curso (PSC) com 5,3%, o vereador Paulo Victor (PSDB) com 3,7% e o deputado Yglésio Moises (PSB) com 3,5%. E numa mostra de que o eleitorado está de fato começando a se posicionar, 8% responderam que se a eleição fosse agora votariam em branco ou anulariam o voto, e 4,5% não quiseram ou não souberam responder.

A pesquisa informa que a vantagem do prefeito Eduardo Braide é consistente. Essa consistência está nos 65,5% de aprovação, contra 29,9% que o reprovam, e que fixam uma marca que poucos prefeitos conseguiram em tempos recentes. Além disso, a distância que ele impõe aos demais com correntes tende a aumentar, já que não existe qualquer indício de que o prefeito de São Luís embarque numa onda de perda de credibilidade. Até aqui, todas as decisões administrativas e posições políticas só valorizaram o seu cacife. Para dar uma demonstração numérica da sua posição, de acordo com os números encontrados pela Paraná Pesquisas, a soma dos percentuais do segundo (22,6%) e do terceiro (11,4%), igual a 34% não supera o seu percentual, que é de 34,8%. Logo, pesquisa veio como uma espécie de recado aos seus concorrentes que será muito difícil reverter essa tendência, mesmo considerando o fato de que faltam ainda 366 dias para a eleição.

Mesmo sendo um cacife nada desprezível, os 22,6% de intenção de votos dados ao deputado federal Duarte Jr. o estimulam a continuar na disputa, apostando numa reviravolta. O problema é que, enquanto ele faz uma pré-campanha de intenso bombardeio verbal contra o prefeito nas redes sociais, Eduardo Braide intensifica um ambicioso programa de obras na Capital, como o “Trânsito Livre”, por meio do qual ele trabalha para destravar o fluxo de veículos com a extinção de alguns gargalos, como as rotatórias da Avenida dos Holandeses, por exemplo. Além do mais, pelo menos até aqui, o prefeito faz uma gestão inatacável do ponto de vista ético, o que tira dos adversários a possibilidade de um discurso mais agressivo durante a campanha. E para fechar sua couraça de proteção, o prefeito faz sua gestão a céu aberto, sem uma sombra política protetora.

O levantamento da Paraná Pesquisa explicou em parte a decisão do vereador-presidente Paulo Victor (PSDB) de arquivar o seu projeto de candidatura, para centrar seus esforços no projeto de reeleição. Ele constatou a impossibilidade de se tornar o adversário do prefeito num eventual segundo turno e chegou à conclusão de que participar por participar para ele não faria sentido. Com a sua saída, é provável que o prefeito Eduardo Braide refaça sua aliança com o PDT, que ficou solto com a saída de Paulo Victor e não tem perspectiva de lançar um candidato. Isso pode compensar o eventual fortalecimento da pré-candidatura do deputado estadual Neto Evangelista.

A pesquisa divulgada ontem veio colocar um pouco de ordem no cenário, que vai ganhar definição e movimento depois da virada do ano, já com o quadro de pré-candidatos mais ou menos definido, com o eleitorado de São Luís já sabendo qual o futuro do senador licenciado Flávio Dino (PSB), atual ministro da Justiça e Segurança Pública, e a posição do governador Carlos Brandão (PSB), fatores importantes na guerra pelo comando político e administrativo da Capital.

Em Tempo: a pesquisa foi realizada no período de 28/09 a 01/10, ouviu 722 eleitores, tem margem de erro de 3,7 pontos percentuais para mais ou para menos e 95,5% de confiança.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão e Lula são aprovados pela maioria em São Luís

Carlos Brandão e Lula da Silva têm
aprovação da maioria dos ludovicenses

A Paraná Pesquisa investigou também o prestígio do governador Carlos Brandão (PSB) no que diz respeito à sua gestão. Respondendo a uma pergunta direta, sem rodeio, 53,5% responderam que aprovam o atual Governo e 41,3% disseram que o reprovam. Em meio a isso, 5,2% disseram não saber ou não quiseram responder.

Na mesma linha, 57,6% dos eleitores ludovicenses ouvidos na pesquisa declararam que aprovam o Governo do presidente Lula da Silva (PT) contra 39,3% que o reprovam. Nesse contexto, apenas 3,1% dos entrevistados responderam que não sabiam nem queriam responder.

Em resumo, assim como o prefeito de São Luís, os chefes das demais esferas de poder têm a aprovação da maioria, o que é um bom sinal.

Senado breca minirreforma eleitoral e anuncia que regras só valerão para 2026

Rubens Jr. correu, mas Senado
barrou minirreforma eleitoral

Tudo vai continuar como está em matéria de legislação para as eleições municipais do ano que vem. A impossibilidade de aprovação da minirreforma eleitoral no Senado e a tempo de valer para a próxima corrida às urnas foi anunciada pelo relator da matéria, o senador piauiense Marcelo Castro (MDB).

A decisão confirma a previsão feita pelo presidente do Senado e do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD/MG), que cantou essa pedra no dia em que recebeu a matéria produzida e aprovada pela Câmara Federal, e que teve como relator o deputado federal Rubens Jr. (PT).

A decisão tomada no Senado gerou um tremendo mal-estar entre as duas Casas legislativas, desagradando profundamente o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP/AL). Ele tentou afrouxar as regras, mas foi enquadrado pelo presidente do Congresso Nacional.

O trabalho realizado pelo deputado Rubens Jr. não será arquivado. O texto aprovado pela Câmara federal será agora incorporado ao projeto da reforma eleitoral, que já tramita há anos no Senado. A promessa agora é que, incorporadas às da reforma em curso no Congresso Nacional, sejam parte do norteamento das eleições de 2026.

São Luís, 04 de Outubro de 2023.  

Paulo Victor desiste da corrida à Prefeitura, mas sai com espaço amplo na política de São Luís

Paulo Victor anunciou a retirada da sua
pré-candidatura à Prefeitura em rede social

O vereador-presidente da Câmara Municipal de São Luís Paulo Victor (PSDB) desistiu de se candidatar à sucessão do prefeito Eduardo Braide (PSD) na eleição do ano que vem. Ele anunciou ontem sua decisão nas redes sociais e confirmou o anúncio em conversas com jornalistas e líderes políticos. A retirada da disputa se deu, segundo ele, “após muito refletir, ouvir nossas bases e importantes aliados”. Mesmo não tendo sido exatamente uma surpresa, de vez que essa possibilidade vinha ganhando corpo nos bastidores, onde já se dizia que a desistência seria anunciada em janeiro, a saída do vereador Paulo Victor da ciranda que movimenta a fase de definição de pré-candidaturas impactou o cenário que vinha sendo rascunhado para a disputa. A julgar pelo quadro desenhado por pesquisas confiáveis, a exclusão da sua pré-candidatura reforça o projeto de candidatura do ex-prefeito Edivaldo Jr. (sem partido) e devolve um amplo espaço de crescimento para a aspiração do deputado estadual Neto Evangelista (União) – isso sem alterar o seguro favoritismo do prefeito Eduardo Braide (PSD), que tem como principal adversário o deputado federal Duarte Jr. (PSB).

Desde que o seu projeto de candidatura veio à tona, o vereador Paulo Victor percebeu com clareza que, embora discretamente incentivado pelo governador Carlos Brandão – para quem trabalhou duramente na campanha em São Luís – e outras vozes importantes da base partidária governista, o seu projeto de disputar a Prefeitura dificilmente seria concretizado. A começar pelo fato de que o candidato mais forte na aliança, Duarte Jr. (PSB), pertence ao partido do governador e do ministro Flávio Dino, tornando muito difícil mudar essa realidade. Assim, mesmo exibindo disposição para tentar virar o jogo, concluiu que alimentar a investida como um trator poderia produzir uma baita desgastante crise dentro da aliança governista. Logo, a medida politicamente mais sensata reavaliar o projeto e retirar a pré-candidatura, o que foi feito nesta segunda-feira.

Mesmo tendo entrado e saído da corrida sucessória ludovicense como um cometa, liderando um projeto de candidatura que sobreviveu por alguns meses, o vereador Paulo Victor sai com alguns ganhos políticos importantes. Para começar, não há como negar o fato de que ele devolveu à Câmara Municipal parte do protagonismo que a instituição vinha perdendo no cenário político de São Luís, tornando-se um oponente declarado do prefeito Eduardo Braide, mas sem influenciar nas decisões do plenário. Ao mesmo tempo, Paulo Victor antecipou o debate sucessório na Prefeitura de São Luís, que pela agenda dos partidos e das lideranças, só seria aberto em janeiro do próximo ano. Foi por pressão dos seus movimentos que vários pré-candidatos começaram a se mexer em busca de apoio antes da hora prevista pelas lideranças maiores, para se mostrarem ao eleitorado.

No campo partidário, o vereador Paulo Victor deu uma contribuição importante: resgatou o PSDB em São Luís, devolvendo ao cenário político da Capital a agremiação que perdera força com a morte do ex-governador e ex-prefeito João Castelo e que quase desapareceu nas mãos do ex-senador Roberto Rocha. Sob a coordenação do presidente estadual do partido, Sebastião Madeira, chefe da Casa Civil, e com o discreto aval do governador Carlos Brandão (PSB), o presidente do parlamento ludovicense colocou mais uma opção importante no tabuleiro partidário de São Luís, onde o ex-prefeito Edivaldo Jr., por exemplo, tenta encontrar um partido para viabilizar a sua candidatura conversando com os partidos da federação governista – PT, PCdoB e PV.

O fato é que, além do peso político que acumulou como presidente da Câmara na retomada do protagonismo da instituição, e por haver ressuscitado o ninho dos tucanos, tornando-se comandante do PSDB em São Luís, o vereador-presidente Paulo Victor certamente reuniu capital político para sentar na mesa de definição de candidaturas na base governista ao Palácio de la Ravardière, facilitando muito o projeto de renovação do seu mandato de vereador no pleito de 2024. E o fará como comandante da Câmara Municipal até dezembro de 2024

PONTO & CONTRAPONTO

Ministro da Casa Civil faz jogo duplo com ministro da Justiça

Rui Costa faz jogo duplo com Flávio Dino

Difícil definir a postura do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, ex-governador e senador (PT) eleito pela Bahia, tentando se intrometer nas ações do Ministério da Justiça e Segurança Pública, primeiro se colocando como um dos “articuladores” dessas ações, e depois tentando se posicionar como defensor do ministro Flávio Dino, ex-governador e senador (PSB) eleito pelo Maranhão.

A Bahia toda e parte do Brasil sabem que os braços do crime organizado do Sudeste desembarcaram em território baiano na década de 2000, durante os dois períodos de governo do hoje senador Jaques Wagner (PT) e sentou praça para valer nos dois períodos de governo do hoje senador licenciado Rui Costa (PT), chefe da Casa Civil do presidente Lula da Silva (PT).

No meio político, notadamente no entorno do Governo Lula da Silva, é corrente que Rui Costa, que há tempos vem trabalhando um projeto de chegar à presidência da República, é parte ativa da ala petista que, incomodada com a postura e o desempenho do ministro da Justiça e Segurança Pública, vendo nisso um potencial candidato não petista à sucessão de Lula da Silva. E o caminho mais curto para minar a trajetória de Flávio Dino é exatamente culpa-lo pelo que está acontecendo na Bahia, que é nada menos que a exibição para o mundo do que já vem acontecendo há anos em Salvador e em parte do território baiano.

A jogada de má fé da ala petista que se posiciona criticando o desempenho do ministro da Justiça na área de Segurança Pública não consegue esconder que o seu interesse é político e tem duas vias, nem exibe a menor preocupação com o fato de que os adversários do Governo, em especial a ala bolsonarista do PL, que também quer ver Flávio Dino longe da corrida presidencial. Uma das vias é a de minar o prestígio político do ministro da Justiça; a outra é esquartejar a pasta tirando dela a Segurança Pública, de modo a transformá-la em ministério para ser comandado por um petista.

Nesse jogo, mesmo sob fogo cruzado, o ministro Flávio Dino vai pondo em marcha o seu programa na área de segurança pública, como o pacotão anunciado ontem, com ênfase para o Rio de Janeiro e para a Bahia. E leva com ele um argumento que seus adversários não podem contestar: a melhorada que ele deu no Sistema de Segurança do Maranhão – aumento do efetivo policial e investimentos em treinamento e aparelhamento das polícias – e a transformação do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, que era um inferno onde não raro rolavam cabeças – literalmente –, numa instituição penal que tem sido referência para todo o País.

Rosa Weber aposentada. Quem vai para o Supremo?

Flávio Dino tem Bruno Dantas (TCU) e
Jorge Messias (AGU) como “concorrentes”

A ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber completou 75 anos ontem, 02 de outubro, já entrado hoje na condição de aposentada compulsória. A aposentadoria torna vaga a cadeira que ela ocupou até à meia-noite desta segunda-feira, o que dá ao presidente Lula da Silva a prerrogativa institucional de indicar o sucessor da agora ex-ministra. Recuperando-se da cirurgia ortopédica, mas com plena lucidez e já tomando decisões, o presidente pode fazer a indicação a qualquer momento.

Além de Flávio Dino, são citados Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União, e Jorge Messias, advogado geral da União. O que não exclui a indicação de uma juíza negra, como querem 25 deputadas que se manifestaram em nota, embora o presidente da República já tenha dito que esse não será um critério para essa escolha.

A menos que esteja fazendo uma leitura invertida dos fatos, o que não parece ser o caso, a imprensa que cobre Brasília e o meio político dão como muito provável a indicação do ministro Flávio Dino. E ele, por sua vez, tem dado sinais de que, se for convidado, aceitará. Nesse caso, deixará de vez sete anos de Senado, um enorme horizonte no plano nacional e um imensurável vácuo na política do Maranhão.

Agora é clima de contagem regressiva.

São Luís, 03 de Outubro de 2023.

São Luís: Duarte Jr., Edivaldo Jr. e Paulo Victor miram federação e Eduardo Braide monitora movimentos

Duarte Jr., Edivaldo Jr. e Paulo Victor:
ações na direção da federação PT/PCdoB/PV

Faltando exatos 370 dias para as eleições municipais, que estão marcadas para o dia 06 de outubro de 2024, pré-candidatos e partidos começaram, de fato, a se movimentar para valer visando conquistar prefeituras, entre elas a Prefeitura de São Luís, a maior e mais importante do Maranhão. Nos últimos dias, a movimentação foi intensa na ampla fatia governista do tabuleiro político da Capital, com posicionamentos partidários e movimentos feitos por pré-candidatos, que tornaram ainda mais imprevisível o cenário no qual o prefeito Eduardo Braide (PSD) se mantém na ponta como favorito, segundo todas as pesquisas feitas até aqui. E o principal foco da semana foi a federação que reúne PT, PCdoB e PV, à qual o ex-prefeito Edivaldo Jr. (sem partido) quer se juntar para tentar sua candidatura, mas que também está no radar do deputado federal Duarte Jr. (PSB) e ainda do presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Victor (PSDB).

Não há dúvida de que, mesmo considerando o poder de fogo do PCdoB e o espaço do PV, o ponto maior de atração da federação é a força do PT, que está no poder federal e vem ganhando musculatura para dar as cartas nos destinos desse grupo partidário federado. Mas não há sinal de que o PT lance candidato próprio, o que pode levar o partido a respaldar um candidato oferecendo um nome para vice, desde que combinando com PCdoB, comandado pelo deputado federal Márcio Jerry, e PV, que tem o comando do ex-deputado estadual Adriano Sarney.

Até onde se sabe, o PT avalia a possibilidade de defender dentro da federação uma aliança com o PSB em torno da candidatura do deputado federal Duarte Jr.. Essas conversas já estariam avançadas na cúpula partidária em Brasília, onde o parlamentar é bem visto por petistas graúdos, a começar pelo próprio presidente Lula da Silva (PT), que teria manifestado satisfação com a ação do deputado socialista na Câmara Federal. Fontes do PT admitiram à Coluna que as conversas com Duarte Jr. já estão em andamento, apesar da resistência do deputado federal Rubens Jr. (PT), que já declarou simpatia pela pré-candidatura do vereador Paulo Victor.

Por sua vez, o ex-prefeito Edivaldo Jr. negocia seu ingresso no PV, na esperança de que PT e PCdoB avalizem esse projeto de candidatura. Não será tão fácil, por várias razões. Primeiro por que é improvável que PT e PCdoB, que dão as cartas na federação, descartem o projeto de Duarte Jr, que é o adversário mais forte do prefeito Eduardo Braide, para abraçar o projeto de candidatura do ex-prefeito Edivaldo Jr., que é o terceiro na preferência do eleitorado, segundo todas as pesquisas. Na semana que passou, o vereador Paulo Victor, o quarto posicionado, procurou Edivaldo Jr. para conversar, provavelmente visando um acordo do PSDB com a federação, mas oficialmente foi apenas uma visita de cortesia do presidente da Câmara Municipal ao ex-prefeito de São Luís, sem maiores desdobramentos políticos. Será?

De longe, o prefeito Eduardo Braide monitora esses movimentos, respondendo a cada um deles com inauguração de obras, como a Clínica da Família inaugurada quarta-feira na região do centro de São Luís, para citar apenas uma delas. O prefeito ainda não definiu o seu arco de aliança, mas considera fortemente o apoio do MDB ao seu projeto de reeleição a partir da sinalização do presidente do partido em São Luís, deputado federal Cléber Verde. Só que o deputado estadual Roberto Costa, que tem força dentro do partido, crivou que qualquer decisão em relação à Capital será do conjunto do MDB, levando em conta inclusive a posição do governador Carlos Brandão (PSB).

Político que joga com a razão e não com a emoção, o prefeito Eduardo Braide sabe o tamanho do desafio que é o seu projeto de reeleição. Tem noção plena de que a Prefeitura de São Luís é um trunfo de peso decisivo para a grande disputa que está se desenhando para 2026. Mantê-la sob seu controle definirá o seu futuro no tabuleiro da política estadual.

PONTO & CONTRAPONTO

Declarações a O Globo sugerem que Dino está com um pé no Supremo

Flávio Dino declarações a O Globo indicam
inclinação pela cadeira no Supremo

Três declarações do ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) em entrevista publicada da edição de ontem de O Globo deixaram muito claro que se o presidente Lula da Silva o convidar para a vaga no Supremo Tribunal Federal – a ser aberta amanhã, quando a ministra Rosa Weber completará 75 anos e cairá na aposentadoria compulsória -, ele aceitará.

1“Se um dia, talvez, eu fosse para o Supremo e pensasse em retornar à política, haveria uma premissa de que eu usaria a toga para ganhar popularidade. Isso eu não farei, ou faria. Jamais. Seria uma decisão definitiva. Ou será, sei lá”.

2 Aceitar um eventual convite seria “quase um dever funcional”. Ou seja, se for convidado, aceita.

3 “Se o presidente da República convida, é muito difícil dizer não. Vou estar desdenhando do STF, é descabido”.

Um parágrafo do texto de O Globo parece decisivo: “O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou a interlocutores, segundo a colunista Malu Gaspar, do GLOBO, que está decidido a indicar o ministro da Justiça para substituir Rosa (Weber)…”.

O que está publicado em O Globo deve ter aumentado consideravelmente a expectativa dos adversários do ministro no Governo, os interessados no Ministério da Justiça e, principalmente, a senadora em exercício Ana Paula Lobato (PSB).

Brandão anuncia complexo industrial para a região de Balsas

Carlos Brandão e comitiva durante a visita à fábrica da Inpasa em Dourados (MS)

O Maranhão vai incrementar fortemente o processo de industrialização com base na produção de cereais da região Sul. Esse avanço está a caminho de Balsas, por meio da Inpasa, que instalará uma planta industrial projetada para processar um milhão de toneladas de cereais, resultando na produção de 460 milhões de litros de etanol, 230 mil toneladas dos chamados grãos de destilaria (DDGS), 23 mil toneladas de OIL Premium e 200 GWH/ano de energia elétrica.

O investimento global será da ordem de R$ 2,5 bilhões, com a geração de 2,5 mil empregos ao longo do processo de instalação e 1,5 mil depois que o complexo fabril entrar em operação.

O investimento foi anunciado na tarde de sábado pelo governador Carlos Brandão (PSB), em Dourado, Mato Grosso do Sul, durante visita que fez a uma unidade da Inpasa, acompanhado de uma comitiva formada por secretários de Estado e empresários maranhenses. “Essa é uma grande conquista para o agronegócio e para os trabalhadores maranhenses, e um grande passo na industrialização do nosso estado”, avaliou o governador, visivelmente entusiasmado.

O governador explicou que a unidade prevista para Balsas será a quinta instalada no Nordeste e será um marco importante para o desenvolvimento industrial e sustentável na região. Isso porque o grupo Inpasa é reconhecido por sua atuação nos segmentos de biocombustíveis, proteína para nutrição animal e óleo vegetal provenientes do processamento de diversos cereais, além da energia elétrica.

O vice-presidente do Grupo Inpasa, Rafael Ranzolin, confirmou a instalação da unidade em Balsas e agradeceu ao governador Carlos Brandão pela acolhida no Maranhão, e falou da expectativa da empresa com a unidade em Balsas: “Conseguimos estruturar todo um trabalho para a gente realmente instalar uma indústria, um grande empreendimento que vai ser beneficiado pela logística consolidada que já existe no Maranhão. Uma grande parceria nossa com o governo e os produtores para gerar emprego e renda”.

A previsão é de que a pedra fundamental seja lançada ainda em outubro.

São Luís, 01 de Outubro de 2023.