Arquivos mensais: abril 2020

Em Carta Aberta, corporações empresariais dizem o que estão fazendo contra o coronavírus no MA

 

Corporações empresariais que assinam a Carta Aberta sobre ações contra o coronavírus

Nos seus 521 anos de existência, que serão completados no próximo dia 22 (terça-feira), data do seu descobrimento, o Brasil nunca viveu situação sequer parecida com a pandemia do novo coronavírus. Os momentos mais dramáticos, como a Gripe Espanhola e outras epidemias, não exigiram o sacrifício que esse assassino invisível e voraz está exigindo: centenas e centenas de  famílias enlutadas, milhares de infectados, sistema de saúde ameaçado de colapso, trabalhadores em casa, ruas, praias e áreas de laser desertas, comércio fechado, escolas de recesso, hotéis desativados, a chamada tempestade perfeita para uma avassaladora crise econômica, que vai gerar menos consumo, menos produção, menos empregos, menos dinheiro em circulação, menos tributos recolhidos e, por via de consequência, menos ação do Poder Público. Esse contexto está expondo como nunca dantes as brutais contradições e diferenças da pirâmide social e econômica do Brasil, sua enorme massa de pobres sem perspectiva.

No Maranhão, onde, infelizmente, essa realidade é mais acentuada, o contraponto à calamidade em andamento está sendo feito em primeiro lugar pelo Poder Público. Sob a liderança forte do governador Flávio Dino (PCdoB), que tem demonstrado ser um governante sensato, corajoso e confiável pelas decisões tomadas num contexto de desafios e dificuldades imensuráveis, o Governo do Estado tem aplicado corretamente os limitadíssimos recursos do Estado no enfrentamento à pandemia e no apoio aos extratos mais carentes da sociedade. Depois, as pessoas, grupos, associações comunitárias e ONGs, que com ações isoladas, se esforçam para dar o suporte e o conforto possíveis aos desvalidos.

Nessa cadeia de mobilização solidária, as empresas – que nem sempre assumem o chamado “papel social”, focando todos os seus esforços no que de fato importa para elas, o lucro – também estão se mobilizando, por meio das suas poderosas corporações, para o enfrentamento do implacável inimigo comum, no Maranhão, depois de muita resistência, as entidades empresariais concordaram com o isolamento social, com a suspensão temporária das atividades empresariais não essenciais. Mas não sem logo apresentar uma “pauta de reivindicações”, que incluiu ampliação de prazo para pagamento de tributos e renegociação de débitos tributários, entre outras, como garantias para a “salvaguarda do emprego”. E em seguida propôs um Plano de Ação para a flexibilização gradual da quarentena econômica. E finalmente, a contrapartida em doações e outras ações de natureza social e solidária no combate ao novo coronavírus e à crise. Segue a íntegra da Carta Aberta da classe empresarial maranhense prestando contas das suas ações na guerra à pandemia da Covid-19:

Carta Aberta à Sociedade Maranhense, ao Setor Produtivo e à Imprensa

As entidades empresariais maranhenses – Associação Comercial do Maranhão (ACM), Associação dos Jovens Empresários do Maranhão (AJE), Câmara de Dirigentes Lojistas de São Luís (CDL), Federação das Associações Empresariais do Maranhão (Faem), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Maranhão (Faema), Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Maranhão (FCDL), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio), Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema) e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Maranhão (Sebrae-MA) – vêm a público destacar os esforços empreendidos para a superação do atual cenário de crise provocado pela Pandemia da COVID-19 (novo corona vírus).

Pautadas pelo senso de responsabilidade que sempre guiou as ações das entidades empresariais, logo no dia 21 de março, em conjunto, as instituições manifestaram-se em nota externando apoio às medidas restritivas sancionadas pelo Governo do Estado às atividades empresariais, como forma de controlar a expansão do vírus e conscientizar a população sobre a importância do distanciamento social.

Ao mesmo tempo, as entidades empresariais, em apoio aos seus associados, aos trabalhadores e à sociedade, buscaram soluções emergenciais junto ao Governo do Estado, remetendo um Oficio no dia 24 de março com uma série de reivindicações que objetivaram apoiar os setores da indústria, comércio, serviços e turismo. Entre as demandas, estavam a ampliação do prazo de pagamento dos tributos estaduais, renegociação dos débitos fiscais das empresas e redução dos tributos incidentes sobre concessões de serviços essenciais, entre outras importantes pautas sugeridas para salvaguardar os empregos e a economia.

Mantendo uma atuação firme e comprometida com o setor produtivo maranhense, as entidades sempre mantiveram o diálogo com o Governo do Estado e no dia 27 de março remeteram um documento propondo a criação de um Plano de Ação com a finalidade de flexibilizar, de modo gradual, as suspensões sobre aquelas atividades capazes de exercer suas rotinas com segurança sanitária e sem riscos à saúde dos trabalhadores e da população.

Nesse sentido, foram alcançadas as flexibilizações sobre as atividades industriais, construção civil, materiais de construção, oficinas, lavanderias e óticas, além da possibilidade de flexibilizações mais amplas por municípios de acordo com a curva de disseminação do vírus em cada localidade.

Para além das ações institucionais junto ao Governo, as entidades buscaram permanentemente manter a classe empresarial informada e capacitada para a tomada de decisão gerencial e a mitigação dos impactos econômicos da crise. Por meio de campanhas publicitárias institucionais, cartilhas explicativas, comunicados de orientação, lives em redes sociais com especialistas em diversificados temas, disponibilização de espaços físicos para atendimento da rede de saúde, mobilização de empresários para doação de equipamentos e insumos para o sistema de saúde municipal e estadual, entre outras ações, amplamente divulgadas inclusive nos meios de comunicação tradicionais (jornais impressos, canais de televisão e emissoras de rádio), as entidades têm mantido, com empenho máximo, todas as alternativas para estarem cada vez mais próximas dos empresários, apoiando e fortalecendo as categorias econômicas e trabalhando pelas necessárias articulações em busca das melhores soluções para todos.

Nacionalmente, por meios de suas Confederações, as entidades empresariais atuam amplamente junto ao Governo Federal, Congresso Nacional e Instituições Financeiras, obtendo inúmeras conquistas de natureza tributária, trabalhista, financeira e administrativa, o que tem ajudado ao setor produtivo, mantendo as expectativas de retomada da economia no pós-crise.

Desse modo, cumprindo o seu papel social de defender, agrupar, coordenar e orientar as empresas, as entidades empresariais, unidas e engajadas no mesmo objetivo de atravessar essa crise com a maior brevidade possível e preparar o estado para a retomada da economia, reforçam que estão e estarão sempre presentes ao lado dos maranhenses, do setor produtivo, da empresa local e dos empresários, contribuindo na formulação de estratégias e ações necessárias para o enfrentamento desta e de quaisquer adversidades.

São Luís – MA, 16 de abril de 2020.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Novos números da pandemia acendem alerta vermelho no Maranhão

Flávio Dino: trabalho duro contra a pandemia e alerta sobre gravidade da situação

No final da tarde de ontem, o governador Flávio Dino (PCdoB) informou nas suas redes sociais: ultrapassou a temida barreira dos mil o número de infectados pelo coronavírus no Maranhão. Naquele momento, por volta das 18 horas, já eram 1.040 casos de Covid-19, representando um alerta vermelho: 200 casos confirmados em 24 horas. Pior: também naquele momento o Maranhão já contabilizava 44 óbitos, quatro a mais do que no balanço do dia anterior. E São Luís e seu entorno na Ilha continuam respondendo por mais de 90% dos casos.

Para os que, como o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), enfrentam a pandemia “como homem e não como moleque”, os números acima não impressionam, mas para quem tem noção do que está acontecendo na crueza do mundo real, essas informações numéricas são evidências mais que claras de que o inimigo está avançando. Isso quer dizer que, se continuar avançando assim, logo, logo não haverá leitos de UTI para receber casos graves, obrigando médicos a decidir quem ganha a chance de vir a sobreviver e quem é condenado a abreviar a passagem.

Com os pés no chão e os olhos na realidade, o governador Flávio Dino avisa que diante da situação vai tomar novas medidas para reforçar a quarentena, que, queiram ou não os terraplanistas, é ainda o único remédio para conter o avanço da pandemia. E alerta que as medidas só serão eficazes se forem adequadamente cumpridas pela população. Sem esse apoio, o novo coronavírus vai continuar matando até que apareça uma vacina, que não será milagre, mas fruto de ciência pura.

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Em Tempo: Na edição de ontem, a Coluna errou feio ao trocar chamar de Luís Roberto Cardoso o novo presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal. Alertado por leitores, o autor providenciou a correção devida e pede desculpas pela derrapagem.

São Luís, 18 de Abril de 2020.

Comprar e trazer respiradores da China para São Luís foi uma operação de guerra, com roteiro de ficção

 

Acima: O ATR 27-600 da Azul recebe a carga em Viracopos, .em Campinas (SP); e embaixo: a aeronave é descarregada no Tirirical, em São Luís

Foi como a materialização de um roteiro elaborado para um filme de ficção. Para comprar 107 respiradores à China para equipar leitos de UTI destinados a receber infectados com a Covid-19 no Maranhão, especialmente em São Luís, e 200 mil máscaras para uso de médicos, enfermeiros e auxiliares da linha de frente no combate à pandemia do novo coronavírus nos hospitais, o Governo do Maranhão precisou montar uma operação que não tem precedente, mesmo nos momentos em que Estado esteve envolvido em conflitos. Sob o comando direto do governador Flávio Dino (PCdoB), o secretário de Indústria e Comércio, Simplício Araújo (SD), e o secretário de Saúde, Carlos Lula, com o suporte de um grupo de empresas, entre elas a Vale e a Alumar, e usando uma rede de contatos e uma estratégia bem armada, conseguiram driblar o esquema de pirataria montado pelas grandes potências e trazer os equipamentos e materiais para São Luís.

A aterrissagem do turbo hélice ATR 72-600 da Azul, mas ostentando as cores branca e rosa, na noite de quarta-feira (15), no Aeroporto do Tirirical, em meio a manifestações justificadamente eufóricas dos secretários Simplício Araújo e Carlos Lula, e a reação entusiasmada do governador Flávio Dino, foi o desfecho de um processo longo, complexo, delicado e cheio de riscos quanto à possibilidade de confisco por parte dos Estados Unidos, e até mesmo – por mais incrível que possa parecer – do Governo do Brasil. A operação, que envolveu cerca de 30 pessoas e custou R$ 6 milhões, foi decidida depois que o secretário de Indústria e Comércio obteve o apoio de um pool de empresas, que resolveram bancar a compra dos equipamentos à China.

Outras tentativas do Governo do Maranhão de adquirir os equipamentos e EPIs a fabricantes chineses fracassaram. No início do mês, o Governo estadual negociou a compra, mas quando os chineses se preparavam para entregar os produtos, a Alemanha entrou no circuito e ofereceu o triplo do valor, levando os chineses, movidos pela crueza do “quem dá mais” do capitalismo selvagem, a desfazer o negócio com o Maranhão. Até o Governo Federal jogou pesado contra o Maranhão. Outra operação com os chineses foi “melada” na Flórida, onde o avião fez uma escala e o Governo dos EUA confiscou os equipamentos.  No mesmo período, o governador Flávio Dino conseguiu fechar a compra de um lote de respiradores de um fabricante de Santa Catarina. Ao tomar conhecimento da operação, Brasília entrou no circuito, bloqueou a transação, assumiu a compra e distribuiu os respiradores a seu critério.

Para ser bem-sucedida, a operação articulada por Simplício Araújo e Carlos Lula teve planejamento de guerra. Com o apoio da Vale – que conhece como ninguém as entranhas visíveis e invisíveis do comércio internacional, com PHD em China –, o Governo do Maranhão acionou uma importadora de fé, que conseguiu fechar a compra com um fornecedor de Guangzhou, um dos centros chineses produtores de tecnologia. E para evitar escala na Europa, onde os equipamentos poderiam ser confiscados, os planejadores optaram pela Etiópia – país de origem do diretor-geral da OMS, o biólogo e doutor em saúde comunitária Tedros Adhanom Ghebreyesus -, e de lá o voo seguiu para o aeroporto internacional de cargas de Viracopos, em Campinas, seguindo imediatamente para Guarulhos, São Paulo, sem passar pelo crivo da alfândega, e de lá direto para São Luís, onde foi fiscalizado, evitando também mais um confisco do Governo Federal ou até mesmo do Governo paulista.

Planejada por executivos experientes no jogo duro do comércio internacional e comum acordo com o os secretários Simplício Araújo e Carlos Lula e o aval do governador Flávio Dino, a operação foi um sucesso completo, apesar dos riscos de ser interrompida pela pirataria posta em prática pelas potências. Com os 107 respiradores – muitos dos quais foram instalados ontem mesmo, o Maranhão melhora a sua estrutura hospitalar para enfrentar a pandemia, mas planejando novas compras.

Em clima de euforia, o secretário Simplício Araújo resumiu a necessidade da operação: “Se não fizéssemos dessa forma, demoraríamos três meses para conseguir essa quantidade de respiradores”. E isso poderia custar muitas vidas.

Em Tempo: Participaram do suporte da Operação as seguintes empresas: Vale, Ômega Energia, Alumar, Eneva, Grupo Mateus, EDP Linhas de Transmissão, Suzano, Gera Maranhão Energia, Universidade Ceuma, Heineken, Lavronorte, Fribal, Grupo Maratá, Comercial Rofe, Centro Elétrico, Potiguar, Roque Aço Cimento, Revest Com. e Serviços, COC, Dínamo Engenharia, Faculdade ISL Wyden, Canopus, Sinduscon, Silveira Engenharia, Dimensão Engenharia, Construtora Escudo, Lua Nova Engenharia, Alfa Engenharia, RJ distribuição, RBC Construções e Constans.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Novo chefe da Justiça Eleitoral quer manter data das eleições, mas admite adiamento

Luis Roberto Barroso assume TSE admitindo adiamento que eleições poderão ser adiadas

Antes vistas como fato a ser consumado rigorosamente dentro do calendário já estabelecido, que prevê sua realização no dia 7 de Outubro, as eleições municipais poderão, de fato, ser adiadas, dependendo dos desdobramentos da epidemia de covid-19, causada pelo novo coronavírus. Essa possibilidade foi admitida ontem pelo novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Roberto Barroso. Há cerca de duas semanas, perguntado sobre o assunto, Luiz Roberto Barroso, o então vice-presidente do TSE, respondeu taxativamente que não havia qualquer possibilidade de adiamento das eleições, posição ratificada naquele momento pela presidente da corte, ministra Rosa Weber. Ontem, após ser eleito, o novo chefe maior da Justiça Eleitoral mudou o discurso, admitindo o adiamento. Luiz Roberto Barroso, no entanto, foi taxativo que em princípio o calendário das eleições está mantido, com a ressalva de que, se houver alteração na data do pleito, o adiamento será pelo menor período de tempo possível. E fundamentou sua preocupação no mais consistente dos argumentos: o Brasil é uma democracia, e uma democracia não pode abrir mão de eleições, que são a base da sua sobrevivência. Ou seja, com coronavírus ou sem coronavírus, os brasileiros irão às urnas para escolher prefeitos e vereadores, se não no dia 7 de Outubro, numa data que não seja distante daquela. Os pré-candidatos, portanto, não devem baixar a guarda por causa da pandemia.

Eliziane Gama propõe atenção do Senado com o que pensa a sociedade nesta crise

Eliziane Gama: Senado deve manter a relação com o cidadão

O Senado deve avaliar críticas e sugestões feitas por cidadãos às propostas votadas em sessões remotas por videoconferências durante a pandemia do novo coronavírus. O procedimento está proposto em projeto de lei protocolado esta semana pela líder do   Cidadania no Senado, Eliziane Gama. O projeto prevê a designação de membros de comissões permanentes para acompanhar as sugestões e críticas da sociedade a projetos e proposições emergenciais enquanto perdurar o estado de calamidade pública no País. A senadora Eliziane Gama acerta em cheio com a sugestão. Primeiro porque, por conta da limitação técnica, as sessões virtuais impossibilitam que essas propostas sejam adequadamente debatidas, obrigando os senadores a sustentarem seus votos de maneira rápida e superficial, sem levar em conta o pensamento da opinião pública em relação a essas decisões, fomentando até mesmo questionamentos sobre credibilidade dessas decisões. E depois porque reforça a natureza política do parlamento, que tem como princípio básico a relação direta e permanente com a sociedade. A proposta, que revela a maturidade da senadora maranhense como política e legisladora, foi bem aceita e deve ser aprovada.

São Luís, 17 de Abril de 2020.

 

 

Othelino Neto diz que pandemia é problema de todos, que Dino está acertando e Bolsonaro atrapalhando

 

Othelino Neto: posições maduras e equilibradas diante da crise do coronavírus

“Não adianta só governos tomarem atitudes, a sociedade tem de comprar essa briga”. A mensagem já foi passada de diferentes maneiras por autoridades sanitárias e por líderes políticos, mas na versão do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB) – dada como resposta em entrevista ao jornalista Ronaldo Rocha e publicada na edição de ontem de O Estado, mais que um apelo feito por um presidente de Poder, ganhou tom de desafio. O chefe do Poder Legislativo mostra maturidade e senso de equilíbrio, principalmente ao tratar de temas sensíveis e complexos, como a pandemia em si, que afeta o planeta, a postura da Assembleia Legislativa e do Poder Executivo diante dela, as decisões acertadas do governador Flávio Dino (PCdoB), assim como a maior controvérsia que movimenta a Nação neste momento: a atitude do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

Partindo do pressuposto de que a pandemia do coronavírus não é culpa de pessoas ou de governos, mas um incidente sanitário que gerou um inimigo voraz, avassalador e difícil de ser combatido, dada a velocidade da sua propagação, o presidente Othelino Neto reforça a ordem geral de que o contra-ataque exige um esforço conjunto, com Governos fazendo a sua parte e a sociedade, a dela, ambos em completa sintonia. A parte do Governo é criar as condições possíveis para controlar e frear a propagação do vírus, enquanto a do Poder Legislativo é legitimar os instrumentos jurídicos – decretos e medidas provisórias, por exemplo – que permitem ao Poder Executivo atuar sem travas nas ações de combate à pandemia. E reforçando a compreensão de que a maior arma contra a propagação do vírus é o isolamento social.

Ao mesmo tempo, o chefe do Poder Legislativo mostra preocupação com as consequências econômicas da pandemia, reconhece a situação grave dos empresários e empregados, defende as medidas de apoio a empresas em dificuldades, mas enfatiza que a primeira preocupação deve ser com a vida. Ele considera legítimas as pressões do empresariado para o afrouxamento do isolamento, mas pondera, sem radicalismo: “Considero legítima a preocupação do empresariado maranhense com relação à volta das atividades. Mas, claro que precisa de muita prudência, porque também não adiante liberar de forma açodada e aumentar o índice de contaminação”. Nesse sentido, avalia como acertadas as providências e medidas adotadas pelo governador Flávio Dino (PCdoB).

– Acho que o Poder Executivo, através das medidas adotadas pelo governador Flávio Dino, tem acertado, principalmente no que diz respeito às medidas restritivas e de estímulo ao isolamento social. As medidas têm se pautado naquilo que a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde   recomendam. Então, avalio que o Governo do Maranhão vai no ponto de equilíbrio correto – sentencia.

Já em relação ao Poder Executivo Federal, o presidente da Assembleia Legislativa é duro na avaliação: “Infelizmente, o presidente da República demonstra não ter a capacidade para liderar o País neste momento. Nós precisávamos nesse momento, no Brasil, de muita união, e precisávamos de um líder nacional que pudesse agir de forma articulada com os governadores, que, aliás, têm feito um excelente trabalho, chamando para si o enfrentamento da pandemia. Mas infelizmente, o presidente, nesta crise do novo coronavírus, mais atrapalha do que ajuda”.

O deputado Othelino Neto avalia que nesse contexto de crise a Assembleia Legislativa passa por um processo radical de aprendizado, quando substitui as sessões presenciais pelas remotas, por videoconferência. Reforça a importância institucional delas, por serem deliberativas, mas reconhece a falta que faz os pronunciamentos, os debates e o confronto de opiniões entre situacionistas oposicionistas, que dão vida e legitimação a uma casa politicamente plural como o Poder Legislativo. Para ele, as etapas das sessões presenciais, que permitem o uso da tribuna, produzem momentos que, na sua visão, “estimulam a discussão política, às vezes o bom embate”.

Suas repostas às indagações e questionamentos feitos por O Estado mostram que o presidente da Assembleia Legislativa tem visão institucional larga e estatura política consistente para comandar o Poder que comanda.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

São Luís em emergência, com risco de ter situação agravada

São Luís: caminho mais sensato é manter a quarentena até nova avaliação,na próxima semana

São Luís entrou na faixa de gravidade da lista das capitais brasileiras atacadas pelo coronavírus, tornando-se uma cidade em estado de emergência. Com mais de três centenas de infectados e 95% das mortes registradas no estado, a Capital e seu entorno ganham de vez a preocupante posição de alvo de todas as atenções, tanto no que diz respeito às ações do Governo no sentido de se preparar para enfrentar o pior, quanto no endurecimento das medidas de isolamento social. O espetáculo grotesco em frente a agências da Caixa, por conta de CPFs com problemas ou mesmo inexistentes, causado pela falta de planejamento do Governo Federal na liberação da ajuda de R$ 600,00 para os sem-renda, é uma demonstração cabal de que a “ficha ainda não caiu” para milhares de pessoas. Em cada área de acesso, um ou dois bancários atarantados, que nunca foram orientados para tratar com multidões tensas, tentam fazer o impossível, desmobilizar pessoas que têm certeza de que a solução dos seus problemas está dentro de cada agência, quando isso não é verdade. Parece que os esforços do Governo do Estado e da Prefeitura no sentido de alertar sobre os riscos da covid-19 não lhes dizem respeito. São Luís tem mais de 1 milhão de habitantes e pouco mais de 60% estão respeitando corretamente o isolamento social. Se o Governo afrouxar, a situação poderá sair do controle, e aí, sim, a Capital viverá dias difíceis.

 

Vai ou não vai ter eleições?

Ganha amplitude o debate sobre as eleições municipais programadas para outubro. Serão ou não realizadas? A grande maioria dos políticos não quer ainda falar do assunto, deixando para depois que passar a maré alta do coronavírus. Mas há os que, por receio de serem derrotados, fazem o jogo dos oportunistas e pregam contra a ida às urnas, aproveitando também para propor que os recursos do fundo partidário e do fundo eleitoral seja desviado para o combate ao coronavírus. O correto é não falar no assunto agora e aguardar a passagem da onda da pandemia, para então, sem as tensões do momento, avaliar-se a possibilidade de manter-se ou não o calendário eleitoral deste ano. Qualquer coisa fora disso é oportunismo barato.

São Luís, 15 de Abril de 2020.

César Teixeira mantém a tradição e divulga Testamento de Judas para Bolsonaro e companhia

 

Judas “premiou” Jair Bolsonaro, Sérgio Moro, Luiz Mandetta e Augusto Heleno no seu “Testamento”, segundo a versão implacável do compositor César Teixeira (abaixo)

O compositor César Teixeira manteve a tradição: preparou mais um Testamento de Judas em 119 versos, tornando-o público no Sábado de Aleluia, como faz todos os anos. E como não poderia ser, o tema central do “documento” deste ano é a chegada do coronavírus no Brasil, e nesse contexto, os personagens centrais do cenário – o presidente Jair Bolsonaro, os ministros Luiz Henrique Mandetta (Saúde), Paulo Guedes (Economia), Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) e general Augusto Heleno (Segurança Institucional) – são tratados com escárnio e deboche por “Judas”, que lhes deixa “bens” adequados. Logo na primeira parte, “Judas” diz que foi traído um dia por “um tal de Jair Messias”. Lembrando que essa pandemia “fez cordeiro virar lobo e lobo virar cordeiro”, e deixa para Sérgio Moro “a máscara da vergonha”. E arranha fortemente a imagem de Luiz Mandetta, lembrando que ele é contra o aborto e mandou o Mais Médicos para a sarjeta.

Artista militante, que faz das composições verdadeiros manifestos contra a desigualdade social, as artimanhas da política, o comodismo cultural e outras contradições que tornam o Brasil um País injusto, o poeta César Teixeira alimenta uma saudável tradição de elaborar anualmente o Testamento de Judas, chicoteando, com fina ironia, os poderosos do momento, vestindo a pele do traidor de Cristo, que não suportando o peso na consciência por haver trocado o Messias por “algumas” moedas, revelando seu paradeiro aos romanos, enforcou-se.  No testamento deste ano, “Judas” revela que pegou coronavírus antes de ser enforcado. E o que deixou para os seus mais chegados foi o seguinte:

 

TESTAMENTO DE JUDAS

César Teixeira

 

Com mão trêmula escrevo

meu Testamento apressado,

peguei o Coronavírus

antes de ser enforcado.

Também fui traído um dia,

o tal de Jair Messias

me apontou como culpado.

 

Deixo para o Bolsonaro

um caminhão Lava-Jato

pra lavar tanta sujeira

do cabelo até o sapato.

Incendeia feito Nero,

se o Brasil perde de zero

lava as mãos feito Pilatos.

 

É assim que a Pandemia

no rendez-vous brasileiro

fez cordeiro virar lobo

e lobo virar cordeiro.

O povo vai pra janela

bater na sua panela,

sendo do Pinico herdeiro.

 

Esse Lobo disfarçado

com um lenço no focinho

logo será devorado

pela Vó do Chapeuzinho,

e vai entrar pelo cano

com os seus milicianos

arrastando os três porquinhos.

 

Deixarei pro Paulo Guedes

o Fundo de Investimentos

para esconder no bolso

do seu próprio empreendimento.

Esse banqueiro sagaz

aposentou Ferrabrás

pra mode enganar jumento.

 

Na estrofe que eu deixo

pro ministro Luís Mandetta

quase escapa outra rima

desta minha azul caneta.

Ele foi contra o aborto,

levou a Dilma pro Horto

e os Mais Médicos pra sarjeta.

 

A máscara da vergonha

deixo para Sérgio Moro

cobrir o seu frio rosto

nesta falta de decoro.

E para a cegueira branca

da Justiça, que empanca,

deixo a luz do desaforo.

 

Para o general Heleno

deixarei as ataduras

que foram do Bozovírus

na facada que não fura.

É o sarcófago letal

que promove o general

a múmia da ditadura.

 

Na Zona do Meretrício

vou deixar meu violão.

Já botei Rodó no bolso

e a chita do fofão.

Para matar esse vírus

da família dos vampiros

já estou de pau na mão.

 

A sunga de Patativa,

neste torneio profano,

dá pra fazer uma máscara

pro amigo Corinthiano.

Mas, se fosse da Faustina,

dava pro time da China

e ainda sobrava pano.

 

Pros amigos cachaceiros

deixo essa “gripezinha”,

mas proponho isolamento

com a sogra e a cachorrinha.

Sem boteco, a gente inventa:

meu barril de álcool 70

já virou caipirinha.

 

Vejo índios e posseiros

sendo mortos na floresta,

e, enquanto os fazendeiros

fazem do vírus a festa,

restam aos filhos da terra

as balas e motosserras

de uma fúnebre orquestra.

 

Na televisão, nas redes

sumiram numa semana

os casos de Marielle,

Brumadinho e Mariana,

enquanto um navio afunda

no Maranhão feito bunda,

pensando que a merda é plana.

 

Lá no relógio quebrado

da Praça João Lisboa

batem mudas as seis horas

da morte que em mim ressoa.

Todos sabem que o caixão

do Diabo vai de avião

e o do Judas de canoa.

 

Sei que Ribamar Moraes

não precisa de Álcool em Gel,

ele foi pro Paraíso

tirar foto de Noel.

Dar-lhe-ei este meu terno

quando eu for lá pro Inferno,

que fica depois do Céu.

 

Esse breve Testamento

só me deu consumição,

é difícil fazer versos

sem dizer um palavrão.

Pra sair na internet

fui no Dicionário Aulete

antes da execução.

 

Deixo, enfim, a Cloroquina

pra quem é anjo e tem asa,

o Trump e o Bolsonaro

vão num foguete da NASA.

Mas, recomendo aos amigos

pra não correrem perigo:

é melhor ficar em casa.

Fim

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Mobilizadas, empresas maranhenses se juntam e doam respiradores, máscaras e álcool

Flávio Dino agradeceu o apoio de empresas articulado por Simplício Araújo

Em meio a tantas informações desanimadoras sobre a presença do novo coronavírus ao Maranhão, uma boa notícia se sobressaiu, ontem: o anúncio, feito pelo governador Flávio Dino (PCdoB), da chegada de 107 respiradores ao estado nos próximos dias. Os aparelhos foram comprados na China por meio de doações de empresas maranhenses, que se uniram ao Governo do Estado, por meio de articulações feitas pelo secretário de Indústria, Comércio e Energia (Seinc), Simplício Araújo. Os equipamentos, que já se encontram em São Paulo, e serão destinados a pacientes com o vírus, instalados em hospitais públicos do Estado. De acordo com Simplício Araújo, além destes equipamentos de respiração, o Maranhão deve receber mais 80 até o dia 20 de abril, junto com mais de 200 mil máscaras N95. Além disso, empresas estão doando ao Estado termômetros, álcool em gel, testes rápidos, entre outros materiais necessários. Nos cálculos do secretário, com essas ações, as empresas já desembolsaram mais de R$ 10 milhões.

Desse esforço estão participando as seguintes empresas: Ômega Energia, Alumar, Eneva, Grupo Mateus, EDP Linhas de Transmissão, Suzano, Gera Maranhão Energia, Universidade Ceuma, Heineken, Lavronorte, Fribal, Grupo Maratá, Comercial Rofe, Centro Elétrico, Potiguar, Roque Aço Cimento, Revest Com. e Serviços, COC, Dínamo Engenharia, Faculdade ISL Wyden, Vale, Canopus, Sinduscon, Silveira Engenharia, Dimensão Engenharia, Construtora Escudo, Lua Nova Engenharia, Alfa Engenharia, RJ distribuição, RBC Construções e Constans.

Outro grupo de empresas, formado por Agro Serra, Ambev, Grupo Maratá, FC Oliveira, Guaraná Psiu e Solar Coca-Cola, está doando 600 mil litros de álcool para unidades de saúde do Estado.

– Todo o Estado agradece o ato de solidariedade dessas empresas – assinalou o governador Flávio Dino. (Com informações da Secap).

 

Brasil perde Morais Moreira, um dos escultores do atual perfil da MPB

Morais Moreira: obra vasta e rica para a MPB

A Coluna lamenta profundamente a partida abrupta de Morais Moreira, um dos escultores do perfil atual da MPB. Primeiro com no Novos Baianos, com o disco “Acabou chorare”, considerado um dos 10 mais importantes álbuns da MPB, e depois em vibrante carreira-solo, que nos deixou inúmeros sucessos populares, como “Pombo correio”, por exemplo. No noticiário da sua morte foi revelado que ele deixou 20 músicas prontas para serem gravadas por mulheres. Que esse projeto seja realizado logo, porque certamente essas peças inéditas são pérolas que não devem ser condenadas ao esquecimento. Será uma bela e justa homenagem.

São Luís, 14 de Abril de 2020.

Com base em avaliações científicas, Dino reforça quarentena na Ilha e flexibiliza no interior

 

Epicentro da crise do coronavírus no Maranhão, São Luís vai continuar sob quarentena até nova avaliação, que deverá ser realizada na próxima semana

Respaldado no reconhecimento de ser um dos chefes de Estado mais ativos na guerra ao novo coronavírus, tendo sido um dos primeiros a tomar a decisão política de reunir as condições possíveis e adotar as medidas necessárias enfrentar a covid-19, e também pela transparência das informações sobre os dados da pandemia no Maranhão, o governador Flávio Dino (PCdoB) editou ontem novo decreto (nº 35.731, de 11/04) para ajustar as medidas de isolamento social baixadas nos decretos nº 35.677, de 21/03, que determinou o isolamento e suspendeu as atividades econômicas não essenciais, e nº 35.714, de 03/04, que ampliou o período e endureceu as regras da quarentena. Nas considerações do novo decreto, o governador explica que esse ajuste na política de combate ao novo coronavírus está embasado nas recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

No novo decreto, Flávio Dino mantém a Ilha de Upaon Açu – São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa -, onde ocorreram mais de 90% dos casos de covid-19 ocorridos até agora no Maranhão, em rigoroso regime de quarentena até o dia 20/04, quando será feita nova avaliação, e flexibilizou o isolamento nos demais 213 municípios, autorizando a circulação de pessoas dentro de regras bem claras, e o funcionamento de 22 tipos de atividades econômicas, deixando a critério dos prefeitos a decisão de suspender a quarentena, mantê-la ou torná-la mais rígida, de acordo com a situação dos seus municípios. Longe do “liberou geral”, o decreto proíbe qualquer tipo de aglomeração, especialmente shows, plenárias, torneios, jogos, apresentações teatrais, sessões de cinema, festas em casas noturnas e similares, com pena de advertência, multa e até interdição do local em casos de desrespeito às regras. E mantém fechadas as repartições do Estado, bem como a rede escolar estadual, que só voltarão a funcionar depois da avaliação do próximo dia 20.

Os números mais recentes mostram que, dos 398 casos confirmados no Maranhão até sexta-feira à noite, mais de 90% ocorreram na Ilha de São Luís, sendo a quase totalidade na Capital. De acordo com as regras para medir a situação de risco da pandemia, São Luís tem, de longe, a situação mais grave, com 333 casos confirmados e 22 mortes, sendo as outras duas ocorridas em Paço do Lumiar. Além de São Luís e Paço do Lumiar, mais 15 municípios registraram casos confirmados, ou seja, até a noite de sábado não houve registro de caso de covid-19 em 200 municípios maranhenses. Esse cenário e as consultas que fez ao Comitê Científico levaram o governador a flexibilizar as regras da quarentena em todo o Maranhão continental, reforçando o isolamento social e a suspensão das atividades econômicas, salvo as essenciais., apenas nos quatro municípios da Ilha, ainda que não tenham ocorridos óbitos em São José de Ribamar e Raposa. Ao mesmo tempo, o Maranhão registra a recuperação de 65 infectados.

Ao contrário do que alguns possam estar interpretando, o governador Flávio Dino não fez o ajuste motivado por impulso nem por influência de terceiros. Sua decisão foi racional e baseada em avaliação técnica absolutamente coerente. Todas as informações médicas e estatísticas mostram, com clareza solar, que o grande foco da atenção no Maranhão é São Luís e, claro, os municípios mais próximos da região metropolitana. E vale anotar também que o decreto é claro no sentido de que, se a situação mudar e houver indícios de que o novo coronavírus venha a se espalhar no interior, regras duras de quarentena serão adotadas, com base no Estado de Calamidade pública já em vigor, reconhecido pela Assembleia Legislativo com o respaldo do mesmo regime implantado no País pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com o aval unânime do Congresso Nacional.

Com o novo decreto, o governador Flávio Dino exibe a confiança de que, mesmo não estando no pico da crise, que na previsão de especialistas só vai acontecer no final de abril, o Governo do Maranhão tem a situação sob controle, alimentando no estado um clima, se não de tranquilidade, pelo menos de confiança de que o pior não será trágico.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Governador vê trama sendo armada contra governos estaduais alinhados à OMS

Flávio Dino suspeita de trama contra governadores que seguem as orientações da  OMS

“Nos bastidores estão tramando retaliações contra os governos estaduais, em face das medidas sanitárias adotadas pelos Estados e também por conta de antipatias pessoais. São irresponsáveis”.

A declaração foi feita ontem pelo governador Flávio Dino, em rede social, em tom de denúncia. Para ele, está em curso, nos subterrâneos do Poder Central, uma trama contra os Governos estaduais que seguem as orientações da OMS e do Ministério da Saúde na guerra contra a pandemia do novo coronavírus. E nessa armação, o Governo do Maranhão pode ser alvo preferencial, à medida que, tanto o presidente Jair Bolsonaro quanto seus filhos têm dado demonstrações públicas e enfáticas de que não engolem a correção administrativa e a coerência política do governador do Estado.

Num segundo post, Flávio Dino chama a atenção para o fato de que a retaliação poderá estar embutida nas transferências de recursos da União para Estados e municípios. Diz ele: “Nenhum estado quer farra fiscal. Há um problema econômico objetivo. E os instrumentos de combate estão concentrados na esfera Federal: bancos, fundos, emissão de moeda e de títulos, condições de crédito para estados etc. Isso explica o que estamos defendendo na Câmara (Federal)”.

Além disso, vale esclarecer que a transferência de recursos da União para Estados e municípios em condições excepcionais não é um gesto de boa vontade do presidente da República, como querem fazer crer alguns porta-vozes. Trata-se de uma iniciativa dos governadores respaldada pelo Congresso Nacional e que o presidente da República, que era radicalmente contrário, teve de engolir a seco.

 

Yglésio Moises é nome certo na lista de pré-candidatos a prefeito de São Luís

Yglésio Moises

Na edição de ontem (11/04), a Coluna não incluiu o deputado estadual Yglésio Moises (PROS) numa lista de pré-candidatos à Prefeitura de São Luís registrada em comentário sobre a provável desorganização das finanças da Capital por causa da crise do coronavírus. Um dos mais preparados entre os atuais membros da Assembleia Legislativa, o deputado Yglésio Moises é também um dos mais ativos aspirantes ao gabinete hoje ocupado pelo prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). E a julgar pela desenvoltura com que atua e pela qualidade do seu mandato, é quase consenso entre os observadores que o parlamentar será um diferencial nos movimentos, a começar pelos debates. Em conversas com jornalistas, o parlamentar tem demonstrado uma bagagem acima da média, gerando a impressão de que está preparado para os desafios que aguardam o futuro prefeito.

São Luís, 12 de Abril de 2020.

Estrago que novo coronavírus vem fazendo pode transformar Prefeitura de São Luís num grande problema

 

Crise do coronavírus pode comprometer o ajuste financeiro feito por Edivaldo Holanda Júnior.

O futuro prefeito de São Luís encontrará uma realidade radicalmente diferente da que os pré-candidatos à sucessão de Edivaldo Holanda Júnior (PDT) estavam projetando há menos de um mês. De repente, como um tsunami ou coisa parecida, com imenso poder de ceifar vidas, o novo coronavírus, que atinge em cheio a humanidade com a covid-19, está causando um estrago imensurável nas estruturas públicas de todo o planeta. No Brasil, em menos de um mês impôs o estado de calamidade pública, obrigou União, Estados e municípios a mandarem o ambicionado equilíbrio fiscal e a disciplinada lei orçamentária para o espaço e adotar “orçamento de guerra” para poder gastar sem limites no enfrentamento da pandemia. E nessa cadeia de destruição, o Município de São Luís, que vinha com as suas contas em ordem depois de anos de duros ajustes feitos pela atual gestão, corre o sério risco de ser entregue ao próximo prefeito como uma terra arrasada, o que exigirá dele anos de dor de cabeça.

A própria experiência do prefeito Edivaldo Holanda Júnior serve de referência. Quando assumiu, em janeiro de 2013, recebeu uma Prefeitura quebrada, sem dinheiro em caixa e com o 13º salário dos servidores pendurado, além de uma infinidade de pendências, uma situação que exigia algumas dezenas de milhões de reais. Foi obrigado a encarar um problema gigantesco a cada dia, uma vez que faltava dinheiro para pagar servidores, para o custeio da máquina, para manter a cidade limpa, e para manter funcionando as gigantescas estruturas de saúde e de educação. Sem saída, fez drásticos cortes nos gastos, suspendeu obras, adiou promessas de campanha. Foi duramente cobrado durante meses, até que finalmente conseguiu colocar a casa em ordem, para então começar a trabalhar com alguma normalidade. Isso tudo aconteceu em situação normal, na qual teve boa relação com a União e contou com o apoio decisivo do governador Flávio Dino (PCdoB).

Agora a situação que está sendo desenhada pelo novo coronavírus é inversa e traumática. O futuro prefeito assumirá uma Prefeitura em extrema dificuldade, com o parceiro estadual também enfrentando sérios problemas financeiros, e um Governo Federal quebrado e politicamente hostil ao Maranhão, principalmente se o eleito for militante do campo político liderado pelo governador Flávio Dino. É verdade que está em curso um movimento de socorro a estados e municípios, mas o que está sendo gestado não é a liberação frouxa de dinheiro sem lastro, mas a concessão de créditos, que cedo ou tarde terão de ser pagos. Um exemplo é a proposta de adiamento do pagamento de dívidas de estados e municípios à União – se for aprovada, aliviará momentaneamente os caixas estaduais e municipais, mas a conta vai chegar, cedo ou tarde.

O cenário que está sendo montado pelo novo coronavírus deve ser acompanhado atentamente pelos aspirantes à cadeira principal do Palácio de la Ravardière. Primeiro para que eles examinem a situação em que estarão as finanças da Capital daqui a alguns meses, e depois para medirem bem o tamanho da encrenca e avaliar se o eleito terá condições de assumir o desafio com meios de tocar o barco e recolocar a casa em ordem. Não há dúvida de que em situação normal o prefeito Edivaldo Holanda Júnior entregaria uma máquina azeitada, muito melhor do que recebeu, com equilíbrio fiscal, obras em andamento e algum em caixa, dando ao sucessor as condições para iniciar o mandato trabalhando. Mas a inacreditável pancada que o País está levando torna rigorosamente imprevisível o que acontecerá daqui a oito meses.

Mesmo que, numa hipótese até aqui muito remota, as eleições municipais venham a ser adiadas, a situação não mudará, por mais eficiente, cuidadosa e severa que seja a administração dessa crise pelo correto prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Daí ser prudente que Duarte Júnior (Republicanos), Rubens Júnior (PCdoB), Eduardo Braide (Podemos), Bira do Pindaré (PSB), Neto Evangelista (DEM), Wellington do Curso (PSDB), Adriano Sarney (PV), Franklin Douglas (PSOL), Saulo Arcangeli (PSTU) e Detinha (PL) reflitam bem sobre o tamanho e a complexidade do desafio que o ungido pelas urnas ludovicenses terá de enfrentar.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Braço social da Assembleia Legislativa, Gedema atua na crise do coronavírus

Representante do Gedema entrega kits de higienização no Asilo de Mendicidade para combater coronavírus

Enquanto os deputados estaduais estão em isolamento social e trabalhando por videoconferência, impedidos de se reunir em plenário em sessões presenciais, e os demais setores que movem as engrenagens do Poder Legislativo funcionam em regime limitado por causa do coronavírus, o Grupo de Esposas de Deputados do Estado do Maranhão (Gedema), braço social da Assembleia Legislativa, se mantém em plena atividade, ainda que operando em movimentos limitados, em ações comandadas pela presidente Ana Paula Lobato.

Antes da chegada do vírus ao Brasil e ao Maranhão, o Gedema já estava atuando numa grande operação para distribuir alimentos, colchões e cobertores para desabrigados pelas cheias em diversos municípios. Agora, participa do esforço para conter a pandemia do novo coronavírus. Primeiro suspendendo as atividades da Escola-Creche Sementinha, mas aproveitando a estrutura de comunicação da Assembleia Legislativa para manter os alunos em regime de atividade escolar em casa por meio de vídeos-aula. Depois de avaliar a situação de dezenas de jovens do projeto “Sol Nascente”, que mantém na região do Maiobão, o comando do Gedema decidiu distribuir a alimentação que recebiam quando em atividade – oficinas de Esportes (futebol, handebol e vôlei) e de Artes (dança, canto coral, violino e instrumentos de sopro), entre outras ações. E foi além, no início da semana, por meio do programa “Gedema Solidário”, fazendo uma providencial doação de kits contendo álcool em gel, álcool 70%, máscaras e luvas para o Solar de Outuno e o Asilo de Mendicidade, duas entidades que abrigam centenas de idosos.

Defensora da ação social do Gedema, sem enxergar nela qualquer viés político, a presidente Ana Paula Lobato justifica o apoio a desabrigados: “É assim todos os anos e não podemos ficar de braços cruzados”. E justifica a ação do Gedema em favor dos asilos: “Os materiais que doamos são fundamentais para prevenção do contágio do coronavírus. Ficamos felizes em poder, mais uma vez, colaborar com esse público mais vulnerável, que precisa de auxílio e do nosso esforço conjunto neste momento de crise sanitária”.

 

PDT já faz movimenta discreto para escolher um vice para Neto Evangelista

Escolha de Weverton Rocha terá de passar por Edivaldo Holanda Júnior

Em meio à crise sanitária que vem tornando furta-cor a movimentação política relacionada com as eleições municipais, um discreto movimento agita os bastidores do PDT, em meio aos setores que já dão como certa a aliança do partido com o DEM em torno da candidatura do deputado estadual Neto Evangelista. O motivo do agito é a escolha de um nome para candidato a vice-prefeito. O senador Weverton Rocha, que comanda o partido e coordena a escolha, já teria sondado alguns nomes, mas ainda não bateu martelo. Isso porque qualquer decisão nesse sentido terá de passar pelo crivo do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, que na visão de muitos terá peso decisivo para eleição do seu sucessor.

São Luís, 11 de Abril de 2020.

Pesquisa mostra Dino entre os mais fortes nas mídias digitais, à frente de Doria, Witzel e Alcolumbre

 

Flávio Dino: posição nacional bem sucedida por tomada e defesa de decisões firmes
Quadro publicado pelo jornal Folha de São Paulo sobre o levantamento da Quaest

Quem duvidava que o governador Flávio Dino (PCdoB) ganhou status de personalidade política nacional, alcançando o patamar dos líderes mais influentes da atualidade, teve sua dúvida fortemente abalada com os números de um levantamento que resultou de minuciosa investigação estatística sobre a influência dos principais líderes políticos do País nas redes sociais no período de 26 de fevereiro a 4 de abril, correspondente à chegada e ao avanço do coronavírus no Brasil. Realizado pela consultoria Quaest, que elaborou um índice comparativo de 0 a 100 “a partir de variáveis como número de seguidores, volume de comentários, reações positivas e engajamento nas redes sociais”, o levantamento foi divulgado ontem pelo jornal Folha de S. Paulo, os números são os seguintes: Jair Bolsonaro (76,8%), Henrique Mandetta (50,3%), Luciano Huck (29,9%), Lula da Silva (23,5%), Rodrigo Maia (23,3%), Ciro Gomes (17,4%), Flávio Dino (17,1%), João Doria (13,2%), Wilson Witzel (12,3%), Davi Alcolumbre (11,1%).

Uma avaliação rápida dos números revela, de cara, que o governador do Maranhão ocupa uma posição surpreendente num cenário em que estão o atual presidente da República, o ministro da Saúde, um apresentador da TV aberta do País, um ex-presidente da República com estatura de mito, o ativo e influente presidente da Câmara Federal, um ex-ministro e ex-candidato a presidente, o governador de São Paulo, o governador do Rio de Janeiro, e o presidente do Senado e do Congresso Nacional. Todos estão em evidência constante no plano nacional, embalados por formidáveis estruturas de divulgação, ao contrário do governador maranhense, que vem se projetando pelas posições que assume, contando apenas com a sua estrutura de comunicação do Estado, que é limitadíssima se comparada às dos demais, e pelo uso inteligente das mídias digitais.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ocupa grande espaços nas redes sociais por conta de uma gigantesca falange digital controlada pelo seu filho, Carlos Bolsonaro, além do aparato da comunicação institucional da Presidência da República e da milícia que o propaga. O ministro Henrique Mandetta ganhou uma visibilidade sem paralelo com a chegada da pandemia do coronavírus no País, oportunidade que vem sabendo explorar com visível competência. Luciano Huck comanda um dos programas mais importantes da Rede Globo, o que lhe dá uma visibilidade positiva, credibilidade e a imagem de artista comprometido com um viés social que o fez ser lembrado para disputar a Presidência da República. O ex-presidente Lula da Silva é um mito político, que tem forte influência nas mídias digitais independentemente de operá-las, já que a militância do PT cuida disso, mantendo-o sempre em evidência.

O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) comanda o braço mais visível e agitado do Legislativo e tem sua movimentação registrada pela imprensa nacional, sendo embalado diariamente por espaço de mídia excepcional e pela superestrutura de comunicação da Câmara Federal. Ciro Gomes (PDT) se mantém em campanha as 24 horas de cada dia, ocupando grande espaço nas mídias digitais, principalmente pelo seu discurso agressivo, que atrai muita atenção. Usuário eficiente das mídias digitais, governador João Doria (PSDB) tenta ser o contrapeso do presidente Jair Bolsonaro na crise do coronavírus, usando também uma espetacular estrutura de mídia, que vai de espaços generosos nas TVs abertas e nas TVs pagas à máquina de comunicação do Governo de São Paulo. Menos eficiente, o governador fluminense Wilson Witzel (PSC) também conta com uma poderosa estrutura de mídia digital e com o aparato de comunicação do Governo do Rio de Janeiro. O mesmo acontece com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que tem atuação mais discreta, mas com forte movimentação nas redes sociais garantida pela máquina de comunicação da Casa.

O governador Flávio Dino é o menos favorecido por aparato de mídi. Governa um Estado importante, estratégico, mas ainda pobre, onde cada dia tem sua agonia. Sua projeção no cenário político nacional se dá pelo eco das suas declarações e pela repercussão das posições que toma e defende com argumentos muito difícil de serem contestados. E pelos bons resultados de um Governo que já dura cinco anos e funciona como plataforma para encarar o vem por aí.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Weverton que aumentar carência para pagamento de empréstimo para bancar salários

Weverton Rocha quer aumentar carência para pagamento de empréstimo para folha salarial

Um ano de carência, e não seis meses, para que empresas de médio e pequeno porte possam pagar empréstimos que contraírem para pagar salários, e mais abertura de linha de crédito montante de R$ 34 bilhões para esse tipo de financiamento durante a duração da crise causada pelo novo coronavírus. É o que pretende o senador Weverton Rocha (PDT) com proposta de emenda à Medida Provisória 944/2020, que cria o Programa Emergencial de Suporte a Empregos. Para ele, a União deve abrir esse tipo de crédito para empresas que faturem de R$ 360 mil a R$ 10 milhões por ano. O pagamento das 36 parcelas desses empréstimos só começará a ser pago no segundo semestre do ano que vem.

Inteiramente envolvido com o viés trabalhista do seu mandato, orientado pelo seu partido, o senador pedetista argumenta: “Seis meses é pouco tempo. Essas pequenas e médias empresas não terão condições de arcar com pagamento de prestação enquanto durar a pandemia e por um tempo depois”. Weverton Rocha fez a proposta baseado na avaliação de que a fase de incertezas vivida no país pede a adoção de providências mais efetivas e por um tempo maior, de um ano. “Não adianta dizer que um microempresário terá condições de pagar um financiamento pelos próximos meses. Isso é irracional. Ainda não sabemos a dimensão real da propagação do vírus no Brasil, nem as consequências econômicas. Eles precisam de mais tempo de ajuda”, argumentou.

 

Hildo Rocha se aproxima cada vez mais do bolsonarismo

Hildo Rocha trocando efusivo cumprimento com Eduardo Bolsonaro, observado pelo líder emedebista Franco Montoro, que se vivo fosse certamente não aprovaria tal aproximação

O deputado Hildo Rocha (MDB) caminha a passos largos para assumir sua migração para o bolsonarismo, contrariando a orientação do seu partido para que seus representantes no Congresso Nacional mantenham posição de independência, mas sem fazer oposição cerrada ao Governo Bolsonaro. A movimentação do parlamentar maranhense, que pertenceu ao núcleo de ferro do Governo de Roseana Sarney, como influente e poderoso chefe da Casa Civil, é de cada vez mais proximidade com o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, especialmente Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), a ponto de compartilharem a mesma crítica à decisão do governador Flávio Dino de fechar a Avenida Litorânea no último domingo, num grande esforço para conter o avanço do novo coronavírus no Maranhão. Não será surpresa se Hildo Rocha, que tem boa atuação parlamentar, mas é dono de pavio curto, vier a romper politicamente com o grupo da ex-governadora Roseana Sarney, do qual tem se afastado, e assumir a bandeira do bolsonarismo no Maranhão.

São Luís, 10 de Abril de 2020.

Chefes de Poderes e líderes de instituições se juntam em apoio às medidas do governador contra o coronavírus

 

Flávio Dino recebeu o apoio de Othelino Neto, Joaquim Figueiredo, Luiz Gonzaga, Alberto Bastos e Erlânio Xavier às medidas restritivas de combate ao coronavírus
A nota de apoio às medidas tomadas pelo governador

Oportuna e política e institucionalmente correta a nota conjunta que os presidentes da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), do Tribunal de Justiça, desembargador Joaquim Figueiredo, da OAB/MA, Thiago Diaz, do presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), prefeito Erlânio Xavier (PDT), o procurador geral de Justiça, Luís Gonzaga Coelho e o defensor público geral do Maranhão, Alberto Bastos, divulgaram em apoio às medidas de isolamento social por causa do novo coronavírus, incluindo a mais recente: a proibição das viagens de São Luís para o interior durante a Semana Santa, adotadas pelo governador Flávio Dino (PCdoB). Divulgada ontem, a nota chama a atenção por dois aspectos básicos. O primeiro: a manifestação reúne dois Poderes do Estado (AL e TJ), duas instituições fundamentais na garantia do cumprimento das leis (MPE e Defensoria), uma instituição respeitada pelo seu papel de vigilância no respeito ao estado democrático de direito (OAB/MA) e uma entidade que é principal voz municipalista no Maranhão (Famem). O segundo: com a manifestação, essas instituições dão uma demonstração pública de que reconhecem necessária e lícitas as medidas colocadas em prática pelo Governo do Estado contra a disseminação do novo coronavírus no Maranhão.

Não é comum que instituições se unam com o objetivo de respaldar decisões do Poder Executivo, principalmente quando elas sejam adotadas para alterar direitos básicos do cidadão, como o de ir e vir, garantido em cláusula pétrea da Constituição da República. Mas considerando o avanço da pandemia do novo coronavírus, e com o alarmante número de infectados pela covid-19 no mundo e, particularmente, no Brasil, que está sob o estado de calamidade pública, as restrições ao deslocamento de pessoas em transportes coletivos se justifica plenamente. Daí instituições como o MPE, a Defensoria Pública e a OAB/MA, que por obrigação e princípio naturalmente se posicionam contrárias a qualquer indício de ilegalidade, se manifestarem favoravelmente às medidas governamentais. Seus dirigentes têm a clareza de que o planeta, e dentro dele o Maranhão, está sob o ataque de um vírus agressivo e letal, o que justifica todas as medidas no sentido de conter a sua disseminação, sendo a mais drástica delas o isolamento social.

A nota dos dirigentes de AL, JT, MPE, Defensoria Pública, OAB/MA e Famem é fundada na razão e no senso de responsabilidade pública. Ela reafirma a necessidade da manutenção das medidas de prevenção recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde e o cumprimento dos Decretos por meio dos quais governador Flávio Dino decretou “estado de calamidade pública” no Maranhão, regulamentou o isolamento social e prorrogou as ações restritivas de prevenção e enfrentamento ao novo coronavírus. No que respeita ao isolamento social, a nota reforça o apoio à medida e à não formação de quaisquer tipos de aglomeração.

A nota diz: “As recomendações devem ser cumpridas fielmente pelos cidadãos, como a melhor forma de conter os registros de mais de 12 mil infectados e 500 óbitos no Brasil, que continuam a crescer, inclusive já chegando ao registro de 11 mortes no Maranhão pelo novo coronavírus”. E vai além lembrando:  “As restrições listadas pelas autoridades de Saúde ensejam evitar, em nosso país, o que já acontece em países da Europa, Ásia e América do Norte. O mundo todo, de acordo com dados divulgados pela OMS, já conta com mais de 1 milhão e 400 mil pessoas infectadas e mais de 80 mil mortes”.

Atentos às reações e contradições políticas ocorridas em vários países, entre eles, infelizmente, o Brasil, com as atitudes inacreditáveis do presidente da República, a nota dos líderes das principais instituições do Maranhão toca num ponto fundamental, mas intenção conciliadora: “Neste momento delicado e de gravidade extrema, desejamos que todos mantenham a união, a fim de evitar o caos social no tocante aos radicalismos de natureza ideológica ou político-partidária. A pluralidade de pensamentos deve existir, de forma respeitosa e harmônica, sem que haja descumprimento das medidas de proteção da Saúde Pública e legislações vigentes”. E se comprometem afirmando: “Continuaremos trabalhando para garantir os direitos e a preservação da vida dos cidadãos do Maranhão. E recomendamos que todos os maranhenses fiquem em casa, para o melhor enfrentamento dessa pandemia e para que, tão logo, possamos retornar às nossas atividades, em segurança”.

Os chefes do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública e os líderes da OAB/MA e da Famem mostram, com a nota, que quando a sociedade está em risco, a solução é isolar diferenças e juntar forças. Essa manifestação dá ao governador Flávio Dino respaldo importante na luta que ele e seu Governo estão travando contra a pandemia.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Flávio Dino segue recomendação da OMS e só toma decisões sobre pandemia com base científica

Carlos Lula, Karla Trindade e Marcos Pacheco comandam o Comitê Científico que dá suporte às decisões do governador Flávio Dino

Na linha da recomendação do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, e do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o governador Flávio Dino não toma qualquer decisão de impacto social sem estar total e seguramente embasado na opinião do Comitê Científico de Prevenção e Combate ao Coronavírus no Maranhão, cuja criação do uma das primeiras providências que tomou na fase inicial de combate ao novo coronavírus. Ontem à tarde, por exemplo, ele reuniu o Comitê, com o qual discutiu uma série de medidas relacionadas com a pandemia. Ouviu dos seus integrantes a necessidade de manter as medidas restritivas de circulação de pessoas durante a Semana Santa, reforçando seu apoio ao Decreto 35.722, de 7 de abril, por meio do qual suspendeu até o dia 13 de abril os serviços de transporte rodoviário intermunicipal da ilha de São Luís e reduziu a 1/3 as viagens de ferry boats no percurso Ponta da Espera – Cujupe.

E a explicação para a proibição de viagens em veículos de transporte coletivo é óbvia: São Luís detém 92% dos casos de covid-19, e o feriado da Semana Santa, por conta do grande fluxo de viagens, pode contribuir decisivamente para disseminar o coronavírus no interior do estado.

Certo de que é melhor tomar decisões avalizadas por quem sabe o que diz sobre o assunto, o governador Flávio Dino age como um chefe de Estado com os pés no chão, que não dá ouvidos ao “achismo” nem a sugestões de quem não tem base para formular opinião sobre o problema: “Temos um Comitê Científico que analisa e opina para que eu possa decidir baseado na ciência”. E ponto final.

O Comitê Científico de Prevenção e Combate ao Coronavírus no Maranhão é presidido pelo secretário de Estado da Saúde Carlos Lula e pela subsecretária Karla Trindade, coordenado pelo ex-secretário de Estado da Saúde Marcos Pacheco e integrado pelos médicos Rodrigo Lopes, Giselle Boumann, Conceição Pedroso, Edilson Medeiros e Marcos Pacheco.

 

Eliminação do PSDB e do MDB na Câmara Municipal repercute no meio político

Dr. Gutemberg, Josué Pinheiro e Afonso Manoel

Mais do que a turbinada dos partidos que aumentaram suas bancadas, como o PCdoB, o Podemos, o DEM e o PDT, a revoada migratória na Câmara Municipal de São Luís repercutiu pela eliminação sumária das bancadas do PSDB, que perdeu os dois vereadores que tinha – Dr. Gutemberg, hoje no PSC, e Josué Pinheiro, que migrou para o DEM -, e do MDB, que foi abandonado pelo seu único representante, Afonso Manoel Ferreira, que bateu asas para o Solidariedade. Muitos observadores debitam a constrangedora situação do PSDB na Capital ao presidente do partido no Maranhão, senador Roberto Rocha. Já em relação à eliminação do MDB da cena municipal ao desgaste natural do partido com o desmonte do Grupo Sarney, que começou em 2014 e foi consumado em 2018.

São Luís, 09 de Abril de 2020.