Weverton Rocha ganha força com Ciro Gomes cotado para ser o candidato das esquerdas a presidente

 

Weverton Rocha pode ganhar mais peso se Ciro Gomes for o candidato a presidente das esquerdas
Weverton Rocha pode ganhar mais peso se Ciro Gomes for o candidato das esquerdas à presidência da República

A saída do ex-presidente Lula da Silva da cena política, impedido que está de ser candidato a voltar ao Palácio do Planalto, não terá maior alteração na disputa para o Governo do Estado, mas poderá turbinar fortemente a candidatura do deputado federal Weverton Rocha (PDT) ao Senado. E a explicação é simples: sem Lula, o nome mais forte, mais organizado e mais aberto das esquerdas para à presidência da República é sem dúvida o candidato do PDT, ex-ministro Ciro Gomes. Com Lula na corrida presidencial, o PT tentaria até o final impor o nome para a segunda vaga de candidata senador na chapa liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB). Agora, sem Lula, o PT perde muito do seu cacife político, ficando sem condições de manter o espaço político que ocupa na aliança dinista. Nesse contexto, se Ciro Gomes vier a ser o candidato das esquerdas, ou pelo menos de parte delas, o PDT aumentará significativamente o já amplo espaço que ocupa na aliança.

Herdeiro do espólio político do ex-governador Jackson Lago e hoje chefe incontestável do PDT do Maranhão, sendo também um dos os seus mais expressivos líderes no Congresso Nacional, e ainda um dos mais próximos e influentes integrantes da cúpula nacional do partido, o deputado Weverton Rocha criou e consolidou uma posição destacada no movimento liderado pelo governador Flávio Dino. Esse cacife assegurou-lhe claramente a primeira vaga de candidato a senador desse campo, definição que não foi sequer discutida, já que se enquadrava perfeitamente no critério estabelecido pelo governador para viabilizar candidaturas ao Senado: suporte partidário e viabilidade eleitoral. Weverton Rocha viabilizou uma sólida base partidária para ser candidato, e agora está em busca da viabilidade eleitoral.

No campo da corrida presidencial, o chefe do PDT do Maranhão sem se manteve coerente desde o primeiro momento. Defendeu com clareza que, mesmo na condição de aliado preferencial do PT, o PDT deveria lançar candidato próprio a presidente, tendo sido, nesse particular, um dos incentivadores da candidatura do ex-ministro Ciro Gomes. Weverton Rocha sempre foi partidário de uma aliança do PDT com o PT, desde que o seu partido não se tornasse um adendo petista. Ou seja: aliança, sim, mas com independência. Foi essa linha que adotou no primeiro mandato, como um dos defensores ativos do Governo da presidente Dilma Rousseff (PT), tendo atuado também na linha de frente da sua defesa no processo de impeachment. Com a queda de Dilma Rousseff, Weverton Rocha liderou o PDT numa dura e implacável oposição ao Governo do presidente Michel Temer (MDB).

Não existe ainda, é claro, uma posição por parte do governador Flávio Dino em relação à corrida presidencial, e deverá aguardar uma definição do PT, que deve lançar um candidato em substituição a Lula – provavelmente o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Mas não há como ignorar uma tendência natural no sentido de que ele venha a apoiar a candidatura de Ciro Gomes, principalmente se o ex-ministro vier a se viabilizar como representante da fatia maior das esquerdas na corrida presidencial. É evidente que nesse contexto, por coerência partidária, o governador se posicionará inicialmente pela candidata do seu partido, o PCdoB, a deputada gaúcha Manuela D`Ávila, mas no tabuleiro dos acordos, não será surpresa se o PCdoB abrir mão da sua candidatura presidencial para integrar uma grande frente de esquerda.

Nesse cenário, por conta do cacife do PDT, o deputado federal Weverton Rocha terá posição confortável, se não privilegiada, por conta da liderança que exerce no PDT estadual e na posição que ocupa no comando nacional do partido. E se, de fato, Ciro Gomes vier a se tornar o nome das esquerdas na corrida presidencial, Weverton Rocha terá papel proeminente nesse projeto, e assim aumentará significativamente suas chances como candidato a senador, e como nome de peso no PDT nacional.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Troca-troca de partido é intensificado com a aproximação do fechamento da janela partidária

José Reinaldo foi um dos destaques da mudança partidária pela janela
José Reinaldo foi um dos destaques da mudança partidária pela janela

O dia ontem foi de intensa movimentação nos bastidores dos partidos políticos por conta dos últimos momentos da janela partidária, que será fechada hoje, às 23 horas e 59 minutos. Criada no último arremedo de reforma política feito pelo Congresso Nacional, a janela permite que políticos com mandato e que estivessem vinculados a partidos, possam migrar para outras agremiações. Um exemplo: o deputado federal José Reinaldo Tavares deixou o PSB e se filiou ao PSDB, podendo ser candidato a senador pelo novo partido. Outro exemplo: o deputado estadual Neto Evangelista deixou o PSDB e se filiou ao DEM, podendo concorrer à reeleição por esta agremiação. Nas últimas semanas, algumas dezenas de políticos mudaram de partido. Na Assembleia Legislativa foram vários os depurados que migraram para outras agremiações, mudando expressivamente a composição partidária do plenário. Durante este sábado, a movimentação deve ser intensificada, com a definição, por exemplo, do deputado Wellington do Curso, que deixou o PP, mas até ontem não havia decidido em qual partido se filiará, decisão que deve tomar hoje, sob pena de ficar de fora das eleições.

 

Depois de falar em Harvard e criticar Moro, Flávio Dino retorna ao Brasil neste Domingo

Flávio Dino: palestra em Harvard e crítica à prisão do ex-presidente Lula da Silva
Flávio Dino: palestra em Harvard e crítica à prisão do ex-presidente Lula da Silva

O governador Flávio Dino retornará ao Brasil e ao Maranhão neste domingo. Neste sábado, ele será palestrante no prestigiado MIT (Massachusetts Institute of Technology). onde falará sobre Reforma Política, ao lado do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e ex-ministro da Justiça Nelson Jobim. Flávio Dino se encontra em Boston, nos Estados Unidos, desde o inicio da semana, para cumprir uma série de compromissos, sendo o principal fazer uma palestra na Universidade de Harvard, uma das instituições de ensino universitário mais prestigiadas do planeta. De Boston, o governador acompanhou atenta e ativamente o desenrolar do drama do ex-presidente Lula da Silva, a quem defende de maneira enfática, sendo um crítico dos procedimentos do juiz federal Sérgio Moro no processo em que condenou o líder petista. Vale lembrar que na quarta-feira o governador criticou com firmeza as declarações do comandante do Exército, general Vilas Boas, tentando influenciar o julgamento do habeas corpus impetrado no Supremo Tribunal Federal contra a prisão do ex-presidente Lula da Silva. Na quinta-feira, Flávio Dino criticou a ordem de prisão expedida por Sérgio Moro contra o ex-presidente. Ao retornar dos EUA neste domingo, o governador Flávio Dino deverá intensificar sua ação política.

São Luís, 07 de Abril de 2018.

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