Vitorioso na UFMA, Natalino agora mira a Prefeitura de São Luís

 

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Natalino Salgado pode ser candidato a prefeito de São Luís  após boa gestão na UFMA

Uma interpretação superficial dirá que a eleição do novo reitor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) nada tem a ver com a eleição, daqui a 18 meses, do novo prefeito de São Luís. Mas um acompanhamento mais ampliado do cenário político rascunhado na Ilha de Upaon Açu identificará sinais bem nítidos de que a relação não é formal, mas é direta. Isso porque, apesar de muitos ainda avaliarem a informação com restrição e até com má vontade, é absolutamente verdadeiro que o reitor Natalino Salgado caminha efetivamente para sair candidato ao Palácio de la Ravardière, num confronto eleitoral que envolverá o prefeito Edivaldo Jr. (PTC), a deputada federal Eliziane Gama (PPS), o ex-deputado federal Gastão Vieira (PROS), o deputado estadual Neto Evangelista (PSDB), relação que pode ser aumentada com o suplente de senador Lobão Filho ou o ex-deputado Ricardo Murad (PMDB), o deputado estadual Edilázio Jr. (PV) e a vereadora Rose Sales (sem partido).

Vários leitores perguntaram por que a Coluna tem dado importância a esse projeto. A resposta é simples: se vier mesmo a entrar na corrida ao voto pelo cargo de prefeito de São Luís, Natalino Salgado será, sem dúvida, o fato novo dessa disputa eleitoral. E entrará calçado numa trajetória bem sucedida como administrador público, que pode ser constatada na revolução que operou no Hospital Universitário e, nos últimos oito anos, como reitor da UFMA, que recebeu mergulhada na timidez e a entregará ao seu sucessor transformada num complexo dinâmico e que praticamente dobrou de tamanho.

O desempenho administrativo na UFMA jamais seria conseguido por um neófito em política, um mau articulador. Para começar, arrancar recursos de Brasília nos últimos tempos não foi tarefa para amadores, principalmente em área como a educação, cujo caixa é historicamente baixo. Convencer e cair nas graças dos burocratas da Esplanada dos Ministérios é resultado, sobretudo, de boa articulação política, associado a um demonstrativo de que os recursos liberados a duras penas são bem aplicados. Natalino Salgado conquistou a tecnocracia brasiliense e o comando do PT, conseguiu muitos recursos e os aplicou bem na estrutura e em outras melhorias, como a ampliação da oferta de cursos e de vagas.

Quem conhece as entranhas da UFMA sabe que a instituição é um permanente palco de embates políticos, onde se defrontam as mais diversas correntes ideológicas, principalmente as de esquerda. Para dar apenas um exemplo: ali, o PSOL, que não fez um vereador no Maranhão em 2012 nem um deputado federal ou deputado estadual nem senador em 2014, controla hoje nada menos que a Apruma, o poderoso e influente braço associativo e sindical de professores e servidores, e teve gás para lançar candidato a reitor, o professor Antônio Gonçalves, que ficou em segundo lugar. E nessa seara transitam com força expressiva o PSTU, as mais diversas correntes do PT, o PCdoB, o PPS, o PCB e também segmentos de centro e de direita, como PMDB, PSDB e PV. Assim, comandar essa máquina gigantesca, sobreviver a dois mandatos no embate permanente com correntes adversárias e ainda eleger o sucessor – a professora Nair Portela – e o vice-reitor – professor Fernando Carvalho – em turno único, faz do reitor Natalino Salgado um candidato a raposa credenciado a entrar na briga pela prefeitura de São Luís.

Sua entrada na corrida eleitoral servirá no mínimo para elevar o nível da campanha, exigindo dos demais candidatos que se preparem de fato para um embate de ideias e não para uma briga de rua. Não é sem razão, portanto, que o reitor da UFMA, cujo mandato termina em novembro, está sendo assediado por partidos como PT, PMDB, PSDB, entre outros.

 

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

 

Roseana e o PMDB I

rose 5A ex-governadora Roseana Sarney (foto)não está nem um pouco satisfeita com a crise que se instalou dentro do PMDB. Enfrentando o furacão da Operação Lava Jato, que tramita na Justiça Federal, e a tormenta do Caso do Precatório, que corre em sigilo na Justiça Estadual, disse, a pelo menos dois interlocutores, que não tem tempo nem disposição para mediar agora um entendimento entre o comando do partido, liderado pelo senador João Alberto, e o ex-deputado Ricardo Murad, que quer assumir o controle do diretório do PMDB de São Luís para sair candidato a prefeito. A bomba, que vinha se inflamando há tempos, estourou nesta semana na Assembleia Legislativa, numa reação dura do deputado Roberto Costa, que comanda o diretório da capital, a declarações da deputada Andrea Murad, intérprete dos sentimentos do pai. A eclosão teria irritado a ex-governadora.

 

Roseana e o PMDB II

O problema do PMDB é simples. Os dirigentes do partido, que o vêm mantendo dentro das regras, não aceitam que o ex-deputado Ricardo Murad, que não tem lá essas afinidades com a história do PMDB, assuma a direção da agremiação em São Luís e se lance candidato a prefeito sem o aval dos seus líderes maiores e intermediários. Sempre que colocada diante do problema em momentos de tensão, Roseana Sarney tenta acalmar os ânimos, sem, no entanto, costurar uma solução definitiva sobre o assunto. Isso porque sabe que não pode atropelar o comando do partido, e ao mesmo tempo não quer contrariar o cunhado.

 

São Luís, 29 de Maio de 2015.

 

 

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