Vitórias e derrotas criam o ambiente em que vai se desenrolar a corrida para a Prefeitura de São Luís

Eduardo Braide pode disputar com Duarte Jr.; Edivaldo Jr. dificilmente entrará na briga e Weverton Rocha perdeu as condições comandar o PDT em 2024 na CapitalComo estava escrito nas estrelas, na posição dos búzios, nas cartas de tarô, e em todos os instrumentos de previsão, o resultado das eleições acenderam a faísca que incendiará o rastilho político que levará à fogueira que será a disputa pela Prefeitura de São Luís em 2024. Em princípio, o eleitorado da Capital mandou um recado direto e sem rodeio ao ex-prefeito, Edivaldo Holanda Jr. (PSD), que traduzido em bom português, diz o seguinte: será melhor ficar em casa. Outro, também claro e sem meia conversa, ao senador Weverton Rocha: o senhor perdeu as condições de liderar ou falar em nome da outrora aguerrida militância do PDT, cuidadosamente criada por Jackson Lago e Neiva Moreira. E um terceiro ao prefeito Eduardo Braide (sem partido): suas chances de reeleição são amplas, mas tenha cuidado na escolha dos seus parceiros. E um quarto a quem interessar possa: caso não haja uma trégua e um grande acordo, o Palácio dos Leões vai entrar com força na disputa apoiando o deputado federal eleito Duarte Jr. (PSB), que do alto dos seus 110 mil votos, a maioria deles recebidos em São Luís, tem o Palácio de la Ravardière como objetivo maior.

O desastre – antevisto e alertado por muitos – que foi a sua candidatura ao Governo do Estado, ficando em quarto lugar na Capital, com pífios 56.496 votos num colégio de 700 mil eleitores, tirou do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr., pelo menos nesse momento, qualquer possibilidade de ele vir a pleitear candidatura para tentar voltar ao comando da maior e mais importante cidade do Maranhão, que ele comandou por oito anos. Isso não significa que ele esteja fora do páreo, mas não há qualquer dúvida de que, à primeira vista, ele não tem lastro para entrar numa disputa contra o prefeito Eduardo Braide (sem partido) e o deputado federal eleito Duarte Jr., que saiu forte das urnas. É esse o retrato do momento, que os caprichos da política podem mudar nos próximos dois anos.

Ao ser derrotado por Lahesio Bonfim em São Luís, ficando em terceiro lugar em votação, o senador Weverton Rocha perdeu, em princípio, as condições de decidir sobre como o PDT participará na corrida à Prefeitura da Capital em 24. A erosão da sua liderança começou quando em 2020, em vez de lançar um candidato do seu partido à sucessão de Edivaldo Holanda Jr., então no PDT, ele preferiu colocar o partido como linha auxiliar da candidatura do deputado estadual Neto Evangelista, num até hoje não explicado acordo com o DEM, que resultou num fiasco monumental. O processo erosivo foi consumado agora, quando ele tirou o PDT da aliança governista, se lançou candidato a governador e foi esmagado nas urnas. Há quem já esteja questionando sua permanência na presidência do partido, num indicativo de que ele terá muitas dificuldades para se manter no comando da legenda.

Embalado pela robusta votação que recebeu, o prefeito Eduardo Braide tem feito até aqui o dever de casa e, nessa toada, vai construindo a base do seu projeto de reeleição. O problema são os aliados que apoiou e que podem terminado o seu prestígio de político competente e vitorioso. O senador Weverton Rocha afundou, e o deputado federal Edilázio Jr. (PSD) tombou e está fora do páreo. Se conseguir se livrar dessa carga sem arranhões, e ele tem tato e habilidade política para fazê-lo, reúne todas as credenciais para levar em frente ao seu projeto de pleitear mais um mandato.

Pelo menos até aqui, o seu principal oponente é o deputado federal eleito Duarte Jr., com quem disputou o 2º turno em 2020. O parlamentar ocupou, sem favor, um grande espaço no eleitorado ludovicense, sendo festejado por onde passa. O deputado Duarte Jr. tem dito a interlocutores que não abre mão de candidatar-se a prefeito de São Luís em 2024. É provável que ele venha a ter o apoio do governador Carlos Brandão, que, ainda como vice, o apoiou fortemente na corrida à Prefeitura em 2020. Quem o conhece diz que ele está de fato determinado a disputar o Palácio de la Ravardière.

São apenas os primeiros movimentos, mas suficientes para mandar muitas dúvidas para o espaço.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Desfecho das eleições abrem disputa para o comando da Famem

Fábio Gentil é o nome mais forte para disputar o comando da Famem 

Ao mesmo tempo em que já falam em sucessão municipal, os políticos eleitos no último domingo (2) já incluíram também nas suas agendas a sucessão para o comando da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), hoje presidida por Erlânio Xavier, vice-presidente do PDT, prefeito de Igarapé Grande e homem-forte do esquema político do senador Weverton Rocha (PDT). Já reeleito, Erlânio Xavier não poderá participar da disputa, e com o tombo eleitoral do seu chefe, perdeu também as condições de dar as cartas no processo sucessório.

Nesse cenário, ressurge o prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), que disputou o cargo em janeiro de 2021 apoiado pelo então vice-governador Carlos Brandão e ficou em segundo lugar. Apontado como um dos políticos mais vitoriosos dessas eleições, tendo elegido a filha, Amanda Gentil (PP), deputada federal, e a consorte Daniella (PSB) para novo mandado de deputada estadual. Fábio Gentil ainda não sinalizou interesse no comando da Famem, mas se resolver entrar, é páreo difícil de ser enfrentado.

 

Coluna embarcou em vídeo falso e pede desculpas a prefeito

Erlânio Xavier: vítima de vídeo fake

Na edição do dia 5, quarta-feira, a Coluna publicou comentário a respeito de supostas declarações do prefeito de Igarapé Grande e presidente da Famem, Erlânio Xavier (PDT), criticando resultados eleitorais obtidos pelo senador Weverton Rocha (PDT), cuja campanha coordenou. Tido como autêntico, o vídeo foi publicado em vários grupos. Ocorre que ontem o prefeito de Igarapé Grande divulgou nota afirmando tratar-se de uma peça fake. O fato é que a Coluna embarcou na farsa e, mesmo sem ter publicado o vídeo, tratou do assunto como se ele fosse verdadeiro. Diante do ocorrido, o titular de Repórter Tempo decidiu retirar a nota da edição e pedir desculpas ao prefeito Erlânio Xavier e aos leitores da Coluna pelo grave descuido.

São Luís, 07 de Outubro de 2022.

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