STJ arquiva delação fajuta e tira Flávio Dino da sombra incômoda e perigosa da Operação Lava Jato

 

Flávio Dino: ação política ultrapassou as fronteiras do Maranhão
Flávio Dino: livre de denúncia na Lava Jato

Se algum adversário do governador Flávio Dino (PCdoB) apostou alto que ele seria alcançado pela Operação Lava Jato e teria interrompida sua respeitável trajetória política, perdeu feio. Por falta de elementos que pudessem justificar a abertura de uma apuração, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu arquivar o pedido de investigação contra o governador, feito com base na delação de José de Carvalho Filho, executivo da Odebrecht , segundo a qual o então deputado federal Flávio Dino teria recebido R$ 200 mil de caixa dois para gastar na sua campanha para governador. Ao ser acusado, o governador desmentiu enfaticamente o teor da delação, ao mesmo tempo em que o delator não conseguiu provar a acusação. Em sua decisão, o ministro-relator Félix Fischer afirma que o pedido de arquivamento era “irrecusável” dada a falta de provas contra o governador. Numa rede social, o governador comemorou: “Comunico que o STJ determinou o arquivamento da notícia de que eu teria recebido vantagem indevida de empresa. A verdade venceu”.

A decisão do STJ varreu do cenário político a única ameaça ao projeto de poder do governador Flávio Dino, cujo próximo passo será sua candidatura à reeleição o pleito do ano que vem. A possibilidade de uma reviravolta radical, ou mesmo de uma mancha incômoda, na biografia política do líder da aliança que consolidou a interrupção da sua hegemonia política no Maranhão assanhou a cúpula e as bases do Grupo Sarney. A julgar pelas manifestações dos seus chefes intermediários, a delação do executivo da Odebrecht, feita com claros sinais de inconsistência, seria a bomba de efeito retardado que inviabilizaria qualquer projeto político-eleitoral do governador de agora por diante. Assim, a decisão do STJ de enterrar o pedido de investigação frustra uma aposta alta do Grupo Sarney, obrigando-o agora a manter seu plano A, que é lançar a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) para um embate direto com o governador Flávio Dino.

Sem o risco da pancada que seria a aceitação do pedido de investigação, o político Flávio Dino tem livre a estrada por meio da qual poderá alcançar patamares diversos da escalada que pode fazer por disputas eleitorais. Sim, porque ele é por muitos apontado como uma das revelações mais surpreendentes, bem sucedidas e bem vistas das safras mais recentes de políticos brasileiros. Nesse contexto, o prosseguimento do processo com a abertura de investigação seria um revés altamente danoso, que  prejudicaria suas possibilidades políticas, pois o atiraria na vala comum dos suspeitos e denunciados e o desidrataria a ponto de afastá-lo de cenário político. Tal circunstância abriria caminho para turbinar a candidatura da ex-governadora Roseana Sarney, dando também incentivo ao senador Roberto Rocha (PSB), que vem se apresentando como terceiro nome credenciado para disputar o gabinete principal do Palácio dos Leões.

A pá de cal do STJ sobre a ameaça se dá no momento em que o governador Flávio Dino se prepara para dar um passo importante na fase preparatória para a corrida às urnas no ano que vem, quando buscará mais quatro anos no Palácio dos Leões. Na próxima semana, ele será anfitrião de ninguém menos que o ex-presidente Lula da Silva (PT). O líder petista desembarcará em São Luís no dia 4 de setembro para cumprir a etapa maranhense da sua peregrinação pelo País em busca de reafirmação política diante do massacre que lhe vem sendo imposto pela Operação Lava Jato, que já lhe rendeu uma condenação de nove anos de prisão num processo recheado de controvérsias. Dino receberá Lula receberá o ex-presidente com a cabeça mais erguida do que nunca, pois comanda um governo reformista e que vem fazendo investimentos ousados e mantendo as contas em dia. E com elevada aprovação popular.

O chega-pra-lá que o STJ deu ontem na Operação Lava Jato reafirmou o governador Flávio Dino como peça importante e influente no cenário que está sendo montado para as eleições do ano que vem, dentro e fora do Maranhão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

André Fufuca frustra críticos e exerce presidência da Câmara Federal com desenvoltura

André Fufuca: momento decisivo para consolidar sua carreira
André Fufuca: segurança na presidência da Câmara

As tentativas de transformá-lo numa piada política por causa da pouca  idade, do apelido e do fato de ser um maranhense não tiraram o deputado André Fufuca (PP) na condição de presidente interino da Câmara Federal. Ao contrário do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que andou perdendo o eixo ao comandar, na terça-feira, a tensa e conturbada sessão do Congresso Nacional, o parlamentar maranhense comandou ontem a sessão da Câmara de maneira tranquila. Para começar, André Fufuca foi saudado por todos os deputados federais que usaram microfone no plenário da Casa – Rubens Jr. (PCdoB), Weverton Rocha (PDT), Victor Mendes (PSD), Eliziane Gama (PPS), entre outros -, e foi efusivamente saudado pelos membros da bancada do PP que se manifestaram durante a sessão. Demonstrando surpreendente intimidade com as regras que movem o complicado tabuleiro que é o plenário da mais importante Casa do Congresso Nacional, André Fufuca conduziu as votações com a desenvoltura que seus críticos n.ao esperavam. Tanto que, à medida que a sessão avançava, o tom de alguns dos seus colegas, inicialmente inclinados a brincar, foi mudando. Até o mineiro Júlio Delgado (PSB), considerado um dos quadros mais chatos da Câmara Federal, por sua postura insuportável de professor de Deus, engoliu a língua e ainda tentou ganhar um espaçozinho na mídia sentando-se à Mesa dos trabalhos sem ser convidado. O fato é que o candidato a motivo de piada frustrou os piadistas de plantão e deu seu recado sem tropeços.

 

Hilton Gonçalo cuida bem de Santa Rita e cumpre agenda de pré-candidato a senador

Hilton Gonçalo: pré-campanha para o Senado
Hilton Gonçalo: pré-campanha para uma vaga no Senado

Engana-se redondamente quem imaginar que o quadro de candidatos às duas vagas no Senado está fechado ou dependendo apenas da definição do governador Flávio Dino em relação à segunda vaga na sua aliança, e da batida de martelo no Grupo Sarney sobre quem fará dobradinha com o ministro Sarney Filho (PV) que já está confirmado em uma das vagas. Numa corrida solitária, como se não pertencesse a grupo, o prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (PCdoB), um político ousado e bem articulado, que controla três Prefeituras e mantém uma legião de aliados nas mais diversas regiões do estado, está em campo como pré-candidato a senador, sem dar a menor bola para as candidaturas já postas. Com disposição política invejável, o prefeito de Santa Rita tem feito incursões que chamam atenção. Recentemente, ele foi à China em busca de uma refinaria para a região de Bacabeira, que tem sua mulher, Fernanda Gonçalo (PMN), como prefeita. No fim da semana passada, percorreu vários municípios da Baixada: Bequimão – onde foi levar sua solidariedade à família do ex-prefeito e líder regional Juca Martins -, Turiaçu, Pinheiro, Viana, São Vicente Ferrer. Nesses Municípios, o prefeito de Santa Rita conversou com prefeitos, vereadores e líderes políticos e cidadãos comuns, numa movimentação com características de pré-campanha eleitoral. Hilton Gonçalo cumpre essas agendas paralelas sem descuidar da gestão de Santa Rita, onde é respeitado pela população por sua eficiência administrativa. Há quem diga que se a candidatura dele se consolidar, será sinônimo de dor de cabeça para os demais candidatos.

São Luís, 30 de Agosto de 2017.

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