Sob forte pressão, Weverton dá guinada na campanha mudando postura e discurso

 

Weverton Rocha muda campanha com discurso mais ameno

Sob forte pressão na corrida ao Palácio dos Leões, o senador Weverton Rocha, candidato do PDT ao Palácio dos Leões, deu uma guinada radical no seu discurso e na sua postura de campanha. A virada ganhou forma ontem, no horário gratuito no Rádio e na TV, onde o pedetista surpreendeu ao reconhecer que seu partido tem Ciro Gomes como candidato a presidente, ao mesmo tempo em que jogou confetes no ex-presidente Lula da Silva (PT), de quem se disse amigo e parceiro político. E assumiu, finalmente, os laços da sua candidatura com o presidente Jair Bolsonaro (PL), lembrando que seu vice é do partido do mandatário. Mais do que isso, Weverton Rocha ampliou a margem de reconhecimento aos bons feitos do Governo comandado por Flávio Dino (PSB), principalmente na Educação e na Saúde. Fez tudo isso com um script bem montado, uma fala leve, ilustrada com um sorriso, exibindo um ar de humildade que nada tem a ver com o Weverton Rocha arrogante, dono da razão, trilhando a perigosa fronteira entre simpatia e antipatia. Uma rota de alto risco político.

O Weverton Rocha do programa eleitoral de ontem pareceu ser fruto de auto avaliação dura, impiedosa, que o levou a rever seu discurso. Ao mesmo tempo, a mudança acontece nos ecos da passagem de Lula da Silva por São Luís, onde foi ovacionado por uma multidão, ao lado de Carlos Brandão (PSB), Flávio Dino e Felipe Camarão (PT). As imagens do comício realizado na Praça Maria Aragão causaram forte impacto na corrida eleitoral, levando os candidatos ao governo a parar e reavaliar o roteiro e o conteúdo das suas campanhas. Ontem, por exemplo, Edivaldo Holanda Jr. apresentou uma proposta de criação de polos industriais regionais, dando um enfoque bem mais ousados à sua campanha. Lahesio Bonfim fez uma promessa ousada: acabar com as filas nas unidades de Saúde.

Forjado nas lutas políticas, Weverton Rocha tem vivência suficiente para perceber quando saiu da pista e entrou na faixa de risco. Sabe que até aqui não pode contar com Lula da Silva, que já não conta com Ciro Gomes, e reconhece, sem fazer declarações, que sua candidatura tem um leve sopro do Palácio do Planalto. Ontem, ele encontrou o jeito de dizer ao eleitorado que aposta nos três, sem apoiar nenhum diretamente, ou seja, se ele levar a melhor nas urnas, vai se dar bem com quem for o próximo presidente. Uma estratégia estranha, fora dos padrões políticos, de difícil compreensão por parte do eleitor, mas que tem lá uma lógica na qual ele acredita.

Não deve ter sido fácil para ele abrir mão da postura e do discurso iniciais. Mas sua condição de estacionado no patamar variável de 20% a 25% dos votos em quase duas dezenas de pesquisas, e a ameaçadora aproximação de Lahesio Bonfim e Edivaldo Holanda Jr., reforçada pelo distanciamento de Carlos Brandão na liderança, certamente o levaram a compreender que precisava sacudir sua campanha, e com ela a disputa como um todo. E a razão, para ele, está clara, porque uma coisa é disputar uma eleição direta com o governador Carlos Brandão, podendo ganhar ou não é outra coisa é ser tirado do pleito por um candidato que em tese não tem o seu tamanho político.

Com a mudança no tom e no conteúdo da sua campanha, Weverton Rocha pode sair da inércia ou não. De qualquer maneira, deixará o registro de que teve humildade para reconhecer que vinha errando feio, e coragem para dar uma guinada radical, que também tem seus riscos à essa altura do campeonato.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Brandão e Dino querem manter intensidade da campanha

Carlos Brandão e Flávio Dino: manter campanha intensa

A escala de campanha que o ex-presidente Lula da Silva fez em São Luís, sexta-feira (2) e sábado (3) injetou mais ânimo na campanha do governador Carlos Brandão (PSB) à reeleição e do ex-governador Flávio Dino ao Senado. O próprio líder petista, que é acostumado a falar para multidões, ficou impressionado com o comício realizado na Praça Maria Aragão, na noite de sexta-feira. A multidão e a euforia da militância impressionaram também a socióloga Janja, mulher do ex-presidente, que no final pegou o microfone e falou para a multidão: “Foi lindo!”

Os dois líderes da chapa, também entusiasmados, tiveram, porém, o cuidado de evitar o “já ganhou”. Com sensibilidade e faro políticos apurados, Flávio Dino acredita na vitória da aliança, mas não admite que em nome dessa possibilidade a campanha seja desacelerada. Ao contrário, ele quer um volume de campanha cada vez maior. O governador Carlos Brandão tem a mesma preocupação.

A campanha da coligação “O Maranhão não pode parar” vai continuar cada vez mais intensa.

 

Beto Castro faz ataque duro a Roberto Rocha

Beto Castro atacou duramente Roberto Rocha na Câmara

dor Roberto Rocha (PTB) cometeu um erro político primário ao tentar atingir o ex-governador Flávio Dino (PSB) divulgando no seu espaço no horário eleitoral na TV um vídeo apócrifo, e pelo qual não responde, sobre o assassinato do empresário João Bosco, que teria sido consequência de uma divisão de um pagamento entre o assassino, Gilson Cutrim, e o vereador Beto Castro.

Além de sair do eixo com um factóide, o senador, que busca a reeleição, ficou exposto a duras críticas e ainda sujeito ao que aconteceu ontem no plenário da Câmara Municipal de São Luís. Ali, na tribuna, o vereador Beto Castro o atacou fortemente, encerrando seu discurso o chamando, com repetição, de “senadorzinho canalha”.

Chamou a atenção o fato de que nenhum vereador presente saiu em defesa do senador Roberto Rocha.

São Luís, 06 de Setembro de 2022.

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