Seis meses após a posse, Flávio Dino consolida governo e fortalece seu projeto de poder

 

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O governador Flávio Dino fala no lançamento de um dos vários programas que embalam seu governo

O novo governo do Maranhão, comandado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), completou seis meses no dia 1º de julho. E contrariando expectativas, preferiu fugir à regra e não divulgar balanço dos primeiros 180 dias. Nesse período, o Maranhão continuou amargando os mesmos problemas, principalmente em áreas sensíveis, como a segurança, por exemplo, mas com a diferença de que agora a máquina pública se move em nova dinâmica e tem à frente um governador que prega e tenta promover mudanças. Até aqui, o governo colocou em prática quase todos os programas anunciados em janeiro. Esforçou-se para demonstrar que está acertando e melhorando o estado, manifestou claro interesse em varrer da estrutura do serviço público qualquer vestígio do Grupo Sarney e deu demonstrações de que o projeto de governo e de poder – muito criticado por adversários e visto com reservas por alguns segmentos – é consistente e tem tudo para vingar.

O ponto central da avaliação dos primeiros seis meses do governo é que ele tem um governador que, se não é identificado como um líder messiânico,   tem demonstrado firmeza nas decisões e está no controle das ações – nada é feito sem a sua anuência -, desfruta de credibilidade – tem até aqui mais de 70% de aprovação – e tem mostrado desenvoltura política no tabuleiro interno e boa articulação no cenário nacional. É visto como correto e eficiente por muitos e centralizador e arrogante por alguns, além dos que não acreditam no seu governo – que são poucos, diga-se.

Com o cacife que lhe deram 1,8 milhão de eleitores, Flávio Dino comanda uma equipe jovem, aparentemente comprometida com o seu projeto de governo e de poder. À frente desse grupo, se desdobra para realizar um governo eficiente na execução da tarefa principal, que é fazer com que os programas até agora anunciados – como o Mais IDH, por exemplo – produzam resultados palpáveis, que justifiquem o projeto de mudança e o apoio popular. Mesmo escassos, por ser ainda muito cedo, os números divulgados até agora indicam que os programas implantados caminham em boa direção.

No balanço geral, o governo está desenvolvendo um ousado programa educacional, que inclui escola de tempo integral, contando com o apoio de professores beneficiados, já em janeiro, com reajuste salarial e implantação de vantagens previstas do Estatuto do Magistério deixado pronto pelo governo anterior.  No campo da Segurança Pública, tem divulgado que, apesar dos problemas, convocou mais três mil concursados para reforçar a Polícia. Na edição de sábado (11), jornais publicaram que foram pavimentados 1.200 quilômetros de rodovias, o que será um recorde levando-se em conta o espaço de tempo. Garante que está melhorando as condições dos presídios e reduzindo os índices de violência, apesar das quase três dezenas de assaltos a bancos no interior. Está levando o Mais IDH aos municípios mais pobres e na semana passada implantou o Mais Bolsa Família. No campo da Saúde, tenta fazer funcionar a megaestrutura deixada incompleta pela gestão passada, mas com problemas a serem solucionados que devem desaguar numa CPI já pedida na Assembleia Legislativa. E estão em curso projetos habitacionais herdados do governo anterior, ao que deverão se somar mais 160 mil unidades do Minha Casa, Minha Vida anunciadas quinta-feira pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab, em visita ao Maranhão. Inúmeros outros programas “Mais” estão em curso no campo da capacitação de jovens, desenvolvimento tecnológico, empreendedorismo, produção agrícola familiar, entre outros.

Ao longo do seu primeiro semestre, apesar de alguns percalços e do esforço dos seus adversários para mostrar o contrário, o Governo Flávio Dino não sofreu qualquer acusação de desvio ou mal feitos com o dinheiro público nem de ações desastradas que o comprometessem. No seu discurso, o governador tem dito e repetido, por exemplo, que bateu forte na corrupção e desarticulou “as quadrilhas que desviavam os recursos públicos”, mas teve o cuidado de não dar nome aos quadrilheiros. Para avançar ainda mais contra a corrupção, criou a Secretaria de Transparência e Controle, por meio da qual monitora as ações do próprio governo, vasculha danos ao erário causados pelo governo de Roseana Sarney (PMDB) e torna públicos os números financeiros da atual gestão.

O governo abriu canais de diálogo com os mais diferentes segmentos da sociedade civil organizada, como o empresarial, o sindical e o religioso, por exemplo, criando perspectivas de colaboração bilateral. E nessa marcha, que agrada à maioria e inibe a minoria, o governador segue em frente exibindo confiança, apesar do cenário de crise. E o faz garantido por três fatores: assumiu uma máquina em condições bem melhores do que esperava, encontrou à sua disposição mais de R$ 1,5 bilhão do empréstimo de R$ 3,5 bilhões contratados pelo governo anterior com o BNDES e fundiu seus programas com os que já estavam implantados, ajustando-os ao seu plano geral de ação. São esses recursos que, somados aos à receita do Estado, o estimulam o programa Diálogos Territoriais, por meio do qual ouve das populações regionais  sugestões para o Plano Plurianual para os próximos quatro anos.

 

Ação política e projeto de poder

Na esteira dos 63,5% de votos que recebeu nas urnas e dos mais de 70% de aprovação ao seu governo, o governador Flávio Dino desenha um projeto de poder sem paralelo em tempos recentes. Sua eleição foi limpa e indiscutível, sua base partidária é – com poucas exceções – a mesma que o respaldou na campanha eleitoral, tem maioria folgada na Assembleia Legislativa, onde conta com o suporte político firme do presidente Humberto Coutinho. E seu partido, o PCdoB, se movimenta para crescer e ganhar força nas eleições municipais do ano que vem. Seus agentes políticos trabalham duro para minar e fragilizar, até onde for possível, o que restou do Grupo Sarney, para espantar o fantasma da volta por cima.

Não viveu situações políticas dramáticas, mas já enfrenta problemas no campo em que é o chefe, como o mal-estar com o senador Roberto Rocha (PSB), que ainda não foram superados; tenta manter o PSDB na sua esfera, o que está ficando difícil; opera para construir boas relações com o PT e outros segmentos de esquerda. E começa a definir posições em relação às eleições do ano que vem, uma delas a de que seu partido, o PCdoB, participará da aliança pela qual o prefeito Edivaldo Jr. (PTC) tentará a reeleição, mas ele próprio não quer perder a deputada federal Eliziane Gama (PPS) nem o deputado federal João Castelo da sua esfera política.

E no contexto nacional, se mantém, junto com seu partido, na base de apoio da presidente Dilma Rousseff, de quem tem recebido forte apoio – haja vista o grande número de ministros que veio ao Maranhão nestes seis meses -, sem no entanto fechar as portas para outras frentes políticas que o apoiaram na campanha. O fato é que, nestes seis meses, o governador Flávio Dino, aplaudido por quem o vê como um democrata e criticado por quem vê nele um “ditador”, vai aos poucos consolidando o seu governo e sem esconder que ele e o grupo que lidera chegaram ao poder para nele permanecer por muito tempo.

 

São Luís, 11 de Julho de 2015.

6 comentários sobre “Seis meses após a posse, Flávio Dino consolida governo e fortalece seu projeto de poder

  1. RIBAMAR CORREAIA VC TÁ ENGANADO.ESSE GOVERNO DA MENTIRA É MESMO MUITO INCOMPETENTE…….NA EDUCAÇÃO É UM CÁOS,VÁ NAS ESCOLAS DE SEGUNDO GRAU FAZER UMA VISITA PARA CONSTATAR A INOPERÂNCIA DESSA SECRETARIA DE DE EDUCAÇÃO FACHADA.AS ESCOLAS NÃO SERVEM MERENDA ESCOLAR,NÃO TEM DIREÇÃO COMPROMETIDA COM A COMUNIDADE ESCOLAR,FALTAM PROFESSORES,PESSOAL ADMINISTRATIVO,SEGURANÇA ,HIGIENIZAÇÃO NOS BANHEIROS ,CANTINAS E COZINHA ESCOLAR.
    FIQUEI PASMO COM ESSA SUA POSTAGEM Q NÃO REFLETE O QUE A MAIORIA DO POVO MARANHENSE SABE.ESSE GOVERNO DO CAPETA É UMA MENTIRA E DAS GRANDES.É UM GOVERNO DO MEDO E DA VINGANÇA QUE ESTÁ DEMITINDO FUNCIONÁRIOS QUE AO LONGO DE DÉCADAS PRESTAM RELEVANTES SERVIÇOS NAS SECRETARIAS DE ESTADO,INDEPENDENTE DE AGREMIAÇÃO PARTIDÁRIA. TAMBÉM ACHO Q NO GOVERNO ANTERIOR NÃO FOI UMA PÉROLA,E ACHO A EX GOVERNADORA COM UM BOM NÍVEL DE ARROGÂNCIA,E QUE NESSE GOVERNO DO CAPETAO FLAVETE A COISA PIOROU E A ARROGÂNCIA E PREPOTÊNCIA,ALÉM DA INCOMPETÊNCIA NA GESTÃO PREPONDERAM.UM CAOS TOTAL NO MARANHÃO É O QUE SE VÊ COM ESSES CAPETAS COMUNISTAS NO PODER ESTADUAL.

  2. Opinião cada um tem a sua. E como tal, respeito mas não acredito nas benesses vistas pelo blogueiro, sem desacreditar de todo no governador. No auge do desespero ele sempre, por ingenuidade ou por falta de uso adequado dos conhecimentos que possui, deixa muitas dúvidas quanto ao que prometeu durante a campanha e o que está tendo agora pela frente. Note-se quanta falta de habilidade diante da repórter, ao ser inquirido na inauguração de uma estrada que teve a atuação de dois de seus possíveis apoiadores, Luis Fernando e outro. O aplauso que se seguiu não tão qualificado.Basta dar uma pequena olhada de leve para se ter certeza.

  3. “Consolida Governo”? Muito cedo ainda. Esse governo ainda vai ter que trabalhar mais que o pente da Maria Bethânia, pra se consolidar.
    Por enquanto, “Ele”: ou cospe e diz que tá chovendo; ou critica o governo passado, só! Daí a razão de não ainda não ter divulgado balanço, pq simplesmente ainda não existe balanço pra divulgar.

  4. pareçe que o post epigrafado pelo novel blogueiro é recheado de “paixões”. É lógico que o excelentissimo Governador não consolidou governo algum. É evidente que a cada dia as vicissitudes da política e do ato de governar começam a criar “embaraços” a um governo que ainda não mostrou a que veio. As ações e respostas do Governo Flávio ainda são timidas, redundantes, ineficazes. Como diz Napoleão: a arte de ser ora audacioso, ora prudente, é a arte de vençer. Acho que falta ao nobre colunista prudência em suas observações. O Governo ainda está nú.

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