Em meio aos fortes rumores de que o comando do PCdoB caminha para definir, nas próximas semanas, o seu candidato a prefeito de São Luís, o deputado federal licenciado e secretário das Cidades e Desenvolvimento Urbano Rubens Pereira Júnior intensifica sua movimentação para ganhar a vaga. Nos últimos dias, ele protagonizou uma série de ações e gestos arrojados, demonstrando que vai jogar pesado para ser ungido à condição de candidato pelo partido. Um desses gestos foram declarações colocando nas alturas o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), numa estratégia destinada a atrair o PDT, que não tem candidato, para apoiá-lo. Em entrevista concedida sábado (17) ao programa Resenha, da TV Difusora, depois de destacar o tamanho e a importância do PDT na política de São Luís, Rubens Júnior mirou o prefeito Edivaldo Holanda Júnior: “O prefeito tem como marca a honestidade, a integridade, a responsabilidade”. E foi mais longe ao apontar o dirigente pedetista como “um prefeito que provavelmente elegerá seu sucessor, sai com bons índices de aprovação e será um player (jogador, ator) importante em 2022”.
Rubens Júnior demonstrou ter jogo de cintura no tabuleiro sucessório ao reforçar sua relação com o prefeito Edivaldo Júnior. Para começar, o prefeito vem fechando o seu segundo mandato com um saldo expressivo de bons resultados administrativos, associado à imagem de uma gestão correta no que diz respeito às suas responsabilidades básicas, como a normalização dos salários dos servidores – e eticamente insuspeita. Além disso, consolidou-se como um dos nomes mais fortes do PDT, com possibilidade de contribuir decisivamente para a eventual eleição do candidato que tiver o seu apoio. E finalmente, colocou o prefeito de São Luís como nome de peso na corrida eleitoral de 2022, para a qual o chefe, maior do seu partido, senador Weverton Rocha, vem se preparando com uma movimentação surpreendente.
Conhecedor dos diferentes ângulos do cenário para a sucessão na Prefeitura de São Luís, Rubens Júnior sabe que o apoio do PDT pode ser decisivo. E ciente de que, por não dispor de um nome forte para lançar na disputa, o partido caminha para uma aliança com o DEM em torno da candidatura do deputado Neto Evangelista, Rubens Júnior joga forte para atrair o apoio do prefeito Edivaldo Holanda Júnior. E a explicação é óbvia: até agora o prefeito não se manifestou sobre como seu partido deve se conduzir na corrida à sua sucessão, se lançando candidato próprio ou indicando um vice para Neto Evangelista, na aliança que vem sendo formatada pelo presidente Weverton Rocha. Até aqui, Edivaldo Holanda Júnior só conversou sobre sucessão com o governador Flávio Dino, de quem recebeu apoio para cuidar da participação do candidato ou dos candidatos da aliança governista corrida ao Palácio de la Ravardière. E nesse contexto, Rubens Júnior certamente avalia que ter o apoio do prefeito é fator decisivo na eleição de outubro.
Quando aponta Edivaldo Holanda Júnior como um jogador importante na disputa eleitoral de 2022, Rubens Júnior acerta em dois alvos ao mesmo tempo. O primeiro é o de reconhecer que o pedetista deixará a Prefeitura de São Luís politicamente cacifado como opção da aliança governista para disputar qualquer mandato, seja na seara majoritária – governador, vice ou senador -, seja na proporcional – deputado federal ou estadual, tendo a Capital – que abriga hoje mais de 15% do eleitorado maranhense – como base principal. Não há dúvida, portanto, de que o apoio do prefeito a um candidato à sua sucessão, do PDT ou de um partido aliado, seja decisivo.
Ao elogiar e estreitar sua relação com o prefeito Edivaldo Holanda Júnior, Rubens Júnior faz com precisão e eficiência o chamado “dever de casa”, que é trabalhar para fortalecer politicamente o seu projeto de candidatura, um caminho lógico e seguro para conseguir suporte eleitoral.
PONTO & CONTRAPONTO
Yglésio diz que derrotará Braide por partido que só anunciará em fevereiro
“Sou candidato para derrotar Eduardo Braide. Vou para a disputa focado em produzir um projeto de governo nunca visto pela população de São Luís, e não em apresentar as velhas propostas demagógicas de sempre”. A declaração, feita em tom de recado do tipo “a quem interessar possa”, partiu do deputado Yglésio Moisés, ao informar ao bem informado blog do jornalista Jorge Vieira, que já tem partido definido, mas que, por um acordo de conveniência partidária, só será anunciado em meados de fevereiro. Com a revelação, Yglésio Moisés confirma que está no jogo e que, pelo ânimo das suas manifestações, parece disposto a ser bem mais do que mais um candidato.
Um dos quadros mais atuantes da nova geração de deputados estaduais, campeão em número de projetos de lei, propostas de emendas constitucionais, indicações e requerimentos, bem como atuante na tribuna, encarando vários embates de peso no primeiro ano de mandato parlamentar, o deputado Yglésio Moisés tem dito, em conversas francas, que está preparado para ser prefeito. Médico por formação, e muito respeitado no seu círculo, o parlamentar demonstra, de fato, uma visão diferenciada sobre o que fazer para enfrentar os gigantescos problemas que ainda afetam grande parte da população da Capital.
O que muita gente não compreende é como o PDT, que vive uma crise aguda de falta de quadros, abre mão tão facilmente de um militante dessa envergadura, detentor de um mandato conquistado por ação política e que tem se destacado com um desempenho parlamentar acima da média. Tentou ser candidato do partido, mas os chefes pedetistas não lhe deram sequer a chance de tentar viabilizar o seu nome nas entranhas partidárias, preferindo desligá-lo do partido
A saída consentida do deputado Yglésio Moisés do PDT é um exemplo de que a política produz, aqui e ali, situações inacreditáveis, só explicadas pelo tempo.
Corrigindo: PDT terá Jota Pinto como prefeito de São José de Ribamar
Na edição de ontem, a Coluna informou erroneamente que o PDT não teria nomes para disputar prefeituras importantes, como a de São José de Ribamar, por exemplo. Não foi alcançada, no final da semana, pela informação de que o ex-deputado estadual Jota Pinto, um craque em driblar partidos, estava migrando do Patriotas para o PDT com a garantia de que será o candidato da agremiação brizolista ao comando da Cidade do Padroeiro, hoje o quinto maior e mais importante eleitorado do Maranhão. Uma grande cartada do comando do partido, por vários motivos, entre eles dois mais importantes. O primeiro é que Jota Pinto ombreia hoje com o prefeito nas pesquisas de opinião com o prefeito Eudes Sampaio (PDT), em condições reais de vencer a eleição. O segundo: no PDT, Jota Pinto poderá contar com o apoio da família Cutrim, que permanece no PDT, mesmo estando o deputado federal e ex-prefeito Gil Cutrim se preparando para deixar o partido, o que só deverá acontecer depois das eleições.
São Luís, 21 de Janeiro de 2020.
Acho as falas de Rubens muito honestas em relação aos mandatos de Edivaldo. Uma coisa é incontestável. Edivaldo não tem envolvimento com escândalos de corrupção.