Roseana e Sarney Filho medem forças para viabilizar candidaturas na chapa majoritária do grupo em 2018

 

Roseana Sarney e Sarney Filho: disputa para saber quem vai na chapa majoritária
Roseana Sarney e Sarney Filho: disputa para saber quem vai na chapa majoritária para Senado ou Governo

Desde que estourou a crise provocada pela delação do capo da JBS, Joesley Batista, cujo objetivo claro é depor o presidente Michel Temer (PMDB), que um ou outro analista da cena política do Maranhão tem especulado sobre o futuro da candidatura do deputado federal e atual ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), ao Senado. A conjetura mais recente antevê que a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) não está disposta a encarar uma disputa para o Governo do Estado, estaria inclinando-se para a possibilidade de disputar uma cadeira no Senado, atropelando o projeto irmão, que saiu na frente como um dos candidatos a uma das cadeiras da Câmara Alta.  A especulação pode até fazer sentido, mas quando se avalia o tabuleiro da política estadual na atual conjuntura é fácil verificar que a situação da ex-governadora não é tão fácil assim como muitos imaginam.

A primeira grande dificuldade de Roseana Sarney em relação à disputa pelo Governo do Estado é a elevada rejeição apontada por todas as pesquisas realizadas até agora para medir o ânimo do eleitorado em relação em relação aos pré-candidatos, e que na avaliação de políticos experientes dificilmente será reduzida. A segunda dificuldade será mobilizar lideranças de todo o Maranhão para dar respaldo á sua candidatura, já que grande parte da elite do poder político do Maranhão está pulverizada, estando parte com o Grupo Sarney e outra aliada ao movimento liderado pelo governador Flavio Dino (PCdoB).

Do alto dos seus 10 mandatos de deputado federal, durante os quais optou por militar no movimento verde, tendo ajudado a construir o Partido Verde como um dos fundadores da Frente Parlamentar Ambientalista, o que lhe abriu caminho para duas gestões no Ministério do Meio Ambiente, Sarney Filho tem densidade política e rejeição bem menor, e que não é exatamente sua, mas do grupo a que pertence. Sarney Filho também tem sido correto com as suas bases eleitorais, onde prefeitos, vereadores e lideranças dedicam fidelidade política, que se reflete nas manifestações eleitorais, das quais saiu sempre entre os mais votados.

Roseana Sarney e Sarney Filho sabem que diante das circunstâncias, dificilmente o eleitorado votará em dois Sarney numa chapa majoritária, principalmente se levar em conta o fato de que eles estão fora do poder no Estado. Poderá optar por um dos dois, mandando um para a doce vida dos eleitos e exilando o outro no amargo mundo dos “sem mandato”. Na avaliação de políticos tarimbados, o melhor projeto para a ex-governadora seria lançar-se para a Câmara Federal e obter uma votação recorde e construísse uma “minibancada” forte que se dobrasse à sua liderança. Disputando votos para o Governo numa chapa que tenha Sarney Filho para o Senado, Roseana Sarney dificilmente poderá dedicar-se à campanha do irmão por causa das enormes dificuldades que ela encontrará buscando votos para ela própria.

Dentro do Grupo Sarney a maioria defende a candidatura – ainda não admitida – de Roseana Sarney para o Governo, mas há também um grupo expressivo que defende sua aposentadoria, de modo a abrir caminho para que o irmão finalmente possa chegar a um mandato majoritário. O problema é que, por falta de quadros preparados para disputar o Governo do Estado, Roseana Sarney sofre pressão forte para assumir a candidatura que ainda não admite, enquanto o ministro do Meio Ambiente se desdobra para alimentar sua base e tornar-se candidato de senador.

Não bastassem as enormes dificuldades internas para viabilizar as duas candidaturas, Roseana Sarney e Sarney Filho encontram-se sob a mais dura das ameaças aos seus projetos eleitorais: a iminência de derrocada do Governo de Michel Temer que, se confirmada, será um desastre para o Grupo Sarney. Mas se, por outro lado, Michel temer vier a sobreviver, ainda que precariamente, no comando da República até as eleições do ano que vem, os dois podem encontrar uma fórmula que lhes garanta participar das eleições.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Audiência em Açailândia aponta caminhos para salvar o polo siderúrgico do Maranhão, que está agonizando.

Sérgio Vieira, Zé Inácio e Vinícius Louro: audiência para salvar o polo siderúrgico do Maranhão
Sérgio Vieira, Zé Inácio e Vinícius Louro: audiência para salvar o polo siderúrgico 

A crise aguda no setor da siderurgia na região polarizada por Açailândia e que para alguns corre o risco de se tornar irreversível como grave problema sócio-econômico. Ontem, vários deputados repercutiram na sessão plenária, a audiência pública realizada sexta-feira (19), naquele município e na qual foi debatida a crise na siderurgia que afeta todo o  Maranhão. A grande preocupação evidenciada foi a pior consequência: mais de cinco mil trabalhadores já perderam seus empregos com o fechamento de cinco, das sete indústrias de produção de ferro gusa, que existiam naquela região.

“Graças a Deus, correu tudo bem. Nós tivemos conhecimento dos problemas que afligem o setor para que nós possamos fazer os encaminhamentos necessários”, disse Sérgio Vieira (PEN), representante açailandense no Poder Legislativo e que participou do evento juntamente com os deputados Eduardo Braide (PMN), Zé Inácio (PT), Vinícius Louro (PR), Marco Aurélio (PCdoB) e Wellington do Curso (PP), integrantes das Comissões de Assuntos Econômicos e a de Administração Pública.

Na audiência – que também contou com as presenças do prefeito de Açailândia, Juscelino Oliveira; dos vereadores, empresários, sindicalistas e de representante da VALE – foi debatida a possibilidade da manutenção dos postos de empregos e como a Assembleia Legislativa do Maranhão pode auxiliar os Governos estadual e federal para a manutenção dos empregos.

Alguns encaminhamentos foram definidos para salvar o segmento, evitando um desastre sócio-econômico maior: criação de uma comissão para ir à Brasília buscar o apoio da bancada federal,  procurar o apoio dos bancos para que financiem alguns empreendimentos que o setor siderúrgico necessita naquela cidade, realizar uma audiência pública para tratar dos impactos causados pela Suzano, e criar uma Frente Parlamentar em Defesa do Setor Siderúrgico do Maranhão.

“Peço a colaboração dos colegas deputados, para que a gente tenha as assinaturas necessárias e que possamos criar essa Frente, porque é assim que nós vamos nos fortalecer para darmos uma resposta positiva para a sociedade maranhense. Se essa crise terminar fechando as siderúrgicas que ainda restam na cidade de Açailândia, nós vamos ter o impacto não só naquela cidade, mas em todo o Estado do Maranhão”, disse Sérgio Vieira, lamentando a ausência de representantes da empresa Suzano naquela audiência.

Ao registrar a importância da audiência pública, Zé Inácio lembrou que  o Polo Siderúrgico de Açailândia representa a geração de quase 15 mil empregos, e hoje com o fechamento das guserias chega a 1.300 postos de trabalho fechados. “Foi uma audiência importante que cabe a esta Casa dá total atenção. Uma das ações que precisa ser adotadas é a gestão junto ao Banco do Nordeste para garantir um financiamento que já vinha em curso desde o governo do presidente Lula e que agora foi suspenso. É preciso retomar esses investimentos para que o setor siderúrgico de Açailândia possa voltar a funcionar”, acentuou o parlamentar petista.

O deputado Vinícius Louro destacou a grande necessidade da permanência das siderúrgicas que geram centenas de empregos na cidade de Açailândia e região. “No momento de crise, de dificuldade que os municípios estão passando, o prefeito Juscelino Oliveira reduziu o imposto do ISS, de 5% para 2%. A preocupação é que essas guserias não fechem no município de Açailândia”, afirmou.

Em tempo: a base do texto acima foi produzida pela Assessoria de Comunicação da Assembleia Legislativa.

 

Crise dá sobrevida a Carlos Brandão no comando do PSDB

Carlos Brandão ganha tempo com a crise para manter controle
Carlos Brandão ganha tempo com a crise para manter controle

A crise detonada com a delação dos donos da JBS, que vem estremecendo a República desde a semana passada, afetando diretamente o presidente Michel Temer e o senador mineiro Aécio Neves (PSDB), que teve o mandato suspenso e foi obrigado a se licenciar da presidência nacional do seu partido, caiu como uma luva no projeto do vice-governador Carlos Brandão de se consolidar na presidência da agremiação no Maranhão, Agora sob o comando temporário do senador cearense Tasso Jereissati, a cúpula do tucanato nacional está inteiramente voltada para encontrar uma forma de salvar uma das suas principais estrelas, sob pena de afundar junto com ela, não tendo, nesse cenário, nenhuma condição de dar atenção a problemas paroquiais, como o que envolve o PSDB do Maranhão. Nesse contexto, Carlos Brandão ganha tempo para encontrar uma saída que o mantenha no comando do partido e o mantenha na base de apoio do governador Flávio Dino, evitando que o ex-prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira, que briga pelo controle da legenda, vença essa disputa, o que obrigará o atual presidente a migrar para outro pouso partidário.

São Luís, 22 de Maio de 2017.

 

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