Resolução da cúpula nacional obriga PSB a lançar candidato a prefeito em São Luís e grandes cidades.

 

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Roberto Rocha, José Reinaldo Tavares e Bira do Pindaré podem se unir no PSB

Uma decisão da cúpula nacional do PSB, anunciada terça-feira, pode mudar expressivamente o cenário da corrida à Prefeitura de São Luís. O partido decidiu que terá candidatos a prefeito em todas as capitais e, se possível, também nas maiores cidades de cada estado. Outra decisão reforça a primeira: o partido não participará da base política do governo, mas também não se juntará às forças de oposição, preferindo seguir uma carreira solo, com total independência, se posicionando a favor ou contra os interesses governistas conforme o caso, o que lhe dá liberdade para montar um projeto eleitoral sem amarras.

Se a regra for aplicada integralmente pelo PSB do Maranhão, o partido terá de lançar candidato a prefeito de São Luís, Imperatriz, Caxias, Timon, São José de Ribamar e Paço do Lumiar. Nesse cenário, a situação mais complicada será a de São Luís, onde o PSB terá de lançar um candidato contra o prefeito Edivaldo Jr. (PDT), de quem foi aliado, tendo elegido vice-prefeito o hoje senador Roberto Rocha.

A regra definida pela cúpula nacional do PSB coloca o braço maranhense do partido contra a parede. Para começar, para o PSB lançar um candidato a prefeito de São Luís, o senador Roberto Rocha, o deputado federal José Reinaldo Tavares e o deputado estadual licenciado Bira do Pindaré vão ter de sentar para encontrar um caminho que agregue todos os interesses conflitantes. Isso porque não é segredo que Roberto Rocha e José Reinaldo nada têm em comum e vivem medindo forças dentro do partido, numa situação que se tornou mais tensa com a chegada de Pindaré, que também quer controlar um naco de poder na agremiação.

O problema é que o PSB do Maranhão é um partido marcado pela divisão. O senador Roberto Rocha, que controla o braço do partido em São Luís, não se relacionada bem com o deputado federal José Reinaldo, que mantém o controle do Diretório estadual, e entre eles está o deputado licenciado Bira do Pindaré, que não manda, mas tenta passar a ideia de que não é regra três dentro do partido. Roberto Rocha já deixou claro que não quer ser candidato a prefeito de São Luís. José Reinaldo também já descartou esse projeto. Bira do Pindaré vive insinuando ter interesse em candidatar-se, mas sempre que manifesta como pré-candidato, é de alguma maneira  reprovado por Rocha ou por Tavares.

Uma análise fria leva naturalmente à conclusão de que o nome mais forte do partido para articular uma posição dentro da linha definida pela cúpula nacional é o senador Roberto Rocha, mas ele dificilmente apoiará um projeto eleitoral contrário ao prefeito Edivaldo Jr.. O problema é que o deputado federal José Reinaldo decidiu declarar apoio ao projeto de candidatura da deputada federal Eliziane Gama (Rede), mas poderá também arquivar esse projeto e apoiar a candidatura do deputado federal e ex-prefeito João Castelo, caso ele venha mesmo a ser candidato. E caso seu projeto de candidatura não se viabilize – o que é improvável -, Bira do Pindaré, que é secretario de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, tende a seguir a orientação do governador Flávio Dino (PCdoB) no sentido de apoiar a candidatura do prefeito de São Luís à reeleição.

Em resumo: a decisão da cúpula nacional do PSB terá de ser cumprida pelo braço estadual do partido. E por se tratar de uma resolução, que precisa ser levada às últimas consequências, a decisão poderá levar o PSB maranhense a duas situações. A primeira é o desarmamento das correntes lideradas por Roberto Rocha, José Reinaldo Tavares e Bira do Pindaré, de modo a que eles possam finamente se entender e encontrar uma solução que reúna as três forças. A outra, que seria o contraponto da primeira e estaria na contramão da direção nacional, seria um acordo para não lançar candidato próprio e liberar as correntes para seguirem o caminho que bem entendessem, com ou sem candidato.

De qualquer maneira, a resolução fará com que os três líderes do PSB se sentem para conversar, e isso já será um bom começo.

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

Combate ao câncer

cancer 1O governador Flávio Dino (PCdoB) empossou ontem os membros do Conselho Consultivo do Fundo Estadual de Combate ao Câncer, que serão responsáveis pela política de aplicação dos recursos nas ações de combate ao câncer no Maranhão. No mesmo ato entrou em vigor a norma constitucional instituindo que 3% do valor do ICMS arrecadado sobre bebidas alcoólicas e cigarros comercializados no estado. A garantia dos recursos resultou de PEC apresentada pelo deputado Eduardo Braide (PMN) e aprovada pela Assembleia Legislativa – Braide tem a luta contra o câncer como uma das suas bandeiras como parlamentar. Do ato participou também o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Humberto Coutinho (PDT), que enfrentou e venceu a doença e se tornou um dos “soldados” no combate ao mal.

 

Encrenca no Judiciário

Cleonice-FreireOs servidores do Poder Judiciário reafirmam que a greve que deflagraram terça-feira será mesmo por tempo indeterminado. A paralisação foi decidida depois que da eleição do novo comando do Tribunal de Justiça, que será presidido pelo desembargador Cleones Freire (foto) a partir de meados de dezembro. A bomba terá de ser desarmada pela atual presidente, desembargadora Cleonice Freire, que está no epicentro da crise, segundo informe do Sindjus/Ma. E será uma tarefa difícil, pois os servidores estão calcados em argumentos fortes. Lembram que a Lei Nº 13.091/2015, publicada no Diário Oficial da União, no dia 12 de janeiro de 2015, aumentou o subsídios dos ministros do Supremo Tribunal Federal para R$ 33.763,00, o que equivale em percentual um aumento de 14,36%. Com a aprovação dessa lei a tabela de subsídios da carreira da magistratura foi realinhada em todo o país. No dia 13 de janeiro, um dia após a publicação da referida lei, a presidente  Cleonice Freire editou o Ato da Presidência Nº 120/2015, autorizando a Diretoria Financeira aplicar na folha o mesmo aumento para juízes e desembargadores, cujos salários ficaram assim: desembargador: R$ 30.741,11; juiz final: R$ 28.947,55; juiz intermediário: R$ 27.500,17; e juiz inicial: R$ 26.125,16. E nada para os servidores, que cobram uma reposição de 6%. É confusão para ninguém botar defeito.

 

São Luis, 15 de Outubro de 2015.

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