Tanto quanto o resultado apertado do controvertido julgamento pelo qual o Supremo Tribunal Federal negou habeas corpus que pedia liminarmente o impedimento da prisão do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) até o esgotamento de recursos, a prisão do líder petista, decretada ontem pelo juiz Sérgio Moro, estremeceu o Brasil e ecoou fortemente no mundo inteiro. Esse eco foi especialmente forte em Boston (EUA), onde alcançou e indignou o governador Flávio Dino (PCdoB), que realizará, hoje, na Universidade de Harvard, palestra sobre as ações do seu Governo; e também na Assembleia Legislativa do Maranhão, onde surpreendeu e revoltou o presidente Othelino Neto (PCdoB). De Boston, o governador Flávio Dino reagiu duro, observando que nas circunstâncias em que foi determinada, a prisão do ex-presidente só pode ter sido fruto de “ansiedade ou parcialidade”, ou dos “dois erros simultaneamente”. Em São Luís, o presidente do Poder Legislativo, também crítico do processo contra Lula da Silva, classificou a prisão de “injusta”, que só serviu para “conflagrar ainda mais a Nação”.
Tão logo soube que o juiz Sérgio Moro havia decretado a prisão de Lula da Silva, o governador Flávio Dino usou o twitter para ratificar enfaticamente a sua posição de crítico duro de alguns aspectos da Operação Lava Jato – que defende no geral -, especialmente no que respeita ao tratamento que o magistrado vem dispensando ao ex-presidente. Com a autoridade de ex-juiz federal e de chefe muito bem avaliado de um dos Estados da Federação – e ainda de aprovado em primeiro lugar no mesmo concurso que levou Sérgio Moro à magistratura –, Flávio Dino disparou três posts criticando com firmeza a decisão do chefe da Lava Jato, sem citar-lhe o nome:
O primeiro: “Prisão antes mesmo de esgotados recursos em 2ª instância e antes de finalizado o debate constitucional só se explica por ansiedade ou parcialidade. Ou os dois erros simultaneamente”.
O segundo: “O juiz acha que recurso é uma “patologia a ser varrida”. Então resolve ele mesmo “varrer”. Ocorre que ele não tem essa competência constitucional, pois ele não foi eleito membro do Congresso Nacional, nem é ministro do Supremo”.
O terceiro: “Cabe ao Judiciário tentar pacificar a sociedade e não jogar lenha na fogueira das paixões políticas. É um desserviço à Nação e à união entre os brasileiros agir de modo precipitado por antipatias ou vaidades pessoais”.
Com a manifestação, o governador do Maranhão reafirmou sua convicção de que Lula da Silva está sendo tratado com parcialidade, e a suspeita de que esta tem forte viés político, que tem como foco impedir a candidatura do ex-presidente ao Palácio do Planalto. Com a autoridade de quem não tem contas a acertar com a Justiça, o governador ratifica também a certeza de que em relação a Lula da Silva o juiz Sérgio Moro vem ostensivamente extrapolando os limites da sua competência, desrespeitando as regras e colocando em risco a natureza imparcial da Justiça. Na sua reação o governador alerta para o risco imposto ao estado democrático de direito, a exemplo do que fez quando criticou com firmeza as declarações extemporâneas do comandante do Exército, general Vilas Boas, feitas claramente com a intenção de influenciar o julgamento do habeas corpus pelo Supremo.
Em São Luís, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto, externou um misto de tristeza e indignação com a decretação da prisão do ex-presidente Lula da Silva. “Além de injusta, essa prisão faz com que a Nação brasileira, que já está dividida, fique ainda mais conflagrada – a própria divisão do Supremo Tribunal Federal reflete a divisão do povo brasileiro neste momento”, declarou. Othelino Neto avaliou que em meio a esse clima de tensão, “as pessoas, que já estavam com pouca paciência para com as diferenças, poderão se tornar intolerantes, o que é muito ruim para o Brasil”.
O deputado Othelino Neto teme que a retirada forçada do líder petista da corrida o presidencial poderá mergulhar o Brasil num desastre político. “Qual será o efeito disso na eleição presidencial? Que resultado os brasileiros podem esperar disso? Será que em vez de um líder como Lula, os brasileiros não sejam surpreendidos com a eleição deum Bolsonaro da vida, um sujeito que não respeita a democracia, que não respeita o cidadão, que não respeita a família, que não respeita as mulheres e não respeita as diferenças existentes na sociedade brasileira? – indagou o presidente da Assembleia Legislativa. Ao mesmo tempo, o chefe do Poder Legislativo observou que o risco de um desfecho trágico na corrida presidencial não afeta a eleição para o Governo do Estado: “Aqui o quadro já está definido, com o campo liderado pelo governador Flávio Dino, que caminha para a reeleição. E o campo do Grupo Sarney, que representa Michel Temer no Maranhão”.
O chefe do Poder Legislativo aposta que as regras democráticas e as instituições brasileiras, apesar de jovens, já se consolidaram o suficiente para suportar esses ataques: “Acho que com a prisão do ex-presidente Lula estão ferindo o estado democrático de direito com golpes disfarçados de legalidade, como aconteceu também como a presidente Dilma Rousseff. Mas apesar de tudo o Brasil vai sair disso muito melhor”.
PONTO & CONTRAPONTO
Entrada de José Reinaldo no PSDB praticamente define a corrida às duas cadeiras no Senado
A conversão do ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares no PSDB praticamente desenhou o quadro da corrida para as duas cadeiras no Senado, confirmando também que essa será a mais dura das disputas eleitorais deste ano no Maranhão. O desfecho da corrida dele por um partido revelou a elasticidade dos movimentos que a política comporta, confirmando que na política do Maranhão “até boi voa, e de asa quebrada”, como costumava dizer o ex-governador Luis Rocha, ele também convertido ao tucanato no final da sua rica e intensa carreira. Além de definir a chapa majoritária do PSDB, onde fará dobradinha com o senador Roberto Rocha, candidato ao Governo do Estado, o fim da via crucis partidária de José Reinaldo também contribuiu para rascunhar o cenário da disputa senatorial no Maranhão. Além da dele pelo PSDB – que poderá lançar outro nome para compor a chapa -, estão acertadas as candidaturas do deputado federal Sarney Filho (PV) e do senador Edison Lobão (MDB) pelo Grupo Sarney, a do deputado federal Weverton Rocha (PDT) pela aliança do governador Flávio Dino (PCdoB), devendo a segunda vaga ficar com a deputada federal Eliziane Gama (PPS). Há pelo menos uma dezena de ensaios de candidaturas senatoriais em andamento – o do deputado estadual Alexandre Almeida (PSD), por exemplo -, mas não passam disso, por enquanto.
Márcio Jerry deixa Governo, reassume o PCdoB e entra de cabeça na guerra por cadeira na Câmara Federal
Após uma jornada de quase três anos e meio acumulando as áreas de Comunicação e Articulação Política como o mais ativo e influente membro da equipe de ponta do governador Flávio Dino, o jornalista Márcio Jerry voltou ontem à planície das lutas políticas ao reassumir o comando integral do braço do PCdoB no Maranhão e se voltar de vez a sua candidatura a uma cadeira na Câmara Federal. A despedida da condição de chefe Secretaria de Estado de Comunicação e Assuntos Políticos (Secap),
Em publicação nas redes sociais, Márcio Jerry, que vem de uma longa e intensa militância iniciada no movimento estudantil secundarista, tendo forte atuação nos movimentos sociais, destacou que é o respeito à biografia o fio condutor da missão que se iniciará. “Sigo fazendo fora do Governo do Estado aquilo que tem sido a minha vida desde a adolescência: lutar por direitos para todos, por oportunidades para todos, por justiça social”, escreveu. “Estou desde ontem integralmente dedicado à tarefa de presidir o PCdoB Maranhão, cumprindo uma agenda de defesa permanente do governo Flávio Dino e de construção de uma nova vitória do povo maranhense em outubro próximo”, declarou. E concluiu: “Viva o governo Flávio Dino, viva o Maranhão”.
São Luís, 06 de Abril de 2018.
Parabéns, Governador Flávio Dino! Você me representa com dignidade e integridade pela sua capacidade de retidão e comentários digno de um magistrado profundo conhecedor das leis brasileiras.
Ribamar Correa, eu estou ficando decepcionado com o seu jornalismo, vc engradece demais o governador Flavio Dino e procura rebaixar o juiz Sergio Moro, só falta vc dizer q Dino é professor q ensina até Deus, ah vamos ter santa paciência com asneiras como essas…