Prêmio do Sebrae para prefeitos empreendedores mostra que além de crise e escândalos há um Brasil em saudável movimento

 

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Acima: os prefeitos vencedores do Prêmio; embaixo à direita: o presidente da Fiema, Edilson Baldez, o prefeito Edivaldo Jr. e o deputado Levi Pontes (PCdoB); e à esquerda: o diretor João Martins , Iracema Vale e o secretário Marcelo Tavares

 

No momento em que o Brasil está mergulhado numa das mais graves crises econômicas da sua história, com redução drástica das suas atividades produtivas, resultando numa recessão brutal, com o fechamento de milhões de empregos, tudo isso causados desmantelos no Poder Público, é no mínimo alentador tomar conhecimento de que na última quinta-feira (31), o braço maranhense do Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas entregou o Prêmio Sebrae  Prefeito Empreendedor (PSPE) a sete gestores municipais do Maranhão, selecionados entre 58 candidatos. Analisada dentro de um contexto em que a tônica é a crise, o sumiço progressivo do investimento, e, mais do que isso, a falência do Poder Público como incentivador da atividade produtiva, a entrega do PSPE é um sinal promissor de que, independente do drama sócio-econômico que agita o Brasil – com reflexos mais graves em estados como o Maranhão –, existe um País em movimento, onde o Poder Público pratica e, por via de desdobramento, fomenta uma das mais importantes alavancas do processo de desenvolvimento econômico e social: o empreendedorismo.

Os prefeitos premiados foram: Edivaldo Holanda Jr. (São Luís), com o projeto “Fomento aos Pequenos Negócios no Campo” Juscelino Oliveira e Silva (Açailândia), pelo projeto “O Avanço de Açailândia em Desburocratização em Desburocratização das MPE’s”; Cicero Neco Morares (Estreito), com o projeto “Estreito é Referência Nacional em Lei Geral”; Juran Carvalho de Souza (Presidente Dutra), com o Projeto “Quebrando Paradigmas com Inovação e Sustentabilidade”; Eric Costa (Barra do Corda), com o projeto “Humanizar o ambiente do comércio varejista no centro da cidade”; Jairo Madeira Coimbra (João Lisboa), com o projeto “Mudanças que trouxeram saúde e desenvolvimento para João Lisboa, e Iracema Cristina Lima Vale (Urbano Santos), com o projeto “Campos Agrícolas: um caminho para melhorar a vida”.

O prefeito de São Luís, por exemplo, surpreendeu ao ser premiado por um projeto que nada tem a ver com o obrismo, a mobilidade e várias outras áreas básicas da metrópole que exigem atenção permanente dos seus gestores. Edivaldo Jr. se destacou com o empreendedor por um projeto por meio do qual fomenta pequenos negócios no campo, ou seja, o prefeito empreendendo o estímulo ao empreendedorismo na zona rural da Capital, onde, via de regra, o Poder Público raramente chega. A prefeita de Urbano Santos, Iracema Vale, foi premiada porque compreendeu que, além das suas obrigações de cuidar das tarefas essenciais da administração municipais, deu um passo além ao estimular a atividade agrícola com o um projeto que criou 40 polos agrícolas  como “um caminho para melhorar a vida”. Por sua vez, o prefeito de Barra do Corda, Eric Costa, foi premiado porque decidiu, por meio de um projeto, humanizar o ambiente no centro comercial da maior cidade da região central do Maranhão.

Os três exemplos, assim como os demais, a princípio não parecem projetos excepcionais, mas se observado no contexto de uma realidade onde a falta de oportunidade campeia e as condições de vida não são das melhores, essas ações ganham importância fundamental. No caso de São Luís, qualquer estímulo à atividade econômica é bem vindo, e quando ele ganha a forma e o alcance de projeto de governo, sai do papel, chega à ponta da linha, pode até produzir um largo efeito multiplicador. Além disso, há casos como o prefeito de Estreito, Cícero Neco Morais, premiado pela terceira vez com o PSPE, agora como empreendedor ao tornar o seu município referência nacional em Lei Geral, creditando o sucesso ao Sebrae, cujo diretor-superintendente, João Martins, responsável pelo PSPE, enfatiza que a disseminação da cultura empreendedora com estímulo de políticas públicas de desenvolvimento e a difusão de ideias criativas que fomentam e apoiam os pequenos negócios nos municípios. Daí porque todos os projetos finalistas têm estes aspectos.

O prêmio do Sebrae a prefeitos empreendedores é uma prova de que nem tudo é problema e rotina conservadora nos municípios. A iniciativa entusiasma particularmente o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema) e do seu Conselho Deliberativo da Fiema, Edilson Baldez da Neves, para quem o PSPE explicita as boas práticas e os frutos advindos dessas iniciativas. Ele próprio um dos mais ativos empreendedores do Maranhão, atuando em diversas áreas, como construção civil e hotelaria, por exemplo, Edilson Baldez resume o ânimo da premiação de quinta-feira: “Aqui foram premiados e reconhecidos os gestores que sabem definir o que é mais favorável para os seus territórios e sua gente. Eles acreditam que o cidadão pode viver com mais dignidade, que pode trabalhar, usufruir do que ganha, investir e ainda ajudar o seu município a crescer”.

Em tempo: Nada menos que 61 projetos de 58 prefeituras com foco o empreendedorismo para a nona edição do PSPE. Desse total, 37 foram habilitados e participaram da fase de julgamento e pré-seleção executadas em fevereiro e março. Para a fase final da etapa estadual do PSPE foram selecionados 16 projetos de 13 prefeituras. Os sete prefeitos premiados estão classificados para a etapa nacional do prêmio.

 

PONTO & CONTRAPONTO

O velho PT sacode a poeira e, junto com o novo, vai à luta no Maranhão
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Monteiro e Zé Inácio: rezando o mantra contra o impeachment contra Dilma

À exemplo do que está acontecendo em todas as regiões do País, o PT maranhense resolveu sair de vez da letargia defensiva e partir para a ofensiva como protagonista da cena política que está sendo ameaçado. Por muitos considerados o mais petistas de todos os petistas, o presidente Raimundo Monteiro, que vinha aparentando fadiga e desânimo, voltou às ruas e, mais do que isso, envergou um paletó e foi para a televisão para, em alternância com o deputado Zé Inácio, representante da mais nova geração de líderes do partido, repetir o mantra que está dominando o discurso do partido nesse momento de intensa e imprevisível guerra política: “Não vai ter golpe”. Monteiro e Zé Inácio têm dito, com a maior ênfase que conseguem dar às suas palavras, que a crise atual é uma conspiração da direta contra os programas sociais e contra “as pessoas mais pobres”, alertando que os adversários do Governo da presidente Dilma Rousseff estão é incomodados com as ações que vêm alcançando os extratos menos validos da sociedade brasileira. E advertem que os movimentos sociais estão se mobilizando, que o PT vai para a briga e que a presidente Dilma não será derrubada pelo processo de impeachment. Monteiro tem pregado “contra o golpe” nas ruas, em auditórios, em programas de rádio e onde encontra um espaço para falar e alguém para ouvir. Zé Inácio cumpre a mesma peregrinação, começando pela tribuna da Assembleia Legislativa, onde tem feitos vigorosos pronunciamentos em defesa de Lula e Dilma.

 

Pedido de impeachment de Temer empurra Waldir Maranhão para o palco da História
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Waldir: no centro de decisões

A condição periclitante e quase insustentável do presidente, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alvejado por nada menos que sete inquéritos no Supremo Tribunal Federal, nos quais é acusado de crimes de corrupção, o vice-presidente da Câmara federal, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), aqui e ali está sendo chamado para ser protagonista, na maioria das vezes para oficializar decisões tomadas por Cunha. Ontem, porém, ele foi indicado para examinar, a fim de acatar ou rejeitar, um pedido de impeachment do vice-presidente Michel temer, feito pelo ex-governador do Ceará e ex-ministro da Educação, Cid Gomes, o fundador do PROS. Gomes alega que, por pertencer aos quadros do PMDB, Cunha não pode examinar o pedido, devendo transferir a tarefa para o 1º vice-presidente da Casa. Assim, mesmo salpicado pelo fato de que tem algumas pendências para resolver com a Justiça, o deputado Waldir Maranhão vai entrar para a história como o membro da Mesa da Câmara que, para o bem o para o mal, admitiu ou rejeitou um pedido de impeachment do vice-presidente da República.

 

São Luís, 01 de Abril de 2016

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