Possível aliança de Gonçalo com os Marinho pode mudar o curso sucessório em Caxias

Paulo Martinho e Hilton Gonçalo: aliança pode
mexer com a corrida sucessória em Caxias

Enquanto muitos se movimentam, uns até com um certo frisson, em busca de quem “herdará a herança” ou, em outras palavras, “ficará com o espólio” do ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino, que daqui a 48 horas passará esse cargo em frente e reassumirá seu mandato de senador por 21 dias, quando renunciará para se tornar ministro do Supremo Tribunal Federal, movimentos políticos discretos, mas muito objetivos, estão em curso no Maranhão. Um deles veio à tona na última sexta-feira (26): uma reunião do prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (Mobiliza 33), com o deputado federal interino Paulo Marinho Jr. (PL), que vem se anunciando como pré-candidato à Prefeitura de Caxias, da qual foi vice-prefeito até algumas semanas atrás. O motivo da reunião: Hilton Gonçalo e Paulo Marinho Júnior iniciaram uma ampla negociação que poderá resultar numa aliança do Mobiliza 33 com o PL em Caxias, permitindo a Hilton Gonçalo fincar uma estaca na seara política caxiense, criando mais um espaço para o seu projeto de se candidatar ao Governo do Estado em 2026.

O projeto de Hilton Gonçalo de chegar ao Palácio dos Leões não é recente, está na sua agenda desde o início dos anos 2000, quando pertencia ao PDT e tentou, sem sucesso, disputar com Jackson Lago a vaga de candidato do partido em 2002. Andou distanciado dessa discussão por um tempo, mas há algumas semanas, na condição de prefeito reeleito de Santa Rita, Hilton Gonçalo surpreendeu o meio político ao revelar, durante uma inauguração no interior do município, que está se preparando para disputar o Governo do Maranhão em 2026. Pouca gente levou a sério o aviso dado pelo prefeito de Santa Rita, cuja mulher, Fernanda Gonçalo (Mobiliza 33), é prefeita eleita e reeleita de Bacabeira, além de ter um porta-voz ativo e fiel na Assembleia Legislativa, o deputado Ariston Ribeiro (PSB) e grande número de aliados em prefeituras de diferentes regiões. Não é, portanto, um político qualquer, pois tem com cacife para sentar em qualquer mesa de conversa.

A incursão de Hilton Gonçalo em Caxias dificilmente resultará numa aliança capaz de derrotar o grupo que reúne as forças lideradas pelo prefeito Fábio Gentil (Republicanos) e as que restaram do chamado Grupo Coutinho, que vem se fragilizando mais a cada eleição. E uma associação política do prefeito de Santa Rita com o grupo dos ex-prefeitos Paulo e Márcia Marinho, hoje comandado pelo deputado federal Paulo Marinho Jr., pode atrair outras forças e animar de vez o quadro da disputa. Isso porque o deputado federal interino conta com o suporte do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, chefe maior do PL no Maranhão, e no momento se preparando para eleger o maior número possível de prefeitos, de modo a chegar em 2026 com cacife gordo. Esse projeto não inibe uma eventual aliança com Hilton Gonçalo em Caxias.

À princípio, observadores desatentos apontarão exagero nessa avaliação. Pode ser, mas não é nenhum exagero lembrar aqui o “fenômeno” torto Lahesio Bonfim na corrida aos Leões em 2022. Os movimentos de agora fora da aliança governista indicam que até outubro poderão surgir nas disputas regionais com poder de redesenhar o mapa político e eleitoral no Maranhão. Um eventual redesenho do quadro da disputa em Caxias, com a indicação de que grande parte do eleitorado caxiense faça opção por uma terceira via, pode criar um ambiente incômodo para os dois principais grupos políticos do quinto maior e mais importante município maranhense. Isso porque há quem diga que ali poderá surgir até mesmo uma quarta via, aumentando expressivamente o grau de imprevisibilidade no desfecho do processo sucessório na Princesa do Sertão.

Não há qualquer dúvida quanto ao poder de fogo e à unidade do grupo que forma a aliança governista. Mas a eleição municipal tem o condão de poder mudar o curso do processo político quando ele sai do eixo. Isso significa dizer que agora o papel da aliança governista é brigar ao máximo pela unidade. Para não correr o risco de perder espaços importantes.

PONTO & CONTRAPONTO

Eliziane enfrenta a ira de radicais da comunidade evangélica, mas mantém suas convicções

Eliziane Gama enfrenta com dignidade
os ataques de radicais evangélicos

Adversários da senadora Eliziane Gama (PSD) têm se esforçado para mostrar que ela está sendo satanizada nas fileiras da comunidade evangélica, espalhando até mesmo que ela que ela tem sido hostilizada em cultos e outros ambientes evangélicos. Motivo: o apoio que dá ao Governo de Lula da Silva (PT) e sua posição desassombrada nas CPI da Covid e na CPMI dos Golpe de 8 de Janeiro.

Não há dúvida de que existe um clima tenso nas relações da senadora parte da comunidade evangélica identificada com o bolsonarismo. Mas, mesmo dentro dessa ala, há indivíduos que a hostilizam e querem vê-la pelas costas, há nesse universo uma fatia muito expressiva de evangélicos que não estão interessados nessa guerra e, por isso, não declaram apoio nem hostilizam nem se manifestam, e há uma terceira fatia que a apoia.

Eliziane Gama vem jogando com a mais absoluta fidelidade aos seus princípios. Quando participou intensamente da CPI da Pandemia, denunciando a ampla manipulação feita pelo Governo Bolsonaro contra vacinas e apontou inúmeras situações em que o Governo jogou contra medidas que salvariam milhares e milhares de pessoas. Mais do que isso, foi relatora da CPI do 8 de Janeiro, e seu relatório apontou a invasão dos Poderes da República como uma tentativa de golpe de Estado. Não há registro de que ela tenha feito alguma coisa, algum gesto, pronunciado alguma palavra contra a comunidade evangélica, mesmo quando alguns chefes foram extremamente agressivos para com ela, a exemplo do bolsonarista linha de frente Silas Malafaia.

É óbvio que nesse contexto a senadora Eliziane Gama tem sido obrigada a pisar com cuidado e firmeza. Ela se baseia principalmente nas suas convicções de democrata, que não mistura região com política, com o fazem alguns mercadores da fé.

Governador empossa gestores e anuncia que número de escolas de tempo integral será dobrado

Primeira foto: Carlos Brandão, Duarte Jr., Rubens Jr.,
aluna do Iema, Cricielle Diniz, André Fufuca e
Sebastião Madeira. Segunda foto: Carlos Brandão,
Roberto Costa, Edvan Brandão. professores
de Bacabal e Felipe Camarão.

No ato em que empossou, ontem, no Ceprama, mais de 800 gestores da rede pública estadual de ensino para o quadriênio 2024/2027, dando sequência a uma política de valorização da gestão escolar, o governador Carlos Brandão (PSB), tendo ao lado o vice-governador e secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão (PT), fez o que pode ter sido o mais importante anúncio entre os que já fizera neste ano em relação ao sistema educacional maranhense: o Governo do Estado vai dobrar, neste ano, o número escolas de tempo integral, que saltará das atuais 95 em 51 municípios para 195 em 108 municípios

A eleição e posse dos dirigentes escolares foi destacado pelo governador como um marco na modernização do ensino público maranhense, funcionando também como um exemplo.

– Iremos dobrar o número de escolas de tempo integral, uma modalidade que, realmente, muda a vida das pessoas e a educação do nosso estado. São três refeições ao dia, para garantir a segurança alimentar dos jovens e a permanência deles por todo o dia na escola – declarou Carlos Brandão, acrescentando: “A educação é o melhor caminho para garantir um futuro melhor a todos os jovens maranhenses”.
Além de enaltecer o trabalho de educadores nos 217 municípios maranhense, o vice-governador e secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão, que conhece o sistema educacional a fundo, destacou: “É um dia histórico em que o governador Carlos Brandão dá posse a quase 800 gestores escolares eleitos por mais de 170 mil pessoas que votaram diretamente nos 217 municípios. Eu tenho muito orgulho de fazer parte desse processo de expansão das escolas de tempo integral do nosso estado”.

São Luís, 30 de Janeiro de 2024.

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