Pesquisa mostra o Governo Brandão com 63% de aprovação e o de Lula com 53%

Entre Thiago Fernandes, Iracema Vale e Sebastião Madeira, Carlos Brandão fala no ato
em que anunciou a duplicação dos pontos de hemodiálise no Maranhão

Dois dias depois de ter aprovada pela Assembleia Legislativa a lei por meio da qual lançará o Programa Maranhão Livre da Fome e no mesmo dia em que anunciou uma ação que duplicará – de quinhentas para quase mil – o número de pontos de hemodiálise em todo o estado, o governador Carlos Brandão (PSB) recebeu uma notícia que turbinou o seu alto astral: o seu Governo é aprovado por nada menos que 63% dos maranhenses, sendo desaprovado por 33%, segundo levantamento feito pelo instituto Paraná Pesquisa, que ouviu 1.548, sendo 751 homens e 797 mulheres ao longo da semana passada. A mesma pesquisa levantou que o Governo do presidente Lula da Silva (PT) é aprovado por 53,2% e desaprovado por 44,8%.

De acordo com o levantamento, a avaliação do Governo do Estado pelos maranhenses é consistente. O Paraná Pesquisa apurou que 85% dos entrevistados têm nível médio e 14% têm formação superior. Entre os que aprovaram o Governo Brandão, 68,4% são mulheres – que formam a maioria da população e do eleitorado. Além disso, mais da metade deles está no mercado de trabalho.

A aprovação do governador Carlos Brandão faz sentido, a começar pelo fato de que, pelo menos até aqui, ele tem cumprido praticamente todos os seus compromissos de campanha. Ajustado no campo fiscal, com um rígido controle sobre receita e despesa, tem feito investimentos fortes na área de educação, principalmente com a ampliação da rede de Iemas e de escolas de tempo integral; e na saúde, com a ampliação da rede hospitalar, e ações como a anunciada ontem, que duplica a rede de pontos de hemodiálise, reduzindo expressivamente a distância para o acesso a esse serviço em todas as regiões do estado.

O Governo Brandão tem alcançado bons resultados no campo econômico, movimentando a economia estadual nos dois extremos. Um exemplo de grande investimento é o grande complexo industrial de U$ 1,5 bilhão para a produção de proteína vegetal a partir da soja e do milho, como a Inpasa, que está sendo implantada em Balsas. No plano intermediário está o turismo, com os encantos naturais e as manifestações culturais (Reinado Momesco e Festas Juninas) do Maranhão, que têm recebido fortes incentivos, incluindo a microeconomia, com o programa “Mais Renda”, entre outras áreas econômicas.

O governador tem sido hábil e eficiente na relação com o Governo Federal, estreitando cada vez mais a sua relação institucional e política com o presidente Lula da Silva (PT) e trabalhando intensamente com vários ministérios, como o anúncio recente de restauração integral do Parque Aquático Canhoteiro, no complexo esportivo de São Luís, numa parceria do Governo do Estado com o Ministério do Esporte, comandado pelo ministro André Fufuca. Por conta dessa relação bem costurada, o Maranhão está, até aqui, entre os estados que mais receberam visitas de ministros, todas elas resultando em bons acordos e convênios. Além disso, o governador mantém no seu Governo um forte viés municipalista, que lhe dá consistência administrativa e força política.

Os 53,2% de aprovação do Governo do presidente Lula da Silva no Maranhão é muito maior do que a média no âmbito nacional, que desabou para 27%, conforme o levantamento do Datafolha divulgado ontem. Os Governos do PT já tiverem aprovações bem melhores no Maranhão, mas os problemas de comunicação e algumas derrapagens na área econômica do atual têm criado dificuldades para o presidente Lula da Silva. E o que é mais grave: a acomodação do PT, que não sai firme em defesa do presidente e seu Governo.

Com os 63% de aprovação, o governador Carlos Brandão segue firme criando as condições para definir o seu futuro, que, se seguir o curso normal e já rascunhado, vai desembocar na sua candidatura a uma cadeira no Senado em 2026.  

PONTO & CONTRAPONTO

Graúdos do entorno de Lula começam a se dar conta do vazio criado no Governo com a saída de Dino

Flávio Dino: fazendo falta no
Governo do presidente Lula da Silva

Estava demorando, mas a carapuça caiu ontem, com pelo menos três registros jornalísticos revelando que vozes do entorno do presidente Lula da Silva (PT) estariam incomodadas com a independência do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, avaliando que ele se “deslocou muito rápido” do chefe da Nação.

Essa reação de alguns graúdos do Governo já era prevista. Eles fizeram de tudo para tirar o então senador maranhense do Ministério da Justiça e “exilá-lo” na Suprema Corte com dois objetivos: tirá-lo da corrida presidencial e torná-lo um ministro afinado com o Palácio do Planalto.

Erraram feio, porque quem conhece Flávio Dino sabe que ele jamais se submeteria a esse papel. Não há registro de que em algum momento como juiz federal, deputado federal, governador e senador ele tenha se submetido a qualquer concessão visando alguma vantagem não republicana. Ao contrário, os registros são o de que ele fez exatamente o inverso, mantendo a sua integridade moral.

Quando foi ministro da Justiça, atendendo a convite do presidente Lula da Silva, Flávio Dino assumiu integralmente a condição de membro da equipe, atuando institucionalmente e dando cara política a um Governo fraco, que jogou todo o peso político sobre os ombros do presidente, que não tem a energia de outros tempos.

Quando deixou o Governo para ocupar uma cadeira vitalícia no STF, renunciando ao seu mandato de senador da República, Flávio Dino assumiu a condição de ministro da Suprema Corte e não a de “ministro de Lula”, como uns poucos esperavam.

Agora, que a situação está clara, os equivocados estão chiando, incapazes de ocupar o enorme vazio criado no Governo com a saída do agora ministro da Corte Suprema. Sem fazer concessões.

De volta ao Governo, Cutrim tem o desafio de articular base na Assembleia

A exoneração da deputada licenciada Roseana Sarney (MDB) abriu caminho para o ex-deputado Raimundo Cutrim (foto) reassumir a Secretaria Extraordinária de Assuntos Legislativos. Com o retorno, ele agora trem as condições que precisava para mostrar trabalho: atuar como articulador do Governo na seara do parlamento estadual, bem como no âmbito da bancada federal. Na Assembleia Legislativa, o delegado aposentado da Polícia Federal e ex-deputado estadual deve encarar o desafio de costurar acordos para manter a sólida maioria – cerca de 30 deputados – que formam hoje a base de apoio do governador Carlos Brandão e seu Governo. O desafio está lançado.

São Luís, 15 de Fevereiro de 2025.

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