Uma situação tem chamado a atenção na seara onde vai se desenrolando a corrida ao Palácio dos Leões: a profusão de nomes sugeridos para a vaga de candidato a vice na chapa a ser encabeçada pelo vice-governador Carlos Brandão (PSDB), enquanto não há sequer especulações sobre os possíveis companheiros de chapa dos demais pré-candidatos, incluindo o senador Weverton Rocha (PDT), que lidera as pesquisas de intenção de voto no entre os pré-candidatos governistas. Para vice de Carlos Brandão já foram apontados o deputado Othelino Neto (PCdoB), presidente da Assembleia Legislativa e aliado linha de frente do pré-candidato do PDT; o secretário Felipe Camarão (PT), pré-candidato à Câmara Federal; e o deputado federal Zé Carlos Araújo (PT). Na aliança governista esse tema só entrará em pauta a partir do dia 31 de Janeiro, quando a candidatura ou as candidaturas do grupo ganharão força.
Enquanto não há definição, os nomes sugeridos para vice do pré-candidato Carlos Brandão vão ganhando espaço nos bastidores da corrida sucessória e fora deles. Isso porque, como já foi registrado inúmeras vezes, mas é sempre válido repetir, o companheiro de chapa do virtual candidato do PSDB terá uma condição diferenciada da dos demais. Explicação: Carlos Brandão disputará o Governo na condição de governador e candidato à reeleição. Isso quer dizer que, se ele for eleito, é quase certo que seu vice se tornará governador efetivo em abril de 2026, podendo, se quiser, ser candidato a governador em busca da reeleição. Vale lembrar ainda que, se reeleito, Carlos Brandão dificilmente permanecerá Governo até o fim, devendo renunciar em abril de 2026 para disputar vaga no Senado ou na Câmara Federal, a começar pelo fato de que não existe mais aposentadoria para ex-governador.
Os demais pré-candidatos visam eleger-se com direito a concorrer à reeleição em 2026, com perspectiva, portanto, de permanecer no comando do Estado até 2030.
Nesse contexto, na hipótese de um acordo em torno do atual vice-governador, que se tornará titular no dia 31 de Março, data em que o governador Flávio Dino renunciará para se tornar candidato ao Senado, o nome mais forte é mesmo o do deputado Othelino Neto. Ele pode ser candidato pelo PCdoB ou migrar para o PDT, para se tornar indicação desse partido para ser o companheiro de chapa de Carlos Brandão. Na hipótese de um acordo em favor do senador Weverton Rocha, Othelino Neto poderá ser indicado para a vaga de vice pelo PCdoB. O fato é que, pela estatura política que construiu com habilidade, o presidente da Assembleia Legislativa, que já foi sugerido pelo presidente do PCdoB, Márcio Jerry, tendo recusado sem dizer um “não” enfático, está no topo da lista para a vaga de vice de Carlos Brandão ou de Weverton Rocha.
O secretário Felipe Camarão figura em todas as listas de candidatáveis a vice-governador. Nome lembrado para entrar na briga por mandato eletivo desde que começou a ganhar prestígio como gestor responsável por uma guinada radical e bem-sucedida no sistema educacional do Maranhão, ocupou espaço importante no cenário da corrida sucessório. Primeiro se filiou ao PT aspirando vaga na Câmara Federal, deu uma guinada arrojada lançando-se pré-candidato a governador – tendo o aval de uma corrente mais independente do PT -, reavaliou suas chances e retornou à condição inicial de aspirante a deputado federal. Sua intensa movimentação acabou por credenciá-lo para a vaga de vice.
O deputado federal Zé Carlos Araújo vinha sendo lembrado muito discretamente, mas seu nome ganhou força nas últimas semanas do ano passado como uma opção do PT numa eventual aliança em torno de Carlos Brandão. Parlamentar sério, reconhecido pelas posições firmes e eficiência no exercício do mandato, o petista já sinalizou que está à disposição do partido.
É claro que outros nomes estão articulando e deverão emergir em pouco tempo no tabuleiro da corrida aos Leões. Terão de considerar o peso dos três já considerados.
PONTO & CONTRAPONTO
Com Covid-19, Weverton Rocha está isolado, mas trabalhando remotamente
Assim como acontece com o governador Flávio Dino, que administra sintomas leves causados pela Covid-19, permanecendo em atividade durante a quarentena, o senador Weverton Rocha também permanecerá ativo, trabalhando remotamente. Vacinado com duas doses, o senador vinha mantendo uma rotina de se submeter a teste a cada período de dez dias, e foi num desses exames de rotina que identificou a infecção. A condição de infectado obrigou Weverton Rocha a suspender sua intensa agenda de compromissos, que nesta semana estava voltada para o auxílio às vítimas das enchentes, principalmente as famílias desabrigadas. No campo político, o pré-candidato pedetista vai intensificar seus contatos e articulações também remotamente, já que a corrida sucessória na aliança governista caminha para uma definição, que deve ocorrer em 31 de Janeiro, daqui a três semanas, portanto.
Roberto Rocha prepara anúncio sobre partido e projeto eleitoral
Não é oficial: o senador Roberto Rocha estaria preparando o anúncio de sua migração partidária para até o final do mês. De acordo com a fonte da Coluna, o senador deve mesmo assinar ficha de filiação no PL, seguindo o presidente Jair Bolsonaro. O senador deve assumir o controle do partido em São Luís, sem interferir âmbito estadual, onde é controlado com mão de ferro pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho. A mesma fonte disse acreditar que, juntamente com o anúncio de sua nova condição partidária, o senador Roberto Rocha poderá anunciar também o seu projeto eleitoral, podendo se candidatar ao Governo do Estado ou à reeleição. Roberto Rocha teria descartado irreversivelmente uma eventual candidatura à Câmara Federal, para onde projeta a ida do filho, o engenheiro civil e ex-vereador de São Luís Roberto Rocha Jr.. Em Tempo: a fonte preferiu não se identificar.
São Luís, 06 de Janeiro de 2022.