Nomeado vice-líder do Governo, Jerry amplia espaço da bancada maranhense na Câmara Federal

Márcio Jerry, Pedro Lucas Fernandes, Rubens Júnior
e André Fufuca: destaques na bancada federal

A nomeação do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) para o posto de vice-líder do Governo manteve o espaço diferenciado de quatro integrantes da bancada maranhense na Câmara Federal. Ali já pontificam os deputados Pedro Lucas Fernandes, que assumiu há pouco a liderança da bancada do União Brasil; Rubens Jr. (PT), que é vice-líder do PT e um dos mais atuantes membros da bancada petista; e André Fufuca (PP), atual ministro do Esporte. Há tempos a representação maranhense na Câmara Baixa não tinha um número tão expressivo de parlamentares em postos importantes no Congresso Nacional, onde o senador Weverton Rocha ocupa a liderança do PDT na Casa.

Publicada na edição de ontem do Diário Oficial da União, a nomeação do deputado Márcio Jerry para vice-líder do Governo tem dois vieses. O primeiro é uma manifestação de reconhecimento do presidente Lula da Silva (PT) ao trabalho que o parlamentar vem realizando na defesa dos projetos e da imagem do Governo como líder da bancada do PCdoB. E o outro é o fato de ser Márcio Jerry um político de larga experiência nesse meio de campo, desde sua intensa atuação como líder estudantil, passando pelo assessoramento direto do prefeito de São Luís, Edivaldo Jr., entre 2012 e 2014, e o comando da campanha de Flávio Dino em 2014, e a direção das áreas de Comunicação Social, Articulação Política e Cidades no primeiro Governo dinista.

Eleito deputado federal em 2018, Márcio Jerry foi voz intensa e dura como opositor do Governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), conseguiu a reeleição em 2022 e passou a ser um dos esteios da bancada governista na Câmara Federal, com forte atuação no plenário e nas comissões da Câmara Federal. Ao nomeá-lo vice-líder do Governo, o presidente Lulas da Silva, que o tem como aliado fiel e da linha de frente, sinaliza claramente que o quer como um dos articuladores da base governista, e também como quadro talhado para o enfrentamento com a oposição.

– Recebo com responsabilidade essa missão (…). Vamos seguir firmes na construção de consensos e no diálogo democrático com todas as bancadas – declarou o parlamentar ao comentar a nomeação. Ele, que já foi líder do PCdoB, sabe exatamente o que deve fazer como vice-líder, que é substituir eventualmente o líder e ajuda-lo na articulação com outras bancadas e no diálogo – sempre muito difícil – com a oposição, principalmente em relação a temas que marcam as diferenças políticas e ideológicas.  

A rigor, como vice-líder o deputado Márcio Jerry vai dar continuidade, agora com mais intensidade e abrangência, ao trabalho que já vem realizando como integrante da base governista, que por ser minoritária, enfrenta enormes desafios para viabilizar os pleitos propostos pelo Palácio do Planalto ao Congresso Nacional. A isso se soma o fato de que um bom desempenho na vice-liderança pode ser decisivo para o seu projeto de reeleição em 2026.

Nesse trabalho, Márcio Jerry poderá, em algum momento, enfrentar o líder do União Brasil, deputado Pedro Lucas Fernandes, que abriu mão do Ministério das Comunicações para continuar na liderança do União Brasil, agora federado com o PP e que tende a se portar como oposição. E nessa atividade, o vice-líder terá a parceria de outro vice-líder governista, o deputado petista Rubens Jr., que vem sendo apontado pela sua competência parlamentar e o seu preparo técnico, fruto da sua sólida formação na área do Direito. Terá como aliado o ministro do Esporte André Fufuca, que pertence à ala da Federação PP/União Brasil identificada com o Governo e pretende permanecer no ministério até em 2025.

A atuação destacada dos quatro parlamentares não pode ser considerada como exceção. Afinal, a bancada maranhense na Câmara Federal conta com outros quadros diferenciados, como os deputados Duarte Jr. (PSB), que preside a comissão que cuida dos interesses de pessoas com deficiência, o deputado Hildo Rocha (MDB), conhecido pela sua produção legislativa, e o deputado Aluísio Mendes (Republicanos), pela sua forte atuação na seara oposicionista.

PONTO & CONTRAPONTO       

Yglésio Moises se lança ao Senado, mas sua meta verdadeira é não ficar sem mandato

Yglésio Moises: pré-candidato
a senador em 2026

Não surpreendeu o anúncio do deputado estadual Yglésio Moises (PRTB) se lançando pré-candidato ao Senado em 2026, na esteira dos números de uma pesquisa sobre a corrida senatorial feita nos quatro municípios de Upaon Açu, na qual ele aparece entre os cinco mais votados, alcançando até 20 pontos percentuais numa das quatro simulações em que foi incluído.

Um dos políticos mais inteligentes, ativos e controversos na sua geração, que nasceu no centro-esquerda como militante do PDT, Yglésio Moises, que está no segundo mandato, vem protagonizando a mais impressionante migração político-ideológica, deixando a seara esquerdista para se tornar um militante infatigável da direita radical, integrante destacado da corrente bolsonarista.

E nessa toada se tornou um crítico feroz do Supremo Tribunal Federal, partidário enfático da interpretação de que o 8 de janeiro de 2023 foi coisa de vândalos infiltrados e defendendo a mais pura inocência do ex-presidente Jair Bolsonaro na tentativa de golpe de estado, que para ele é apenas uma invenção da esquerda.

É com esse perfil que ele se lança pré-candidato ao Senado, atuando para ser escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro como o representante maior do bolsonarismo no Maranhão, rivalizando com o ex-senador Roberto Rocha (sem partido), que é candidato a governador, mas pode disputar a senatória.

Ele sabe que entre numa disputa com pouquíssimas chances de sucesso, à medida que na corrida às duas vagas de senador estão o governador Carlos Brandão, os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD), o ministro do Esporte André Fufuca (PP) e o ex-prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (Mobiliza).

Nesse contexto, uma verdade se impõe: o que realmente o deputado Yglésio Moises não quer é ficar sem mandato.

Braide mantém silêncio obstinado sobre pesquisas e corrida aos Leões

Eduardo Braide

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) tem no silêncio sobre seus próximos passos políticos uma das melhores e mais eficientes ferramentas da sua bem-sucedida carreira política. A atitude de se manter calado até onde a conveniência determina, independentemente do que está acontecendo à sua volta, chega a ser extremada.

Ele não deu uma palavra sequer sobre as oito pesquisas divulgadas nos últimos seis meses dando conta da sua indiscutível liderança nas preferências do eleitorado em relação à corrida ao Governo do Estado.

Nem o levantamento mais recente, do instituto Prever, sobre as tendências do eleitorado da Ilha de Upaon Açu, que o apontou com 74% das intenções de voto, nada menos que 67 pontos percentuais à frente do vice-governador Felipe Camarão, que recebeu sete pontos percentuais, o animou a comentar o cenário da corrida sucessória.

Há quem aposte que o prefeito de São Luís é candidato já decidido, mas que só falará sobre o assunto a partir de janeiro do ano que vem.

Em Tempo: a Coluna se congratula com todos os trabalhadores do Brasil, em especial os maranhenses.

São Luís, 1º de Maio de 2025.

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