Na guerra da comunicação, Bolsonaro erra feio, enquanto Dino e governadores jogam aberto e levam a melhor

 

Flávio Dino faz comunicação aberta e franca sobre coronavírus no Maranhão, assumindo o problema, enquanto Jair Bolsonaro tropeça na realidade e erra feio

Além de matar pessoas e assombrar a humanidade com sua expansão letal por todos os continentes, a pandemia do coronavírus está produzindo uma série de lições importantes, que certamente serão levadas em conta quando a sua onda tiver passado e a sociedade voltar à vida normal. Entre os ensinamentos está a reafirmação do poder da comunicação, que pode ser decisiva em qualquer situação, dependendo do uso que se faça dela e dos meios que a tornam mais eficiente. No Brasil, a pandemia gerou uma guerra de informação, tendo de um lado o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e seus conselheiros extremistas, contrários ao isolamento social total, sob o argumento de que a medida causará colapso na economia, e do outro os 27 governadores – um grupo politicamente heterogêneo – alinhados às orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda o isolamento social como a arma mais eficaz para barrar o avanço do coronavírus, cause o estrago que causar na economia.

O presidente defende o argumento nada científico de que o isolamento deve alcançar apenas idosos, e que os mais de 150 milhões de brasileiros economicamente ativos devem voltar ao trabalho e as crianças às escolas. Na contramão, os governadores, entre eles o maranhense Flávio Dino (PCdoB), adotaram, por decreto, o isolamento social nos seus estados, fechando temporariamente escolas e a suspendendo todas as atividades econômicas, exceto as essenciais.

Sem poder constitucional para impor sua vontade, mas com uma postura agressiva, já classificada de “irresponsável” por vozes de todo o mundo, o presidente Jair Bolsonaro continua tentando motivar aliados a quebrar as medidas de isolamento adotadas por decreto nos estados, nos quais não pode intervir, contrariando frontal e grosseiramente o grande esforço que está sendo feito pelo Ministério da Saúde. Da sua parte, diante da certeza de que estão no rumo certo, de acordo com as diretrizes da OMS, e com o apoio da esmagadora maioria da população, os governadores têm mantido legalmente as regras do isolamento, atitude que está produzindo resultados positivos no Brasil e no mundo.

Nessa guerra, a comunicação tem tido importância capital. Até ontem, o Ministério da Saúde vinha se comunicando aberta, direta, responsavelmente com a sociedade, por uma entrevista diária com a participação do ministro Luiz Henrique Mandetta e seus dois principais auxiliares, que não deixavam pergunta sem reposta, por mais incômoda que ela fosse. Transmitida ao vivo pelas redes de TV pagas e, às vezes, pelas TVs abertas, essa entrevista se tornou garantia de informação de qualidade e honesta sobre a pandemia no País. O presidente Jair Bolsonaro poderia ter assumido as rédeas da comunicação, tornando-se protagonista do processo, como fez o seu guru Donald Trump, nos EUA, que depois de bater no isolamento social, reconheceu a tragédia anunciada, empunhou a bandeira do isolamento e hoje abre as entrevistas na Casa Branca sobre o assunto. Mas preferiu outro caminho: visivelmente incomodado com o protagonismo do ministro da Saúde, mandou concentrar as informações no Palácio do Planalto e ordenou que a entrevista seja comandada pelo ministro da Casa Civil, o general Braga Neto, colocando o ministro da Saúde como coadjuvante.

Os governadores têm jogado aberto, concedendo entrevistas, respondendo a questionamentos incômodos, a provocações políticas, numa postura perfeitamente enquadrada no princípio democrático segundo o qual o jornalismo tem a função e o compromisso de garantir ao cidadão o direito de ser informado. No Maranhão, o governador Flávio Dino tem cumprido à risca uma boa e eficiente política de comunicação. Desde o início da crise, encampou as orientações da OMS, e chamou para si toda a responsabilidade pelas decisões e providências do seu Governo em relação à pandemia. Lidera as entrevistas, divulga as informações principais, se posiciona em relação às trombadas e derrapagens presidenciais, a quem faz críticas acerbas, não deixando qualquer dúvida sobre suas determinações, cabendo ao seu secretário de Saúde, Carlos Lula, a responsabilidade de cuidar das providências e prestar informações técnicas. Com isso, garante a regra universal da linguagem uniforme, que não permite contradições. Além disso, usa redes sociais com eficiência e inteligência, divulgando sem perda de tempo informações importantes sobre a pandemia.

Nessa guerra, os governadores estão levando a melhor em todos os sentidos, enquanto o presidente da República, já quase sem condições de voltar atrás, caminha com os próprios pés e por vontade própria na direção do limbo da História.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

A notícia falsa no tempo do cólera e a fake news no tempo do coronavírus

Não há dúvida que a notícia falsa, hoje batizada de “fake news”, inventada e disseminada de má fé nas redes sociais, é uma praga que, dependendo das circunstâncias, pode criar problemas graves e até mesmo desestabilizar políticas de interesses público, como é o caso da guerra contra o coronavírus. A falsa informação não é uma virose nova. A diferença é que agora ela é disseminada com mais frequência e rapidez nas entranhas sem fronteiras das redes sociais, causam danos mais rapidamente, embora se saiba que podem ter sua origem identificada. O exemplo maior dessa possibilidade de controle foi a decisão de twitter, facebook e instagram, as três maiores redes sociais do mundo, tiraram do ar mensagens do presidente Jair Bolsonaro por julgá-las nocivas na guerra contra o coronavírus.

Na primeira metade dos anos 90 do século passado, o Brasil foi invadido pelo cólera, um vírus antigo, que matara milhares em outros tempos, e que todos acreditavam estar extinto. A virose começou no continente africano, viajou de navio e de avião para o continente americano, desembarcando com força no Brasil e países vizinhos. Sua disseminação em território brasileiro foi rápida, causou muita apreensão e algumas mortes, não passando de uma epidemia efêmera. Em São Luís, houve momentos em que as emissoras de rádio entraram em polvorosa, sucumbindo à ação de sádicos, que por meio de telefonemas anônimos para as emissoras, davam conta de falsos casos de cólera em diferentes bairros. Sem meios para checar tais informações, equipes se deslocavam, para descobrir logo que se tratava de trote. O então secretário de Saúde, o médico timonense João Bosco Rego, viveu momentos dramáticos por conta do sadismo criminoso da notícia falsa.

Felizmente, o cólera era um “bandido virótico” fichado pela infectologia nacional e foi debelado rapidamente, causando mais tensão social que mortes. Bem diferente da situação atual, na qual a humanidade está enfrentando um inimigo desconhecido e muito perigoso, o que torna notícia falsa sobre ele um crime grave.

 

TV Assembleia grava videoaulas para estudantes da rede pública de ensino

O professor André Luís grava aula de filosofia na TV Assembleia numa parceria firmada por Edwin Jinkings e Felipe Camarão, com o aval do presidente Othelino Neto

Uma iniciativa de primeira linha no combate ao coronavírus: a TV Assembleia (canal aberto digital 51.2/ 17 TVN) iniciou ontem (30) a veiculação das primeiras videoaulas produzidas para as redes públicas estadual e municipais de ensino, destinadas a garantir a continuidade do processo de aprendizagem dos alunos e a produtividade dos professores durante a quarentena escolar preventiva à covid-19. As videoaulas são os primeiros frutos de uma parceria inteligente entre a Assembleia Legislativa e o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
As videoaulas garantirão que os conteúdos curriculares do ensino fundamental e ensino médio serão veiculados, diariamente, pela TV Assembleia, Rádio Alema (www.radioalema.com) e Rádio Timbira 1290 AM, durante o período de suspensão das aulas. A TV Assembleia está veiculando as aulas das 8h às 10h15, com reprise das 13h45 às 16h. Já as audioaulas estão sendo transmitidas pela Rádio Timbira, das 16h às 18h. Vale destacar que todo o conteúdo ficará disponível para acesso, por meio do YouTube, nos canais TV Assembleia Maranhão, GovernoMA, Seduc Maranhão e TV Timbira.

A parceria Alema/Seduc foi alinhavada sexta-feira (27), em reunião no Palácio Manoel Beckman entre o secretário estadual de Educação, Felipe Camarão, e o diretor de Comunicação da Assembleia Legislativa, jornalista Edwin Jinkings, com o aval do presidente do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB). Durante a reunião, Felipe Camarão e Edwin Jinkings trocaram impressões sobre o uso da tecnologia da comunicação numa situação como essa, concordando que a estrutura do Centro de Comunicação do Poder Legislativo pode prestar um inestimável aos estudantes da rede pública, justificando a parceria proposta pelo secretário de Educação e aceita pelo Diretor de Comunicação.

Avalista entusiasmado da parceria, o presidente Othelino Neto avaliou a iniciativa: “É uma colaboração muito importante para que os alunos, que infelizmente não estão podendo frequentar as escolas em razão da pandemia do coronavírus, possam ter acesso ao conteúdo e, assim, a comunidade escolar permaneça mobilizada, fazendo com que os prejuízos sejam menores”.

Felipe Camarão agradeceu o Legislativo por disponibilizar a estrutura do Complexo de Comunicação para a gravação das videoaulas, “agradecendo imensamente a todos os deputados estaduais, na pessoa do presidente Othelino, que, mais uma vez, demonstra o seu espírito público, trabalhando, efetivamente, em benefício do povo do Maranhão”. Ao que Edwin Jinkings respondeu: “Estamos todos empenhados em colaborar, da melhor forma possível”.

São Luís, 31 de Março de 2020.

Um comentário sobre “Na guerra da comunicação, Bolsonaro erra feio, enquanto Dino e governadores jogam aberto e levam a melhor

  1. Sendo neófito na política e coisas da política eu acho lamentável que em tempos como esses em que esforços por parte dos dirigentes do país tenha que ser feitos em prol da população, o que a gente vê são políticos sem escrúpulos, cínicos e egoístas tirando proveito da situação para se enaltecerem e se promoverem perante o público. Para isso eles fazem uso do talento de jornalistas versáteis que vendem seus talentos para corroborar com a falta de escrúpulos dos políticos que levantam, irresponsavelmente, uma celeuma contra o presidente Jair Bolsonaro, que tenta a todo custo se livrar das mazelas de 16 anos no poder de ignaros e oportunistas, políticos que desdenhavam e se locupletavam da nossa pátria. Lamentável.

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