Membros da nova geração de políticos maranhenses, Alberto Filho e André Fufuca entram na contramão a favor de Eduardo Cunha

 

 

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Alberto Filho e André Fufuca: a favor de Eduardo Cunha

Por caminhos diversos, os deputados federais Alberto Filho (PMDB) e André Fufuca (PP) entraram na contramão da História, ao vivo e a cores, no Conselho de Ética da Câmara Federal, ao votarem contra o parecer que pede a cassação do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O resultado da votação garantiu a aprovação do parecer, que agora passará pela Comissão de Constituição e Justiça para, finalmente, ser votado pelo plenário, onde se receber 257 votos a favor, confirmará a cassação de Eduardo Cunha. Reconhecidos como integrantes da “tropa de choque” do deputado fluminense, Alberto Filho e André Fufuca usaram rigorosamente o mesmo discurso, segundo o qual eles não viram no parecer a prova material ou documental de que Eduardo Cunha tenha contas no exterior, especialmente na Suíça, mesmo diante de um sem números de documentos e confirmações  de que tais contas existem e movimentaram milhões de dólares de origem suja. Os dois jovens deputados maranhenses causaram a impressão de que ensaiaram as suas respostas.

Nas suas declarações de voto, o pemedebista Alberto Filho e o pepista André Fufuca foram acompanhados de perto pelo deputado Carlos Marum (PMDB-MT), o mais destacado e atuante líder da tropa que segue fielmente a orientação de Eduardo Cunha na Câmara Federal. Tanto que Marum tinha Alberto Filho à sua direita e André Fufuca à sua esquerda, como se estivesse dedicando cuidados especiais aos dois jovens parlamentares. Quando votaram, primeiro Alberto Filho e segundo André Fufuca, a impressão que causaram foi a de que prestavam contas ao seu tutor, o deputado Carlos Marum, que acompanhou atentamente o discurso de cada um. Alberto Filho e André Fufuca votaram sem emoção, parecendo estar ali para cumprir uma tarefa, e nada mais, não transparecendo qualquer traço do entusiasmo que naturalmente se espera de um jovem num embate político tão intenso e tão decisivo.

A devoção de Alberto Filho e a de André Fufuca por Eduardo Cunha têm explicações diferentes. Alberto Filho é do PMDB, defendia, portanto, um colega de partido. Mas a motivação vai bem mais além e se consolidou quando o deputado de Bacabal chegou à Câmara para o seu segundo mandato, depois de um duro e complicado embate no tapetão judicial com o ex-prefeito de Porto Franco e ex-deputado estadual Deoclídes Macedo (PDT), ganhou o direito de assumir o mandato, que já estava sendo exercido pelo adversário. A posse de Alberto Filho dependeria de alguns procedimentos formais, mas Eduardo Cunha o jovem colega pemedebista sob a sua proteção, agilizou o processo e lhe deu posse em tempo recorde, tirando de Deoclídes Macedo qualquer chance de retornar à Casa. Desde então, Alberto Filho faz parte do grupo identificado como a “Turma do Cunha”.

Com André Fufuca o processo foi mais complicado, mas resultou igualmente numa fidelidade surpreendente do parlamentar de Alto Alegre do Pindaré para com o colega fluminense. André Fufuca chegou à Câmara Federal para ser uma das estrelas do PEN, partido que, com o ele, estreava na Câmara. Atento e seguindo as orientações do pai, o ex-prefeito de Alto Alegre do Pindaré e ex-deputado estadual Fufuca Dantas, o jovem parlamentar foi seduzido pelo movimento que levou Eduardo Cunha à presidência da Câmara numa vitória espetacular depois de um embate em que o pemedebista enfrentou a força do PT e do Palácio do Planalto. Desde então, André Fufuca se vinculou fortemente ao presidente à “Turma do Cunha”, tornando-se um dos mais próximos e ativos integrantes. Já no primeiro semestre de 2015, foi compensado com a presidência da CPI da Prótese, que o tirou do anonimato e lhe deu visibilidade por algumas semanas. Mais recentemente, a influência de Cunha foi decisiva na operação que defenestrou o 1º vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão, do comando do PP no Maranhão para entregá-lo a André Fufuca, que deixou o PEM e agora dá as cartas no partido.

A decisão de ontem funcionou como uma bomba bunker de Cunha na Câmara Federal e certamente teve impacto muito forte no grupo que segue sua orientação. Não é possível prever o tamanho do estrago que a virtual cassação do deputado Eduardo Cunha causará na trajetória dos dois jovens parlamentares, que num novo cenário terá de reorientar suas caminhadas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Sarney livre do risco de prisão
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Sarney livre da ameaça de prisão, e junto com ele Renan e Jucá

O ex-presidente José Sarney não será preso. Nem ele nem os senadores Renan Calheiros, presidente do Senado e do Congresso Nacional, e Romero Jucá. A decisão foi tomada ontem pelo ministro-relator da Lava Jato Teori Zavaski, que não acatou o pedido nesse sentido formulado pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot. Os três foram acusados de tramar para criar obstáculos para a Operação Lava Jato, segundo a interpretação dada pelo procurador geral Rodrigo Janot às gravações de conversa com eles feitas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que informou, em delação premiada, que conseguiu R$ 70 milhões de um esquema de corrupção na estatal para o caixa dois para campanhas eleitorais. Na sua decisão, o ministro Teori Zavaski jogou por terra o argumento do procurador geral de que Sarney, Renan e Jucá estariam tramando contra a Lava Jato, observando que não viu nada de trama nas gravações, mas apenas conversas sérias, mas travadas em circunstâncias especiais e que, por isso, não podem ser interpretadas como um complô contra a Operação Lava Jato. Daí não ter autorizado também busca e apreensão nas residências dos três. Em: o ministro-relator considerou que, mesmo que tenham dito coisas graves, o conjunto do que foi dito não caracteriza uma trama. São muitas as interpretações para a decisão do ministro Teori Zavaski, sendo uma das mais correntes é a de que ele não acredita numa conspiração encabeçada pelo ex-presidente José Sarney. Tem fundamento, porque, por mais antipatia que possa ter pela Lava Jato, Sarney jamais entraria num enfrentamento direto, mesmo subterrâneo, contra um processo tão expressivo e exposto. A decisão foi uma pancada do açodamento do procurador geral da República, que jamais vai admitir, mas neste caso ele se precipitou, forçou a barra e, por isso mesmo, pisou feio na bola. O desfecho vai frustrar muitos que apostaram alto que a velha raposa – que caiu feito pato na armadilha do “mostro moral” Sérgio Machado – ficaria preso em casa usando uma tornozeleira. Difícil visualizar o ex-presidente da República com tal adereço. E tudo indica que, mesmo machucado e com alguns problemas para resolver, o ex-presidente vai alimentar a dignidade, a vaidade e a liturgia.

 

Coutinho lidera grupo e vai à PM pedir mais segurança nas bases
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Rigo Teles, Paulo Neto, Humberto Coutinho, coronel pereira e Alexandre Almeida: reunidos no comando da PM por mais por mais segurança para suas regiões

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Humberto Coutinho (PDT), continua dando demonstrações de que o cargo não lhe sobe à cabeça e que ele está sempre aberto a participar de situações que envolvem deputados, mas que raros foram os presidentes que vivenciaram. Uma dessas situações aconteceu ontem, quando ele, juntamente com os deputados Rigo Teles (PV), Alexandre Almeida (PSD) e Paulo Neto (PSDB), esteve no Comando Geral da Polícia Militar do Maranhão, para solicitar ao comandante da corporação, coronel Pereira, reforço na área de Segurança Pública nas cidades e regiões em que atuam. Sem usar a sua condição de chefe do Poder Legislativo, mas atuando como representante parlamentar de uma expressiva fatia do eleitorado estadual, o deputado Humberto Coutinho relatou a boa vontade do comandante geral da PMMA em solucionar os problemas apresentados pelo grupo de parlamentares. “Os deputados estão preocupados com suas cidades e regiões por conta da violência e aqui fomos muito bem atendidos pelo coronel Pereira, que se dispôs a atender o que foi solicitado”, assinalou o presidente da Alema.

O deputado Alexandre Almeida pediu mais atenção para o município de Timon que, segundo ele, por ficar próximo Teresina (PI), tem sofrido com o aumento do índice de criminalidades. O aumento de viaturas e uma melhoria no orçamento do batalhão seriam as soluções apresentadas pelo parlamentar ao comandante. Alexandre reivindicou também a instalação do sistema de videomonitoramento no município. “Uma ferramenta como essa, com certeza, ajudaria no combate à violência, dando agilidade ao trabalho da polícia”, enfatizou.

Já o deputado Rigo Teles solicitou um Posto Militar ou uma Companhia para o bairro Altamira, de Barra do Corda, mais precisamente onde o Governo do Estado está construindo a MA-272, que liga o município a Fernando Falcão. Além disso, Rigo Teles quer o aumento de viaturas na cidade e região. “Barra do Corda não é uma cidade violenta, mas é preciso prevenir. Então, acho necessário o aumento das viaturas a fim de garantir a segurança da população”, disse.

O coronel Pereira se dispôs a atender as solicitações para servir e aquilo que nós pudermos adequar e implantar, nós faremos. E destacou que o Comando está de portas abertas para atender as necessidades da sociedade maranhense.

 

São Luís, 14 de Junho de 2016.

 

 

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