
Ricardo Rios, Francisco Nagib, Leandro Bello e Wellington do Curso (Independente)
vem sendo rebatida pelos governistas Neto Evangelista, Ricardo Arruda, Yglésio
Moises, Antônio Pereira, Ana do Gás, Florêncio Neto, Cláudia Coutinho, Davi
Brandão, Viviane Silva e Adelmo Soares na Assembleia Legislativa
Os embates entre dinistas e brandonistas na Assembleia Legislativa, como o que aconteceu ontem, em que os primeiros atacaram forte, mas foram rebatidos com chumbo grosso por um batalhão de brandonistas, que contra-atacou apresentando uma série robusta de resultados do Governo Brandão, num movimento bem sincronizado. Esses confrontos verbais se intensificaram nas últimas semanas, com os dinistas coordenados pelo deputado Carlos Lula (ainda no PSB) e estimulados pelo deputado Othelino Neto (Solidariedade) fazendo uma série de ataques ao Governo e ao governador Carlos Brandão (PSB); e os brandonistas, comandados pelo líder governista Neto Evangelista (União), rebatendo as investidas. Esse “bateu, levou” revelou uma situação além das diferenças entre dissidentes e governistas: o silêncio da maioria, que não toma partido. Ali, enquanto oito vozes dissidentes formam o batalhão que critica o Governo, entre sete e dez governistas se revezam na defesa, às vezes atuando em bloco, como ontem, sem que outros deputados entrem no embate. Cerca de 25 parlamentares permanecem distantes dos confrontos.
Na linha de ataque, além de Carlos Lula e Francisco Nagib do PSB, estão Rodrigo Lago, Júlio Mendonça e Ricardo Rios, do PCdoB, e Leandro Bello, do Podemos, que também o grupo dinista. O campo de defesa é liderado por Neto Evangelista, do União Brasil, que faz parte da base alinhada ao Palácio dos Leões, além de Antônio Pereira (PSB), Ricardo Arruda (MDB), Florêncio Neto, Davi Brandão e Adelmo Soares, do PSB governista; e um grupo disperso, sem liderança, formado por Yglésio Moises (PRTB), Mical Damasceno (PSD), Cláudia Coutinho (PDT) e Ana do Gás (PCdoB). Entre os dois grupos, o deputado Wellington do Curso (Novo) faz uma oposição meramente crítica ao Governo.
O plenário da Assembleia Legislativa é dominado por uma maioria silenciosa, que reúne deputados de diferentes grupos e orientações políticas, uns fazendo oposição pontual, como Fabiana Vilar, que comanda a bancada do PL, e outros declarando eventualmente apoio ao Governo, caso do deputado Osmar Filho (PDT). Essa maioria, na qual estão os parlamentares mais experientes – alguns nitidamente simpáticos ao Governo e outros nem tanto -, constitui um grupão que, agindo no todo ou em parte, pode formar maiorias inesperadas e tomar decisões absolutamente surpreendentes. Essas maiorias avassaladoras geralmente se formam na aprovação de projetos de interesse do Governo, mas também pode atuar em sentido contrário.
O melhor e mais contundente exemplo dessa maioria silenciosa foi a eleição para a presidência da Casa realizada em 13 de novembro do ano passado, numa disputa entre a presidente Iracema Vale (PSB) e o deputado Othelino Neto (SD), que resultou num inesperado e espantoso empate de 21 votos a 21, quando a expectativa era a de que a presidente seria reeleita com maioria folgada de pelo menos uma dezena de votos. A presidente foi reeleita pelo critério regimental da maior idade.
O resultado da eleição presidencial, no qual a maioria silenciosa da Casa se dividiu, se deu em dois escrutínios, e o resultado foi o mesmo, mostrando que a maioria silenciosa da Assembleia Legislativa pode até se dividir em grupos rigidamente posicionados. E essa indefinição nada garante, embora a maioria formal dos 42 deputados se diga posicionada em alinhamento total com o Palácio dos Leões.
O confronto diário, e cada vez mais acirrado, como o desta terça-feira, entre dissidentes e governistas, sem que o número de deputados envolvidos permaneça o mesmo, indica que a maioria silenciosa da Assembleia Legislativa ainda não se posicionou. Alguns dos deputados dessa maioria podem até jurar alinhamento com o Governo, mas não há garantia de que esse apoio se confirmará numa situação política extrema, como a corrida prévia à sucessão entre o vice-governador Felipe Camarão (PT) e o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB). Nenhuma lista de deputados aliados e adversários de um ou de outro será rigorosamente fiel.
O confronto aberto entre dissidentes e governistas até aqui não revelou o que pensa a maioria da Assembleia Legislativa sobre essa situação. Mas em algum momento de agora por diante ela se manifestará, direta ou indiretamente.
PONTO & CONTRAPONTO
Visita de cortesia do comando do PL a Felipe Camarão foi gesto de apoio político

de Maranhãozinho e Hélio Soares
No intenso e surpreendente jogo de demonstração de força política que acontece nas duas bandas da base partidária agora dividida entre dinistas e brandonistas, o governador em exercício Felipe Camarão (PT) mostrou ontem que começa, de fato, a montar o lastro da sua pré-candidatura ao receber, no Palácio dos Leões, a visita da cúpula estadual do PL, comandada pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho.
À frente de uma das maiores forças políticas e eleitorais do Maranhão, o grupo que foi ao encontro do governador em exercício expressou sua posição no cenário estadual.
Acompanharam Josimar de Maranhãozinho a deputada federal Detinha, os deputados estaduais Fabiana Vilar – que lidera o PL na Assembleia Legislativa – e Aluízio Santos, consorte da prefeita de Chapadinha, Belezinha (PL), o líder do PL na Câmara Municipal de São Luís, vereador Almir Júnior, e o presidente estadual do PL, ex-deputado estadual Hélio Soares.
O governador em exercício expressou clara satisfação com o encontro. “Dialogamos sobre políticas públicas e parcerias para o Maranhão, especialmente nas áreas de infraestrutura e saúde pública. Agradeço a visita”, declarou Felipe Camarão.
Num momento delicado e complicado da sua vida política e do seu projeto de candidatura à sucessão do governador Carlos Brandão (PSB), receber um gesto de apoio do comando do PL foi uma injeção de ânimo político.
E a explicação é simples: Josimar de Maranhãozinho e seu grupo representam quatro deputados federais, seis deputados estaduais, 40 prefeitos e um batalhão de vereadores espalhados nas mais diversas regiões do Maranhão.
Problemas municipais poderão ser debatidos com lastro na futura Assembleia Legislativa
A Assembleia Legislativa a ser eleita em 2026 poderá ter como um dos seus principais focos os problemas das grandes cidades do Maranhão. Isso porque o horizonte da disputa pelas cadeiras do parlamento estadual indica que ex-prefeitos de grandes municípios estão se preparando para brigar por elas.
Começa com o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (sem partido), que revelou na semana passada o seu projeto de ser deputado estadual, contando com prestígio da sua boa gestão de oito anos no comando da Capital.
Sebastião Madeira (PSDB), atual chefe da Casa Civil, pretende levar para a Assembleia Legislativa toda a experiência que acumulou ao comandar Imperatriz por dois mandatos, e tem na ponta da língua as respostas para os grandes problemas de uma cidade como a Princesa do Tocantins.
E Luciano Leitoa (PDT), que governou Timon também por dois mandatos consecutivos, conhece a fundo os principais problemas e sabe o que deve pleitear para o bem da cidade.
Vale acrescentar um detalhe importante: Holanda Jr., Sebastião Madeira e Luciano Leitoa foram deputados federais, sendo, portanto, conhecedores do que deve ser feito para chegar às fontes de recursos para os municípios.
São Luís, 04 de Junho de 2025.