Ao participarem, ontem, em São Paulo, do ato em que governadores, vice-governadores e senadores eleitos e reeleitos manifestaram pública e formalmente apoio ao ex-presidente Lula da Silva (PT) no 2º turno da eleição presidencial, o governador reeleito Carlos brandão (PSB) e o ex-governador e senador eleito Flávio Dino anunciaram um objetivo: lutar para aumentar de 68,84% para 80% dos votos válidos o tamanho da vitória do ex-presidente, também reduzindo o percentual do presidente Jair Bolsonaro, que foi de Lula (PT): 26,02% (983.861) dos votos válidos.
Todos os indicadores sugerem com clareza que, Lula da Silva será vitorioso também no 2º turno no Maranhão. O candidato do PT venceu praticamente em todos os municípios, tendo sido Imperatriz uma das raras exceções. A Coluna levantou a disputa em 10 dos maiores municípios maranhenses, onde o ex-presidente derrotou fragorosamente o presidente, obtendo uma média de seis contra três. Nesses municípios, a começar por São Luís, a única vitória de Jair Bolsonaro aconteceu em Imperatriz, o que não foi uma surpresa, já que ele vencera ali nos dois turnos da eleição de 2018 contra o petista Fernando Haddad.
Os resultados nesses municípios são os seguintes: São Luís: Lula 345.123 votos (56,50%) X Bolsonaro 210.140 votos (34,40%); Imperatriz: Bolsonaro: 70.830 votos (49,30%) X Lula 62.170 votos (43,28%); São José de Ribamar: Lula 56.572 votos (61,60%) X Bolsonaro 28.838 votos (31,40%); Timon: Lula 66.012 votos (71,05%) X Bolsonaro 21.167 votos (22,78%); Caxias: Lula 61.772 votos (74,13%) X Bolsonaro 16.986 votos (20,39%); Codó: Lula 40.773 votos (73,61%) X Bolsonaro 11.637 votos (21,01%); Bacabal: Lula 33.396 votos (64,48%) X Bolsonaro (PL): 16.084 votos (31,06%) e Santa Inês: Lula 29.412 votos (64,60%) X Bolsonaro 14.011 votos (30,77%).
Esses números se repetem, com pequenas variações, na esmagadora maioria dos demais municípios maranhenses, sugerindo que o quadro pode ser repetido ou que a vantagem pró-Lula da Silva pode ser alargada. E dependendo do esforço que for feito pelas forças lideradas pelo governador reeleito Carlos Brandão e pelo senador eleito Flávio Dino, o percentual pode chegar aos 80% pretendidos pela cúpula da campanha de Lula no Maranhão. Na manifestação de segunda-feira na Praça Deodoro, quando as forças pró-Lula largaram na busca de votos para o 2º turno, os líderes do movimento pediram empenho da militância para que atue com o objetivo de alcançar os 80% para o ex-presidente no Maranhão.
A vitória avassaladora do líder petista contra o “mito” da extrema-direita justifica o objetivo de aumentar o percentual. Há, porém, o fato de que as forças bolsonaristas vão usar todos os meios ao seu alcance para, pelo menos, repetir o resultado do 1º turno. Em São Luís, por exemplo, que ainda alimenta a “chama” de Ilha Rebelde, a expectativa era a de que Lula da Silva saísse das urnas com pelo menos 70%. Saiu com 56%. É bem verdade que Jair Bolsonaro saiu com 34%, mas poderá aumentar esse percentual com os votos de Simone Tebet (MDB), que já declarou apoio ao candidato petista, e Ciro Gomes, que vai seguir o PDT, que também se posicionou pró-Lula. Mas essa força não deve subestimar a disposição dos bolsonaristas para virar o jogo. Vale lembrar que Lahesio Bonfim, candidato do PSC, segundo colocado na corrida ao Governo do Estado, e o casal Josimar de Maranhãozinho e Detinha, são os campeões de voto e representam a nata do bolsonarismo no estado.
Se vieram a seguir as orientações dos seus líderes, lulista e bolsonaristas medirão forças para conseguir seus objetivos. E isso é politicamente saudável, desde que a violência não entre nesse campo de batalha onde as armas são as ideias.
PONTO & CONTRAPONTO
Ainda se busca explicação para a não reeleição de Bira do Pindaré
É visível o esforço, dentro e fora do PSB, em busca de explicações para o pífio desempenho eleitoral que levou à não reeleição do deputado federal Bira do Pindaré, presidente estadual do partido e seu líder mais recente na Câmara Baixa. Saído dos quadros do PT no movimento que ele, Domingos Dutra e outras lideranças por causa da aliança de Lula da Silva com o Grupo Sarney, Bira do Pindaré tocou seu projeto político dentro da mais nítida coerência de radical, não fazendo qualquer concessão para aquela aliança. Foi duas vezes deputado estadual, disputou a Prefeitura de São Luís, comandou a Secretaria de Ciência e Tecnologia, dando e decisivo pontapé inicial na implantação dos Iemas e desembarcou na Câmara Federal em 2029 como um quadro respeitado e atuante. Faz um mandato correto e eficiente como legislador e atuou fortemente no debate parlamentar, fazendo frente ao Governo do presidente Jair Bolsonaro. Fará muita falta, seja como apoiador de um provável Governo Lula, seja como uma voz na oposição ferrenha ao Governo de Jair Bolsonaro.
Não será surpresa se Lahesio vier a disputar a Prefeitura de Imperatriz
Por volta do mês de março, quando ele era ainda um pré-candidato sem eira nem beira e ainda em busca de um pouso partidário, a Coluna registrou que, caso não alcançasse o Governo do Estado, Lahesio Bonfim (PSC) tentaria mudar-se para Imperatriz e, se possível, disputar a Prefeitura de lá. Alguns desavisados criticaram o registro, fazendo uma série de objeções. Pois bem, o “Projeto Imperatriz” ganhou força com a vitória – prevista por alguns e impensável por outros – do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes na Princesa do Tocantins, onde ele bateu o governador Carlos Brandão e esmagou o senador Weverton Rocha. Ele próprio nada disse, mas uma fonte ligada a ele afirmou à Coluna que o projeto existe e pode ser tirado da gaveta.
São Luís, 06 de Outubro de 2022.
Ribamar, no caso do Bira do Pindaré a explicação é simples: FALTOU VOTO PARA O CANDIDATO.