Juscelino Filho é confirmado no comando do DEM; decisão da cúpula inviabiliza projeto de José Reinaldo

Juscelino Filho, Rodrigo Maia, Rogério Cafeteira e ACM Neto: resolvida a situação do DEM no Maranhão
Juscelino Filho, Rodrigo Maia, Rogério Cafeteira e ACM Neto: resolvida a situação do DEM no Maranhão depois de um longo período de incertezas e indefinições

A Executiva nacional do Democratas (DEM) bateu martelo, ontem, e confirmou que o braço do partido no Maranhão continuará sob o comando do deputado federal Juscelino Filho, concordando também que o partido permaneça na aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), e a decisão também funcionou como o tiro de misericórdia na pretensão do ex-governador e deputado federal José Reinado Tavares (sem partido) de vir a assumir o controle da agremiação e por ela se candidatar a senador. Com a batida de martelo, a direção partidária consolida o processo de ressureição do partido no Maranhão e fortalece a liderança do presidente Juscelino Filho, um parlamentar de primeiro mandato que vem surpreendendo o meio político com lances ousados e certeiros, entre eles o de tirar o DEM da gaveta e recolocá-lo na mesa das grandes decisões políticas. Ao mesmo tempo, a direção partidária fechou as portas do partido para o ex-governador José Reinaldo Tavares, eliminando qualquer possibilidade de ele ganhar a vaga de candidato do partido ao Senado.

A palavra final do comando do DEM sobre a situação do partido no Maranhão é o desfecho de dois movimentos. Um foi feito pelo deputado federal Juscelino Filho, em parceria com seu tio, o tarimbado deputado estadual Stênio Rezende, que resgataram um partido que se encontrava praticamente esquecido na gaveta do seu ex-presidente, ???? Guterres, um técnico com pretensões políticas e estreitamente ligado ao ex-deputado federal Clóvis Fecury, que detinha, de fato, o controle sobre a legenda. O outro movimento partiu do deputado federal José Reinaldo, que desgastado no PSB e em rota de colisão com o governador Flávio Dino, cometeu uma sucessão de equívocos, tentando por último assumir o controle do DEM para garantir sua candidatura ao Senado. Fez um jogo equivocado e perdeu, tendo agora duas semanas para decidir o seu futuro partidário.

Em busca de um partido forte – e provavelmente orientado por seu tio e seu pai, o ex-deputado estadual Juscelino Rezende, ambos políticos forjados numa guerra de décadas travada com o bandeira pelo controle de Vitorino Freire -, Juscelino Filho garimpou o até então esquecido DEM,  enfraquecido e sem maiores perspectivas. Ciente do poder de fogo da agremiação – expressivo tempo de rádio e TV, influência no Governo Michel Temer e Fundo Partidário gordo – o jovem parlamentar atropelou vários pretendentes, que acordaram tardiamente, e ganhou o comando do partido no Maranhão. Certo de que corria o risco de perder o controle da legenda para o ex-governador José Reinaldo, devido ao seu peso político e aos antecedentes como pefelista de proa em outros tempos, turbinou o partido com uma onda de filiações – Juscelino Filho firmou uma aliança com o governador Flávio e turbinou o partido com filiações que o tornaram o agremiação forte no cenário estadual: os deputados Rogério Cafeteira, Cabo Campos, Stênio Rezende e Neto Evangelista, já contando com o deputado  o prefeito Luis Fernando Silva (São José de Ribamar), e o secretário Felipe Camarão (Educação). O partido conta também com o experiente deputado Antônio Pereira. Sem esse ousado movimento político protagonizado pelo jovem deputado Juscelino Rezende, o DEM provavelmente ainda estaria esquecido numa gaveta.

A compensação pelo movimento ousado de Juscelino Filho e pela queda-de-braço com influente ex-governador José Reinaldo veio ontem, quando a Executiva nacional bateu martelo e o confirmou como chefe indiscutível do partido no Maranhão.

O ex-governador José Reinaldo apostou que teria o controle do DEM planejando que o partido poderia ser uma das plataformas para uma eventual candidatura do deputado estadual Eduardo Braide (PMN) ao Governo do Estado. A vantagem é que jogou aberto e limpo, medindo forças sem passar rasteira, perdendo o jogo por conta de lances equivocados, mas com dignidade. Agora, tem duas semanas para virar esse jogo e conseguir uma agremiação que lhe permita candidatar-se a senador ou tentar renovar o mandato de deputado federal. Uma das suas pouquíssimas opções será uma que diz rejeitar: ingressar no PSDB, candidatar-se ao Senado fazendo uma dobradinha com o senador Roberto Rocha.

Só dispõe de duas semanas para resolver.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Carlos Brandão é quase exceção num contexto em que vice é mais conspirador do que leal

Carlos Brandão e Carlos Brandão: relação de confiança e lealdade
Carlos Brandão e Carlos Brandão: relação de confiança e lealdade que será mantida

Num estado onde a regra é o Número 2 passar quatro anos conspirando contra o titular, ter um vice como Carlos Brandão (PRB) é um achado. O governador Flávio Dino considera-se um felizardo por ter um vice leal e que, ao contrário do que tem mostrado a História política recente do Maranhão, atua de maneira constante e disciplinada para dar suporte ao chefe, a ponto de ter sido transformado numa espécie de embaixador confiável e eficiente, que nos últimos três anos cumpriu à risca missões as mais diversas, principalmente nos campos econômico e institucional, dentro e fora do País. E por isso caminha para continuar no posto, com o direito de, na hipótese muito provável de o governador se reeleger, coroar sua carreira de vice tornando-se titular por alguns meses em 2022. A lealdade tem sido a marca do político Carlos Brandão, e isso ficou claro quando ele comandou a Casa Civil no Governo de José Reinaldo Tavares, por muitos considerado o seu tutor político.

Mas, num viés bem diferente do que rege a relação de Carlos Brandão com Flávio Dino, os vices das últimas quatro décadas foram fontes de problemas para o titular. O governador João Castelo (1979-1982) perdeu seu vice, o general Arthur Carvalho, em pouco tempo, governando com presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ivar Saldanha, que o substituiu. O governador Luis Rocha (1983-1987) governou quatro anos como se não tivesse vice, uma vez que João Rodolfo passou quatro anos confinados numa pequena sala em prédio na Praça João Lisboa, sendo tratado rigorosamente como um inimigo, tanto que não assumiu uma única vez. O governador Epitácio Cafeteira (1987-1990) governador medindo forças com o vice João Alberto, que queria ser útil, mas o titular fez de tudo para afastá-lo, e no final fez de tudo para impedir de João Alberto assumisse, mas ele levou a melhor. O governador Edison Lobão (1991-1994) governou sem problemas, já que o vice Ribamar Fiquene era seu amigo e partidário e não lhe criou nenhum problema. Roseana Sarney teve uma relação tensa, mas sem maiores problemas com seu vice José Reinaldo Tavares no primeiro mandato (1995-1999), e depois governou tranquila com João Alberto (2009-2011) e depois com apoio total do vice Washington Oliveira (2011-2014). O governador Jackson Lago (2007-2009) não teve problemas com seu vice, o pastor Luis Porto.

 

Othelino Neto adota a negociação para garantir que projetos classistas sejam aprovados sem pendências

Othelino Neto comanda reunião entre deputados e policiais para acertar pontos polêmicos de projeto
Othelino Neto comanda reunião entre o secretário Jefferson Portela e deputados e policiais para acertar pontos polêmicos de projeto que deve ser votado hoje na AL

Negociar o que for possível, para que projetos de interesse dos servidores públicos sejam votados sem conter itens que os inviabilizem no aspecto financeiro. Essa tem sido a linha de ação colocada em prática pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB). Nesse diapasão, ele tem conseguido, pela via da negociação, evitar que projetos sejam levados ao plenário com pendências insolúveis. Ontem, por exemplo, ele recebeu em audiência no início da tarde, o secretário de Segurança Pública do Estado, Jefferson Portela, delegados e outros representantes da Polícia Civil para discutir o projeto de Lei Nº 365/2017, de autoria do Poder Executivo, que altera a organização administrativa da instituição policial civil, numa série em que foram ouvidos também representantes de entidades de classe.

Nas reuniões, o presidente conduz as discussões, que são travadas por representantes classistas e líderes de bancada, de modo a que os entendimentos sejam os mais amplos possível. No caso do projeto discutido ontem, as conclusões acertadas garantiram que a matéria será votada na sessão de hoje.

“Foi mais uma reunião de trabalho. Como é um projeto de lei relativamente polêmico, nós tivemos mais uma reunião de trabalho  com a Secretaria de Segurança. Aprofundamos alguns temas e isso faz parte das nossas atribuições: ouvimos os representantes de classe e, amanhã, no plenário, os deputados vão apreciar  e vai prevalecer a maioria dos deputados, como assim deve ser  no regime democrático de direito”, disse Othelino Neto.
Argumentos

“Vim acompanhado dos delegados da Polícia Civil para demonstrar ao grupo de deputados os nossos argumentos e interpretações sobre o projeto 365/2017,  que tramita na Assembleia e trata da reorganização da Polícia Civil”, disse o secretário Jefferson Portela, acrescentando que a matéria contempla quatro aspectos que, na sua opinião, são fundamentais para a Polícia Civil.

São Luís, 21 de Março de 2018.

 

Um comentário sobre “Juscelino Filho é confirmado no comando do DEM; decisão da cúpula inviabiliza projeto de José Reinaldo

  1. Carlos Brandão um Vice “leal”, com muita habilidade contaste uma verdade e criaste uma cortina de fumaça para ocultar outras 2 verdades:

    1. Carlos Brandão está sendo desleal ao seu padrinho político Zé Reinaldo, do qual ele foi Chefe de Gabinete (enquanto ZR foi Vice) e Chefe da Casa Civil (qdo ZR foi Gov);
    ou seja
    2. Brandão é leal aos seus interesses e como sabe que quem comer fora do prato recebe sentença de morte no Grupo Flávio Dino… Daí a “lealdade”

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