Humberto Coutinho consolida liderança e chapa por ele encabeçada é eleita por unanimidade para comandar Alema no biênio 2017/2018

 

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Humberto Coutinho e seus liderados de Mesa : Othelino Neto , Fábio Macedo, Josemar de Maranhãozinho, Adriano Sarney, Ricardo Stênio Rezende, Zé Inácio e Nina Melo para o biênio 2017/2018, na Alema

Por 38 votos a zero e com 11 meses de antecedência, a Assembleia Legislativa elegeu ontem a Mesa Diretora que vai comandá-la no biênio 2017/2018. O presidente Humberto Coutinho (PDT), que conduziu o longo e exaustivo processo de negociações, foi reeleito, confirmando assim sua posição de líder inconteste do parlamento estadual e, ao mesmo tempo, de mais importante operador da sensível ponte política que liga os Poderes Legislativo e Executivo. Além do presidente, só o vice-presidente, deputado Othelino Neto (PCdoB), foi reeleito, sendo que seis dos sete demais cargos serão ocupados por parlamentares da nova geração: 2º vice-presidente: Fábio Macedo (PDT); 3º vice-presidente: Josimar de Maranhãozinho (PR); 4º vice-presidente: Adriano Sarney (PV); 1º secretário: Ricardo Rios (PEN); 2º secretário: Stênio Rezende (DEM); 3º secretário: Zé Inácio (PV); e 4º secretário: Nina Melo (PMDB). Foi uma eleição tranquila, fruto de um consenso construído à base de muitas horas de conversa, inúmeras reuniões, várias marchas e contramarchas; e, como não poderia deixar de ser, também produziu alguns projetos arquivados, um ensaio – que não vingou – para quebrar o acordão, além de um naco de insatisfação ali e um pote de mágoas acolá – nada que alguns dias e alguns afagos não resolvam.

Além do fato de que o processo foi antecipado em quase um ano, o que nada tem de anormal, já que as regras permitem, o grande diferencial dessa eleição foi a influência que nela teve a liderança do presidente Humberto Coutinho. A posição do deputado pedetista começou a ser construída em outubro de 2014, quando ele retornou à Casa entre os mais votados e sustentado por um lastro de quatro mandatos atrás, que lhe deram gás político suficiente para despontar, desde logo, como o nome certo para a presidência da Casa na atual legislatura. A impressão inicial ganhou consistência, de tal modo que sua primeira eleição só não se deu por consenso porque a deputada Andrea Murad (PMDB), por discordar da composição da Mesa, se lançou candidata a presidente.

Ao longo do primeiro ano de presidência do deputado Humberto Coutinho, a Assembleia Legislativa funcionou a todo vapor para atender às demandas legislativas do Governo comandado por Flávio Dino (PCdoB). Detentor de uma larga experiência, o presidente conduziu as muitas votações, usou seu prestígio político para evitar embargos e dificuldades às matérias que o Palácio dos Leões propôs para dar forma orgânica aos mecanismos legais que o governador Flávio Dino precisou para instrumentalizar o seu Governo. Foram muitos projetos de lei, algumas emendas à Constituição e um caminhão de Medidas Provisórias, que em alguns momentos exigiram esforço concentrado. Algumas dessas proposições tramitaram na Casa enfrentando nítida antipatia nas searas oposicionista e governista, obrigando a intervenção política do presidente no sentido de convencer – sempre na base da conversa – os resistentes a rever suas posições. Ano dos ajustes e de estreia de muitos deputados, o Poder Legislativo fechou 2015 com a pauta praticamente “zerada”, quase sem pendências na relação deputado-Governo, resultado de uma condução política firme e eficiente feita pelo presidente da Casa.

O bem sucedido comando Legislativo de Humberto Coutinho é fruto do que há de mais básico e, ao mesmo tempo, mais essencial na ação política: a conversa. Político nada afeito a grandes discursos nem a gestos exibicionistas, chegando ao ponto de ser excessivamente discreto, Coutinho comandou o primeiro ano da nova Assembleia Legislativa com a política fervilhando nos bastidores. Deu nova vida à conversa de pé de ouvido – “ao feijão com arroz”, como ele próprio define -, praticando a arte do convencimento à maneira das grandes raposas da política maranhense, como José Sarney e Alexandre Costa, para citar apenas dois azes dessa seara tão especial. E cumprindo uma regra que se impôs como um princípio: tratar seus colegas deputados como iguais, independente da sua coloração política e das suas posições em relação ao Governo. Tanto que ontem, no seu discurso de presidente reeleito e nas várias entrevistas que concedeu, repetiu a regra como um mantra, e, mais do que isso, reafirmando que continuará na mesma linha.

O presidente já reeleito da Assembleia Legislativa foi dormir ontem em estado de graça, satisfeito por haver alcançado mais um objetivo. Mas recolheu-se também consciente de que o Maranhão é parte de um país mergulhado em tensões políticas e que caminha aceleradamente para uma situação de impasse se a política não for praticada no sentido de conciliar. Humberto Coutinho avalia o cenário nacional como “gravíssimo”, mas manifesta convicção de que se o país for politicamente pacificado, “a situação da economia será resolvida bem rápido”. No Maranhão, o presidente reeleito da Assembleia Legislativa diz que o Estado encontra-se em boas mãos e que o governador Flávio Dino caminha para transformar o Maranhão, podendo para isso contar com o apoio da maioria que lhe segue no parlamento estadual.

A reeleição do presidente Humberto Coutinho foi festejada discretamente pelo Palácio dos Leões, que o tem na conta de seu mais importante aliado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Othelino Neto e Ricardo Rios foram os grandes destaques da eleição depois de Humberto Coutinho

Além da confirmação do poder de fogo político presidente Humberto Coutinho, a eleição da futura Mesa Diretora da Assembleia Legislativa destacou dois deputados.

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Othelino Neto reeleição foi objetivo alcançado

O primeiro: Othelino Neto (PCdoB), que se reelegeu 1º vice-presidente. Logo no início das conversas sobre a antecipação da eleição do comando da instituição legislativa, o deputado Othelino Neto não aparecia no tabuleiro cm alguma chance de ser reeleito. Mas ele definiu a reeleição como um objetivo a ser alcançado, certo de que ninguém ou quase ninguém quebraria lanças para ajudá-lo, o que o colocou diante do seguinte quadro: mergulhar a fundo numa campanha pessoal pedindo o voto de cada um dos colegas, pois sabia que se não o fizesse, dificilmente seria reeleito. Antes, ao longo do ano, o deputado comunista atuou como um vice-presidente correto e despretensioso, cumprindo à risca do que é conhecido como “expectativa de direito”, cumprindo as rápidas interinidades com correção exemplar. Foram exatamente sua postura no cargo e a campanha para conquistar os votos que lhe deram base para ganhar o apoio do Palácio dos Leões e o aval do presidente Humberto Coutinho. Sua reeleição, portanto, mais que uma vitória eleitoral no âmbito do parlamento, foi uma conquista muito comemorada.

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Ricardo Rios: salto para o centro

O segundo: Ricardo Rios (PEN), o mais jovem deputado da atual legislatura – tem 28 anos -, que de uma posição ainda discreta como marinheiro de primeira viagem, deu um salto político gigantesco e, contrariando todos  os prognósticos, foi parar na 1ª Secretaria da Mesa Diretora, o segundo cargo mais importante da estrutura orgânica do Poder Legislativo. Tecnicamente, o 1º secretário é o administrador da Casa, tendo sob sua responsabilidade toda a parte de serviços do Poder Legislativo. Filho de políticos cuja base está em Vitória do Mearim, o jovem e até pouco tempo discreto Ricardo Rios chegou ao cargo após uma série de marchas e contramarchas ocorridas ao longo das semanas em que os deputados intensificaram as articulações para a composição da chapa eleita nesta quinta-feira. No coando da 1ª Secretaria da Mesa, Ricardo Rios alcança com antecedência sua maturidade parlamentar, parecendo está apto para assumir e exercer a função. E com uma vantagem: tem ainda 11 meses para amadurecer muito mais na vida parlamentar.

 

Por motivos variados, quatro deputados não participaram da votação para eleger a futura Mesa

Quatro deputados não participaram da eleição de ontem na Assembleia Legislativa: César Pires (sem partido), Graça Paz (PSL), Edson Araújo (PSL) e Souza Neto (PROS). Nos bastidores, o comentário dominante que a ausência de César Pires foi uma forma de ele manifestar sua irritação por não ter recebido mais um mandato na Mesa da Casa. A deputada Graça Paz não compareceu porque exatamente na hora em que a Casa votava na chapa “União e Progresso”, ela se encontrava participando do sepultamento de uma pessoa da sua família – mas fez questão de ligar para o presidente Humberto Coutinho informando sobre sua ausência e declarando apoio total á chapa por ele liderada. O deputado Sousa Neto e seu colega Edson Araújo não justificaram suas ausências.

São Luís, 10 de Março de 2016.

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