Flávio Dino tem pela frente o desafio de montar a chapa de senador sem abrir uma crise na aliança que lidera

 

Flávio Dino terá de escolher dois entre Weverton Rocha, José Reinaldo, Eliziane Gama, Waldir Maranhão, Márcio Jardim e Hilton Gonçalo
Flávio Dino terá de escolher dois entre Weverton Rocha, José Reinaldo, Eliziane Gama, Waldir Maranhão, Márcio Jardim e Hilton Gonçalo para corrida ao Senado

Se, de fato, fechou questão na escolha do deputado federal Weverton Rocha (PDT) como um dos candidatos ao Senado na chapa que liderará como candidato à reeleição em 2018, o governador Flávio Dino (PCdoB) preencheu uma vaga de candidato, deixando para mais tarde, provavelmente depois do Carnaval do ano que vem, a nada fácil tarefa de escolher o segundo postulante. Ele tem à sua frente nada menos quatro opções, três viáveis, uma com feitio de incógnita e a quarta apenas uma incômoda e remota possibilidade: o ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares (que se encontra migrando do PSB para o DEM), a deputada federal Eliziane Gama (PPS), o deputado federal Waldir Maranhão (PTdoB), o ex-secretário de Estado de Esportes, Márcio Jardim (PT), e o prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (PCdoB), respectivamente. O governador terá de encontrar o ponto de equilíbrio da sua chapa ao escolher um desses nomes, já que no contexto da aliança partidária que lidera não existem outros nomes com peso político suficiente para encarar o desafio de enfrentar nas urnas pesos pesados da política como os já citados e o senador Edison Lobão (PMDB) e o deputado federal Sarney Filho (PV), atual ministro do Meio Ambiente, como seria o presidente da Assembleia Legislativa, Humberto Coutinho (PDT), se a saúde permitisse.

O ex-governador José Reinaldo Tavares tem um amplo e sólido lastro político e, segundo as pesquisas feitas até aqui, está entre os nomes com maior potencial eleitoral. É politicamente leal e correto com o governador, mas tem mostrado uma distância imensurável em relação aos caminhos a seguir no pleno nacional, alimentando assim uma linha de ação absolutamente incompatível da cultivada pelo Palácio dos Leões. Fora as coisas do Maranhão, José Reinaldo e Flávio Dino em nada coincidem em matéria programática e ideológica, pois enquanto o governador rejeita ou questiona as ações e propostas do Governo do presidente Michel Temer (PMDB), José Reinaldo atua na Câmara Federal estreitamente afinado com o Palácio do Planalto, votando sempre de acordo com o PMDB e o PSDB. Há, porém, aliados de ambos – como o prefeito de Tuntum e presidente da Famem, Cleomar Tema Cunha (PSB), por exemplo – trabalhando duro por uma conciliação, que começou a parecer possível nas últimas semanas.

A deputada Eliziane Gama parece a opção que mais agrada ao Palácio dos Leões. Ave solitária, que não faz parte de grupo, mas amealhou prestígio político surpreendente em três mandatos parlamentares, a ponto de ser hoje apontada nas pesquisas como o nome eleitoralmente mais forte no campo liderado pelo governador Flávio Dino, reunindo assim as condições de vir a ser a escolhida. O problema de Eliziane Gama é a inconsistência política, já que no plano nacional o seu partido, o PPS, é adversário do campo ao qual pertence o governador Flávio Dino e deve apoiar um candidato presidencial adversário do chefe do Executivo. Tal situação fragiliza a relação com o governador Flávio Dino, que parece simpatizar com o projeto senatorial da deputada, colocando-a numa posição privilegiada no contexto dos aspirantes que almejam se tornar senador. Eliziane pode se tornar candidata independente.

O deputado federal Waldir Maranhão entrou na corrida senatorial por uma série de acordos que firmou com o governador Flávio Dino, o ex-presidente Lula da Silva (PT) e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) quando esteve no comando da Câmara Federal. Sem espaço no PP, migrou para o PTdoB depois de perceber que, mesmo com o apoio de Lula, não teria espaço no PT. Continua mantendo um bom relacionamento com Flávio Dino, mas diante do fato de que o governador não o indicou para ser o segundo nome para senador na sua chapa, Waldir Maranhão tem dito e repetido a aliados que será candidato de qualquer maneira, com ou sem o aval do chefe do Executivo.

O surgimento do ex-secretário de Esportes, Marcio Jardim (PT) com 7% das intenções de voto entre os nomes citados na corrida senatorial o transformou numa possibilidade, que pode se tornar um projeto petista, ainda que dificilmente venha a ser o segundo nome do governador para completar a chapa majoritária. Por sua vez, o prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo, é, ao mesmo tempo, uma possibilidade remota e uma expectativa. Ele pertence ao PCdoB, mas seu discurso confronta fortemente o discurso do Palácio dos Leões, que o vê como um aliado incômodo e prestes a deixar o barco governista e associar-se politicamente ao deputado estadual Eduardo Braide (PMN), a quem apoiou em 2016 na corrida para a Prefeitura de São Luís.

Como se vê, o governador Flpavio Dino tem muito trabalho político pela frente, a começar pelo desafio de escolher dois candidatos a senador ser gerar uma crise que poderá ameaçar a estabilidade da aliança que lidera.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Assembleia Legislativa aprova mudança em regra de substituição e estanca crise

Roberto Costa teve Aval de Othelino Neto e Humberto Coutinho para propor a mudança
Roberto Costa teve Aval de Othelino Neto e Humberto Coutinho para fazer mudança

A aprovação, ontem, em 1º turno, do Projeto de Resolução Legislativa Nº 049/2017 sinalizou com clareza que a Assembleia Legislativa optou por destravar o processo de substituição de membros da Mesa Diretora em caso de vacância do cargo, evitando assim um confronto pelo poder no meio de uma corrida dos deputados pela reeleição. De autoria do deputado Roberto Costa (PMDB), que o apresentou de pleno acordo com o presidente Humberto Coutinho (PDT), afastado para tratamento de saúde, e com o vice-presidente no exercício da presidência, deputado Othelino Neto (PCdoB). Tomada em razão do estado de saúde do presidente Humberto Coutinho, que poderá retornar, mas também poderá se afastar em definitivo, caso suas dificuldades de saúde se prolonguem, a iniciativa de Roberto Costa simplifica a regra de substituição, instituindo que, em caso de vacância do cargo de presidente, em vez da realização de uma eleição para escolher o substituto, o vice-presidente assume a presidência automaticamente, abrindo caminho para que os demais membros da Mesa ascendam, de modo que o único cargo a vagar será o de 4º secretário, que será preenchido por eleição.

A nova regra evita que a Assembleia Legislativa instaure uma guerra pelo poder, como começou a ser desenhado quando a saúde do presidente Humberto Coutinho se agravou, tendo sua esposa, Cleide Coutinho, decidido a levá-lo para Caxias, onde está sendo tratado sem a pressão das visitas e dos acontecimentos políticos. Em meio à possibilidade de vacância do cargo de presidente, uns poucos deputados promoveram uma intensa, legítima, mas pouco ética, movimentação nos bastidores tentando definir uma candidatura para disputar o comando da Casa. A resistência física e moral do presidente Humberto Coutinho, o equilíbrio e a habilidade do presidente em exercício Othelino Neto e o tirocínio político do deputado Roberto Costa estancaram o clima de crise na raiz com a mudança da regra, que acabou aprovada pela maioria. E com isso o presidente Humberto Coutinho continua sua luta titânica contra um cruel processo infeccioso  e o presidente em exercício Othelino Neto segue em frente mantendo a Casa funcionando plenamente.

 

Assassinato de Nenzim causa forte impacto no meio político

Manoel Mariano: liderança política e negócios controiversos
Manoel Mariano: liderança política e negócios controversos

O Maranhão foi impactado ontem com a notícia do assassinato de Manoel Mariano de Souza, o Nenzim, empresário, pecuarista e político que governou Barra do Corda por três mandatos e cuja família se mantém nesse campo por meio do deputado estadual Rigo Teles (PV), que está no seu sétimo mandato. Manoel Mariano foi atingido por um tiro no pescoço quando se deslocava de Barra do Corda para a sua fazenda. Foi levado para o hospital, mas faleceu em seguida. O assassinato comoveu a cidade e a região central do Maranhão, onde o ex-prefeito era conhecido por sua liderança forte e pela fama de ser um homem de negócios que acumulou expressiva fortuna. O fato levou a Barra do Barra do Corda o secretário de Estado da Segurança Pública, Jefferson Portela, e uma equipe especial de delegados e agentes graduados para investigar o caso em busca dos criminosos.

Envolvido em negócios controversos e já tendo sido preso sob a acusação – não comprovada – de improbidade administrativa quando do prefeito de Barra do Corda, tendo inclusive sido preso pela Polícia Federal. Além do mais, um dos seus filhos, Pedro Teles, responde pela suspeita de ser o mandante de um assassinato. Por conta dessas situações, a Polícia trabalha com a certeza de que foi crime de encomenda, que será esclarecido mais cedo ou mais tarde.

O assassinato de Manoel Mariano causou forte impacto na seara política. O Governo do Estado se manifestou por meio da Secretaria de Segurança Pública, que divulgou nota lamentando o ocorrido e prometendo uma investigação ampla para solucionar o ato criminoso o mais rapidamente possível. Na Assembleia Legislativa, o plenário fez um minuto de silêncio em pesar pelo ocorrido, e o presidente em exercício Othelino Neto divulgou nota nesse sentido:

A Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão externa profundo pesar pelo falecimento do ex-prefeito de Barra do Corda e pai do deputado estadual Rigo Teles, Manoel Mariano de Sousa, mais conhecido como Nenzim. Ele foi alvejado por tiros, na manhã desta quarta-feira (6), na cidade de Barra do Corda.

Nenzim era considerado uma grande liderança política na região de Barra do Corda, cidade na qual foi eleito prefeito por três vezes, tendo deixado o último mandato em 2012.

No início da sessão desta quarta-feira, a Assembleia Legislativa solicitou, aos órgãos competentes, a imediata investigação deste bárbaro crime, ao tempo em que se solidariza com familiares, amigos e admiradores de Nenzim, e transmite as mais sinceras condolências por esta inestimável perda.

São Luís, 06 de dezembro de 2017

Deputado Othelino Neto
Presidente em exercício da Assembleia Legislativa do Maranhão

Na mesma linha, o presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), Cleomar Tema Cunha, também se manifestou com a seguinte nota de pesar:

A Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem) manifesta o mais profundo pesar pelo brutal assassinato de Manoel Mariano de Souza (Nenzim), ex-prefeito da cidade de Barra do Corda, pai do deputado estadual Rigo Teles e uma das mais expressivas lideranças daquela região.

Ao mesmo tempo em que se solidariza com a família do saudoso ex-prefeito, esta Federação  reivindica à Secretaria de Estado da Segurança Pública do Estado do Maranhão total empenho na elucidação do assassinato que deixou toda a sociedade maranhense chocada.

Prefeitos e ex-prefeitos maranhenses estão perplexos com o violento episódio, que deixa uma mancha de sangue na política do Maranhão.

São Luis, 06 de dezembro de 2017

Cleomar Tema Carvalho Cunha – Presidente

Até ontem à noite não havia novas informações sobre o caso e sobre o andamento das investigações.

São Luís, 06 de Dezembro de 2017.

2 comentários sobre “Flávio Dino tem pela frente o desafio de montar a chapa de senador sem abrir uma crise na aliança que lidera

  1. Creio que o amigo esteja meio atrasado nas informações a respeito das escolhas do gov Flávio Dino ao Senado, já alguns dias ele bateu o martelo como seu primeiro candidato o dep Weverton, o que na minha opnião achei acertado e tbm apoio como a melhor opção que temos p ocupar uma das cadeiras ao Senado, precisamos dessa renovação e além disso Weverton é a favor dos trabalhadores!

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