Embate entre Edivaldo Jr. X Eduardo Braide sai do campo das ideias e entra no terreno pantanoso da troca de acusação

 

 

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Edivaldo Jr. e Eduardo Braide: agora na troca de acusações 

Aconteceu o que observadores mais atentos já esperavam: o embate entre Edivaldo Jr. (PDT) e Eduardo Braide (PMN) na etapa final da disputa para a Prefeitura de São Luís sai do saudável campo das ideias e das propostas para entrar no pantanoso ambiente das acusações, onde, via de regra, são produzidos factóides. O assunto dominante agora é quem está apoiando quem, com Edivaldo Jr. afirmando que permanece no lado em que sempre esteve e Eduardo Braide enfatizando que faz uma caminhada do lado dele próprio, sem o apoio de ninguém, nem no 1º turno nem agora. E a pólvora que faltava para incendiar o cenário sucessório da Capital foi generosamente ofertada ontem pelo deputado Adriano Sarney (PV), que, num discurso extra pauta na Assembleia Legislativa, acusou o candidato do PMN de não falar a verdade quando afirma que não teve o apoio do Grupo Sarney no 1º turno. Braide reagiu dizendo que nunca escondeu que conversou com lideranças naquela etapa da eleição, mas que não fez acordo com ninguém. Na plateia, aliados de Edivaldo Jr., como os deputados Bira do Pindaré (PSB) e Othelino Neto (PCdoB) vibraram, rasgando elogios a Adriano Sarney.

Num movimento esquisito – a começar pelo fato de que Eduardo Braide estava ausente -, feito a pretexto de defender sua família e o PMDB, partido ao qual não pertence e cujo candidato não apoiou no 1º turno, Adriano Sarney fez o papel de advogado do diabo, acusando Eduardo Braide de “faltar com a verdade”, presenteou os aliados de Edivaldo Jr. ofereceu munição para que organizassem um ataque em bloco contra o candidato do PMN, insinuando que ele mentiu. A fala de Adriano Sarney foi tão bem recebida por aliados do candidato do PDT, que ganhou as redes sociais em alta velocidade e se espalhou como se se tratasse da injeção de ânimo que o poderoso e bem estruturado “Exército do 12” estava precisando para amenizar a pressão que o 33 vem fazendo sobre ele.

A origem do discurso do deputado Adriano Sarney está numa pergunta que Eduardo Braide respondeu em seu programa no horário eleitoral: “Você é sarneysista?” Ao que ele respondeu na bucha, sem pestanejar: “Não, não sou”. Isso incomodou a cúpula do Grupo Sarney, que saiu de posição aparentemente neutra na disputa. Em outra circunstância, perguntaram novamente a Braide sobre esses supostos pedidos de apoio. Ele respondeu que não tem apoio de ninguém, nem do PMDB nem do Grupo Sarney. A cúpula do partido não gostou. A consequência foi o discurso do deputado Adriano Sarney, que garantiu que o candidato do PMN o procurou; fora ao PMDB e se avistou com o senador João Alberto, e esteve na mansão do Calhau e conversara com a ex-governadora Roseana Sarney – tudo isso nas articulações para o 1º turno.

O resultado dessas investidas foi o seguinte: de Adriano Sarney, Braide ouviu um não, pois o partido, depois de esnobar o projeto da vereadora Rose Sales, decidiu apoiar a candidatura da deputada federal Eliziane Gama (PPS); do senador João Alberto, Braide ouviu que o PMDB já tinha um candidato, Fábio Câmara, que acabou em quito lugar; e da ex-governadora Roseana Sarney, nem um naco de apoio. O candidato do PMN seguiu seu caminho e, sem esses apoios, chegou aonde chegou, contrariando todas as expectativas. O fato de ter conversado com esses líderes não alterou sua relação com o sarneysismo. Se o Grupo lhe tivesse apoiado ele teria se tornado um sarneysista? Não. Eliziane Gama se tornou sarneysista por ter sido apoiada por Adriano Sarney e o PV? Não.

Até onde se sabe, a conversa é a base das relações políticas. Um exemplo: no final dos anos 90 do século passado, o então prefeito Jackson Lago e a então governadora Roseana Sarney construíram uma boa relação institucional, sem que ele tivesse aderido ao sarneysismo ou ela  embarcado no brizolismo.

O surpreendente discurso do deputado Adriano Sarney pareceu parte de uma ação bem articulada, Edivaldo Jr. abriu seu programa de ontem reagindo à afirmação de Braide de que ele estaria sendo apoiado pelo que Eduardo Braide o acusou de estar recebendo o apoio do Grupo Sarney por meio de um grupo de ex-candidatos a vereador pelo PMDB, ninguém de expressão no partido. E mostrou que tem um lado, que está com o governador Flávio Dino (PCdoB) e tem se dedicado “a combater o Grupo Sarney”.

A conclusão óbvia é, motivados pelas pesquisas do fim de semana que passou, que os dois candidatos tentam agora fragilizar um ao outro antes do debate do dia 28 na TV Mirante. Com uma diferença visível: Edivaldo Jr. conta com aliados que reagem por ele, como aconteceu ontem na Assembleia Legislativa, e com um bem treinado exército eletrônico, enquanto Eduardo Braide reage como se fosse um exército de um homem só, mantendo o discurso de que é independente.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Reação no ato

Ao tomar conhecimento do discurso do deputado Adriano Sarney, Eduardo Braide reagiu no ato, divulgando a seguinte nota:

Fico surpreso a cada dia com as tentativas de me atacarem politicamente. Nunca escondi de ninguém que conversei com lideranças políticas de São Luís do Estado. Isso faz parte da política, até porque um bom gestor precisa ter bons relacionamentos com quem pode ajudar a nossa cidade.

Ao fazer pronunciamento hoje na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Adriano Sarney poderia ter usado a mesma verdade para declarar o seu apoio ao meu adversário, fato já conhecido no meio político.

A postura do parlamentar só reforça que não fiz acordos ou conchavos para disputar a Prefeitura de São Luís desde o primeiro turno das eleições, quando tive somente 10 segundos de tempo de propaganda no Rádio e na TV. Reafirmo que sou independente e que a minha única aliança é com o povo, que espera essa postura no jeito de fazer politica.

Eduardo Braide

Candidato a prefeito de São Luís

 

Declaração de guerra

Mais tarde, no horário eleitoral na TV, o prefeito Edivaldo Jr. abriu seu programa com a seguinte declaração de guerra:

Dizem que na guerra e nas eleições a primeira vítima é a verdade.

Veja a que ponto o meu adversário chegou. Ele agora me acusa de ser apoiado pelo Grupo Sarney.

Faço um desafio a ele. Diga onde ele estava em 2014, quando eu apoiei o governador Flávio Dino contra o Grupo Sarney. Diga o que fez na Assembleia defendendo o Governo Roseana, quando eu não tinha nenhuma parceria com o Governo do Estado.

Eduardo, não ofenda a inteligência do eleitor. Você pode até não lembrar, mas a população não esqueceu.

 

São Luís, 18 de Outubro de 2016.

Um comentário sobre “Embate entre Edivaldo Jr. X Eduardo Braide sai do campo das ideias e entra no terreno pantanoso da troca de acusação

  1. A máscara começou a cair desse candidato mentiroso a mentira tem perna curta o povo de são Luís vai querer vota segui em frente não em um candidato de duas cara um verdadeiro farsante

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