A visita do governador Flávio Dino (PCdoB) ao ex-presidente Lula da Silva (PT), sexta-feira (31) em São Paulo, rascunhou o desenho de como serão os perfis dos principais político-partidários dos grupos no grande embate eleitoral agendado para daqui a 18 meses. Com a visita a Lula, com quem conversou sobre o cenário político brasileiro e as expectativas para o ano que vem, Flávio Dino consolidou, em caráter definitivo, sua opção por continuar militando na seara da esquerda democrática, em rigoroso contraponto ao seu provável principal adversário, a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), que já está posicionada ao lado do presidente Michel Temer (PMDB), com quem, revelou, tem conversado sobre o mesmo cenário, em busca de suporte para definir uma posição o mais breve possível. No âmbito da disputa majoritária, a terceira força, esta ainda imprecisa, mas em formação e tendo como referência o senador Roberto Rocha (PSB), é a única que ainda não tem o perfil alinhavado, porque o desenho depende de decisões a serem tomadas pela cúpula nacional da agremiação socialista.
O governador Flávio Dino não cogitou, em qualquer momento, romper com a sua plataforma partidária, ideológica e doutrinária, que tem o PDT e o PT como aliados preferenciais, avaliando a possibilidade de migrar para outra corrente. Sem titubear ou emitir qualquer sinal de dívida, se mantém onde sempre esteve, e cada vez mais convencido de que esse é o seu caminho, por não encontrar em outro, espaço para praticar uma visão política com viés social. Sabe que no Brasil contemporâneo as forças políticas majoritárias são de direita, algumas alcançando o centro e defendendo o liberalismo, com alguns extratos beirando a socialdemocracia, mas não além disso. A esquerda, por sua vez, tem um bom respaldo popular, mas sempre enfrentando enormes dificuldades para mobilizar numa mesma frente todos os seus segmentos, o que obriga os grupos com viabilidade política e eleitoral a buscar alianças mais à direita.
Com a reviravolta que culminou com o impeachment da presidente Dilma Rousseff e o consequente rompimento do PT com o PMDB, Flávio Dino estreita agora suas relações com a corrente petista, atraindo todos os grupos do partido para a sua aliança partidária. O encontro com Lula respalda a aliança já acertada no estado e sinaliza que os dois terão um discurso afinado na campanha de 2018, seja o ex-presidente candidato ao Planalto. Se Lula estiver na luta como candidato, será o melhor dos mundos para o governador Flávio Dino. E mesmo que o ex-presidente fique fora da corrida, certamente participará ativamente da campanha discursando forte na arena virtual. Por outro lado, o governador encontrará muitas dificuldades para segurar na sua aliança partidos como PSDB, PP, PR, PRB, SD, PSC, entre outros situados á direita.
Na hipótese, viável, de que saia para o embate com o governador Flávio Dino pelo Governo do Estado, a ex-governadora Roseana Sarney pilotará uma candidatura cujo perfil partidário será predominantemente de direita, partindo, é claro, do centro representado hoje pelo miolo do PMDB, que deve se aliar preferencialmente com o PSDB, PV, PSD, PRTB, PSDC, vários partidos hoje gravitando em torno do PCdoB e, numa hipótese real, o PPS, se essa agremiação mantiver aliança com o DEM e os tucanos. Roseana tem experiência e seu grupo tem tarimba suficiente para montar uma aliança que lhe dê o bem mais precioso de uma campanha eleitoral: tempo de TV. Para ela, o ideal será se o candidato for o presidente Michel Temer em busca da reeleição, mas se isso não for possível, que seja outro pemedebista ou até mesmo um tucano, desde que a aliança seja bem amarrada nos estados.
Roseana Sarney não tem interesse entrar numa disputa desse nível sem um suporte partidário forte e um candidato presidencial apenas para marcar posição. Sabe que se entrar contra Flávio Dino e Lula da Silva, enfrentará barra pesada durante a campanha, podendo ter seu discurso minado pelo que vier a dizer o ex-presidente, por isso torce para que Lula não seja candidato.
O perfil político e partidário da terceira via do senador Roberto Rocha só poderá ser desenhado depois de resolvidas as pendências dentro do PSB.
PONTO & CONTRAPONTO
Famem vai ao TCE e Tema Cunha alerta novos prefeitos para que não atrasem a entrega da prestação de contas
O novo comando da Famem deu mais um passo para tirar a entidade da letargia e transformá-la de fato numa porta-voz autorizada e atuante dos prefeitos nas suas relações com as instituições e a sociedade. Na sexta-feira (31), preocupado com a falta de experiência dos novos prefeitos, o presidente Tema Cunha foi ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) para saber a quantas anda a entrega, pelas Prefeituras, da primeira prestação de contas trimestral das gestões iniciadas em janeiro. Ali chegando, Tema Cunha recebeu do novo presidente do TCE, conselheiro Caldas Furtado, a informação de que até aquele dia, apenas 37 dos 217 prefeitos e 57 dos 217 presidentes de Câmaras haviam entregues suas prestações de contas. O próprio presidente da Corte de contas explicou que o número baixo é “tradição” faltando dois dias para o encerramento do prazo, uma vez que a esmagadora maioria dos prefeitos só entregam seus relatórios na “última hora”. Caldas Furtado informou ainda a Tema Cunha que uma equipe ficaria de plantão no final da semana, mas sabia que haveria mesmo a “tradicional” corrida nas últimas horas do prazo, que se encerra às 18 horas desta segunda-feira (03).
O presidente da Famem, que conhece bem o “fenômeno”, disparou um “alerta geral” aos seus colegas prefeitos no sentido de que agilizassem a entrega dos seus relatórios, de modo a não deixar para fazê-lo na undécima hora. Avaliou que providências do TCE no campo da informática facilitaram a entrega dos relatórios pelos prefeitos, que agora podem fazê-lo em CD ou em Pen-Drive, e não mais no calhamaço de papel de antes. Mas chamou a atenção dos prefeitos para recorram a todos os meios ao seu alcance para entregar as suas contas no prazo. Isso porque o atraso na entrega, além de criar problemas ao TCE, impõe a condição de inadimplência, o que significa encrencas graves na vida do prefeito faltoso e, por via de consequência, na sua administração, refletindo na qualidade dos serviços básicos prestados à população municipal.
“O Tribunal de Contas inovou com a prestação de contas digital, mas muitos dos nossos colegas que se elegeram pela primeira vez, podem enfrentar problemas. Nossa entidade está orientando a todos para que evitem deixar para última hora, ou mesmo que fiquem prejudicados se não entregarem essas prestações de contas”, ressaltou o líder municipalista, com a autoridade de quem já cumpriu quatro mandatos e está iniciando o quinto à frente da bem cuidada Prefeitura de Tuntum.
Chegou Página2. Seja bem vindo!
O mundo do jornalismo virtual do Maranhão ganha um novo espaço, o sítio de notícias Página2. Trata-se de uma iniciativa do experiente jornalista Jorge Vieira, um profissional de ponta na área de comunicação, que vem trilhando na vida política do Maranhão desde o início dos anos 80 do século passado, com larga e profícua passagem por O Imparcial, consolidando sua trajetória vinculado ao Jornal Pequeno, e como diretor de Comunicação da Assembleia Legislativa. Um dos pioneiros da blogosfera maranhense, Jorge Vieira estabeleceu sua participação nesse universo virtual, dando agora um passo mais audacioso e abrangente na formação do que pode de se tornar um grande portal de informação do Maranhão. Inicia com os pés no chão, sem muito alarde, dentro dos limites das suas condições, mas com entusiasmo suficiente para sinalizar que oferecerá no dia a dia uma fonte de informação honesta, com notícias corretas e de interesse público, com base num jornalismo honesto e com a independência possível num mercado tão marcado por contradições. Jorge Vieira achou por bem incluir, por sua livre e espontânea vontade, um link para a Coluna Repórter Tempo em área privilegiada destinada aos blogs, sem cobrar qualquer contrapartida. O fez ciente de que a Coluna faz um jornalismo independente, com o máximo possível de isenção, comentando fatos políticos dispensando tratamento decente e civilizado às suas personagens, independentemente das suas cores partidárias, dos seus vieses políticos e dos postulados ideológicos que professem, por entender que eles são líderes porque a sociedade os fez na esteira das liberdades democráticas. Repórter Tempo agradece o gesto e torce para que Página2 cresça e se consolide como um canal de informação importante e reconhecido pelo conteúdo.
São Luís, 01 de Abril de 2017.