Se seus adversários apostaram que no segundo mandato o governador Flávio Dino (PCdoB) seria intimidado e mergulharia no desânimo diante do cenário em que a política nacional deu uma guinada radical à extrema direita com a eleição de Jair Bolsonaro presidente da República, perderam a aposta. Mais animado politicamente, tendo assumido a linha de frente da Oposição ao novo poder central, o governador do Maranhão pisou no acelerador administrativo e fechou o primeiro ano do segundo mandato apontado como comandante do segundo Governo mais eficiente do País, tendo realizado nada menos que 70% das metas traçadas no programa de ação, de acordo com levantamento feito pelo G1, o portal de notícias do sistema Globo. O Governo do Maranhão ficou atrás apenas do Governo do Ceará, que conseguiu cumprir 74% das metas anunciadas. Com essa informação, Flávio Dino ganhou gás suficiente para turbinar sua gestão, dando continuidade aos programas de Governo, e intensificar sua ação política, que tem no plano maior uma eventual candidatura ao Palácio do Planalto.
Realizado desde o final de 2015, o levantamento do G1 avalia o cumprimento dos compromissos de campanha e das promessas feitas por cada governante antes de assumir o cargo. Os números anunciados nesta semana dizem respeito ao primeiro ano de mandato dos governadores eleitos ou reeleitos em 2018 e empossados em janeiro de 2019. O resultado obtido pelo Governo do Maranhão é melhor do que o alcançado no primeiro ano do primeiro mandato, em 2015, quando a eficiência fez com que o Governo realizasse 59% dos seus compromissos de campanha, tendo colocado o Maranhão na segunda posição.
A eficiência da atual gestão estadual não é uma ocorrência surpreendente e imprevista, mas o resultado de um conjunto de ações motivadas por decisões políticas cuidadosamente concebidas. No discurso de posse que fez na Assembleia Legislativa no dia 1º de janeiro de 2015, o governador Flávio Dino (PCdoB) assumiu, perante deputados, autoridades e convidados um compromisso muito claro e enfático: governar usando correta e honestamente os recursos públicos, de modo a realizar uma gestão que investisse em programas voltados para enfrentar e reduzir as desigualdades que maculam fortemente a estrutura social do Maranhão. Daí nasceram programas como Escola Digna, Iemas, Mais IDH, Mais Saúde, Mais Segurança, outros que encontrou já em andamento e que ampliou fortemente, como o Restaurante Popular, além de investimentos em infraestrutura e na cultura, entre outros de igual peso nas diversas áreas de alcance dos serviços públicos.
Os bons resultados alcançados pelo Governo do Maranhão são frutos do que pode ser definido como um princípio em forma de procedimento: a boa aplicação do dinheiro público. Nos seus cinco anos não veio à tona, nem como especulação, qualquer suspeita de desvio, desperdício ou outra distorção no uso dos recursos do contribuinte. Nos bastidores do Governo todos os ordenadores de despesas sabem que o governador é intolerante e implacável nesse campo, exercendo um controle férreo sobre compras, contratos e pagamentos. Parte das 12, 14 horas de trabalho diário é dedicada ao acompanhamento da situação financeira do Governo, informando-se permanentemente sobre o que tinha, o que entrou e o que saiu do caixa. Esse cuidado permanente lhe permitiu garantir o pagamento da folha de pessoal sem uma semana de atraso nos seus 60 meses de Governo, o que o tornou uma referência entre os governadores.
O levantamento feito pelo G1 chega num momento importante tanto no aspecto administrativo quanto no campo da política. Administrativamente, reforça a imagem de gestor eficiente que o governador Flávio Dino vem consolidando desde o primeiro levantamento, revelado no início de 2016. Já no campo político, reforça sua posição e sua influência no tabuleiro no tabuleiro onde se movem as pedras da política maranhense, situação que se reflete no cenário nacional, no qual muitos gestores são vistos como exemplos de fracasso.
PONTO & CONTRAPONTO
Edivaldo Holanda Júnior só vai tratar de sucessão depois do Carnaval
Uma decisão teria sido tomada no gabinete principal do Palácio de la Ravardière: o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) vai mesmo coordenar as articulações para a participação dos partidos aliados na corrida para a sua sucessão. Mas estaria decidido também a só entrar no cenário sucessório para valer depois do Carnaval, que terá seu ápice no dia 25 de fevereiro. Isso significa dizer que as definições só ocorrerão com a chegada das águas de março. O prefeito está no momento focado no programa de obras que pretende inaugurar até o final do ano, sendo que muitas delas – como a reforma da Praça da Bíblia, por exemplo – deverão ser entregues antes da folia momesca. Isso não significa dizer que Edivaldo Holanda Júnior esteja à margem da movimentação dentro e fora do seu partido na busca de candidatos. Há relatos de que ele tem conversado com o senador Weverton Rocha sobre a posição do PDT, mas nada que tenha resultado em definição. Portanto, mesmo considerando a imprevisibilidade da política, é quase certo que o prefeito só vai mesmo se manifestar sobre o assunto quando Momo partir.
Distância entre partidos da base mostra o tamanho da divisão do sarneysismo
A corrida à Prefeitura de São Luís vem mostrando o tamanho da divisão que torna quase impossível ao que restou do Grupo Sarney se juntar em torno de um projeto de candidatura. O MDB, sob o comando político do deputado Roberto Costa, caminha com os seus próprios pés e emite todos os sinais de que não quer conversa com a pré-candidatura do deputado estadual Adriano Sarney (PV), que também tem feito o mesmo em relação ao MDB. O deputado federal Edilázio Júnior, que controla o PSD no Maranhão, tem se mantido distante dos movimentos do MDB e da pré-candidatura de Adriano Sarney, dando a impressão de que só conversará com o PV depois de esgotar outras possibilidades. E, finalmente, o deputado Aluísio Mendes, agora no comando do PSC, nada disse ainda a respeito de como seu partido caminhará rumo ao Palácio de la Ravardière. E o que chama mais atenção é que a ex-governadora Roseana Sarney, que poderia articular uma frente com esses partidos, parece não ter qualquer interesse em assumir o desafio.
São Luís, 09 de Janeiro de 2020.