A pesquisa Escutec que investigou as tendências do eleitorado de São Luís no calor das convenções para a montagem de chapas apontou que de terceiro colocado há cerca de quatro meses, o prefeito Edivaldo Jr. (PDT), com 25,2% das intenções de voto, parece estar se consolidando como líder na corrida ao Palácio de la Ravardière. A mesma pesquisa mostra que a candidata do PPS, deputada federal Eliziane Gama, está com 21,8% das preferências dos eleitores, entrando numa zona cinzenta, empurrada, assim um processo inclemente e perigoso de emagrecimento. Encarnando o que alguns já identificam como terceira via, o candidato do PP, Wellington do Curso, aparece estacionada permanece firme e inabalável na terceira posição. O pelotão intermediário – Rose Sales (6,6%), Eduardo Braide (4,9%) e Fábio Câmara (4,3%) – sinaliza de que as chances de reação existem, mas não são as melhores. E o bloco da rabeira, formado pelos candidatos do PSTU, Cláudia Durans (0,4%), e do PSOL, Valdeny Barros (0,1), só vai figurar e pronunciar algumas frases de efeito durante a campanha eletrônica. É esse o cenário, que levando em conta as peças que a política costuma pregar em tempos de briga por votos – são mais de 600 mil disponíveis.
Se a pesquisa estiver correta – é muito provável que esteja pelo menos próxima da realidade -, o prefeito Edivaldo Jr. pode estar caminhando para renovar o mandato. Os números do Escutec dizem que ele lidera a corrida com folga maior do que a margem de erro (3%), o que nas avaliações rigorosamente estatísticas, configura uma vantagem que já dá sinais de consolidação e é muito difícil de reverter pelos demais concorrentes. Para alcançá-lo, Eliziane Gama terá de crescer quatro pontos percentuais sem que o prefeito acrescente um só ponto no seu balaio de intenções de voto. E para um candidato que começou com 56% e até agora só perdeu poder de fogo, a deputada do PPS não parece ter fôlego para esboçar tamanha reação. Para fazê-lo, terá que buscar votos nos 11% de indecisos ou tirar dos candidatos do pelotão intermediário, já que não tomará eleitores do prefeito nem do candidato do PP. A situação de Wellington do Curso, que nas as três últimas pesquisas aparece no patamar dos 18%, dando a impressão de haver esgotado o seu poder de crescimento.
Fator político
Numa avaliação mais ampla, a montagem definitiva das chapas sugere que a partir de agora o eleitorado deverá se definir de maneira mais clara e direta, já que fará suas escolhas sem a incômoda sombra da incerteza, principalmente no que diz respeito ao quem-é-quem no grande embate político que começa neste momento.
O prefeito Edivaldo Jr. vai para a campanha pedir votos como o candidato do governador Flávio Dino, mas o fato de compor chapa com um representante do PCdoB – o professor Júlio Pinheiros, um militante sindical com expressivo poder de fogo –, obriga o governador a reconhecê-lo, tornando inútil o discurso segundo o qual não se posicionará em São Luís por ter Eliziane Gama (PPS) e Wellington do Curso (PP) como seus aliados. A própria candidata do PPS não fala em público, mas em conversas reservadas, suas relações com Flávio Dino não são as mesmas de alguns meses atrás. Tanto que na falta de apoio dentro do grupão liderado por Dino, ela foi buscar reforço político e eleitoral no PV, que hoje é o mais expressivo braço do Grupo Sarney, uma espécie de neosarneysismo. O mesmo acontece com Wellington do Curso, que depois de se desdobrar em busca de um suporte no campo governista, lavou as mãos e juntou suas forças com o PSB, controlado pelo senador Roberto Rocha, que até as paredes do Palácio dos Leões sabem que não reza na cartilha do grupo liderado pelo PCdoB.
Nesse contexto, a movimentação dos candidatos é reflexo da guerra pelo poder travada entre os lideres que dão as cartas hoje na política do Maranhão, que envolve o governador Flávio Dino, o senador Roberto Rocha e as correntes que mantêm de pé o Grupo Sarney, sendo a mais destacada a liderada pelo senador João Alberto, que controla o PMDB, a começar por São Luís. O governador perdeu o argumento que o impedia de assumir a condição de eleitor aberto do prefeito. E a mesma situação senador Roberto Rocha, que por conta da aliança formal do PSB com o PP, assumiu a condição de aliado e apoiador de Wellington do Curso, que tem o vereador Roberto Rocha Jr. como vice. Não que exista uma guerra declarada entre Flávio Dino e Roberto Rocha, mas já é pública e notória a distância política que os separa.
As eleições municipais, a começar por São Luís, serão um grande teste de força política em que o governador Flávio Dino tentará ampliar a força do grupo político que líder. O senador Roberto Rocha tentará faze3r o mesmo, preparando assim para se candidatar a governador em 2018 ou 2022. Na terceira frente estão as forças que sobraram do Grupo Sarney, que tentam se reativar, que tentam sobreviver lançando candidato próprio, como Fábio Câmara (PMDB).
Em tempo: a pesquisa Escutec fi contratada pelo jornal O Estado do Maranhão e registradas na Justiça Eleitoral sob o nº 09198/2016.
PONTO & CONTRAPONTO
Roberto Costa candidato a prefeito em Bacabal
Um dos mais importantes quadros da nova geração de políticos maranhenses, o deputado estadual Roberto Costa está confirmado candidato do PMDB à Prefeitura de Bacabal, um dos 10 municípios mais importantes Sua candidatura foi formalizada no início da noite de sexta-feira (5) em concorrida e animada convenção do partido realizada no Clube Vanguarda, naquela cidade. Terá como candidato a vice-prefeito Almir Júnior (PSDB). Roberto Costa vai liderar uma coligação da qual fazem parte PSDB, Rede, PT, DEM e PV pelo menos cinco partidos – entre eles o PT e o PSDB – tendo com o adversário o ex-prefeito Zé Vieira (PP), que representa a velha guarda da política bacabalense e tem o apoio de um grupo articulado pelo deputado estadual Carlinhos Florêncio e o prefeito José Alberto, que não fez uma boa gestão e não teve suporte para pleitear a reeleição. Antes da convenção do PMDB, Roberto Costa travou vários embates políticos com seus adversários. O mais importante e tenso deles o tucano Almir Júnior, escolhido para ser candidato a vice na chapa do pemedebista. Numa articulação com o envolvendo as lideranças do PSDB no Maranhão, o deputado Carlinhos Florêncio (PHS), que é o coordenador político da candidatura de Zé Vieira, manobrou com o presidente estadual do PSDB, vice-governador Carlos Brandão, para intervir no ninho de Bacabal para inviabilizar a aliança com o PMDB. Brandão interveio no PSDB bacabalense e proibiu a aliança. Numa reação bem articulada, com o apoio efetivo do senador João Alberto (PMDB), Roberto Costa levou ao comando nacional dos tucanos e dele conseguiu uma reviravolta no PSDB de Bacabal, sacramentando assim Almir Júnior como seu companheiro de chapa. As pesquisas mais recentes dão larga vantagem ao agora candidato pemedebista, levando seus apoiadores a apostar alto na sua eleição. Roberto Costa faz política em Bacabal desde a juventude, ao lado do senador João Alberto, e capilarizou suas ações tanto na sede quanto no interior do município, tendo como resposta a maior votação para deputado estadual naquele colégio eleitoral. Confirmado candidato, o deputado Roberto Costa se prepara agora para iniciar sua campanha, que será embalada pelo slogan “A esperança do povo”.
Ildon Marques, Assis Ramos e Ribinha Cunha podem mudar tendência em Imperatriz
Três atos de grande expressão política e eleitoral formaram uma densa nuvem de incerteza e imprevisibilidade sobre a corrida para a prefeitura de Imperatriz, principalmente na área em que avança a candidatura de Rosângela Curado, embalada pela força do PDT, ao qual estão associados ao projeto PCdoB e PT. O primeiro foi a convenção do PSB que lançou a candidatura do ex-prefeito Ildon Marques, com o aval entusiasmado do senador Roberto Rocha. O segundo foi a convenção do PMDB que sacramentou a candidatura do delegado Assis ??? ao cargo de prefeito. E, finalmente, a confirmação da candidatura de Ribinha Cunha pelo PSC, como apoio decidido do prefeito Sebastião Madeira (PSDB). Muitos nçao acreditavam – entre estes os alguns apoiadores de Rosângela Curado – e tratavam de espalhar que Ildon Marques não seria candidato, por ter problemas com a Justiça e de ser, em tese, um ficha suja. Ele, porém, incentivado por Roberto Rocha e um grande número de apoiadores, bateu às portas da Justiça, fez consultas formais, e depois de uma série de iniciativas nessa área, chegou à conclusão de que pode, sim, ser candidato a prefeito, como foi candidato a deputado federal em 2014. Marques entra na disputa para de cara desbancar a candidata do PDT, estimulado por pesquisas que o apontam como líder nas preferências do eleitorado. Projeto concebido e incentivado pelo prefeito Sebastião Madeira, a candidatura de Ribinha Cunha funciona como um recado seu de que não está decadente no campo político e que tem muito gás para consumir. Madeira acredita que Ribinha Cunha poderá vir a ser um candidato competitivo.
São Luís, 06 de Agosto de 2016.