Dino, Roseana, Braide e Rocha fazem movimentos iniciais para consolidar suas candidaturas

 

Flávio Dino, Roseana Sarney, Eduardo Braide e Roberto Rocha: movimentos em direção às urnas
Flávio Dino, Roseana Sarney, Eduardo Braide e Roberto Rocha: movimentos em direção às urnas de outubro

O Governador Flávio Dino (PCdoB) intensifica as ações do seu Governo e as articulações políticas; a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) inicia em Porção de Pedras uma maratona de visitas políticas a três dezenas de municípios; o deputado Eduardo Braide (PMN) acelera os entendimentos para fechar uma aliança com o ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares (em processo de migração do PSB para o DEM); e o senador Roberto Rocha (PSDB) tenta se situar no cenário sucessório. Os três movimentos compõem o quadro real em que se desenvolve a corrida para o Palácio dos Leões, que parece caminhar mesmo para uma disputa envolvendo o governador comunista, a ex-governadora emedebista e o deputado pemenista. Tudo indica que a candidatura do ex-deputado Ricardo Murad (PTN) não se sustentará, e mesmo que venha a vingar não irá a lugar algum. No mais, outros aspirantes ao Governo, como Maura Jorge (Podemos) e Odivio Neto (PSOL), viverão no máximo uma boa experiência em marcar posição num pleito que certamente entrará para a História como um mais animados, tensos e politicamente importantes nos últimos tempos, porque poderá, ou não, colocar ponto final num longo ciclo da vida política maranhense.

Com o indiscutível cacife de favorito na corrida sucessória, o governador Flávio Dino vem mostrando bom senso e equilíbrio suficientes para manter a serenidade em refrear a empolgação e a precipitação, reafirmando sempre aos seus liderados que eleição só está ganha depois de anunciado o resultado das urnas. Dino tem sólida plataforma partidária, formada por PCdoB, PDT, PT e PRB, podendo ou não contar ainda com DEM, PP, PTB, PR e outros menores. As pesquisas feitas até aqui informaram que mais de 60% aprovam seu Governo e que 55%, em média, se disseram dispostos a lhe um segundo mandato. No plano nacional, conta com o apoio e o aval dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Lula da Silva, ambos do PT, e, claro, da pré-candidata do seu partido a presidente, a deputada gaúcha Manuela D`Ávila. Todos os sinais emitidos até agora dizem que seu cacife é sólido e que ele será um candidato muito difícil de ser batido.

A ex-governadora Roseana Sarney (MDB) é, de acordo com as pesquisas, o segundo nome mais forte na corrida ao Palácio dos Leões, mas até agora com percentuais bem inferiores aos do governador Flávio Dino, e a maior rejeição entre todos os nomes citados nos levantamentos. Ciente de que tem um grande desafio a vencer para ter chance nessa disputa, Roseana Sarney dá a largada na sua pré-campanha, realizando uma maratona de visitas políticas a 30 municípios, a partir de Porção de Pedras, na região central do Maranhão, sendo que a programação maior prevê sua passagem pelos 217 municípios até às vésperas das convenções por meio das quais os partidos definirão os seus candidatos. Ao final da maratona, uma o pesquisa avaliará o seu desempenho e dirá se ela deve ou não formalizar a sua candidatura. Em princípio, há uma nítida tendência no sentido de que Roseana Sarney entre na disputa, mas a palavra final ela só dará quando a cúpula nacional do MDB bater martelo em relação à corrida presidencial, lançando um candidato próprio – o presidente Michel Temer, por exemplo -, ou participando de uma aliança com o PSDB.

O deputado Eduardo Braide é ainda visto como uma incógnita na corrida ao Palácio dos Leões. Apontado no meio político como um nome com potencial para inverter o roteiro desenhado até aqui para as eleições de outubro, o deputado do PMN trabalha em busca de parceiros para uma aliança que lhe dê uma estrutura básica, algum tempo de televisão e aliados que o ajudem a capilarizar o seu nome em todas as regiões do Maranhão. No momento, o seu foco é fechar um acordo com o ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares, que perdeu de vez o PSB e tenta viabilizar sua candidatura a senador. Braide sabe que seu projeto é de altíssimo risco: se entrar para valer e sair por cima, tudo bem, entrará para a História como um fenômeno; mas se perder, amargará sua segunda derrota majoritária em apenas dois anos, e ficará sem mandato. Mantém no forno a candidatura para a Câmara Federal.

O senador Roberto Rocha está desembarcando de vez no cenário da corrida ao Governo estadual. E com a vantagem de quem tem um partido forte, o PSDB, e o aval da cúpula nacional dos tucanos. Pode, portanto, se candidatar sem maiores problemas, mas pode também abrir mão dessa candidatura e usar seu peso político e partidário numa aliança em torno de outro candidato, que pode ser Eduardo Braide ou Roseana Sarney. Roberto Rocha tem bem claro que se a opção for se candidatar, enfrentará uma parada dura, e dependerá muito da força do candidato do PSDB a presidente, provavelmente Geraldo Alckmin. Sabe também que, se optar por apoiar um dos candidatos, em especial Eduardo Braide, dará, sem dúvida, uma sacudida forte no roteiro da disputa.

É esse o cenário do momento de uma corrida com desfecho previsível devido à força política do favorito, mas que, como toda eleição, trem lá sua dose de imprevisibilidade.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lobão manda recado: “Temos certeza de uma vitória completa”.

Edison Lobão avisa que seu grupo está vindo para vencer as eleiççoes
Edison Lobão avisa que seu grupo está vindo para vencer as eleições

“Vamos às eleições para vencer”. Com essa declaração – dada em entrevista publicada na edição de ontem de O Imparcial e que pareceu uma resposta à provocação feita recentemente pelo secretário de Articulação Política e Comunicação, Márcio Jerry, que preside o PCdoB -, o senador Edison Lobão (MDB) confirmou sua candidatura à reeleição e jogou lenha na fogueira sucessória com o aviso tonitruante de que o Grupo Sarney vai jogar todo o seu peso no pleito de outubro. Político de primeiro time, com uma longa e vitoriosa carreira – foi deputado federal, governador, ministro de Estado e senador no quarto mandato -, Edison Lobão caminha para o fechamento da sua carreira. Na entrevista, Lobão fez um breve apanhado da sua carreira e fez questão de dizer que o seu grupo vai para a eleição “para vencer”, avaliando que “o atual quadro político favorece o nosso grupo e temos certeza de uma vitória completa”. Perguntado pelo repórter Paulo de Tarso Jr. o porquê de disputar mais uma eleição, Lobão jogou a modéstia para o alto e mostrou o seu lado raposa: “Quem decide o destino do político é o povo. Ninguém é candidato de si mesmo. E o que eu percebo no contato com as lideranças políticas e na análise das pesquisas de opinião é que o povo deseja a minha permanência no Senado”. Mais adiante, o senador disse que tem certeza da “vitória completa”, afirmando que, no seu entendimento, “o quadro político favorece nosso grupo”. Com a tarimba que lhe é peculiar, Edison Lobão usou a sua habilidade para evitar confrontos desnecessários quando lhe foi perguntado sobre o Governo Flávio Dino: “Quem vai julgar o atual Governo é o povo, que se manifestará livremente nas eleições”. Fez uma observação superficial sobre violência e saúde, e concluiu: “O povo já se deu cinta de que a atual administração não é aquela com a qual sonhou”. A entrevista passou ao largo de questões espinhosas como as acusações que o senador e ex-ministro enfrenta no pacote do Petrolão e da Lava Jato – contestou todas e nada contra ele foi comprovado até agora. A entrevista do senador Edison Lobão foi um aviso claro, principalmente para quem está na corrida ao Senado, de que, ao contrário do que muitos apostaram, ele está de pé e pronto para a guerra eleitoral.

Secretários preparam as gavetas para deixar cargos e correr por votos

Dentro de 20 dias – antes de terminar o mês de Março, portanto -, os integrantes da cúpula do Governo do Estado, a começar pelos secretários de Estado, interessados em disputar mandato eletivo nas eleições de Outubro devem deixar seus cargos. O aviso foi dado sexta-feira pelo próprio governador Flávio Dino, em ato político em Imperatriz que já avisou: não fará concessão a nenhum dos integrantes do primeiro escalão que já se movimente como pré-candidato.

Devem se desligar para brigar por votos os seguintes secretários: Márcio Jerry (Articulação Política e Comunicação), Marcelo Tavares (Casa Civil), Adelmo Soares (Agricultura Familiar), Simplício Araújo (Indústria e Comércio), Julião Amin (Trabalho e Emprego), Márcio Honaiser (Pesca e Agricultura), Marcelo Coelho (Meio Ambiente), Neto Evangelista (Desenvolvimento Social), Duarte Júnior (presidente Viva/Procon), Odair José (Presidente da Comissão de Licitação), Pedro Lucas Fernandes (Agência Metropolitana), entre outros ocupantes de cargos comissionados.

São Luís, 05 de Março de 2018.

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