Dino retoma agenda política nacional, defende construção de frente e amplia espaço para 2022

 

Flávio Dino em novo encontro com Fernando Henrique Cardoso, acompanhado de Eduardo Leite: retomada de agenda e ocupação de espaço com vistas a 2022

Depois do hiato causado pelos compromissos da virada do ano, o governador Flávio Dino (PCdoB) impulsionou, nos últimos dias, sua proposta de formação de uma frente que reúna partidos de centro e de esquerda – como PCdoB, DEM e PSB, por exemplo – para enfrentar a extrema-direita, hoje no poder, e recolocar o Brasil no eixo da democracia plena, sem os riscos de aventuras golpistas e autoritárias, nem assombrosas operetas neonazistas. Seu segundo encontro com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), agora na companhia do governador do Rio Grande do Sul, o tucano Eduardo Leite, reforça seu movimento, que se baseia na possibilidade de juntar contrários políticos, a exemplo do que acontece no Maranhão, onde o Governo do Estado tem a sustentação política de uma aliança que reúne nada menos que 16 partidos, sem a extrema-esquerda nem a extrema-direita. A proposta de Flávio Dino é bombardeada pelo PT, que apesar de aliado no Maranhão, dificulta o fortalecimento da iniciativa radicalizando na defesa da sua condição de protagonista, rejeitando qualquer movimento que não tenha o ex-presidente Lula da Silva ou um petista de proa como candidato a presidente.

O cenário político nacional para 2022 começa a ganhar um rascunho com alguma definição. Um dos traços é a movimentação nítida do presidente Jair Bolsonaro (que tenta criar um partido) para buscar a reeleição, num projeto que, mesmo prematuro, já é tido como irreversível, a menos que um desastre de proporções gigantescas atinja seu Governo e inviabilize seu objetivo. Outro: o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), não esconde seu projeto de disputar o Palácio do Planalto, o mesmo acontecendo com o governador de São Paulo, João Dória, que hoje dá as cartas no PSDB e não esconde que trem o Palácio do Planalto como foco. O ex-ministro Ciro Gomes, que se mantém em campanha como pré-candidato irredutível pelo PDT. E a candidatura do PT, que tem como protagonista o ex-presidente Lula da Silva, monitorada por   aspirantes como o governador baiano Rui Costa, que se coloca como alternativa ao chefe maior dentro do PT.

O governador Flávio Dino movimenta-se nesse contexto de projetos presidenciais em plena montagem, mas apesar disso, conseguindo ampliar a cada dia o espaço em que é reconhecido como um político qualificado, com um nível de preparo acima da média e cacifado por um Governo que se destaca em todas as áreas. Mais do que isso, começa efetivamente a ser visto como um político diferenciado que, sem abrir mão dos seus conceitos, prega a união das esquerdas e, a partir dela, a construção de uma grande aliança com partidos de centro e centro-direita. Não em razão de conveniências pontuais, mas em torno de um projeto que leve o Brasil a uma democracia social efetiva e não ao liberalismo cruento em implantação acelerada pelo atual Governo.

Flávio Dino tem usado todos os canais e todas as oportunidades para alimentar sua pregação a favor da união das esquerdas e, mais do que isso, pela formação de uma ampla frente que agregue o centro e o centro-direita. Tem sido incansável em conceder entrevistas aos grandes veículos de comunicação, na participação de atos, fóruns e movimentos pró-democracia, falando para as plateias mais diversificadas, para as quais analisa o Brasil, aponta problemas e contradições e apresenta soluções, sem posar de salvador da pátria. Cumpre uma agenda que nenhum outro líder político em ascensão no País vem cumprindo, sem comprometer o ritmo da sua gestão, que evolui sem traumas, apesar da crise, produzindo resultados surpreendente que a diferenciam das demais de todo o País.

No ritmo que vai, o governador do Maranhão poderá até não vir a ser candidato a presidente da República. Mas hoje ninguém duvida de que no campo das esquerdas nenhuma decisão sobre a sucessão presidencial de 2022 será tomada sem tê-lo como um dos principais avalistas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Rocha descarta Wellington por ver mais futuro numa aliança Podemos/PSDB

Roberto Rocha descarta Wellington do Curso por enxergar mais futuro numa aliança com Eduardo Braide

Na nota em tratou da participação do PSDB na corrida à Prefeitura de São Luís, o senador Roberto Rocha, seu presidente, praticamente descartou a pré-candidatura do deputado Wellington do Curso. Ele admitiu que o caminho do partido poderá ser mesmo uma aliança com o Podemos em torno da candidatura do deputado federal Eduardo Braide, como vinha sendo especulado. Roberto Rocha explicou que a pré-candidatura de Wellington do Curso é um projeto pessoal, condição que não existe atualmente no PSDB. Com isso, o chefe maior dos tucanos inviabilizou o projeto de Wellington do Curso, que objetivava no mínimo alimentar o nome para tentar a reeleição para a Assembleia Legislativa em 2022. E foi além ao prever que o PSDB marchará com o Podemos. Nesse caso, o senador Roberto Rocha joga com o mais puro pragmatismo. Com boa dose de acerto, ele não vê futuro no projeto pessoal de Wellington do Curso numa corrida em que todas as forças políticas jogarão pesado em candidatos fortes. Já com Eduardo Braide, que até aqui lidera a corrida com folga, enxerga a possibilidade de retomar parte do poder em São Luís se conseguir montar uma aliança em que o PSDB indique o companheiro de chapa do candidato do Podemos. E Eduardo Braide parece inclinado a fazer essa dobradinha. Roberto Rocha tentará fazer a aliança com o Podemos convencendo Wellington do Curso a permanecer no PSDB. Mas se não houver um entendimento, não será surpresa se liberar o deputado para viabilizar sua candidatura por outro partido sem o risco de ficar sem mandato, como fez o PDT com o deputado estadual Yglésio Moisés. Vale aguardar o desfecho dessa novela tucana.

 

Disputa em São Luís terá recorde de candidatos

A corrida à Prefeitura de São Luís deverá entrar para a crônica da política maranhense como a que reunirá o maior número de candidatos. Para começar, o número de pré-candidatos já é um recorde: Eduardo Braide (Podemos), Rubens Júnior (PCdoB), Duarte Júnior (PCdoB), Bira do Pindaré (PSB), Neto Evangelista (DEM), Adriano Sarney (PV), Yglésio Moisés (sem partido), Carlos Madeira (Solidariedade), Tadeu Palácio (PSL), Wellington do Curso (PSDB), Jeisael Marx (Rede), Franklin Douglas (PSOL), Saulo Arcangeli (PSTU), Zé Carlos (PT) e Zé Inácio (PT). Faltam ainda definições no MDB, que aguarda a decisão da ex-governadora Roseana Sarney, e agora uma posição do Cidadania, partido da senadora Eliziane Gama e que deve anunciar um candidato nos próximos dias. Haverá naturalmente a depuração desse grupo, o plantel definitivo ficar com pelo menos 10 candidatos.

São Luís, 22 de Janeiro de 2020.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *