Dino manda recado defendendo aliança partidária e diálogo com “concessões recíprocas” sobre sucessão

 

Flávio Dino acredita num entendimento entre Carlos Brandão e Weverton Rocha sobre a sucessão estadual

“A História ensina: quando partidos progressistas se unem, o Brasil avança e a vida do povo melhora. Por isso, defendo que o nosso PSB caminhe junto com o PT, PCdoB e outros partidos aliados, o que depende de perseverança, diálogo e concessões recíprocas”. Elaborado como uma reflexão política, o recado foi mandado ontem pelo governador Flávio Dino (PSB) às lideranças do seu grupo partidários, aí incluídos os pré-candidatos ao Palácio dos Leões, o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o senador Weverton Rocha (PDT), e o secretário Simplício Araújo (SD). Com o lembrete, o governador deu uma mostra solar de que mantém de pé o propósito de manter a aliança partidária governista unida em torno de um candidato à sua sucessão. E no momento em que o vice-governador e o senador intensificam suas ações no sentido de consolidar os seus projetos de candidatura visando a decisão do final do mês.

Com seu recado, disparado via twitter no bojo de mensagens sobre como está enfrentando a Covid-19, o governador disparou contra dois alvos. O primeiro são os riscos de fragilização da aliança partidária governista por causa tensões causadas pelo embate entre os dois pré-candidatos. O outro é o risco de que esse embate produza o rompimento de relações partidárias hoje bem costuradas no campo progressista – daí seu apelo no sentido de que, independentemente de qualquer situação, PSB, PT e PCdoB e outros partidos desse campo se mantenham alinhados para vencer as eleições e assegurar a continuidade de políticas com foco social.

Em relação à corrida sucessória no seu campo político, o governador sinaliza mais uma vez que sua é esgotar todas as possibilidades de diálogo, “com concessões recíprocas”. Isso quer dizer que ele torce pela abertura de um canal de comunicação direta entre Weverton Rocha e Carlos Brandão. Ele os conhece muito bem e sabe que as diferentes visões e interesses políticos que os separam não são obstáculos suficientes para impedir um diálogo que, pela via das “concessões recíprocas”. O desarme sugerido pelo governador se explica pelo fato de que os dois pré-candidatos estão em condições de sustentar seus projetos e alimentar uma guerra dentro do grupo.

O vice-governador Carlos Brandão mantém sua pré-candidatura baseado no argumento segundo o qual é vice há sete anos, conhece a máquina e todas as ações do atual Governo, sabe o que fazer e será o governador com chance de ser reeleito para um só mandato, abrindo a estrada sucessória a quem interessar possa em 2026, contando para isso com o aval do governador Flávio Dino. Já conta com PSB, PCdoB, PSDB, Cidadania e PROS, sete deputados federais e 23 deputados estaduais e um número indefinido de prefeitos. O senador Weverton Rocha, por seu turno, está em campanha iniciando o quarto ano de um mandato senatorial de oito anos, fundamenta sua pré-candidatura com o argumento de que está preparado para um governo que vá além de onde chegou o atual, e estando também melhor situado nas pesquisas feitas até aqui. Para isso, conta com um senador, cinco deputados federais, cerca de 15 deputados estaduais e um contingente de pelo menos 60 prefeitos.

No seu recado de ontem, o governador Flávio Dino – mesmo tendo manifestado sua preferência pelo projeto do vice-governador Carlos Brandão, mas sem colocar em dúvida as qualidades do senador Weverton Rocha – produziu mais uma evidência de que, em que pesem as diferenças, acredita haver espaço e motivo de sobra para uma ampla negociação política madura e desarmada entre os dois pré-candidatos. E que resulte num grande acordo que mantenha sem ranhuras a aliança partidária que construiu em 2014 e manteve até agora.

De fato, até o final de Janeiro haverá espaço e tempo necessários para um entendimento ou para o racha que levará os dois a se enfrentar nas urnas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roseana e José Sarney mantêm silêncio sobre pré-candidatura de Simone Tebet ao Planalto

José Sarney e Roseana Sarney:  silêncio sobre Simone Tebet

Continua repercutindo nos bastidores da corrida ao Palácio do Planalto a distância e o silêncio que o ex-presidente José Sarney e a ex-governadora Roseana Sarney mantêm em relação à pré-candidatura da senadora mato-grossense Simone Tebet à presidência da República pelo MDB. Simone Tebet foi lançada oficialmente pré-candidata no início de dezembro, tendo o ato obtido expressiva repercussão no cenário político, inclusive por causa da ausência de vários caciques do MDB, como o senador alagoano Renan Calheiros e os Sarney, todos integrantes da Executiva nacional, sendo que José Sarney é o presidente de honra do partido.

Correm diferentes versões para o fato do ex-presidente e da ex-governadora adotarem a ostensiva atitude de ignorar a pré-candidatura de Simone Tebet, sendo a mais plausível a relação que ambos mantêm ainda com o presidente Lula da Silva, apesar de terem rompido com a presidente Dilma Rousseff (PT) e se engajado no movimento a favor do seu impeachment. Por iniciativa de Lula da Silva, os dois ex-presidentes e a ex-governadora se reaproximaram no ano passado, sem que a ferida do impeachment tenha sido fechada em alguns segmentos do PT.

O reatamento garantiu que Roseana Sarney e José Sarney apoiarão a candidatura do ex-presidente ao Planalto. E com um dado especial no Maranhão: o MDB pode pender para onde o ex-presidente Lula da Silva se inclinar na corrida ao Palácio dos Leões.

Vale aguardar.

 

Dino destaca Márcio Jerry para coordenar ações contra enchentes

Márcio Jerry na coordenação das ações dos bombeiros

O secretário de Cidades e Desenvolvimento Urbano, Márcio Jerry, coordenou ontem uma grande operação do Corpo de Bombeiros de auxílio a famílias atingidas por enchentes causadas pelas fortes chuvas que caíram em diferentes regiões do Maranhão. As equipes orientadas pelo comandante da guarnição, coronel/PM Célio Roberto de Araújo, atuaram na retirada de pessoas de pares de risco, distribuíram medicamentos e alimentos e monitoraram o nível dos principais rios do estado. Um dos centros da operação foi Mirador, onde a cheia do rio Itapecuru causou alagamento em vários pontos da cidade.

Márcio Jerry assumiu a coordenação a operação atendendo a uma determinação do governador Flávio Dino, que mesmo enfrentando Covid-19, acompanhou as medidas tomadas, tendo sido informado de cada ação.

Além de Mirador, os bombeiros atuaram em Imperatriz, onde o nível do rio Tocantins subiu nove metros, desabrigando mais de 100 famílias, que receberam assistência e alimentos. O Sistema Integrado de Informações sobre Desastres monitora a situação em Barra do Corda, Jatobá e Grajaú, que declararam situação de emergência, e em Itapecuru-Mirim, Coroatá, Pirapemas, Cantanhede, Santa Rita e Rosário, que se encontram sob estado de alertas por causa do rio Itapecuru. Os municípios de Trizidela do Vale e Pedreiras também se encontram no campo de observação dos bombeiros por ponta da elevação do nível do rio Mearim.

São Luís, 05 de Janeiro de 2022.

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