“Tem uma alta chance, uma vez que ele é uma pessoa com a qual tenho relação política e pessoal muito antiga. Está conosco há 6 anos. Provavelmente me desincompatibilizo em abril do ano que vem e ele assume o governo. Temos outros nomes no grupo, como o senador Weverton, que também postula. Entre julho e agosto farei conversa com os 14, 15 partidos que acho que ficarão conosco. Sem dúvida o Brandão é um ótimo nome e o fato de ele estar no PSDB fortalece o pleito dele. Eles me apoiaram em 2014, tenho um reconhecimento”.
Dada em entrevista ao jornalista Guilherme Waltenberg, do portal Poder 360, a declaração do governador Flávio Dino (PCdoB) sinalizando apoio ao projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) à sua sucessão inflou o cacife do seu vice, e colocou um ponto de equilíbrio no debate sucessório, que nos últimos dias fora intensificado com o posicionamento da senadora Eliziane Gama (Cidadania) e, logo em seguida, do PSB à pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT). Com a manifestação, expressada em resposta a uma pergunta direta sobre o assunto, o governador jogou aberto, não bateu martelo, mas deixou muito claro que está muito próximo ao projeto do seu vice, sem, porém, descartar de vez a possibilidade de vir a apoiar o senador pedetista. Antes de dar a martelada, ouvirá os 15 partidos da sua base.
Flávio Dino tem uma série de argumentos para justificar sua inclinação pelo projeto de candidatura de Carlos Brandão. Um exemplo: em 2006, Brandão, então candidato a deputado federal, abriu mão do apoio do Grupo Coutinho, em Caxias e adjacências, em favor de Dino, que se elegeu. Em 2014, ganhou o apoio do PSDB à sua candidatura ao Governo do Estado, tendo exatamente Brandão como vice. Agora, o PSDB volta ao comando do seu vice, que depois de seis anos de total alinhamento e indiscutível fidelidade ao Governo do PCdoB, se lança candidato à sua sucessão, tornando difícil negar-lhe apoio. Todos esses recados estão implícitos na declaração dada na entrevista de Sexta-Feira (9) ao Poder 360. Ou seja, o governador dificilmente deixará de apoiar o seu vice, que em todo esse período não cometeu nenhum ato falho e se manteve no limite das prerrogativas.
A declaração certamente causou forte impacto no QG do senador Weverton Rocha e no gabinete da senadora Eliziane Gama. No chefe pedetista porque, como disse recentemente o ex-governador José Reinaldo Tavares, se mantiver sua candidatura, Weverton Rocha terá de enfrentar dois governadores, o próprio Carlos Brandão, que concorrerá no cargo à reeleição, e Flávio Dino, que sairá candidato ao Senado com o prestígio político e a força eleitoral de governador. A senadora Eliziane Gama, por sua vez, poderá se dar conta de que se precipitou ao se posicionar com Weverton Rocha com tanta antecedência, sem levar em conta a movimentação do governador Flávio Dino.
A partir de agora, as peças do tabuleiro sucessório passarão a se mover com maior frequência e mais intensidade. Politicamente mais forte depois da declaração do governador Flávio Dino, o vice-governador Carlos Brandão deve continuar, agora com mais garra, articulando apoio ao seu projeto de candidatura entre vereadores, prefeitos, deputados estaduais e deputados federais. Weverton Rocha deve fazer o mesmo, e o fará com a vantagem de quem já conta com uma megaestrutura de rádio, TV e blogosfera trabalhando a seu favor, além de entidades corporativas, como a Famem, por exemplo, comandada pelo seu principal articulador, Erlânio Xavier (PDT). Será um embate titânico nos bastidores, envolvendo pré-candidatos, lideranças e partidários.
Por outro lado, mesmo com os dois pré-candidatos dando seguidas demonstrações de que seus projetos são irreversíveis, as piruetas que a política costuma dar recomendam que nada está definitivamente “amarrado”. Redefinições, meias-voltas ou caídas no real poderão acontecer e alterar radicalmente o cenário que está sendo desenhado até aqui.
PONTO & CONTRAPONTO
Weverton Rocha e Eliziane Gama manterão assinaturas pela CPI da Pandemia
O senador Weverton Rocha e a senadora Eliziane Gama estão entre os 32 membros da Câmara Alta quer assinaram o pedido de instalação da CPI da Pandemia, que por ordem judicial será instalada Terça-Feira, para iniciar os trabalhos de investigação das omissões do presidente Jair Bolsonaro e o Ministério da Saúde em relação ao alastramento do novo coronavírus, causando 13 milhões de infectados e nada menos que 351 mil portos. Se depender deles dois, a CPI vai funcionar, ao contrário do que pensa o terceiro senador maranhense, Roberto Rocha (???), que pelo seu alinhamento com o não assinou o requerimento e estaria disposto a trabalhar para convencer outros senadores que assinaram a retirarem suas assinaturas. Ninguém o atendeu.
Aluísio Mendes assume a liderança de bloco governistas com 32 deputados federais
Ativo na relação com os municípios que lhe deram voto e integrante esforçado da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o deputado federal Aluísio Mendes (PSC) aumentou várias vezes o seu cacife na Câmara Federal ao ser alçado à liderança do recém-criado bloco parlamentar formado por PSC, PROS e PTB, congregando 32 deputados. Como líder, ele terá voz e voto nas principais a serem tomadas na Câmara Federal e no Congresso Nacional.
Policial federal de carreira, ajudante-de-ordem do ex-presidente José Sarney (PDB) e secretário de Segurança Pública no Governo no último Governo der Roseana Sarney (MDB) – 2011-2014 -, Aluísio ganhou notoriedade por implantar o Grupo Tático Aéreo na Polícia do Maranhão. Entrou para a política em 2014, elegendo-se deputado federal pelo PRTB. Esteve no Avante e controlou o Podemos, que cedeu para Eduardo Braide, optando por entrar e se estabilizar no PSC.
Aluísio Mendes vinha participando do colégio de líderes exercendo a liderança do PSC, e agora reforça mais ainda sua posição ao assumir o comando do novo bloco parlamentar, tendo como um dos liderados ninguém menos que o suplente no exercício do mandato Gastão Vieira (PROS).
O líder do novo bloco explica que os três partidos se juntaram por “similaridades programáticas e o desejo de assumir protagonismo nas reformas. “São três legendas que possuem muito bem claro para si mesmas a defesa do Brasil. Junto a isso, a vontade de ajudar nas reformas que o país precisa para voltar aos trilhos. Nosso compromisso é com o Brasil”, explica.
Além da “defesa do Brasil”, o bloco parlamentar tem indicado que vai também defender o Governo do presidente Jair Bolsonaro, de quem tem sido um aliado fiel.
São Luís, 11 de Abril de 2021.