Decisão do Senado garante a Flávio Dino direito de pleitear a reeleição; governador pode disputar com Roseana Sarney ou Roberto Rocha

 

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Flávio Dino deve disputar reeleição com Roseana Sarney ou Roberto Rocha

 

A decisão do Senado da República de excluir do projeto que extingue de vez a reeleição do país os eleitos em 2014 e 2016 colocou ponto final e mandou para o espaço o pacote de dúvidas que vinham dificultando ao governador Flávio Dino (PCdoB) traçar o roteiro do seu futuro político para os próximos tempos. Com a medida, o governador poderá preparar tranquilamente o seu projeto de reeleição, enquanto que seus adversários, a começar pela ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), que apostaram todas as suas fichas na possibilidade de extinção total do direito de tentar renovar mandato executivo, estão agora obrigados a reavaliar seus projetos, diante do colossal obstáculo que é a candidatura natural do chefe do Governo a passar mais quatro anos residindo no Palácio dos Leões. A decisão da Câmara Alta reabre o tabuleiro onde se darão os movimentos com vistas à corrida para as duas vagas de senador, que passarão a ser o fofo central da grande disputa dentro dos mais diferentes grupos da situação e da oposição para 2018.

Com o direito garantido de concorrer à reeleição, o governador Flávio Dino ganha sinal verde para preparar seu grupo para a decisiva corrida eleitoral marcada para daqui a exatos 23 meses. No seu caso específico, ele respira com certa facilidade, pois não há no horizonte um nome com cacife para enfrentá-lo nas urnas. O projeto de candidatura que mais se aproxima dessa condição é o do senador Roberto Rocha (PSB), mas mesmo com a garantia de mais quatro anos como senador a partir de 2019, é improvável que o socialista crie uma situação que justifique lançar-se num embate direto contra o seu parceiro de eleição. Rocha tem inteligência política suficiente para avaliar que esse projeto só teria viabilidade em condições excepcionais, que pelo menos até aqui não aparecem no horizonte. Poderá até romper com o governador e liderar um movimento ou se juntar a um grupo adversário, mas com todo o zum-zum que o certa, o caminho, mais provável é que Roberto Rocha se mantenha ao lado de Flávio Dino como um aliado com expressivo grau de independência, de olho em 2020, quando ocorrerá sucessão na Prefeitura de São Luís e 2022, para a sucessão de Dino, caso ele seja reeleito em 2018.

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Humberto Coutinho, José Reinaldo Tavares, Weverton Rocha, João Alberto, Gastão Vieira e Sebastião Madeira: nomes para o Senado

Outro candidato para enfrentar Flávio Dino em 2018 é a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB). Na avaliação de políticos experientes, mesmo sendo um quadro para ser levado a sério em qualquer disputa majoritária no Maranhão, a ex-governadora não teria – pelo menos visível  no momento – cacife suficiente para sair vitoriosa no embate. O argumento de que terá o Governo Michel Temer e outras forças conservadoras puxando a brasa para sua sardinha não é suficiente torná-la forte o suficiente se impor esse desafio. Aliados de primeira hora de Roseana Sarney, como senador João Alberto, presidente do PMDB no Maranhão, já se movimentam como se ela já tivesse decidido candidatar-se ao Governo. Outros, menos entusiasmados, suspeitam que a ex-governadora esteja focada numa das vagas de senador, avaliando ter ela chances concretas de se dar bem, mesmo disputando com nomes de peso como Humberto Coutinho (PDT), Sebastião Madeira (PSDB), José Reinaldo Tavares (PSB) e Gastão Vieira (PROS), Weverton Rocha (PDT) e João Alberto (PMDB).

Rascunhado num contexto bem mais amplo, que envolve o cenário político nacional, o futuro do governador Flávio Dino a ser decidido pelas urnas de 2018 poderá também ganhar outro rumo. A Coluna reforça a cada dia a impressão de que em meio ao vazio de liderança que hoje ameaça a sobrevivência das organizações partidárias de esquerda, Flávio Dino é por muitos apontados como o nome que pode liderar a sua mobilização. Único governador do PCdoB e cuja influência elegeu no Maranhão metade (46) dos prefeitos do partido em todo o país, Dino é hoje o seu nome de proa, com bom trânsito no PT, no PSB, no PDT e outros mais. Evidente que não interessa ao governador brigar por tal espaço, principalmente num ambiente de disputa e tensão, mas como dizem as raposas políticas, “se o cavalo passar selado…” Quem sabe?

O governador Flávio Dino tem demonstrado até aqui muita habilidade para tratar com situações políticas delicadas. Sabe que tem dois rumo a atraí-lo, e não há dúvida de que, no que respeita ao seu projeto de poder no Maranhão, não há dúvida de que o caminho será a reeleição. Mas, se na mais remota das hipóteses a opção por entrar de cabeça no cenário nacional, o fará pela via senatorial.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

João Alberto sinaliza que arquivou aposentadoria
João Alberto: declarações indicam que a anunciada aposentadoria política foi adiada para depois de 2018

“A política é minha vocação. É preciso estar sempre atento às necessidades do Brasil e, mais ainda, às do povo do Maranhão. Vamos chegar muito fortes e mais preparados ainda em 2018″.

Dadas no contexto de uma entrevista ao jornalista Rivaldo Ormuz, as declarações do senador João Alberto (PMDB) nem de longe sugerem as de um político que se prepara para encerrar a carreira ao final do mandato, em 2018 conforme ele próprio anunciara, em 2014, em solidariedade ao ex-presidente José Sarney (PMDB), quando este comunicou ao mundo que não mais participaria de disputas eleitorais sua aposentadoria política.

Nas conversas reservadas em ambientes de oposição é corrente que o senador João Alberto já teria repensado sua decisão de se aposentar. Estaria disposto a brigar por um novo mandato no Senado da República ou, em condições especiais, entrar na guerra pelo Governo do Estado. Tal disposição tem aumentado à medida que o PMDB vai se consolidando no comando do País, mesmo sofrendo os desgastes que o vem atingindo desde a posse do presidente Michel Temer, e diante das incertezas que rondam o cenário político nacional.

Um dos políticos mais experientes e bem sucedidos do Maranhão, João Alberto continua militando como nos primeiros tempos da sua carreira vitoriosa de deputado estadual, deputado federal, prefeito de Bacabal, vice-governador e governador e senador, tendo sido secretários de Estado várias vezes e exercendo no momento a presidência do Conselho de Ética do Senado pela quinta vez consecutiva e comemorando duas décadas á frente do PMDB do Maranhão.

Wellington mantém fogo cerrado contra Edivaldo Jr.
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Wellington do Curso: criticando Edivaldo Jr.

O deputado Wellington do Curso (PP) decidiu permanecer no palanque e mantendo seu canhão verbal apontado pera o prefeito reeleito Edivaldo Jr. (PDT). Durante a semana que passou, o ex-candidato a prefeito de São Luís alimentou sua posição fazendo durar críticas ao prefeito reeleito. Como uma metralhadora giratória, Wellington ataca a gestão municipal sem dó nem piedade. Recém chegado da China, onde participou um evento planetário sobre cidades, Wellington do Curso reforçou o discurso crítico ao prefeito Edivaldo Jr., dando clara impressão de que tentará se manter em campanha até 2018, quando tentará renovar o mandato.

 

São Luís, 03 de Dezembro de 2016.

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